Clientes da empresa Águas da Região de Maputo – responsável pela gestão dos serviços de abastecimento de água à região do Grande Maputo – denunciam a emissão de facturas com valores astronómicos, desde o início do Estado de Emergência.
De acordo com os denunciantes, que residem no Distrito Municipal de KaMubukwana, na capital do país, desde Abril último que a Águas da Região de Maputo cobra, mensalmente, entre 1.500 Mts a 3.200 Mts, contra os 250 Mts a 350 Mts que eram facturados nos meses anteriores.
Beatriz Bila, residente no bairro de Inhagoia “A”, contou à “Carta” que a empresa explicou que os valores resultam de cálculos estimados, o que, na sua óptica, facilita a especulação de facturas. A entrevistada afirmou ser impossível ter de pagar mais de 500 Mts por mês, pois, nunca houve alterações no consumo de água, assim como não possui facturas em débito (ainda não pagas).
Por seu turno, Adérito Borges, residente no bairro do Bagamoyo, conta que, nos últimos três meses, a Águas da Região de Maputo apenas emitiu facturas, cujo consumo foi estimado, tendo sido cobrado valores de longe superiores aos que pagava nos meses anteriores. A fonte disse não entender a proveniência dos valores facturados e que os mesmos encontram acolhimento por parte de alguns munícipes do seu bairro.
Já Maria Silvestre, residente no bairro 25 de Junho, disse estar a buscar explicações junto da empresa em torno das astronómicas facturas, porém, esta afirma que os valores aumentaram devido à Covid-19. Ou seja, com a necessidade de se redobrar os cuidados de higiene pessoal e colectiva, “quadruplicou” o consumo da água.
Maria Silvestre, de 65 anos de idade, explica que nunca pagou mais de 350 Mts e que, nem com a Covid-19, o seu nível de consumo de água alterou.
Para entender as razões que levam a empresa a emitir facturas com consumo estimado, “Carta” contactou, na passada quinta-feira, as Águas da Região de Maputo que prometeu pronunciar-se na passada sexta-feira. Porém, na sexta-feira, manteve-se no silêncio. (O.O.)