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O Primeiro-Ministro disse ontem no parlamento que a resposta militar que tem sido dada, desde julho, à insurgência armada em Cabo Delgado, norte do país, está a registar "progressos".

 

“Os progressos registados pelas Forças de Defesa e Segurança permitiram a abertura da circulação de pessoas e bens” e "uma parte da população que se havia deslocado para outros locais está gradualmente a regressar", referiu Carlos Agostinho do Rosário, ao avaliar a acção conjunta com forças da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Ruanda.

 

“Neste momento, as Forças de Defesa e Segurança, em coordenação com a SADC e o Ruanda, prosseguem com acções de limpeza, clarificação e consolidação dos locais recuperados”, acrescentou.

 

O Primeiro-Ministro respondia a questões dos deputados sobre a situação naquela província, numa sessão dedicada a perguntas ao Governo. O governante lembrou que o executivo moçambicano apresentou um Plano de Reconstrução de Cabo Delgado, orçado em 300 milhões de dólares (258 milhões de euros).

 

No plano, 200 milhões de dólares (172 milhões de euros) são destinados à implementação de acções de curto prazo, que incluem a reposição da administração pública, unidades sanitárias, escolas, energia, abastecimento de água, entre outros aspectos.

 

“Parte deste valor necessário para implementação das acções de impacto imediato já está assegurado por via da redistribuição do Orçamento do Estado”, declarou o governante, destacando também o apoio de parceiros internacionais, como é o caso do Banco Mundial, que anunciou, na segunda-feira, mais 100 milhões de dólares (86 milhões de euros) para apoiar aquele plano.

 

No que diz respeito à exploração de gás natural pela petrolífera Total em Cabo Delgado, o primeiro-ministro moçambicano disse que o Governo continua em contacto directo com a multinacional para encontrar soluções face à suspensão das actividades.

 

“A suspensão de todas as actividades resultará no deferimento e atraso na arrecadação de receitas para o Estado, bem como num impacto negativo directo para as pequenas e médias empresas que estavam directa e indirectamente ligados ao projecto”, afirmou.

 

O Governo moçambicano "está em contacto directo com a Total com vista a encontrar soluções para minimizar os custos decorrentes da suspensão dos contratos de fornecimentos de bens e serviços" pelas empresas, declarou.

 

Segundo o Primeiro-Ministro moçambicano, a acção dos grupos rebeldes não tem fundamento lógico e diferencia-se de "uma guerra normal”. Inclui crianças “instrumentalizadas” por “terroristas" que querem "promover interesses de determinadas pessoas ou grupos, abrindo espaço para o tráfico de armas, drogas e seres humanos”, declarou Carlos Agostinho do Rosário.

 

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

 

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.

 

Desde Julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio internacional permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde Agosto de 2020. (Lusa)

Fontes da “Carta” revelam que sete terroristas caíram nas mãos das tropas da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) na manhã da última terça-feira, no Posto Administrativo de Quiterajo, distrito de Macomia, província de Cabo Delgado.

 

De acordo com as fontes, a operação teve lugar por volta das 6:30 horas, na margem sul do rio Messalo, local onde se acredita se terem refugiado os líderes dos terroristas, nomeadamente, Sheik Hassan (líder espiritual) e Bonomado Omar (líder militar).

 

As fontes garantem que, entre os capturados, está um indivíduo de nome Adinane Famyom, de 35 anos de idade, apontado como um dos principais recrutadores dos jovens que engrossam as fileiras do grupo.

 

Refira-se que informações não confirmadas indicam que, na passada segunda-feira, 15 terroristas renderam-se às tropas da SADC, na aldeia Nabala, Posto Administrativo de Mucojo, distrito de Macomia, devido à deterioração das condições nas bases dos insurgentes. (O.O.)

A instalação será construída em fases e está orçada em 45 milhões dólares, sendo que deverá estar totalmente operacional em 2026, anunciou o ministro tswana da Defesa, Justiça e Segurança, Thomas Kagiso Mmusi. O Depósito vai armazenar material, equipamento e outra logística para serem usados ​​em operações de manutenção da paz e esforços de ajuda humanitária pela Força de Reserva da organização.

 

Mmusi realçou que o depósito irá garantir uma capacidade de implantação rápida da Força de Reserva da SADC, o que facilitará a organização a agir prontamente para salvar vidas e prevenir o agravamento de crises.

 

Destacou que o depósito é necessário para mitigar alguns desafios de mobilização que podem ser melhor resolvidos por um centro de logística totalmente funcional para apoiar uma reacção rápida.

 

O governante tswana fez o pronunciamento durante a assinatura do Acordo entre o Governo da República do Botswana e o Secretariado da SADC, para acolher o Depósito Logístico Regional da Força de Reserva da organização (RLD), na aldeia de Rasesa, no Botswana.

 

O ministro Mmusi disse ainda que a assinatura do Acordo significa o forte compromisso do seu governo em garantir que a SADC tenha capacidade de manter a paz e segurança na Região, tendo reiterado, na sequência, a disponibilidade do seu governo em cumprir todas as obrigações constantes no Acordo para garantir que a instalação seja totalmente operacionalizada.

 

Lembre-se, em Agosto de 2004, a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC tomou a decisão de estabelecer o Depósito Logístico Regional da SADC, para armazenar material, equipamento e outra logística para serem usados ​​em operações de manutenção da paz e esforços de ajuda humanitária pela Força de Reserva da organização.

 

Durante a cerimónia, o Secretário-Executivo da SADC, Elias Magosi, elogiou o Governo do Botswana pela assinatura do Acordo para acolher o Depósito Logístico Regional da Força de Reserva da organização.

 

No acto, Botswana fez-se representar pelo Ministro da Defesa, Justiça e Segurança, Thomas Kagiso Mmusi, acompanhado pelo seu colega dos Assuntos Internacionais e Cooperação, Lemogang Kwape.

 

O Secretário-Executivo expressou a sua gratidão ao Governo do Botswana por alocar ao bloco regional 19 hectares para a construção do RLD e descreveu o gesto do Governo do Botswana como confirmação do seu compromisso de contribuir e facilitar a paz e segurança na Região.

 

Magosi disse ainda que o depósito será composto por um conjunto de edifícios, incluindo escritórios, edifícios residenciais, armazéns, oficinas e infra-estrutura de apoio, como estradas, esgoto, água, electricidade e sistemas de segurança. (Carta)

quarta-feira, 27 outubro 2021 08:23

Insurgentes voltam a semear terror e luto em Nangade

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Um mês depois de a Força em Estado de Alerta da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) ter abatido 17 terroristas e desactivado uma base destes na aldeia de Chitima, distrito de Nangade, norte da província de Cabo Delgado, os insurgentes voltaram àquela povoação para “tirar satisfações”.

 

De acordo com as fontes, na tarde do último domingo, um grupo composto por mais de 10 homens atacou a aldeia de Chitima, em Nangade, tendo assassinado quatro pessoas. As fontes contam que as vítimas se encontravam nas suas machambas. Os outros membros da comunidade que se encontravam no local se puseram em fuga, após aperceberem-se da presença dos terroristas. Não houve registo da presença de militares no local. (Carta)

A província de Inhambane, sul do país, produziu cerca de dois milhões de toneladas de produtos alimentares diversos na última campanha agrícola, 2020/2021. Mesmo sem dados comparativos à campanha anterior, a Secretária de Estado da província, Ludmila Magune, garantiu haver stock para alimentar a 1.4 milhão de pessoas, que constituem a população da província, até à safra agrícola 2021/22 que se aproxima.

 

“Cerca de dois milhões de produtos diversos foram alcançados na campanha agrícola 2020/2021, o que nos permite afirmar que o pilar da disponibilidade de alimentos está garantido até ao início da campanha agrária 2021/2022”, afirmou Magune.

 

A Secretária de Estado falava num evento dirigido há dias pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, no distrito de Panda, sudoeste de Inhambane, no âmbito da preparação da próxima safra agrícola do Sustenta.

 

Fazendo o balanço da produção distrital, a Administradora de Panda, Mércia Cossa, relatou que na última campanha estiveram envolvidos na produção agrária oito mil produtores do sector familiar e seis do sector privado. Com esses produtores, “o distrito registou uma produção de 63.6 mil toneladas de culturas alimentares das 64.9 mil toneladas previstas, o que representa uma realização de 98% de execução”, relatou Cossa.

 

Com a preparação da próxima campanha agrária, que consiste na formação de recursos humanos, contratação de novos extensionistas, bem como a disponibilização de equipamentos de produção, a Administradora de Panda disse esperar que na safra 2021/2022 a produção aumente para 70 mil toneladas de produtos agrícolas, numa área de 22 mil hectares, envolvendo 8.035 famílias e sete produtores do sector privado.

 

“Não obstante as referências positivas na produção agrária, ainda temos alguns desafios como a instalação do sistema de rega, instalação de unidade de processamento de excedentes agrícolas, com destaque para castanha de caju, aumento da cobertura de assistência técnica aos produtores, melhoria das vias de acesso para permitir o escoamento dos produtos agrícolas”, ressalvou a Administradora de Panda. O distrito tem como produtos agro-pecuários de bandeira, o gado bovino e a castanha de caju. (Evaristo Chilingue)

Moçambique registou mais uma morte associada ao novo coronavírus, 17 novos casos de infecção e 313 recuperados da doença, anunciou ontem, em comunicado, o Ministério da Saúde.

 

A vítima mortal é um moçambicano de 52 anos e cujo óbito foi declarado no domingo, segundo o documento. Moçambique eleva o número total de óbitos por covid-19 para 1.929 e o de casos para 151.243, dos quais 98% recuperados da doença e oito internados.

 

Segundo as autoridades de saúde, o país tem ainda 331 casos activos do novo coronavírus. Um total de 936.296 casos suspeitos foram testados em Moçambique, desde Março de 2020, dos quais 1.000 nas últimas 24 horas, avançou o ministério.

 

A covid-19 provocou pelo menos 4.952.390 mortes em todo o mundo, entre mais de 243,97 milhões infecções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

 

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e actualmente com variantes identificadas em vários países. (Lusa)