Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

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Economia e Negócios

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) está a organizar uma missão empresarial com vista à sua deslocação às Ilhas Maurícias, onde, de 30 de Janeiro a 2 de Fevereiro, pretende proceder a uma prospecção de janelas de negócios e convidar empresários locais a investirem em Moçambique.

 

Falando à imprensa ontem, em Maputo, o director executivo da CTA, Eduardo Sengo, deu a conhecer que já há 25 empresas, dos sectores de turismo, energia, serviços financeiros e área mobiliária, que confirmaram a sua participação na missão. Contudo, “continuamos a apelar aos empresários a inscreverem-se, pois são várias as oportunidades que podem aproveitar naquele país considerado praça financeira bastante importante para a África Austral, pois muitos e grandes investidores acorrem primeiro àquele país, e depois aos restantes estados da SADC, como é o caso da mineradora Vale. Ademais, Maurícias é forte na indústria da cana-de-açúcar", explicou Sengo.

 

A primeira missão empresarial da CTA em 2019 tem dois focos, nomeadamente o agronegócio e o turismo. “Focamo-nos no agronegócio porque 15 % do nosso algodão é exportado para as Maurícias. Ora, nós pretendemos aumentar essa percentagem explorando mais aquele mercado. Outro especto é que as Ilhas Maurícias têm interesse em investir no sector do turismo em Moçambique”, explicou o director da CTA, tendo acrescentado que aquele país tem também interesse em comprar o gás a ser produzido em Moçambique para a produção de energia eléctrica. A delegação de negócios empresarial da CTA está a ser organizada em parceria com congénere mauriciana, o Economic Development Board, com o apoio do Trade Development Bank, sediado naquele país. (Evaristo Chilingue)

Enquanto a saga das dívidas ocultas em Moçambique se desenrola nos tribunais nacionais e internacionais, há enormes indícios de que o escândalo corre o risco de se propagar para Angola, onde crescentes evidências de acordos de aquisição não transparentes ameaçam minar a campanha anti-corrupção do governo e a recente recuperação económica em 2019. Um relatório do EXX Africa Business Intelligence, uma firma londrina, divulgado no fim de semana, diz que há enormes indícios do envolvimento dos principais líderes políticos angolanos no escândalo das dividas moçambicanas, que não foram totalmente descobertos. 

 

Eventuais novas revelações ameaçam minar a campanha anticorrupção popular e de alto nível do governo angolano, criando também embaraços aos principais políticos angolanos, representando novos riscos de reputação aos investidores em Angola. A EXX Africa conduziu uma investigação desde a origem para explorar o papel da elite política angolana no escândalo do endividamento de Moçambique e a potencial existência de emissão de dívidas ainda não divulgada. 

 

Em particular, há vários indicadores vermelhos em torno dos acordos da Privinvest em Angola que surgiram ao longo da investigação, alguns dos quais sinalizam riscos de reputação ao presidente angolano João Lourenço. As relações de Angola com o FMI e a perspectiva de uma recuperação económica em 2019 poderão ficar abaladas.(Carta)

Os volumes manuseados pelo Porto de Maputo atingiram as 19.5 milhões de toneladas de carga em 2018, um novo recordo, diz uma nota da empresa enviada à nossa redacção. O anterior recorde datava de 2014 (com 19.3 milhões de toneladas). O recorde de 2018 representa também um crescimento de 7.14% em relação a 2017 (ano em que foram manuseadas 18.2 milhões de toneladas de carga).  Estes resultados crescentes desde 2017 continuam a ser uma influência positiva da dragagem de aprofundamento do canal de acesso ao Porto de Maputo, concluída em Janeiro de 2017.

 

Seguindo a tendência de 2017, o manuseamento de carga pela via ferroviária voltou a crescer em 2018, fruto da estratégia conjunta entre o porto, os CFM e a sul-africana Transnet. Em 2017, o volume ferroviário da principal carga manuseada pelo porto de Maputo, ferro-crómio e crómio, cresceu em quase 100%; este ano o crescimento registado foi de mais de 50%, com quase 1.5 milhões destas cargas transportadas pela ferrovia. Em 2019, o porto prevê aumentar a sua capacidade de manuseamento com a conclusão das obras de reabilitação dos cais 6, 7, 8 e 9. A reabilitação irá não só criar cais com fundos de até -15 metros, como irá melhorar a taxa de ocupação dos cais através da criação de uma maior área de atracação. A conclusão das obras está prevista para o último trimestre deste ano. (Carta)

sexta-feira, 25 janeiro 2019 09:18

Moçambicanos isentos de vistos para as Filipinas

Os moçambicanos que queiram viajar para as Filipinas estão isentos de vistos de entrada naquele país asiático composto por arquipélagos, onde podem permanecer até 30 dias com a possibilidade de renovar a estadia.

 

A informação foi tornada pública na última quarta-feira em Maputo, pelo presidente do pelouro de Cooperação Económica e Relações Exteriores da Confederação das Associações Económicas (CTA), Noor Momade, no âmbito da visita que o embaixador das Filipinas, Gerald Angels, efectuou àquela instituição com vista ao fortalecimento das relações económicas empresariais entre os dois países. 

 

Para Noor Momade, a isenção de vistos para as Filipinas vai facilitar a entrada de pessoas, bem como ajudar a promover os destinos turísticos de ambos os países, tendo acrescentado que a CTA manifestou o interesse de desenvolver negócios neste domínio, visto que se trata de um dos destinos turísticos mundiais de renome.

 

Momade anunciou na ocasião que uma comitiva de empresários moçambicanos irá deslocar-se, ainda este semestre, às Filipinas para a prospecção de oportunidades de negócio, bem como convidar investidores daquele país para se deslocarem a Moçambique.

 

Para além do turismo, o embaixador das Filipinas apontou durante a visita diversas áreas de interesse para investimento, nomeadamente as de saúde, agricultura, pesca, dentre outras, visando pequenas e médias empresas. “Contudo, com o passar do tempo, haverá interesses específicos de governo para governo, em projectos de maior dimensão. Por isso, na delegação de empresários moçambicanos que estamos a organizar, achamos pertinente incluir membros do governo”, afirmou Gerald Angels.  

 

Este encontro tem lugar três meses depois de um grupo de empresários filipinos escalar Moçambique para conhecer as oportunidades de negócios existentes. As Filipinas ainda não estão representadas a nível de embaixada no país, possuindo tal missão na África do Sul. Em Moçambique são representadas por um consulado, desde 2017. (Evaristo Chilingue)

A relação de Moçambique com o Fundo Monetário Internacional (FMI) durante o ano de 2019 será baseada, unicamente, em consultas e assistência técnica por parte da instituição, disse hoje à Lusa fonte da instituição. "A relação entre Moçambique e o FMI em 2019 será somente ao abrigo das consultas do Artigo IV", referiu Ari Aisen, representante do FMI em Moçambique, anunciando a deslocação de quadros do fundo a Maputo já no próximo mês. O artigo IV requer consultas do FMI às economias dos países membros, por forma a exercer a sua monitorização e consequente aconselhamento com vista ao crescimento e estabilidade económica e não inclui ajuda financeira. Ari Aisen respondia a questões colocadas pela Lusa, depois de o ministro das Finanças, Adriano Maleiane, ter anunciado na terça-feira, num encontro com editores de órgãos de informação, em Maputo, que em 2019 ainda não haverá desembolsos do fundo, mas a relação poderá ser mais próxima.

 

Mesmo sem um programa de apoio financeiro ou um programa monitorado, Moçambique compromete-se a cumprir metas a que estaria sujeito naquelas modalidades, nomeadamente na área do combate à corrupção e reestruturação do setor público, acrescentou. "Estamos satisfeitos em escutar que o ministro da Economia e Finanças decidiu, na ausência de um programa monitorado, implementar as sugestões do corpo técnico do FMI, apresentadas durante a visita a Maputo em Novembro", referiu Ari Aisen.

 

Em Fevereiro, "quadros técnicos dos departamentos Legal e Fiscal do FMI visitarão Maputo para prover assistência técnica a um diagnóstico dos desafios existentes nas áreas de governança e corrupção em Moçambique", acrescentou. O FMI está igualmente satisfeito com o facto de Adriano Maleiane "enfatizar a reforma do sector empresarial do Estado". Na visão do FMI, será essencial restruturar, privatizar ou liquidar empresas do sector público que se encontrem em situação financeira de ‘distress'", ou seja, sob pressão económico-financeira. O FMI foi uma das organizações internacionais que suspendeu os apoios financeiros a Moçambique em 2016, na sequência da revelação de empréstimos não declarados por empresas estatais que tornaram a dívida pública insustentável e por haver indícios de corrupção.

 

Naquele que é conhecido como o caso das "dívidas ocultas", no valor de dois mil milhões de dólares, o ex-ministro das Finanças deMoçambique, Manuel Chang, três ex-banqueiros do Credit Suisse e um intermediário da empresa naval Privinvest foram detidos em diferentes países desde 29 de dezembro a pedido da justiça norte-americana. De acordo com a acusação, as dívidas garantidas pelo Estado moçambicano entre 2013 e 2014 para três empresas de pesca e segurança marítima terão servido de base para um esquema de corrupção e branqueamento de capitais com vista ao enriquecimento de vários suspeitos. (Carta)

A embaixadora da Lituânia, Sigutè Jakštonyté, anunciou ontem em Maputo o interesse do seu país em cooperar com Moçambique nas áreas do gás e do turismo. Num encontro mantido com membros da Confederação das Associações Económicas (CTA), a diplomata disse que o facto de o país ter um grande potencial nas referidas áreas foi determinante na opção tomada. O investimento da Lituânia vai centrar-se no fornecimento de soluções de tecnologias de informação aos vários operadores nesses sectores, com vista a melhorar o desempenho dos seus negócios. “Por estarmos numa fase de prospecção do mercado é prematuro falar do valor que será investido para a materialização dos negócios, tal como é prematuro anunciar datas para o início dos mesmos, mas o nosso interesse é que o relacionamento com Moçambique se inicie o mais rápido possível”, disse a embaixadora.

 

Para o vice-presidente do pelouro de Conteúdo Local na CTA, Éder Pale, o interesse lituano de investir nesses sectores é bem-vindo para Moçambique, um país em desenvolvimento. "Conforme disse a embaixadora durante o encontro, a Lituânia é especializada no desenvolvimento e fornecimento de soluções de tecnologias de informação para aqueles sectores e não só. Assim, queremos aproveitar esta oportunidade para desenvolver negócios", afirmou. Moçambique é o segundo país do continente africano com quem a Lituânia pretende estreitar relações. Aquele Estado mantém relações estreitas com a África do Sul, onde está instalada uma sua embaixada (em Pretória) desde 2015. (E.C.)