O artista brasileiro Wendell Wagner oferece duas oficinas para estudantes e um público interessado em partilhar conhecimento sobre técnicas e linguagens em artes visuais, nos dias 04, 05 e 06 de setembro no Instituto Guimarães Rosa.
Duração: 2h, com início às 10h e término às 12h.
OFICINA DE COLAGEM MANUAL – COLANDO NA VIDA.
Após um breve panorama de apresentação do trabalho de Wendell Wagner e um breve histórico sobre colagens, os participantes vão fazer uma colagem manual em folhas de papel A4, e com recortes de revistas ou jornais contar sua relação com Maputo e apresentar elementos que representem sua história de vida, sonhos, desejos e realizações.
OFICINA DE CÂMERA ESCURA - O PRINCÍPIO DA IMAGEM.
A oficina é voltada para apresentar, de forma lúdica e artesanal, um dos primeiros experimentos que deu origem à câmera fotográfica que conhecemos hoje, trazendo um pouco de contexto histórico para embasar o conhecimento. O objetivo é ensinar como fazer a câmera escura e dar uma ideia básica do surgimento da fotografia, além de promover um momento mágico para quem participar.
O projecto tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.
(De 04 a 06 de Setembro, das 10h00 às 12h00 no Centro Cultural Brasil – Moçambique)
O Centro Cultural Franco – Moçambicano convida-te a acompanhar a? ?????́???? ???ó????? ??? ?́????? "???????" ? "???????", ?? Deltino Guerreiro.
O concerto contará também com a ???????????̧?̃? ?? "? ??????", ?? ?????? "??? ?? ???????", que antecipa o seu terceiro álbum, que será lançado em breve.
(06 de Setembro, às 20h00 no Centro Cultural Franco – Moçambicano)
“Microfone Quebrado"
De Mahamba- Criações e Produções Artísticas
Vitó é um conceituado músico que está preso. 10 anos depois debate-se com a presença da filha que o tenta libertar da cadeia porque ele não praticou nenhum crime. Entretanto, ele tem medo da liberdade e prefere contar histórias da sua carreira dentro da cadeia. A sua relação conflituosa com a mãe que ele tanto amou é revelada nesta narração que é guiada através da música.
No Auditório da Televisão de Moçambique - TVM
Ficha Técnica:
Autor: Dadivo José
Actor: Fernando Macamo
Músicos: Pivi, Janet, Francisco e Dadivo José
(06 de Setembro, às 18h00 na Fundação Fernando Leite Couto)
A humanização do atendimento e o fortalecimento do Serviço Nacional da Saúde são algumas das apostas dos candidatos às presidenciais, num cenário prenhe de promessas com vista a conquistar o eleitorado. Nos quarenta e nove anos de governação frelimista, o sector da saúde ainda continua mergulhado numa crise profunda, marcada pela falta de acesso a medicamentos de qualidade; fraca prevenção e controlo de infecções; falta de enquadramento dos recém-formados; falta de pagamento de horas extraordinárias; entre outros desafios.
Perante este cenário, o manifesto do candidato da Frelimo às presidenciais, Daniel Chapo, centra-se na adopção de uma política que garanta um maior acesso dos formandos ao mercado de trabalho.
Chapo diz que pretende melhorar e humanizar o atendimento hospitalar a todos os cidadãos sem discriminação, implementar programas de promoção de saúde (hábitos de vida e nutricionais saudáveis), prevenção (incluindo a vacinação) e tratamento de doenças e reabilitação de sequelas, ao longo do ciclo de vida.
Numa leitura atenta feita por este jornal, o manifesto do candidato da Frelimo não explica como serão resolvidos os problemas que enfermam o sector da Saúde. Por outro lado, este é um dos manifestos que não detalha em concreto quais serão as possíveis soluções para que o país tenha um serviço nacional de saúde eficiente.
Por sua vez, o candidato da Renamo, Ossufo Momade, promete investir no fortalecimento do Serviço Nacional de Saúde, aumentando e apetrechando as unidades sanitárias com recursos humanos qualificados, meios materiais e equipamentos necessários para a prestação dos cuidados de saúde.
O aspirante à Ponta Vermelha, já pela segunda vez, promete também, caso vença as eleições, melhorar as condições de trabalho e de remuneração dos médicos, dos enfermeiros e de todos os profissionais de saúde. No seu manifesto aposta igualmente em alargar as acções de prevenção e combate à malária, tuberculose, cólera, assim como do HIV/SIDA e de outras doenças crónicas, promover a saúde materno-infantil e a saúde sexual e reprodutiva.
O manifesto de Ossufo Momade traz ainda várias propostas de solução para colmatar a falta de disponibilização de serviços de saúde mental e psicológica de qualidade, para crianças e adultos vítimas de todas as formas de violência, alargando os centros de acolhimento e de trânsito.
Momade pretende também melhorar a transparência na adjudicação de contratos de importação e distribuição de medicamentos e outros materiais de saúde, combater energicamente o roubo de medicamentos do Serviço Nacional de Saúde, garantindo auditoria na rota dos fármacos, e construir hospitais, sobretudo nas zonas rurais, para colocar os serviços de saúde mais próximos dos cidadãos.
O candidato da Renamo promete ainda no seu manifesto a promoção da investigação científica, a formação de médicos e a inovação, sobretudo ao nível do Serviço Nacional de Saúde, disponibilizar material médico e cirúrgico de protecção individual (seringas, cateteres, sondas, algálias, máscaras faciais, luvas cirúrgicas e de observação) e equipar os hospitais com meios de diagnóstico e de exames imagiológicos (radiografias, ecografias, endoscopias, tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas, exames com produtos de contraste, endoscopias digestivas e das vias urinárias).
Por seu turno, o candidato presidencial do Movimento Democrático de Moçambique, Lutero Simango, diz no seu manifesto que vai adequar o Sistema Nacional de Saúde tomando em conta a existência dos serviços públicos e privados (incluindo o seguro de saúde).
O candidato propõe-se também a transferir as funções e competências de saúde primária para os municípios, melhorar as infra-estruturas hospitalares incluindo os respectivos equipamentos e retirar o IVA na saúde para estimular o sector privado.
Simango quer igualmente desenvolver uma rede hospitalar equilibrada, com acesso a todos os cidadãos, desenvolver uma política de protecção da saúde materno-infantil, e promover uma maior integração entre a rede de hospitais, centros de saúde e unidades de cuidados continuados e paliativos.
O manifesto do “Galo” prevê resolver o problema de rácio médico-doente com a contratação de mais profissionais, aumentar o stock de medicamentos genéricos e específicos, melhorando a sua gestão (aquisição, armazenagem e distribuição) e instalar uma indústria Nacional Farmacêutica que garanta medicamentos básicos e compressa.
Por último, o candidato Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Podemos, diz que, se for eleito presidente da República, vai desencadear medidas imediatas de estabilização na saúde, através da alocação de recursos necessários ao melhoramento substancial do abastecimento de materiais, equipamentos, e a bio-segurança nos hospitais e centros de saúde.
Mondlane avança também que em seis meses vai garantir o pagamento de salários e outros honorários devidos, como também pretende estabilizar, reorganizar e modernizar os Serviços da Saúde com a montagem de uma fábrica de raiz de produção de equipamento hospitalar nas regiões do Centro e Norte do país, ou por conversão de indústrias existentes.
Para tal, pretende recrutar pelo menos duas empresas especializadas em construção de Centros e Postos de Saúde para cada província. A campanha eleitoral em Moçambique já entrou no seu 13° dia e culminará com a escolha, por meio do voto, no dia 9 de Outubro, do Presidente da República, dos membros do Parlamento e das Assembleias Provinciais. Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para escolher o sucessor de Filipe Nyusi na Presidência da República. (M.A)
A Rede Viária de Moçambique (REVIMO) apresentou recentemente uma carteira de oportunidades de negócios avaliados em mais de 15.7 milhões de Meticais, com facturamentos de mais de seis milhões de Meticais por ano, ao longo das estradas concessionadas, principalmente na Estrada Circular de Maputo, incluindo o troço Marracuene-Macaneta.
Trata-se de oportunidades para a instalação de serviços de apoio aos utentes ao longo do traçado das estradas e pontes, compostas por postos de abastecimento de combustíveis, estabelecimentos hoteleiros e de restauração, placas publicitárias e zonas de repouso e parqueamento de veículos, entre outras, apresentadas durante a 59ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM).
No Nó de Zimpeto, por exemplo, a empresa diz ter espaço para a construção de um parque de estacionamento com capacidade para albergar 30 100 viaturas por mês; no Nó de Marracuene, a capacidade do parque é de 13 900 viaturas e na Rotunda de Chiango, o parque pode acolher 12 570 viaturas.
Na vila da Macaneta, a REVIMO projecta também um parque de estacionamento, incluindo bancos, 36 bancas para produtos pesqueiros e de artesanato e sanitários públicos. Neste caso em concreto, a empresa calculou que o investimento possa ser de seis milhões e estimou o facturamento de 1.8 milhão de Meticais por ano (tendo em conta, por exemplo, que cada viatura pagaria 10 Meticais por hora) e as despesas totais do parque seriam de 720 mil Meticais por ano.
Na Estrada Nacional Número Seis (EN6), a REVIMO diz haver oportunidade de investimento na construção e exploração do parque de estacionamento em Machipanda, com capacidade para abrigar 220 camiões, incluindo serviços financeiros, bombas de combustíveis, cafetaria e sanitários públicos. Aqui, a concessionária fala de um investimento de 9.7 milhões de Meticais com estimativa de facturamento de 4.9 milhões de Meticais por ano.
No âmbito dessas oportunidades, a REVIMO diz ter interesse em firmar parcerias por meio de projectos de inovação, de modo a oferecer soluções que não apenas atendam, mas também antecipem as necessidades dos utentes.
Refira-se que a empresa desenhou a carteira de negócios, gerando assim oportunidades de investimento para os mais diversos potenciais investidores, à luz do contrato de concessão n⁰ 01/CONC/340/2021, que lhe autoriza a explorar as áreas de serviço, podendo subconcessionar a exploração das áreas ou parte delas a terceiros, com a prévia aprovação dos respectivos modelos de contratos. (Evaristo Chilingue)
Moçambique entra hoje no seu 13º dia consecutivo da campanha eleitoral, no âmbito das VII Eleições Gerais (Presidenciais e Legislativas) e IV Provinciais (do governador e das Assembleias Provinciais), que se realizam a 9 de Outubro próximo, em todo o território nacional.
Segundo o Consórcio Eleitoral “Mais Integridade”, a primeira semana da campanha eleitoral foi marcada, entre outras acções, por violações contra a Liberdade de Imprensa, verificadas nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, no norte do país.
De acordo com os dados do balanço da primeira semana da campanha eleitoral, apresentados ontem pela plataforma, o primeiro de acto de violação da liberdade de imprensa teve lugar no próprio dia 24 de Agosto (data do início da campanha), no distrito de Angoche, província de Cabo Delgado, onde o repórter Raisson João, da Rádio Comunitária Parapato, foi impedido de exercer livremente a sua actividade.
O repórter, revela o “Mais Integridade”, constituído por sete organizações da sociedade civil, foi detido por várias horas e o seu equipamento confiscado “quando cobria um acidente de viação durante uma actividade de campanha da Frelimo, em Angoche”.
O segundo caso ocorreu também no dia 24 de Agosto e no distrito de Angoche, envolvendo o fotojornalista Ussene Mamur, igualmente da Rádio Parapato. A vítima foi ameaçada e viu seu material arrancado, quando registava imagens do lançamento da campanha eleitoral do partido no poder, naquele distrito costeiro de Nampula. Mamur, asseguram os observadores, estava credenciado para o efeito.
Outro caso aconteceu na cidade de Pemba, na província de Cabo Delgado, envolvendo o repórter Rui Minja, da TV Sucesso. O “Mais Integridade” conta que o jornalista vem sofrendo ameaças desde o primeiro dia da campanha eleitoral, sendo que as primeiras intimidações são de 23 de Agosto, data em que a Polícia impediu a realização de um evento dos apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane, na praia do Wimbe.
“Desde então, o repórter tem sofrido ameaças e intimidações por homens armados que visitam frequentemente a sua residência e através de chamadas e mensagens ameaçadoras de indivíduos desconhecidos”, sublinha.
Floresce a desinformação
Para além de actos de intimidação a jornalistas, o Consórcio Eleitoral “Mais Integridade” diz ter detectado também a circulação de conteúdos de desinformação, direccionados a candidatos e aos órgãos eleitorais.
“Três das principais notas de desinformação, na primeira semana da campanha, envolveram os nomes de Graça Machel, Ossufo Momade e a CNE [Comissão Nacional de Eleições]. Na primeira desinformação, que “viralizou” em vários grupos de WhatsApp, Graça Machel, antiga primeira-dama e membro do partido Frelimo, é citada falsamente a apelar aos moçambicanos a votarem em Venâncio Mondlane”, refere a fonte.
Outra informação falsa posta a circular nas redes sociais é do estado de saúde do Presidente da Renamo, Ossufo Momade. Uma imagem de um paciente, no Quénia, em leito hospitalar, nos tempos da Covid-19, circulou para explicar a ausência de Ossufo Momade na primeira semana da campanha, que também se encontrava no estrangeiro (cujo país ainda não se apurou).
O “Mais Integridade” diz também ter circulado intensamente uma informação falsa dando conta de que a CNE teria emitido um comunicado pedindo desculpas à CAD (Coligação Aliança Democrática) e ao candidato Venâncio Mondlane pela rejeição da candidatura daquele grupo de partidos políticos.
Os observadores do “Mais Integridade” registaram ainda 14 casos de intimidação, ocorridos nos distritos de Chókwè (Gaza), Morrumbene (Inhambane), Marínguè (Sofala), Angónia (Tete) e Cuamba (Niassa). “Nestes distritos, houve confrontos entre simpatizantes da Frelimo e da Renamo, que não atingiram maiores proporções graças à pronta intervenção da PRM”, realça.
No cômputo geral, o Consórcio Eleitoral “Mais Integridade” defende que a primeira semana da campanha eleitoral foi pacífica, mas com alguns casos de realce, como o uso indevido de recursos públicos, incluindo de professores que faltaram às aulas para fazer campanha a favor da Frelimo; poucas mulheres a dirigir comícios; maior cobertura da campanha da Frelimo; e incumprimento do alinhamento do tempo de antena.
A plataforma, constituída em 2022, sublinha que as constatações resultam de observação directa de 1.528 eventos de campanha eleitoral de quatro partidos (Frelimo, Renamo, MDM e PODEMOS) e na monitoria dos órgãos de comunicação social. (Carta)
O líder da China, Xi Jinping, prometeu hoje apoiar África com 360 mil milhões de yuan (45,8 mil milhões de euros) até 2027 e ajudar a criar um milhão de empregos no continente africano. Na abertura da cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), em Pequim, Xi prometeu ainda que o país irá investir pelo menos 70 mil milhões de yuan (8,9 mil milhões de euros) no bloco africano.
Xi disse que o país está "pronto para aprofundar a cooperação" com o continente no domínio económico. As relações entre a China e África vivem o “melhor período da história”, assegurou. “A China e a África devem permanecer unidas e defender os seus direitos legítimos num momento em que o mundo está a passar por mudanças sem precedentes”, acrescentou o líder chinês.
Xi anunciou 30 projetos de infraestruturas e renovou a promessa de aumentar as importações agrícolas de África, intenção que já tinha manifestado na edição anterior do FOCAC, em Dacar, em 2021.
O dirigente enfatizou ainda que a China ajudará África a “promover a modernização ecológica, o desenvolvimento verde e a transição para a tecnologia de baixo carbono”. Xi disse também que a China vai doar mil milhões de yuan (127 milhões de euros) em ajuda militar a África, bem como dar formação a seis mil militares.
A China é o maior parceiro comercial do continente africano, com o comércio bilateral a atingir 167,8 mil milhões de dólares (151,8 mil milhões de euros) na primeira metade do ano, de acordo com a imprensa oficial chinesa.
No total, 50 líderes de países africanos e o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, estão presentes na cimeira, de acordo com a imprensa chinesa. Uma lista que inclui o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou durante uma reunião com Correia e Silva que a China vai doar 28,5 milhões de dólares (25,6 milhões de euros) a Cabo Verde.
No âmbito da visita de Estado de seis dias que Nyusi está a efetuar ao país asiático, Moçambique assinou na quarta-feira um acordo que irá permitir exportar para a China feijão boer, macadâmia e castanha de caju.
Fora da lista de presenças ficou o Presidente angolano, João Lourenço, apesar da China ser o maior credor do país africano e de Angola ser o maior parceiro económico chinês na África subsaariana.
De acordo com a Universidade de Boston, Angola contabiliza mais de 45 mil milhões de dólares (40,6 mil milhões de euros), entre 2000 e 2022, em empréstimos e financiamentos da China para 258 projetos, principalmente na energia e transportes.
Luanda está representada em Pequim pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António. A cimeira, a maior reunião diplomática organizada na China desde a pandemia, termina sexta-feira. (Lusa)
A Kuvaninga, uma Central Termoeléctrica a gás, localizada no distrito de Chókwè, província de Gaza, pretende expandir a actual capacidade instalada de 40 Megawatts, com recurso a painéis solares.
A informação foi avançada há dias pelo Supervisor da Planta da Central, Celso Soares, durante a 59ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM). Sem precisar datas, Soares deu a entender que a Kuvaninga pretende instalar painéis solares porque a sua energia é renovável e inesgotável, já que utiliza o sol como fonte primária e ajuda a conter os impactos das mudanças climáticas.
Além de não poluir, os sistemas de energia solar têm vida útil de aproximadamente 25 anos. Economicamente, reduz consideravelmente a conta de luz e possui necessidade mínima de manutenção. A Kuvaninga é uma parceria público-privada constituída pela Electricidade de Moçambique (EDM) e parceiros sul-africanos.
O empreendimento, orçado em 110 milhões de USD, edificado entre 2014 a 2017, numa área de cinco hectares, destina-se a produzir energia a partir de turbinas de ciclo combinado movidas a gás natural, ido através de um gasoduto, de Pande e Temane, província de Inhambane.
Este ano, a Kuvaninga participou pela segunda vez da FACIM. Soares contou que, no ano passado, a empresa participou a convite do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) e gostou da experiência, por isso decidiu voltar ao local para expor e expandir a sua marca.
Para além da Kuvaninga, outras empresas do sector de energia participaram da FACIM, com o mesmo objectivo: expor as suas marcas, vender serviços e trocar contactos. É o caso da empresa egípcia, Elswedy Electric. A empresa dedica-se ao fabrico e venda de contadores eléctricos, cabos eléctricos, transformadores, postes de energia de fibra, construção de plantas de energia, bem como alguns componentes do sector de extracção de gás natural.
Em representação da empresa, Muhamad Shebl disse que os gestores decidiram vir a Moçambique pela primeira vez, para expor e vender os seus produtos. Contou ao jornal que a experiência era positiva e que as expectativas estavam a ser correspondidas, aliado ao facto de estarem num pavilhão com empresas ligadas ao sector de energias. Disse que até ao quinto dia da FACIM ainda não tinha fechado nenhum negócio, mas tinha a esperança de o fazer, a curto e médio prazos.
A Secutec Moçambique é outra empresa de origem sul-africana que, pela primeira vez, foi expor os seus serviços no sector de energia. Segundo o Gestor de Relacionamento de Clientes da empresa, Dércio Matusse, a Secutec tem soluções novas no fornecimento de energias limpas, com base em baterias inversoras.
“Fornecemos também soluções de detenção de incêndio. Esse sistema permite que, em caso de incêndio, alerte automaticamente o estabelecimento e abra as portas para a evacuação das pessoas. Estamos também a expor rádios-telefones para a protecção de perímetro. Em suma, identificamo-nos como criadores de soluções de gestão de risco”, explicou Matusse.
No pavilhão do MIREME, em que se encontravam estas empresas, expuseram os seus produtos e serviços um total de 39, desde firmas até instituições privadas e públicas no sector de energia. (Evaristo Chilingue)
Depois de se ter afastado dos espaços políticos públicos há mais de cinco anos, Armando Emílio Guebuza, ex-Chefe de Estado, voltou em “grande” à actividade, tendo-se tornando, nos últimos dias, num dos protagonistas da campanha eleitoral do partido Frelimo.
Desde que a maratona da “caça” ao voto arrancou, a 24 de Agosto passado, o ex-Presidente da República e do partido no poder já apareceu em duas actividades políticas públicas a pedir votos para o seu partido e o candidato presidencial da Frelimo, Daniel Chapo.
Guebuza esteve, ontem, reunido com empresários e jovens na Cidade da Matola, província de Maputo, três dias depois de se ter reunido com o sector privado, na cidade de Maputo. Nos dois encontros, Guebuza defendeu que a Frelimo e Daniel Chapo são a solução para os problemas que o país enfrenta, com destaque para a paz e reconciliação nacional. O primeiro encontro teve lugar no sábado, na capital do país, onde defendeu que a vitória da Frelimo é a vitória do povo.
O rejuvenescimento político de Guebuza não se limita apenas a eventos públicos. Guebuza, que não se envolvia em actos de campanha eleitoral desde 2014 (ano da eleição de Filipe Nyusi, seu sucessor, a Presidente da República), gravou um vídeo, no qual, para além de apoiar e pedir voto para Daniel Chapo, fala das qualidades e projectos do candidato da Frelimo, sobretudo da visão deste sobre o distrito.
“Alegra-nos saber que, no seu manifesto eleitoral, o distrito é definido como o polo pendular do nosso desenvolvimento, que salvaguarda o princípio de desenvolvimento local como um ponto de referência para uma distribuição mais justa da riqueza nacional e democratização da nossa economia”, defende Guebuza, para quem a candidatura de Chapo representa “a esperança dos moçambicanos neste momento que clamam por melhores condições de vida e paz”.
Lembre-se que Armando Guebuza foi o terceiro Presidente da República (2005-2015), depois de Samora Machel (1975-1986) e Joaquim Chissano (1986-2005), e o quarto Presidente da Frelimo (2005-2015), depois de Eduardo Mondlane (1962-1969), Samora Machel (1970-1986) e Joaquim Chissano (1986-2005).
Guebuza não se envolvia em actividades políticas públicas desde que teve desinteligências com o actual Chefe de Estado e Presidente da Frelimo, Filipe Jacinto Nyusi, devido ao escândalo das “dívidas ocultas”, que levou Armando Ndambi Guebuza, primogénito do antigo Chefe de Estado, à cadeia, em Fevereiro de 2019. (Carta)
O músico moçambicano Stewart Sukuma criticou a “partidarização das artes e cultura”, acusando os artistas de apoiarem um “sistema injusto e opressor que governa há quase 50 anos”.
“Quanto a mim, o maior paradoxo reside no silêncio dos mesmos artistas na hora da intervenção social. Aqueles que são os primeiros a recuarem quando todos devemos dizer não à injustiça, ao sofrimento e à angústia dos mais desfavorecidos”, lamentou o músico moçambicano, numa publicação na sua rede social Facebook.
Stewart Sukuma defendeu que a "partidarização das artes e cultura" é “um retrocesso à democracia” e representa um “inequívoco sequestro das liberdades fundamentais” do ser humano, criticando igualmente a participação da classe em atos de campanha eleitoral para partidos e formações políticas.
“Os mesmos que se apartam das reivindicações dos moçambicanos, hoje aparecem em todos lugares a convencerem esse mesmo povo (desfavorecido) para que apoie e diga sim ao sistema injusto e opressor que nos governa há 50 anos. Sim, 50 anos!”, lamentou o músico.
Sukuma afirmou que o país caminha para o “abismo”, destacando como um dos principais motivos a “frustração generalizada” em todas as áreas. “Quase que não temos fôlego. Aliás, os artistas não são e nunca foram prioridade para este sistema. Mas em nome de atuações nos casamentos, galas, amizades e outros favores inconfessos, lá vamos nós cantar e dançar nos comícios e a disseminar mensagens ressoadas nas redes sociais”, referiu o artista.
“Quando a sociedade civil deixa de ser um bloco de pressão para quem governa agir de forma íntegra, a esperança se esgota e oficializamos o individualismo selvagem. Será que fomos todos comprados?”, questionou.
Numa outra publicação na mesma rede social, o artista escreveu que nenhum dos políticos da atualidade lhe "inspira confiança" e que os candidatos à Presidência da República devem mostrar que se "preocupam com o país".
“Quando digo isto [partidarização das artes] nem estou a falar do partido no Governo. Estou a falar de todos os partidos dentro da sua área de ação. Eu desafio quem pense diferente a provar-me o contrário. Nem todos os artistas apoiam campanhas políticas por iniciativa própria. Uns têm medo e outros são coagidos a fazê-lo”, referiu, indicando que “o país está muito doente”.
Luís Pereira, uma referência da música moçambicana, é conhecido no mundo artístico como Stewart Sukuma, nome que significa "Levantar" em Zulu e 'Empurrar' em Suaíli. Sukuma nasceu em 1963, em Cuamba, província do Niassa, em Moçambique.
Além da Orquestra Marrabenta Star, fez parte de vários projetos e bandas, entre elas, a Alambique, como percussionista/voz, Mbila, como vocalista, e Formação 82, como percussionista/voz, tendo conquistados vários prémios nacionais e internacionais.
Em 1998, Sukuma mudou-se para Boston, onde ingressou na prestigiada Berklee College of Music. Autor de álbuns como ʽAfrikiti, ʽNkuvuʼ, ʽBoleia Africanaʼ e ʽO meu lado Bʼ, combina a música tradicional com a contemporânea, criando música enérgica e dançante com sons Afro/Pop/Jazz.
As eleições presidenciais moçambicanas vão decorrer em 09 de outubro em simultâneo com as legislativas, dos governadores provinciais e dos membros das assembleias provinciais. (Lusa)