Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
Redacção

Redacção

FilipeNyusi140824.jpg

Enquanto Filipe Jacinto Nyusi vangloria-se por alegadamente ter deixado cinco legados nestes 10 anos de sua governação, o professor universitário Elísio Macamo defende que o Chefe de Estado nunca esteve à altura daquele cargo, culpando, entretanto, o partido Frelimo pelo facto de nunca ter criado mecanismos para, por um lado, sanar as lacunas do seu líder e, por outro, controlar a sua governação.

 

Falando na manhã desta terça-feira, em debate virtual organizado pelo MISA-Moçambique sobre o tipo de liderança de que Moçambique precisa, no contexto das VII Eleições Gerais que se realizam a 9 de Outubro próximo, Macamo defendeu que, nestes dois mandatos, Filipe Jacinto Nyusi não respeitou o cargo de Presidente da República.

 

Na análise do sociólogo, a primeira forma de respeito pelo cargo de Presidente da República está na gestão dos recursos disponíveis ao Chefe de Estado. A segunda forma de respeito está na comunicação política com a sociedade. “O Presidente Nyusi foi hostil ao diálogo. Em 10 anos, só deu uma entrevista ao [Jornal] Canal de Moçambique. Isto não é saudável para um Estado de Direito Democrático, o Presidente tem de ser interpelado sempre”, sublinhou.

 

A terceira forma de falta de respeito com o cargo de Presidente da República, demonstrada por Filipe Nyusi, foi quando o Chefe de Estado aceitou a entrada de tropas estrangeiras na província de Cabo Delgado, para o combate ao terrorismo, sem ter discutido o assunto com a sociedade.

 

Elísio Macamo defende que um Presidente da República deve perceber que não exerce o cargo por si, mas pelas pessoas que o elegeram. Aliás, o professor universitário lembra que Filipe Nyusi declarou, a 15 de Janeiro de 2015, que “o meu compromisso é servir o povo moçambicano como meu único e exclusivo patrão”, uma afirmação que a considera acertada, mas que não foi honrada nestes 10 anos.

 

Entretanto, Macamo entende que Filipe Nyusi não é culpado por não ter estado à altura do cargo de Presidente da República. Na sua análise, faltou uma estrutura que pudesse escrutinar a sua governação e, neste quesito, aponta o dedo ao partido Frelimo por não ter criado condições para que o seu líder respeitasse o cargo que exercia.

 

Para o Professor de Sociologia e Estudos Africanos, na Universidade de Basileia (Suíça), a Frelimo não conseguiu fazer o seu trabalho, sobretudo a Comissão Política do partido no poder, que tem a função de aconselhar o Presidente do Partido, na sua missão de Presidente da República. A fonte defende ainda que as qualidades de um Presidente da República não se baseiam na pessoa, mas nos mecanismos de controlo que a sociedade cria para fiscalizar a sua governação.

 

Olhando para o futuro político de Moçambique, Elísio Macamo diz ainda haver uma certa pobreza na discussão dos problemas do país por parte dos quatro candidatos à Presidência da República. Entende que, neste momento, não há um candidato com um projecto político de Moçambique, com destaque para os objectivos pretendidos; medidas a serem tomadas; e meios a serem usados para o alcance dos resultados desejados.

 

Refira-se que, no seu discurso de despedida à Assembleia da República, na passada quarta-feira, o Presidente da República disse que deixa o país com um sentimento de missão cumprida. Deixa ainda um total de cinco legados, nomeadamente, a paz e reconciliação nacional; as conquistas diplomáticas; a prevenção e gestão de risco de desastres; os avanços na área de infra-estruturas e serviços; e o trabalho realizado na exploração dos hidrocarbonetos.

 

Filipe Nyusi defendeu também que o esforço por si empreendido nestes 10 anos foi no sentido de “melhorar a vida de cada moçambicano” e que a sua governação foi minada pelos desastres naturais, ataques militares na zona centro, ataques terroristas na província de Cabo Delgado, a pandemia da COVID-19 e os conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza. (Abílio Maolela)

FotoFinalacess (2).jpg

O Access Bank Mozambique foi novamente distinguido pela International Finance Awards na categoria de “Iniciativa de Responsabilidade Social Corporativa mais Inovadora 2024”. Este reconhecimento destaca o papel do Banco na promoção de iniciativas de responsabilidade social, pela abordagem inovadora e impactante.

 

A International Finance, uma revista de negócios e finanças de renome global, reconheceu o Access Bank pelas suas estratégias inovadoras que têm vindo a transformar o panorama financeiro e social do país.

 

Marco Abalroado, Administrador-Delegado do Access Bank, expressou orgulho pelo prémio recebido, considerando que “este prémio é um testemunho do compromisso robusto que o Banco tem com iniciativas de responsabilidade social”. “Continuaremos a trabalhar com paixão e excelência para promover o desenvolvimento sustentável através de programas de apoio à comunidade local, investimento na educação, saúde, sustentabilidade ambiental e outras áreas que beneficiem as pessoas", afirmou o mesmo responsável.

 

O prémio reflecte o empenho do Access Bank em implementar programas de responsabilidade social que abordam necessidades cruciais das comunidades moçambicanas e reconhece ainda o esforço do Banco em desenvolver programas que impactam positivamente a sociedade.

 

A revista International Finance, ao seleccionar os vencedores, realiza uma análise criteriosa das nomeações, avaliando a originalidade, impacto e eficácia dos programas apresentados.

 

O Access Bank tem sido reconhecido pela sua visão arrojada e por ter uma cultura que promove o bem-estar social. "Estes reconhecimentos internacionais não são apenas um reflexo do nosso trabalho, mas também um incentivo para continuarmos a explorar novas formas de servir e apoiar as nossas comunidades", acrescentou Marco Abalroado.

 

Com uma atenção especial aos mercados emergentes e à Europa, a International Finance publica conteúdos relevantes que abordam os principais desenvolvimentos económicos e empresariais. Os International Finance Awards são um tributo à excelência, que reconhece talentos e capacidades excepcionais nas indústrias globais.

 

O prémio recebido pelo Access Bank Mozambique não apenas celebra as conquistas do Banco, mas também destaca o seu papel crucial no desenvolvimento sustentável.

 

Além desta distinção, o Access Bank Mozambique foi distinguido este ano por outra entidade, com outras quatro importantes honras, consolidando a sua posição de liderança no sector bancário moçambicano e reafirmando a sua reputação de excelência e inovação, numa jornada cujo impacto social continua a inspirar e a definir novos padrões no sector bancário.(Carta)

PaolaPrandini.jpg

A escritora brasileira Paola Prandini lança o seu sexto livro no Instituto Guimarães Rosa e, como parte da celebração, haverá um show autoral especial do cantor moçambicano Miguel Xabindza. Com base em sua pesquisa de doutoramento, a Dra. Paola Prandini apresenta, neste livro, estratégias eficazes e decoloniais que buscam demonstrar como a práxis educomunicativa colabora (através da mediação cinematográfica) para promover a equidade étnico-racial nas escolas públicas de Sãao Paulo, Joanesburgo e Maputo.

 

(15 de Agosto, às 17h30min no Instituto Guimarães Rosa)

Tribunal mantém 38 moçambicanos detidos por tráfico humano na África do Sul.jpg

Um tribunal na província sul-africana de Mpumalanga, que faz fronteira com Moçambique, manteve detidos sob custódia policial 38 moçambicanos ilegais, incluindo 16 mulheres com 10 crianças, por alegado tráfico humano, anunciou ontem a polícia sul-africana.

 

“Foram detidos na sexta-feira, 08 de agosto de 2024, por volta das 20:00, em Kaapmuiden”, disse em comunicado a porta-voz da unidade de investigação criminal (HAWKS, na sigla em inglês) da Polícia Sul-Africana (SAPS), Sekgotodi Dineo. “Dois miniautocarros transportavam as pessoas indocumentadas de Moçambique para Joanesburgo, na República da África do Sul”, precisou.

 

A porta-voz da polícia referiu que “dois condutores de miniautocarros, o condutor de uma carrinha de caixa aberta, e mais 38 passageiros moçambicanos indocumentados, com idade entre 17 e 40 anos” compareceram ontem no Tribunal de Magistrados da cidade de Barbeton, a cerca de 113 quilómetros da fronteira de Koomatipoort com o vizinho Moçambique.

 

“Durante a operação [policial], identificou-se um total de 16 mulheres que viajavam com 10 crianças pequenas, quatro raparigas adolescentes, e 15 homens, sem a devida documentação”, afirmou Sekgotodi Dineo.

 

“Os suspeitos foram detidos e acusados de rapto, auxílio, cumplicidade e violação da Lei da Imigração, respetivamente”, salientou. O tribunal decidiu adiar para os próximos dias 13 e 20 deste mês a apreciação do caso, indicou a porta-voz da polícia sul-africana. (Lusa)

Hidrocarbonetos130824.jpg

O Instituto Nacional de Petróleo (INP) de Moçambique, regulador do setor, disse ontem que cinco dos seis contratos do sexto concurso para a pesquisa e produção de hidrocarbonetos no país já foram assinados com as concessionárias petrolíferas.

 

“O sexto concurso está completamente fechado, cinco contratos já foram assinados e aprovados pelo Governo e o sexto está no processo de assinatura para depois ser levado à aprovação”, disse aos jornalistas o presidente do INP, Nazário Bangalane, que falava após uma visita às obras da fábrica que vai fornecer gás natural à Central Térmica de Temane (CTT), a primeira a gás em Moçambique, na província de Inhambane, sul do país.

 

O presidente do INP avançou que os acordos já assinados entre as autoridades moçambicanas e as empresas petrolíferas carecem ainda de um visto do Tribunal Administrativo, para que as operações de pesquisa arranquem ainda este ano. “Acreditamos que ainda este ano os trabalhos vão começar”, declarou o presidente do regulador moçambicano do setor de hidrocarbonetos.

 

O sexto concurso para a pesquisa e produção de hidrocarbonetos em Moçambique foi lançado pelo Governo em finais de 2021, galvanizado por anteriores descobertas de gás natural no país, principalmente na bacia do Rovuma, que detém reservas que estão entre as maiores do mundo.

 

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado. Dois desses projetos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.

 

Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura. O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).

 

Um terceiro projeto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, diretamente no mar, que arrancou em novembro de 2022. (Lusa)

PRMGURUE130824.jpg

A Polícia da República de Moçambique (PRM) feriu gravemente um membro e simpatizante do partido Renamo que participava de uma marcha alusiva à apresentação do cabeça-de-lista a Governador da Zambézia, Manuel de Araújo, no distrito de Gúruè.

 

O incidente ocorreu neste domingo (11), quando agentes da PRM tentavam impedir a marcha do aspirante a Governador e seus apoiantes numa das avenidas da terceira cidade da Zambézia.

 

Na ocasião, os agentes da PRM, liderados pelo Comandante Distrital da PRM, em Gúruè, dispararam balas reais e lançaram gás lacrimogêneo contra os membros e simpatizantes do partido Renamo em marcha, no habitual uso desproporcional da força contra civis, protagonizada pela Polícia.

 

Outros dois manifestantes foram assistidos num dos hospitais do Gurué devido aos problemas causados pelo gás lacrimogêneo lançado indiscriminadamente por agentes da PRM.

 

Manuel de Araújo, cabeça-de-lista da RENAMO na Zambézia e autarca de Quelimane, condenou a actuação da PRM no Gúruè e prometeu apresentar queixa junto ao tribunal local para responsabilização do Comandante Distrital da corporação. (Carta)

 

EleicoesTribunais.jpg

A retirada de poderes aos Tribunais Judiciais dos Distritos de mandar recontar votos continua a indignar a sociedade moçambicana. Depois das críticas vindas dos juízes, na última sexta-feira, ontem foi a vez do Consórcio Eleitoral Mais Integridade, uma plataforma de observação eleitoral, apontar a decisão como um retrocesso para justiça eleitoral, tal como no processo democrático.

 

Em posicionamento público, manifestado esta segunda-feira, o “Mais Integridade” defende que a medida tomada pelas bancadas parlamentares da Frelimo e da Renamo, na última quinta-feira, enfraquece a capacidade dos Tribunais dos Distritos de assegurar transparência e equidade nas eleições e compromete os avanços democráticos conquistados.

 

Em causa, lembre-se, está o facto de a Assembleia da República ter retirado o poder dos Tribunais Distritais de ordenar a recontagem dos votos, conferindo esta competência exclusivamente aos órgãos eleitorais e ao Conselho Constitucional.

 

A medida foi tomada durante o reexame das Leis de Revisão das Leis n.º 2/2019 e n.º 3/2019, ambas de 31 de Maio, devolvidas pelo Presidente da República, em Maio, após entender que os Tribunais Distritais não tinham competência constitucional para tomar a referida decisão. As duas leis haviam sido aprovadas por consenso, em Abril. O MDM opôs-se à chamada banalização dos Tribunais.

 

Para o Consórcio Eleitoral Mais Integridade, constituído por sete organizações da sociedade civil, a Assembleia da República perdeu uma oportunidade de reforçar a integridade e a eficácia do sistema eleitoral. A plataforma entende que a delegação exclusiva de competências aos órgãos eleitorais e ao Conselho Constitucional para ordenar a recontagem dos votos “não deixou boas memórias”, em 2023, durante a realização das Eleições Autárquicas.

 

A nível dos órgãos eleitorais, o “Mais Integridade” afirma ter-se registado “desvio de urnas na autarquia de Marromeu; recusa em assinar actas e editais de apuramento parcial nas mesas das assembleias de votos; e o registo clandestino de eleitores por parte dos directores distritais do STAE”.

 

Já a nível do Conselho Constitucional, diz o Consórcio, houve “recontagem e distribuição de votos em benefício de alguns concorrentes e em prejuízo de outros; e a manifestação pública de competências, num aparente ‘colete-de-forças’ sobre quem tem o poder de anular, mandar recontar votos e mandar repetir eleições na mesa da assembleia de voto”.

 

“Preocupa, ainda, ao Consórcio Mais Integridade, o facto de que a exclusividade do exercício dos poderes retro mencionados não estar expressa na Constituição da República, tratando-se de uma presunção do próprio Conselho Constitucional (…), pois, conforme o CC entende, se pode validar e proclamar os resultados eleitorais, presume-se que também pode mandar recontar, mandar repetir e mandar anular se as irregularidades tiveram lugar nas mesas de voto, conforme ficou expresso nos seus Acórdãos referentes às eleições autárquicas de 2023”, atira.

 

Para os observadores, à luz da Constituição da República, o Conselho Constitucional deve actuar em última instância, “sugerindo que deveria haver uma instância inferior para tratar inicialmente dos casos eleitorais”. Aliás, diz o grupo, este foi o pensamento defendido pelo Consórcio, quando foi convidado pela Assembleia da República a contribuir para a revisão da legislação eleitoral.

 

“Na altura, propusemos um modelo de duas instâncias, com Tribunais de Distrito actuando como primeira instância e Tribunais de recurso como segunda instância, antes de qualquer caso chegar ao Conselho Constitucional, reservado apenas para questões de relevância constitucional”, disse.

 

Por essa razão, a plataforma prevê uma grande “farra” nas Mesas das Assembleias de Voto, “visto que a comissão distrital passa a exercer funções delegadas pela CNE, como de mandar recontar votos na mesa da assembleia de votos”, para além de que “os Presidentes das Mesas de Voto têm o poder reforçado de mandar chamar a Polícia, quando lhes aprouver em conluio com outros membros da mesa”.

 

Refira-se que, em conferência de imprensa concedida na sexta-feira, a Associação Moçambicana de Juízes defendeu haver “politização dos processos judiciais” e que os juízes distritais irão aplicar a Lei e a Constituição da República, pois, é função destes apreciar factos, interpretá-los e aplicar a lei. (Carta)

AcidenteN1Gestante.jpg

Um acidente de viação envolvendo quatro carros ao longo da Estrada Nacional Número Quatro (EN4) causou a morte a uma mulher grávida. O acidente aconteceu esta segunda-feira (12), por volta das 10h00, em frente ao terminal de chapas de Tchumene, no município da Matola, província de Maputo. Ainda no mesmo dia, um jovem com cerca de 30 anos perdeu a vida após atropelamento em Marracuene.

 

Testemunhas contaram à “Carta” que o acidente aconteceu quando uma viatura ligeira de marca Toyota Vitz, despistou-se e embateu contra dois camiões que seguiam no sentido contrário (Moamba-Matola). Entretanto, o tio das vítimas conta que o acidente aconteceu após um camião, que ia na mesma direcção, ter empurrado a viatura ligeira até se despistar.

 

Após o embate, a viatura ligeira em que seguia a mulher grávida, conduzida pelo seu marido, ficou totalmente danificada. Várias peças do carro ficaram espalhadas na estrada, com destaque para o motor. Como consequência, o casal ficou ferido. A mulher gestante saiu gravemente ferida, tendo, horas depois, perdido a vida no Hospital Provincial de Maputo, onde o marido continua internado.

 

Milagre Cumbane disse que estava no local quando tudo aconteceu. Contou que o camião de minério que saía do porto e a viatura ligeira iam em alta velocidade. A dado momento, o motorista do Vitz despistou-se, galgou o separador central e foi embater noutros dois camiões cujos ocupantes não ficaram feridos, causando alguns danos nas viaturas.

 

“A viatura ligeira ia à alta velocidade, tentou fazer ultrapassagem ao camião, mas de repente subiu o separador central da estrada e foi embater contra dois camiões. Um deles, tentando evitar o embate, despistou-se, tendo também subido o separador, atravessou a faixa contrária de rodagem e foi parar com o entulho de areia. A mulher e o marido foram levados de imediato para o hospital”, explicou Cumbane.

 

Entretanto, segundo o tio das vítimas, Fernando Jorge, que se encontrava a rebocar a viatura danificada, o sobrinho contou-lhe que o carro em que seguiam foi empurrado pelo camião, tendo depois perdido direcção e embatido contra outros dois camiões.

 

“Não tenho informação exacta, mas ele disse que o camião é que os empurrou e, como consequência, saiu duma faixa para outra faixa, tendo de seguida embatido contra os outros veículos. Mas já foram levados ao Hospital Provincial de Maputo”, disse Jorge. Até à saída da “Carta” do local, a polícia de trânsito não tinha feito nenhuma declaração, alegadamente porque ainda estava a recolher dados.

 

Ainda na província de Maputo e no mesmo dia, um jovem de 27 anos de idade foi atropelado na Estrada Circular de Maputo, próximo à portagem de Zintava. O jovem ia ao serviço de bicicleta e, enquanto atravessava a estrada, foi atropelado por uma viatura que ia à alta velocidade. Em seguida, foi levado ao Hospital Central de Maputo, onde perdeu a vida, deixando viúva e um filho de seis meses. (Evaristo Chilingue)

PascoalRonda130824.jpg

Estava emocionado Maulana Nazir, quando defendeu haver elementos do Governo envolvidos na milionária indústria dos raptos, que flagela o tecido social e empresarial nacional desde 2011. Este é o entendimento que o Ministro do Interior tem, quando interpreta as palavras proferidas, sexta-feira, por Maulana Nazir, numa reunião, em Maputo, entre a Comunidade Islâmica e as autoridades, no âmbito de um movimento para travar os raptos.

 

No referido encontro, em que esteve presente o Comandante da PRM (Polícia da República de Moçambique), a nível da Cidade de Maputo, Maulana Nazir, que teve um familiar nas mãos dos raptores, defendeu haver “elementos do Governo envolvidos com o sindicato de raptos”, sendo que alguns são de “alta patente”. No entanto, sem avançar nomes.

 

Para o Ministro do Interior, Pascoal Ronda, as palavras de Maulana Nazir derivam de emoção. “Toda a nossa reacção, todo o nosso pronunciamento, é bom que seja carregado de elementos que sustentam a reacção. Há momentos em que as pessoas falam carregadas de emoção porque querem uma resposta rápida e não olham para os factores à volta”, defende.

 

Um dos elementos que leva Pascoal Ronda a concluir que Maulana Nazir estava emocionado é o facto de este concluir que as armas AK-47 (de origem soviética), usadas pelos raptores nas suas incursões, são da Polícia, em referência ao facto de o Estado ser o detentor exclusivo (legalmente) deste tipo de arma de fogo, em Moçambique.

 

“Quando ele diz que a AKM, usada pelos raptores, é da Polícia, a pergunta que se faz é: quantos países fabricam a AK-47, que é uma arma de assalto? E, em quantos países se vende esta arma? Na África do Sul se vende, então, essa é uma falácia. Primeiro, não se fez um trabalho de perícia para confirmar que esta arma pertence ao registo da Polícia”, afirmou o Governante, em entrevista a jornalistas.

 

Por isso, Ronda conclui que “ele falou porque estava emocionado, porque está preocupado e quando as pessoas estão preocupadas, por vezes falam um pouco mais alto, por vezes falam um pouco menos”. Defende que “é preciso elementos para sustentar a nossa argumentação”.

 

“Quem é o envolvido? É fulano, então, vamos ao Tribunal. Havendo, não perdoamos. Somos implacáveis contra isso. Se existir alguém envolvido, vai responder porque esta é a única pátria que temos. Não vale a pena usarmos a farda que temos e a arma que temos para prejudicarmos este país. Não ganhamos nada com isso”, acrescenta a fonte, sublinhando haver pessoas que não dormem atrás dos raptores.

 

“Nós não dormimos dia e noite atrás do combate aos raptos e há alguém que brinque com coisas sérias. Isso não”, atirou o General da Polícia na Reserva e terceiro Ministro do Interior no segundo e último Governo de Filipe Nyusi, depois de Amade Miquidade (2020-2021) e Arsénia Massingue (2021-2023).

 

Refira-se que, no mesmo encontro, Maulana Nazir, que diz ter mantido contactos com agentes do FBI (serviço de inteligência e segurança dos Estados Unidos da América), acusou o Serviço de Informação e Segurança de Estado (SISE) de dar primazia a agendas políticas, ignorando a segurança das pessoas e do Estado. (A. Maolela)

NavioH120824.jpg

Um navio hospitalar da Marinha Chinesa, com cerca de 300 pessoas a bordo, entre tripulação e médicos de diversas especialidades, poderá atender cerca de 700 pessoas por dia. A embarcação chegou ao país no passado dia 08 de Agosto.

 

O navio hospitalar tem como principal objectivo oferecer assistência médica e medicamentosa aos militares e à população em geral. Para a consulta, as pessoas devem portar o Bilhete de Identidade. Designada “Arca da paz”, a embarcação está equipada com salas de operação, gabinetes médicos, enfermarias, incluindo um helicóptero-ambulância.

 

A marinha chinesa encontra-se em rota na sua "Missão Harmonia 2024", com visita marcada a 12 países africanos, entre os quais, Moçambique. Esta será a 10ª Missão Harmonia da Arca da Paz, desde a sua entrada em serviço em 2008. À semelhança de outros anos, irá, durante a sua estadia, oferecer atendimento médico e diagnóstico a militares e à população local.

 

Informações partilhadas pelo departamento de saúde das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) indicam que os interessados devem fazer a marcação e ter acesso a uma ficha de inscrição que deverá ser apresentada à entrada no Porto.

 

Após formalizar a sua inscrição, será indicada a data da consulta e mais informações sobre como aceder ao navio hospitalar. Refira-se que o Navio hospitalar presta serviços de triagem em saúde desde o dia 09 de Agosto, devendo prolongar-se até ao dia 16 de agosto. (M.A.)

Pág. 51 de 1448