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Política

Não foram os americanos. A derradeira cartada para impedir que Manuel Chang seja extraditado para Moçambique foi jogada nesta terça-feira por um conjunto de organizações da sociedade civil, entre as quais o CIP, reunidas na coligação Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO). Ontem era o dia D para que a justiça americana recorresse da decisão de Michael Masutha (ex-Ministro da Justiça e Serviços Correcionais Sul-Africano) de extraditar Manuel Chang para Moçambique. A justiça de Washington decidiu não recorrer, optando por fazer “diplomacia de alto nível”.

 

Aconselhado por peritos internacionais em matéria de extradição, o FMO submeteu ontem um requerimento junto do High Court of South Africa (Gauteng Division), onde pede para ser ouvido no próximo dia 16 de Julho nos procedimentos de justiça à volta do caso Chang. A 21 de Maio passado, o ex-Ministro Michael Masutha decidiu que Chang fosse extraditado para Moçambique. A 2 de Julho, os advogados da firma BDK Attorneys que defende Chang, representados por Rudi Krause, submeteram um requerimento exigindo que, em face da decisão de Michael Masutha, Chang fosse imediatamente enviado para Moçambique.

 

O cabeça-de-lista da Renamo para as eleições das Assembleias Provinciais, a nível da província da Zambézia, Manuel de Araújo, está alegadamente a ser forçado a abandonar a sua pretensão de concorrer ao cargo de governador daquela província por indivíduos, até aqui, desconhecidos.

 

As ameaças contra Araújo, segundo apurou “Carta”, já vêm acontecendo, desde Maio do ano passado, muito antes das Eleições Autárquicas, nas quais foi vencedor, no Município de Quelimane.

 

Ontem, 9 de Julho, Beatriz Buchili terminou os seus cinco anos de mandato à frente do Ministério Público em Moçambique. A partir de hoje abriu-se uma vacatura no cargo, que deverá ser brevemente preenchida quando o Presidente Filipe Nyusi indicar um novo Procurador-Geral da República (PGR), não sendo de excluir a recondução de Buchili. A Procuradora em fim de mandato vai continuar a dirigir interinamente os trabalhos da PGR até que Nyusi tome sua decisão, não se sabe quando. Beatriz Buchili foi indicada pelo antigo Presidente Armando Guebuza.

 

Sua actuação na liderança do Ministério Público tem sido alvo de uma avaliação mista, havendo críticos que lhe apontam demasiada subserviência ao poder político. Nos últimos meses, a PGR conseguiu, no entanto, dar passos decisivos na investigação de um dos mais sonantes casos de corrupção, o das “dívidas ocultas”, levando à detenção de gente considerada intocável, incluindo um dos filhos de Guebuza, Ndambi Guebuza.

 

Quando faltam 57 dias para a visita do Sumo Pontífice a Moçambique, um escândalo sexual abala a Igreja Católica. Um padre afecto à Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, na Paróquia Beata Clementina Anuarite, no distrito de Boane, província de Maputo, é acusado de ter engravidado uma jovem de 16 anos de idade.

 

Trata-se de um caso que “gelou” os fiéis e a direcção daquela Congregação e que já se encontra a ser julgado no Tribunal Eclesiástico, assim como no Tribunal Judicial daquele distrito, com o processo a ostentar o nº 03/18-P, depois de ter passado da 4ª Secção do Tribunal Judicial da Província de Maputo.

 

O partido no poder, a Frelimo, dedicou-se, fim-de-semana último, ao processo de selecção interna das figuras que vão dar cara por esta formação política na Assembleia da República (AR) e nas Assembleias Provinciais (AP), isto, para as Eleições Gerais marcadas para 15 de Outubro.

 

Tendo em conta os resultados deste fim-de-semana, é um dado adquirido, por exemplo, que Alberto Vaquina (Gaza), António Hama Tai (Cidade de Maputo), Danilo Teixeira (Cidade de Maputo), Edmundo Galiza Matos Jr. (Província de Maputo), actualmente deputados, não vão renovar os seus mandatos.

 

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, anunciou hoje a nomeação de Mirko Manzoni (Suíça) como seu Enviado Pessoal para Moçambique. Nesta função, o Sr. Manzoni prestará apoio aos escritórios de Guterres, facilitando o diálogo entre o Governo de Moçambique e a RENAMO, e assinatura e subsequente implementação de um acordo de paz entre as partes. Recorde-se que as duas partes (lideradas pelo Presidente Filipe Nyusi e pelo líder da Renamo, Ossufo Momade) comprometeram-se em assinar um acordo de paz definitivo no próximo mês de Agosto.