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Economia e Negócios

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A agência de notação financeira Fitch Ratings decidiu sexta-feira manter o 'rating' de Moçambique em CCC+, três níveis acima do Incumprimento, mas ainda abaixo da recomendação de investimento, considerando que permanecem "riscos substanciais", como a elevada dívida pública.

 

O 'rating' de Moçambique volta a manter-se desta forma inalterado, tal como na avaliação de 09 de fevereiro, e "reflete elevados níveis de dívida pública, fraca gestão das finanças públicas, baixo PIB per capita, finanças externas fracas, fracos indicadores de governação e uma situação de segurança desafiadora", escrevem os analistas da Fitch Ratings, na nota consultada pela Lusa.

 

Reconhecem, por outro lado, tal como em avaliações anteriores, “perspetivas robustas de crescimento a médio prazo”, que são “apoiadas pelo desenvolvimento do setor do gás natural liquefeito (GNL), ou pelo acordo de Facilidade de Crédito Alargado de 456 milhões de dólares (417 milhões de euros) com a duração de três anos, assinado com o Fundo Monetário Internacional em 2022 e em vigor.

 

A Fitch não atribui uma perspetiva de evolução da economia, conhecida como 'outlook', a países que têm um rating de CCC', o terceiro acima do Incumprimento Financeiro, ou 'default'. Na análise, a Fitch revê em baixa a previsão do crescimento económico de Moçambique para 4,0% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano (4,5% na avaliação anterior) e 4,2% em 2025 (4,5% anteriormente), que comparam com uma expansão de 5,9% no ano passado.

 

A desaceleração do crescimento face a 2023 reflete “sobretudo uma menor contribuição da plataforma flutuante de GNL da Eni (Coral Sul)”, que já se aproximou no ano passado da capacidade máxima de produção. (Lusa)

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O Nedbank Moçambique manteve noos sólidos, não obstante o difícil contexto macroeconómico. Nos primeiros seis meses do ano, colectou 430 milhões de Meticais, um aumento de 7% em relação ao período homólogo do ano anterior, em que colectou 402 milhões de Meticais. No primeiro semestre, o Nedbank destaca ainda o crescimento na carteira de depósitos em 7,04%, a melhoria da rentabilidade dos capitais próprios (ROE) para 15,92% e um rácio de eficiência (CTI, cost to income) de 54,98%.

 

Durante os primeiros seis meses, o Banco foi líder de mercado em relação ao nível de satisfação do cliente (net promotor score). Registou igualmente um rácio de liquidez de 43,69%, demonstrando uma melhoria contínua e mantendo-se acima do limite regulamentar do Banco Central (25% rácio mínimo). A estrutura do capital do Banco continuou sólida, com um rácio de solvabilidade de 26,11% (regulamentar de 12%). Naquele período, o banco comprometeu-se com a digitalização, tendo tido um crescimento impressionante no número de clientes digitalmente activos, alcançando a marca de 63% da base de clientes activos.

 

O Nedbank destacou-se com a implementação de iniciativas de saúde e bem-estar com o objectivo de promover uma vida mais saudável, melhorar a qualidade de vida e aumentar a produtividade e satisfação no ambiente de trabalho e na sociedade em geral. Como consequência foi reconhecido internacionalmente com quatro prémios, que consideram como sendo um Banco Inovador e o melhor Banco Digital em Moçambique. Além disso, pelo terceiro ano consecutivo, conseguiu o reconhecimento pelo Banco de Moçambique pela qualidade da informação, o que reafirma a reputação do Nedbank Moçambique como um líder confiável e respeitado no sector bancário.

 

Do seu desempenho, a instituição aponta igualmente um forte dinamismo do Business Lounge by Nedbank, com várias acções concretizadas, reforçando-se como um espaço de referência para os clientes, de promoção de networking e de iniciativas que potenciam a cultura moçambicana.

 

O Nedbank Moçambique é parte do Grupo Nedbank de origem sul-africana. No primeiro semestre de 2024, o Grupo apresentou um desempenho financeiro relativamente forte registando um aumento de 8% nos resultados líquidos em relação ao ano anterior, atingindo a marca de 7,9 mil milhões de Rands, e uma melhoria da rentabilidade dos capitais próprios (ROE), para 15,0% (contra 14,2% do ano anterior).

 

Estes resultados sustentam-se no bom crescimento da margem complementar (non-interest revenue), uma menor taxa de imparidades e uma estratégia de gestão de custos rigorosa, parcialmente compensada por um crescimento moderado da margem financeira (net interest income).

 

O Director Executivo do Nedbank, Jason Quinn, afirma que o contexto operacional no primeiro semestre de 2024 manteve-se desafiador, uma vez que a actividade económica foi baixa. Além da incerteza geopolítica, o Executivo apontou que a inflação persistente, as elevadas taxas de juros e a incerteza antes das eleições nacionais na África do Sul impactaram negativamente a actividade doméstica.

 

“Continuamos cautelosamente optimistas em relação aos benefícios potenciais associados ao Governo de Unidade Nacional da África do Sul e antecipamos melhores condições macro-económicas no segundo semestre de 2024 e a médio e longo prazo. Embora as condições comerciais tenham melhorado de forma significativa, uma vez que alguns dos condicionalismos estruturais mais prementes da economia foram atenuados em resultado da estabilização do fornecimento de electricidade, os progressos na resolução de alguns dos outros condicionalismos em matéria de infra-estruturas continuaram a ser limitados”, afirmou Quinn.

 

Segundo o Director Executivo, “o desempenho financeiro relativamente sólido no primeiro semestre de 2024, incluindo os progressos alcançados na execução da estratégia e a melhoria das perspectivas económicas dão-nos confiança para atingir objectivos a médio prazo e aumentar os capitais próprios para 17% até 2025 e para mais de 18% a longo prazo”.

 

Após um desempenho sólido e fortes posições de capital e liquidez, o Grupo declarou um dividendo intercalar de 971 cêntimos por acção, um aumento de 11,5% (Junho de 2023: 871 cêntimos por acção) com um rácio de payout de 57%. (Carta)

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Por Tony Carnie

 

O recém-nomeado Ministro das Florestas, Pescas e Ambiente, Dion George, decidiu a favor da controversa proposta de navios turcos de geração de electricidade para o porto de Richards Bay. Numa decisão escrita assinada a 17 de Julho, o recém-nomeado Ministro das Florestas, Pescas e Ambiente, membro sénior do partido da Aliança Democrática, Dion George, rejeitou um recurso de dois grupos de justiça ambiental contra a decisão do seu departamento de conceder autorização ambiente a Karpowership para atracar dois navios de força no porto de Richards Bay para fornecer “energia de emergência” à rede Eskom.

 

Na sua decisão de 187 páginas, George rejeitou todos os 15 fundamentos de recurso do Centro para os Direitos Ambientais, agindo em nome da groundWork e da South Durban Community Environmental Alliance (SDCEA).

 

George parece ter sido legalmente obrigado a tomar uma decisão sobre o recurso, mesmo que a sua decisão se torne académica devido a outros obstáculos de aprovação enfrentados pelo Karpowership.

 

Significativamente, no entanto, o partido político de George já manifestou fortes críticas ao que descreveu como o governo do ANC “curva-se para garantir que o acordo de Karpowership é levado a cabo a todo o custo”.

 

Agora, a decisão de George levantou questões sobre se a empresa turca realmente deitou a toalha ao chão para sempre - ou ainda espera salvar os seus planos de fornecer navios de “emergência” em três portos locais (Richards Bay, Saldanha e Coega).

 
Desde que o polémico plano surgiu em 2020, o grupo turco tem enfrentado uma série de batalhas jurídicas, ambientais, regulamentares e processuais para obter autorização para a proposta multibilionária. (Daily Maverick)

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A Electricidade de Moçambique (EDM) esclarece que a Central Flutuante de produção de energia eléctrica da Karpowership, uma empresa turca que opera no mercado de produção e venda de electricidade usando embarcações, que atracou na manhã de ontem no Porto de Maputo, veio para ficar e produzir energia, a ser exportada para aquele país vizinho. 

 

O objectivo da atracagem da barcaça no Porto de Maputo é mostrar a natureza da infra-estrutura e fornecer mais informações sobre a sua gestão e operação, refere a empresa eléctrica pública moçambicana em comunicado de imprensa.

 

Também em comunicado de imprensa, a Karmol, empresa proprietária Central Flutuante informou ontem que a Karpowership iria proceder, hoje, “à apresentação pública da Central Termoeléctrica Flutuante de produção de energia eléctrica de Maputo, o primeiro projecto de LNG-to-Power da região, com uma capacidade instalada de 415MW”. 

 

E acrescentou que o evento contaria com a presença do Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Eng.® Carlos Zacarias, bem como do PCA da Electricidade de Moçambique, E.P. (EDM), Eng.° Joaquim Henrique Ou-chim, entre outros convidados. 

 

A EDM nega que o negócio do Karpowership tenha sido rejeitao na África do Sul por ser poluente. E explica que a referida Central segue viagem através da costa africana pelo Oceano Índico, tendo partido da Indonésia e com destino final às Ilhas Canárias (território Espanhol), devendo percorrer a travessia do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da vizinha África do Sul, seguindo depois pela costa do Oceano Atlântico.

 

De acordo com a fonte, o objectivo da atracagem desta barcaça no Porto de Maputo é mostrar a natureza da infra-estrutura e fornecer mais informações sobre a sua gestão e operação. Assim, foram programadas visitas de diferentes partes interessadas e convidados, entre ontem e hoje, devendo o navio seguir viagem a partir da sexta-feira, 09 de Agosto de 2024.

 

“A EDM distancia-se das informações veiculadas nas redes sociais que revelam que o mesmo navio provém da vizinha África do Sul, onde a sua presença terá sido rejeitada por ser poluente por operar com recurso ao combustível de óleos pesados, sendo, por isso, nocivo ao meio ambiente. Não constitui igualmente verdade a informação de que a Central Flutuante se destina a produzir electricidade em Maputo".(Carta)

 

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O país falhou em Junho passado entrar para a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), operacional desde 2019 em vários países do continente. O anúncio da entrada para a ZCLCA foi feito em Maputo, pelo Ministro da Indústria e Comércio (MIC), Silvino Moreno, durante a XIX Conferência Anual do Sector Privado (CASP), ocorrida em meados de Maio passado.

 

“No próximo mês, o país vai entrar efectivamente para a Zona de Comércio Livre Continental Africana. O nosso apelo é que o sector privado se aproprie desta oportunidade”, afirmou Moreno. Entretanto, tal não se efectivou, apesar de o Governo estar a trabalhar para fazer parte da Zona.

 

Esta terça-feira (06), durante a 24ª sessão do Conselho de Ministros, o Executivo reuniu-se exclusivamente para aprovar instrumentos para a integração do país na Zona. Trata-se da Resolução que aprova a Oferta Tarifária de Moçambique para a Implementação do Acordo que cria a ZCLCA, bem como a Resolução que aprova a Estratégia Nacional de Implementação do Acordo que cria a Zona.

 

“A aprovação da Oferta Tarifária e da Estratégia Nacional de Implementação da ZCLCA permitirão que Moçambique possa: Aceder ao Fundo de Ajustamento da ZCLCA, que visa assistir os Estados Partes na implementação do Acordo da ZCLCA, com o objectivo de se limitar possíveis impactos negativos que poderão resultar na implementação do Acordo; Usar o Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidação (PAPSS - Pan-African Payment and Settlement System) que vai ser disponibilizado conjuntamente pelo Afreximbank (African Export-Import Bank) e o Secretariado da ZCLCA, para ser usado pelas empresas africanas nas transacções comerciais intra-africanas”, lê-se no comunicado do Secretariado do Conselho de Ministros.

 

De acordo com a nota, as referidas resoluções permitirão igualmente o país fazer parte da Iniciativa de Comércio Intra-africano Guiado para Mercadorias, que visa criar verdadeiras oportunidades em África através dos operadores económicos dos países que já submeteram as suas ofertas tarifárias e que já realizam transacções comerciais nas seguintes cadeias de valor de produtos: azulejos cerâmicos, pilhas, hortícolas, abacates, flores, fármacos, óleo de palma, chá, borracha e componentes de aparelhos de ar condicionado.

 

O Fundo Monetário Internacional adverte que, para se tirar pleno partido do potencial da ZCLCA e assegurar um crescimento inclusivo, os decisores políticos têm de estar preparados para proporcionar redes de segurança adequadas e oportunidades de reconversão profissional para os trabalhadores em sectores que possam ser negativamente afectados. Ademais, a instituição financeira mundial apela ainda que a ZCLCA deve ser rapidamente implementada e complementada por um ambiente macro-económico propício e por uma série de reformas estruturais para realizar todo o seu potencial.

 

O acordo de livre comércio em África foi assinado em Kigali (Ruanda) em 21 de Março de 2018, por vários países, incluindo Moçambique, mas este ainda não ratificou o instrumento, essencialmente por razões burocráticas. A iniciativa cria um mercado único de 1.3 mil milhões de pessoas com um Produto Interno Bruto de 3,4 mil milhões de USD, e abrange a grande maioria dos países africanos. (Evaristo Chilingue)

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A Comissão Nacional de Eleições (CNE), órgão do Estado responsável pela supervisão do recenseamento e dos actos eleitorais em Moçambique, continua sem os fundos para transferir para as 37 formações políticas que deverão participar nas 7ª eleições presidenciais, legislativas e 4ª provinciais, marcadas para 09 de Outubro próximo.

 

Com os fundos, os partidos políticos poderão adquirir, entre outros, materiais a usar durante a campanha eleitoral, cujo lançamento está previsto para 24 do mês em curso. A CNE deve canalizar os fundos aos partidos políticos 21 dias antes do arranque da campanha eleitoral.

 

A CNE prevê disponibilizar mais de 240 milhões de meticais (cerca de 3,76 milhões de dólares) para as formações políticas, incluindo aos quatro candidatos a Presidente da República.

 

Sem avançar o montante, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, que falava ontem (06) em Maputo, à margem do sorteio das posições no boletim de voto e para os tempos de antena dos partidos políticos concorrentes, disse que se regista um défice do orçamento previsto para o processo eleitoral, mas assegurou que a CNE está a trabalhar para resolver o problema.

 

“Aquilo que nos compete é o que estamos a fazer. Estamos a trabalhar e acreditamos que o Ministério da Economia e Finanças também está a trabalhar para encontrar o dinheiro de forma que possa custear todo o processo eleitoral”, disse Cuinica, acrescentando que, mesmo com esse défice, o processo prossegue.

 

Segundo Cuinica, há previsão de aumento do dinheiro a ser canalizado aos partidos, numa decisão que é fundamentada pelo custo de vida que se regista no mercado nacional e internacional, onde são adquiridos bens e serviços para suportar a logística dos partidos durante os 45 dias de campanha eleitoral. (AIM)

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