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O maior partido da oposição, no xadrez político nacional, a Renamo, pronuncia-se esta manhã sobre a expulsão do deputado António Muchanga de um programa televisivo, acto tido lugar domingo último. A garantia foi dada à “Carta de Moçambique”, ao princípio da noite ontem, pelo deputado e porta-voz do partido, José Manteigas.

 

Entretanto, referir que poucos minutos após o nosso jornal ter chegado à fala com José Manteigas, o partido fez circular uma nota de imprensa dando conta de que Ossufo Momade, Presidente da Renamo, fará, na manhã de hoje, uma comunicação à Nação. A nota, no entanto, não é explícita, como sempre, sobre o objecto da comunicação.

 

O deputado António Muchanga, eleito pelo círculo eleitoral da província de Maputo, foi expulso na noite do passado domingo do programa “Pontos de Vista”, veiculado pelo canal privado STV, devido ao seu avançado estado de embriaguez.

 

O deputado da Renamo foi convidado pelo apresentador e moderador do retromencionado programa, Jeremias Langa, a retirar-se do programa, por este último ter constatado que o mesmo não se encontrava em condições de continuar o debate com a lucidez e discernimento.

 

António Muchanga, conhecido pelo seu verbo afiado, foi retirado poucos minutos após o início do programa. Apenas teve espaço para apresentar o seu facto da semana, que esteve relacionado à mudança da alcunha da selecção nacional de futebol, os “Mambas”. Na sua enrolada alocução (caracterizada pela deficiente articulação das palavras) sugeriu que os moçambicanos devem votar na “alcunha rinoceronte” por ser um animal com maior valor em Moçambique e por também ser mote para a condenação a penas pesadas de vários cidadãos no país.

 

Do programa “Pontos de Vista” tomam parte os representantes dos três partidos com assento parlamentar, nomeadamente a Frelimo, a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique. Esta segunda-feira, “Carta” tentou sem sucesso ouvir António Muchanga. Os telemóveis do deputado da Renamo encontram-se fora de serviço.

 

Momentos antes de ser expulso do programa

 

Não era, na verdade, António Muchanga quem devia ter estado na edição do programa “Pontos de Vista” do passado domingo, soube “Carta Moçambique” de fonte próxima. Tudo começou com a indisponibilidade manifestada pelo representante residente da Renamo no programa, o deputado Eduardo Namburete, tendo o partido, por contingência, enviado o também deputado António Muchanga. António Muchanga já, em outras ocasiões, substituiu Eduardo Namburete no aludido programa.

 

Fonte da “Carta” contou que António Muchanga foi chamado à última da hora para o programa. E, pelo facto, narrou a fonte, chegou a escassos minutos do início do programa. Ou seja, chegou atrasado, numa altura em que seus “colegas do painel”, nomeadamente Feliz Sílvia (Frelimo) e Silvério Ronguane (MDM), já se encontravam no interior do Estúdio.

 

Tal como confidenciou ao nosso jornal, o espectáculo de que foi protagonista o deputado da Renamo começou ainda na caracterização. Foi naquele sector (caracterização) que a maquilhadora apercebeu-se do estado ébrio do deputado da Renamo. Narrou a nossa fonte que a maquilhadora ainda tentou alertar o realizador do programa do estado ébrio de António Muchanga, mas foi em vão. O realizador, pressionado pelo aproximar da hora do arranque do programa, ignorou os alertas e comunicou lo apresentador do programa da chegada de António Muchanga que, seguidamente, entrou para o estúdio e ocupou o seu assento, bem próximo de Jeremias Langa.

 

O programa iniciou e António Muchanga, com claros sinais de embriaguez, foi corrido cinco minutos depois. Na sua primeira intervenção (apresentação do facto da semana), sequer conseguiu construir um argumento, sobressaindo a debilidade na articulação das palavras. Vendo a incapacidade manifesta do deputado da Renamo, isto depois de questioná-lo se estava mesmo em condições de tomar parte do programa, Jeremias Langa chamou o intervalo e, de seguida, mandou-o para casa. (Carta)

segunda-feira, 22 junho 2020 05:55

BCI promove educação financeira em Morrumbene

Por ocasião do dia do Metical, que se assinalou no dia 16 de Junho, o BCI promoveu uma acção de educação financeira no distrito de Morrumbene, província de Inhambane, através de uma palestra proferida por Francisco Miguel Bernardo, colaborador afecto à Agência do BCI, naquele ponto do País.

 

Numa iniciativa do governo do distrito de Morrumbene, através do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia, a palestra foi difundida, em directo, na Rádio Millennium, cujo raio de radiodifusão alcança, para além de Morrumbene, os distritos de Massinga, Maxixe, parte da cidade de Inhambane e localidades circunvizinhas.

 

Centrando a sua intervenção no valor do Metical, na importância do dinheiro e nos desafios da prevenção da Covid-19, Francisco Bernardo incidiu ainda sobre o papel do sistema financeiro, as formas alternativas de poupança, o desafio de poupar em tempos de crise e sobre as formas de disciplinar as finanças pessoais e familiares.

 

Após uma breve resenha histórica sobre a moeda nacional e contextualizado o momento actual que o país e o mundo atravessam, o palestrante particularizou, ao longo da sua intervenção, as medidas que o BCI tem vindo a levar a cabo perante este cenário de pandemia. Afirmou que, como em todo o país, em Morrumbene o Banco introduziu medidas preventivas, visando proteger clientes, colaboradores e demais utentes, no âmbito da luta contra a propagação da Covid-19, entre as quais a demarcação do pavimento, com vista a assegurar o distanciamento necessário; a limitação do número de pessoas no interior da agência; o uso obrigatório de máscaras; a disponibilização de meios de higienização e o respeito das etiquetas recomendadas pelas autoridades de saúde.

 

Salientou ainda o reforço que o Banco efectuou da sua capacidade para permitir uma utilização mais intensiva dos canais alternativos, potenciando a vasta rede de ATM, de POS e plataformas alternativas, como os Canais daki via Internet (eBanking) e APP BCI, o Whatsapp daki e o Celular daki, que para além do pagamento com cartão ou através de meios digitais, possibilitam a realização de operações bancárias de forma cómoda e segura, em alternativa à deslocação a uma unidade de negócio.

 

Refira-se que em Morrumbene, distrito situado na parte central da província de Inhambane, o BCI dispõe de uma unidade de negócio, dois ATM e 23 POS. Na província de Inhambane, o BCI tem 13 unidades de negócio, 31 ATM e 806 POS, e a nível nacional, o Banco conta com um total de 210 unidades de negócio, 586 ATM e 15.785 POS.(Carta)

O Tribunal Judicial da Província de Gaza condenou hoje seis polícias a penas de prisão entre três e 24 anos de cadeia pelo seu envolvimento no homicídio, em outubro último, do observador eleitoral Anastácio Matavel.

 

O acórdão proferido pela juíza Ana Liquidão condenou Tudelo Guirrugo, Edson Silica e Alfredo Macuácua a 24 anos de prisão cada um, Euclídio Mapulasse a 23 anos, e Januário Rungo e Justino Muchanga a três anos cada.

 

O sétimo arguido e único civil no caso, Ricardo Manganhe, foi absolvido. (Lusa)

As Organizações da Sociedade Civil, integradas no Movimento de Educação Para Todos (MEPT), defenderam, esta quarta-feira, inoportunidade do possível regresso das aulas em Julho próximo. O grupo aconselha o Executivo moçambicano a não dar luz verde para o regresso às aulas, precisamente por não estarem ainda criadas as condições que garantam segurança para os alunos, bem como para os professores.

 

Amina Issa, que falou em representação do conjunto de organizações, apontou o crescimento galopante de indivíduos diagnosticados com a doença e ainda as condições precárias das instituições de ensino, aliado à desinfecção eficaz das mesmas, como sendo elementos bastantes para o abandono da ideia de um possível regresso das aulas já no próximo mês.

 

“Julgamos não ser oportuna a reabertura das escolas. Aconselhamos o governo a não enveredar pelo retorno às aulas. Moçambique ainda nem sequer atingiu o pico da doença”, disse Amina Issa, para quem ainda é prematuro falar sobre a anulação do presente ano lectivo.

 

As aulas, a todos os níveis de ensino, estão suspensas desde 23 de Março passado, após decisão do Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, no âmbito da prevenção da pandemia da Covid-19. Ainda no mês de Março, o Chefe de Estado decidiu pela decretação do Estado de Emergência que começou a produzir os devidos efeitos em Abril, tendo, seguidamente, prorrogado por duas vezes, concretamente pelos meses de Maio e Junho.

 

A suspensão das aulas em todo o território nacional, avançaram as Organizações da Sociedade Civil, afectou um total de 8,5 milhões de alunos e estudantes. Do universo, 101.000 são do nível pré-primário, 6,9 milhões do ensino básico, 1,25 milhões do ensino secundário, 85 mil do ensino técnico e profissional e 213,930 do ensino superior. Neste grupo, fazem parte ainda 370. 000 educandos de alfabetização e educação de adultos.

 

Dados tornados públicos, esta quarta-feira, pelas autoridades sanitárias apontam que o país conta com um total de 651 cidadãos diagnosticados com Covid-19, sendo 477 activos, 169 recuperados e um total de quatro óbitos.

 

A modalidade de ensino e aprendizagem introduzida na sequência da declaração do Estado de Emergência foi outro tópico que mereceu especial atenção das Organizações da Sociedade Civil. Estas sentenciaram que, para além de não estar a ser abrangente, não está a produzir os efeitos pretendidos, isto porque os alunos não estão a ter acesso às fichas de aprendizagem e, ao nível do ensino superior, os estudantes não têm conseguido aceder às plataformas de ensino.

 

Farida Gulamo, Presidente da Associação dos Deficientes de Moçambique (ADEMO), integrantes do MEPT, anotou que as fichas e as aulas via televisão não abrangem os alunos com deficiência visual e auditiva.

 

“O uso das fichas de ensino não é inclusivo para as crianças com deficiência, por exemplo, alunos/as com deficiência visual não têm acesso a fichas em braile. A estratégia de ensino via televisão não abrange as crianças com deficiência visual e auditiva”, disse Farida Gulamo.

 

Sobre as propinas, que alimentaram acesas discussões, o MEPT disse que o Governo, a par de mediar, deve aprovar um quadro legal que define claramente a relação contratual entre as instituições de ensino e pais e encarregados de educação. (Carta)

Metade dos pais moçambicanos deixariam os filhos regressar à escola caso diminuíssem os casos de covid-19 ou mediante condições de prevenção da propagação da pandemia, segundo um estudo preliminar divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Saúde de Moçambique.

 

Cerca de 50% dos pais mandariam as crianças para a escola mediante a “diminuição de casos ou fim da pandemia, existência de medidas de higiene e segurança ou preparação psicológica das crianças”, disse Khátia Munguambe, docente na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior instituição de ensino superior do país.

 

Khátia Munguambe falava hoje em Maputo no primeiro dia da conferência científica sobre a covid-19 em Moçambique.

 

A docente acrescentou que os pais iriam preferir também que as escolas pudessem fazer o rastreio das crianças nos escolas.

 

Mas há desafios básicos nas escolas: não têm água, quanto mais sabão para lavagem das mãos.

 

O outro desafio é a dificuldade de garantir que as crianças cumpram medidas como o uso da máscara e o distanciamento nas salas de aulas.

 

O estudo indica ainda que há desconfiança dos pais sobre a capacidade das escolas de garantir tais condições.

 

A realização do estudo envolveu dez mil entrevistados em 222 bairros de pelo menos nove províncias moçambicanas.

 

Moçambique tem um cumulativo de 638 casos positivos de covid-19 e quatro óbitos.

 

O país vive em estado de emergência desde 01 de abril, prorrogado por duas vezes até 29 de junho.

 

Estão em vigor várias restrições: todas as escolas estão encerradas, espaços de diversão e lazer também estão fechados, estão proibidos todo o tipo de eventos e de aglomerações, recomendando-se à população que fique em casa, se não tiver motivos essenciais para tratar.

 

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 438 mil mortos e infetou mais de oito milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

 

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.(Lusa)

Moçambique registou a entrada de mais dois pacientes nos Cuidados Intensivos, aumentando para três o número total de pessoas internadas naquelas unidades devido à infecção pelo novo coronavírus. A informação foi confirmada esta quinta-feira pela Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, em mais uma conferência de imprensa de actualização de dados sobre a pandemia.

 

De acordo com a responsável, trata-se de um paciente que já se encontrava internado na província de Nampula e que o seu estado clínico piorou, tendo havido necessidade de ser encaminhado aos Cuidados Intensivos. Outro paciente encontra-se na Cidade de Maputo, porém, sem dar detalhes.

 

Entretanto, a fonte anunciou que as autoridades da saúde deram alta médica a um dos pacientes que se encontrava internado na província de Nampula (vai continuar o tratamento na sua residência), pelo que, para além dos três que se encontram a receber cuidados intensivos, há também quatro pacientes que se encontram internados, mas apresentando sintomas leves.

 

Na conferência de imprensa desta quinta-feira, Marlene anunciou o diagnóstico de mais 11 casos positivos da Covid-19, subindo para 662, o número total de casos positivos. Os casos, explicou a Directora Nacional de Saúde Pública, resultam da vigilância activa e do rastreio dos contactos. Destes, seis estão na cidade de Maputo e outros nas províncias de Cabo Delgado (um), Nampula (um), Tete (um), Inhambane (um) e na província de Maputo, concretamente no distrito de Magude. Sete são do sexo masculino e quatro são do sexo feminino, sendo que entre os infectados há um cidadão de mais de 60 anos de idade. Todos estão em isolamento domiciliar.

 

No entanto, as autoridades da saúde anunciaram a existência de mais seis recuperados, registados na província de Cabo Delgado (três) e Cidade de Maputo (três), o que eleva para 175, o número total de recuperados. Os recuperados são moçambicanos, sendo três do sexo masculino e três são do sexo feminino. Com três óbitos já registados e outro por outras doenças, mas que já tinha recuperado da doença, o país conta com 482 casos activos. (Marta Afonso)