(P)Ora, (p)ora, a PRM apreendeu cerca de 1400 sacos de "Mbangui" proveniente do Malawi, tendo a África do Sul como destino [Aqui sempre é assim, a droga nunca nos pertence, mas ela cá está, e de forma abundante]. É muita alegria, dizia, muita suruma! E o debate tem sido em torno da legalização, ou não, devemos legalizar ou continuar a desperdiçar uma erva que movimenta biliões, mundialmente, anualmente? E parece que a erva será incinerada, para ser esquecida, como os dois fugitivos que transportavam os pulmões do Bob Marley e The Wailers, rumo a terra do Ramaphosa. Deviam convocar a população para presenciar esse “Mbang-mento”, para ver e sentir o fumo de modo a saber se será ,de facto, "Mbangui", ou se não estarão a queimar folhas de mandioqueira. Çinçeramente
MISAU, parabéns por colocarem ordem na casa. Finalmente ninguém poderá proibir a um jovem de se fazer ao hospital, de calções, chinelos e interior... Aquilo era um tremendo absurdo!
- Sr. Doutor, perdi uma perna, por favor, estou a perder sangue!
- Primeiro vá para casa pôr calças, depois volte para vermos esse problema".
- E se eu morrer pelo caminho?
- Pelo menos estará bem vestido!
Çinçeramente.
"Moçambique entre os cinco países com maior índice de novas infecções em HIV/SIDA". Covid-19 veio com tudo e acabamos nos esquecendo que um exterminador já cá estava. Nem com aquele encerramento de pensões, onde se pensava, até a cabeça doer de tanto pensar, quando as coisas apertaram, houve redução. Estar nesse Top 5 é mau, tão mau quanto o nosso sistema de transporte. O teu rodízio de “My Love” é seguro? Isso dá de pensar … Çinçeramente
Mozão esteve a inaugurar a Estação de Tratamento de Água de Sabié, cuja construção anda na casa dos 220 milhões de USD (incluindo rede de distribuição). Foi categórico, o Mozão, com uma linguagem Sustenta, terra-terra, hídrica, dizia, típica: " Não vai faltar água no Grande Maputo, Durante 1 ano". E ponto final! Ninguém poderá vir dizer que não tem feito cuidados higiénicos e afins por falta de água. Agora, Mozão, é conseguir que esta gente não desperdice... Educação ambiental é assunto sério, mas ainda estamos a debater rasteiras e, antes, foram as "Max Saias"... Çinçeramente
Campeonato Africano de Futebol de Praia! Parabéns aos nossos bravos rapazes, pese embora tenham "morrido" na praia!? Segundo lugar, bem, vamos ao mundial que vai decorrer na Rússia, em Agosto, aposto, com olhos sonhadores, A.K.A 1400 Sacos!? Pelo sim, pelo não, uma coisa é certa, sabemos jogar descalços, na areia, pelo que devemos despejar carradas de areia no Estádio Nacional do Zimpeto, no Estádio da Machava, no Conselho Municipal da Cidade de Maputo, no Ministério dos Transportes e Comunicações, nos Correios de Moçambique, criar um Instituto Nacional Para a Proteção da Areia da Praia, para ficarmos Sidaticos, “I mean” galácticos!? Tanta coisa turva, e afinal, o problema, são as chuteiras? Çinçeramente.
Até para semana. Sem Camisa? Já é Inverno, e a vida é fria, cuide - se!
Palávras-Chave: Mbangui, Legalizar, Mbangui, Legalizar, Mbangui, Legalizar, Carradas, Areia, praia.
Çinçeramente
Em Moçambique, existe uma outra violência e tão ou menos cruel que a da insurgência terrorista: a violência das expectativas criadas pelas promessas de desenvolvimento. Hoje à Norte (com a TOTAL), ontem ao Centro (com a VALE) e antes à Sul (com a MOZAL e a SASOL). Isto para falar do que vem de fora. E cá dentro: o Plano Prospectivo Indicativo (PPI), o Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARPA) e o programa SUSTENTA, a mais recente menina dos olhos do governo, para citar alguns exemplos. Destes, dos gerais aos específicos, uns até sucumbiram à nascença. Consta que na altura da apresentação do PPI, o programa que venceria o subsdesenvolvimento em 10 anos (1980-1990), o então Presidente Samora Machel, sem que se tivesse apercebido que o microfone estava ligado, dasabafara para o colega de lado, na mesa do presidium, algo como “Isto não vai dar em nada”. E assim continua.
Certamente, ao vivo e a cores, o leitor esteja a perceber o ponto e eu não me importaria a ficar por aqui Porém, antes que termine, segue uma estória que me arrepia, sempre que a recordo. Foi nos tempos do PARPA, a primeira década do século em curso, e convidara um amigo a participar em sessões de divulgação e capaciação sobre o PARPA que eram organizadas, passe a semelhança, por uma Organização Não Governamental (ONG) da praça. Era o papo do momento e ele, prontamente, concordara, tendo participado de forma pontual, assídua e activa em todas as sessões, que decorriam das 12 às 14 ou das 18 às 20 horas. Embebecido pelos propósitos e conteúdos do PARPA e das sessões e ainda pelo ambiente optmista criado por este saudoso documento, o meu amigo deixara de provindenciar – nos períodos das sessões – a sua habitual e caliente companhia que a sua então namorada tanto adorava. Esta, obviamente insatisfeita, e não sei por que cargas de àgua, dizia para ele abrir o olho, pois estava a ser enganado e a servir a agenda de outros. "A da ONG, a do governo e a dos parceiros" segundo as suas próprias palavras.
Na altura, 2006/7, eu não levara a sério estas sábias e proféticas palavras. Contrariamente, o meu amigo levara e tratara de demovê-las e, pelos vistos, com sucesso, pois a namorada passara a participar, entusíasticamente, nas sessões. Um convicente “Juro amor que desta vez o país saírá da pobreza” fora tão amoroso e profundo quanto os afectivos e eficazes beijos de Domingo à tarde, na beliche do "Tangará" - o lar de estudantes do campus da UEM.
Há dias, e a propósito de mais uma fracassada expectativa de desenvolvimento, com a saída daTOTAL (ainda que não clara e sem que os famosos biliões caíssem nos cofres do Estado ou nos bolsos dos que já se entricheiravam nas galerias do Orçamento do Estado), o meu amigo ligou-me do exterior - agora vive fora de tão zangado com as infelizes promessas de desenvolvimento - e confessou o quanto se sentia cruelmente violentado e, recordando da então namorada, ainda confessou que se sentia tão amargurado por a ter contariado.
“Ela estava certa!". Assim, e bem arrependido, o meu querido amigo dera por terminada a chamada e eu, subscrevendo-o, por terminado o texto, mas antes uma dúvida: existirá alguma possibilidade jurídica para uma providência cautelar contra as recorrentes e inglórias promessas de desenvolvimento? Se não, é também uma outra (e cruel) violência!
Na Pérola do Índico, um grande golpe financeiro foi executado. As contas bancárias dos envolvidos estavam a transbordar. O aroma das verdinhas americanas criava novos mafiliges da praça. A mola era tanta. Alguns já nem conseguiam gerir a mesma. Compravam tudo que aparecia na sua frente, até espaços sagrados e mágicos da capital moçambicana – cidade de Maputo. A farra era tanta para alguns, no meio de tanta fome e sofrimento da maioria.
De repente a bomba rebentou. As pessoas tinham que ser detidas. Independentemente se participaram ou não do crime, desde que tenha visto a cor ou os centímos dos dólares tinham que residir no xilindró. Neste grupo de detidos estavam dois jovens cambistas que eram simples colaboradores de uma das casas de câmbio usadas pela rede e que pelas somas movimentadas pelos mafiliges, apenas o proprietário da casa de câmbio é que podia realizar as transacções.
Na saga das detenções ou com a correria em mostrar serviço e a busca pelas grandes manchetes em jornais da praça, o sistema de justiça e a mídia alistaram e divulgaram os nomes dos cambistas em questão que na altura da grande farra, o único "pecado" foi serem funcionários da casa de câmbio – coitados! Sem piedade, os visados foram atirados para as masmorras. Mofaram na prisão, por um crime, onde nem chegaram a degustar as verdinhas e o aroma dos dólares e meticais que os outros saborearam e abusaram deles.
No princípio, os cambistas eram simples testemunhas, mas na sede da Procuradoria-Geral, acabaram por serem envolvidos e arrolados como arguidos, levados para os calabouços. Sem dó e nem piedade, os seus nomes e caras foram parar em grandes artigos dos jornais, televisões, websites e rádios. Os tipos já estavam queimados.
A corda como sempre, acabou arrebentando para o lado mais fraco. O patrão ou proprietário da casa de câmbio que movimentava as elevadas somas e interagia com os mafiliges, este nem foi chamado para depor ou mesmo para explicar os contornos das transacções. A sua vida corre a mil maravilhas, enquanto isso, os seus colaboradores vivem em constante insônia contando tirsos, jogando cartas pelas madrugada nas celas, na varanda de casa e rezando dia e noite rigorosamente, em busca do santificado perdão!
A vida dos homens já não é a mesma! O destino quis que estivessem no lugar errado o tempo todo e hoje estão atirados à desgraça por um jogo que não jogaram. Os homens vivem ansiosos e substituíram o velho hábito de contar maços de dinheiro para a contagem de horas e dias, aguardando que alguém sensato, os liberte do sofrimento penitenciário, espiritual e social imerecido. Coisas da vida na Pérola do Índico!!!
Este ano completam-se os 102 anos desde o começo da Primeira Guerra Mundial, a única na qual Moçambique participou, directamente, por intermédio da intervenção portuguesa. O livro A Guerra que Portugal quis esquecer, de Manuel de Carvalho, jornalista português, recorda essa desastrosa campanha. Dos cerca de 20.000 soldados portugueses enviados para Moçambique e Angola, com o intuito de precaverem-se dos ataques alemães, aliados aos mais de 50.000 soldados moçambicanos, trazidos dos designados Prazos da Coroa, Niassa, Zambézia e Moçambique, mais de 2/3 pereceram. Portugueses e moçambicanos sucumbiram na frente de combate, sem sequer terem disparado alguma bala. As fatalidades ocorreram devido ao despreparo, ausência de logística, fome, malária, sede e disenteria, e até à própria incúria.
Tudo isto aconteceu na Baía de Tungue, no triângulo de Quionga, actual vila de Palma, que herdou o nome de um Administrador colonial, em Negomano, Namoto e Mocímboa da Praia. Portanto, Cabo Delgado, hoje, a braços com uma nova guerra, tem sido palco de outras tantas desgraças. Esta província, de incontestável mixagem cultural, vive predestinada a sofrer os efeitos da barbárie, chacina e infindáveis traumas humanos. Por estes distritos, se mistura, ao longo de décadas, o sangue de europeus, africanos e asiáticos, numa espécie de cemitério a céu aberto. A saga do desligamento dos espíritos que vagueiam errantes por todos os cantos, procurando uma oportunidade para um dia poderem repousar, tornou-se cíclica, dolorosa e ortodoxamente preocupante.
Se a entrada de Portugal para a primeira Guerra Mundial significou uma oportunidade para os grupos étnicos mais organizados de Moçambique, em busca de mais direitos humanos e sociais, o custo social e familiar foi abismal e inqualificável. A descida dos alemães às margens do Rio Licungo permitiu várias revoltas. A mais significava foi a de Barué. Ao reivindicarem seus direitos e liberdades, contra o domínio português, estes povos sofreram um extermínio.
A história é repleta de exemplos de guerras, negação da soberania, da harmonia societária e paz, aliadas à fragmentação política, a exclusão das identidades e a expurgação do mal, em oposição aos direitos fundamentais dos povos. Hannah Arendt, no seu livro A Condição Humana, aborda o conceito “solução final” de Adolf Eichmann. Esta teoria serviu de substrato para o extermínio de milhões de judeus, ciganos e homossexuais, nos célebres campos de concentração nazis. Era a Europa a negar a liberdade que defendia para dentro dela mesma, atirando violência para fora.
Ela explorou essa brutalidade do mal, associada ao facto de, ao longo da história, as guerras que sempre tiveram a anexação de territórios como substrato, usarem as pessoas mais mesquinhas e ambiciosas para cometerem atrocidades. Humanos que se convertem em selvagens, displicentes e sanguinários. Personificados em sádicos monstros e desrespeitando a vida e sentimentos humanos. Para a guerra no Noroeste de Cabo Delgado, nem as vinganças, ganância, fortalecimento de seu próprio poder, ou visões messiânicas do mundo, podem explicar esta forma atroz, maligna e sevícia de matar seus concidadãos.
Relendo estas obras para contextualizar o descaso de Cabo Delgado, num período de neoliberalismo, mais do que as causas, procuramos entender o sentido da morte violenta e a pós-morte. A morte continua uma temática antropológica por excelência. Quando pensamos no teatro operacional Norte, não ficamos indiferentes à selvageria truculenta pela qual a população tem sucumbido. Nem conseguiremos entender como foi que se criaram os espaços para desenfreada e atroz crueldade, ruindade e falta de esperança e fé que se apossaram desta região.
Quando um ser vivo morre, não morre completamente, porque a sua forma, seu espírito, permanece vivo nos outros seres da sua espécie. Eles se tornam errantes, procurando um espaço definitivo para repousarem. Como dizia Darwin, o evolucionista, a morte de um ser vivo é uma continuidade interrompida e não representa o fim. Acontece, porém, que, com o ser humano, essa complexidade é ainda maior do que com os outros animais.
Vários escritores e teólogos versam sobre a necessidade de os espíritos poderem repousar quando se desligam dos corpos físicos. Por isso, os rituais consagrados a dar eterno descanso às almas e aos espíritos se revestem de muito simbolismo e santidade. De Mia Couto, no seu livro de ficção Terra Sonâmbula, a Paulina Chiziane, Calane da Silva e tantos outros, concordamos, sem excepção, no poder da comunicação entre vivos e mortos e na influência que os espíritos exercem sobre o bem-estar social e moral dos vivos.
Sem veleidades, os africanos são fervorosos e afectivos à paz dos seus espíritos. Em todas as gerações e épocas históricas, às famílias comunicam e recebem bênçãos dos espíritos dos antepassados. A eles são consagradas as homenagens que desencarnavam e transcenderam os espíritos dos organismos físicos. Esta transcendência, não importa o tempo que ocorre, tem um potencial de influência no estado psicológico e de tranquilidade, da esperança e da fé. Por isso, os rituais ancestrais representam uma irradiação mental e um conjunto de vibrações positivas significativas para quem continua na sua peregrinação na terra.
Moçambique e Cabo Delgado, de alguma forma, têm sido espaço para estes conflitos violentos, irracionais, inaceitáveis e de inimaginável perversidade. Os estudos que agora se multiplicam, apontam múltiplas razões. Ainda assim, há uma razão que continua a ser-nos negada historicamente. Naquele espaço do território, continuam vagueando demasiados espíritos, que carecem de tranquilidade e enterro condigno e encarecem a nossa reconciliação como nação. Eles procuram, como cada um de nós, dignidade, respeito e paz. Querem desligar-se do corpo físico, propiciando tranquilidade espiritual a comunidade, trazendo de volta a fé, a razão e a tolerância à diversidade. Em fim, a reconciliação connosco mesmos.
O impacto desta incapacidade de propiciar eterno repouso às vítimas cristaliza um sentimento de banalidade para com a vida e morte, e um desrespeito aos rituais essenciais. Estas adversidades fazem com que os espíritos procurem suas sepulturas, um pouco por todo este país. Esta é a nossa epidemia da descrença e do desligamento físico dos nossos espíritos. Precisaremos de fazer de tudo para salvar as vidas. Ter a capacidade para prover humanismo e conforto que merecem os que partem deste mundo. A espiritualidade e a fé, não podem ser negligenciadas. Essa fé começa por um desligamento dos espíritos dos seus entes queridos.
Nas várias guerras que o mundo testemunhou, se criaram as praças ao soldado desconhecido. Nós precisaremos de fazer a praça do cidadão desconhecido, do pescador desconhecido, do camponês desconhecido. Onde o religamento colectivo com o transcendente seja possível. São desconhecidos e nem se quer culpados por ter vivido no triângulo da riqueza e da morte. (X)
Tenho um vizinho que entra todos os dias na minha casa e pede um copo de água gelada. Nunca me pediu comida, jamais mostrou qualquer interesse nesse sentido, mesmo que me encontre à mesa, na varanda, onde gosto de estar sozinho, em silêncio, olhando para a natureza e a degustar de alguma iguaria. É um homem resoluto que tem sempre a bíblia debaixo do braço onde quer que esteja, com certeza o livro Divino será o talismã desta figura a quem todos chamam Barrabás.
É um celibatário como eu, porém não há nada de profundo que nos liga para além da proximidade geográfica e do ritual do copo de água, somos muito diferentes e ele deve ter percebido que não tenho capacidade de levitar na órbita em que ele gravita, por isso não me dá cavaco. Já conversamos em poucos momentos, mas esses encontros eram afinal um ensaio que acabou não dando em em nada, Barrabás desistiu da minha companhia.
Barrabás fala em parábolas, busca incessantemente os sentidos escondidos do Génesis ao Apocalipse, passando pelos Provérbios onde a Sabedoria de Deus eleva-se e depois espalha-se sem perder fulgor, por todos os rios abudantes da bíblia. E toda esta avalanche parece, aos olhos da sociedade, ser o motivo da louura deste indivíduo com verbo afinado e infinito vocabulário. Diz-se em todo o lado que Barrabás é um demente, eu nunca acreditei nessa afirmação sem qualquer base científica.
Chamam Barrabás ao meu vizinho, eu também o chamo assim, pois em momentos de aparente raiva, ele cerra os punhos e grita, libertem Barrabás! Grita assim também quando entra na minha casa, e eu adoro ouvir esse refrão que me dá um terramoto por dentro, libertem Barrabás!
Posso estar no quarto a descansar, mas quando oiço o grito de guerra do personagem que mora aqui ao lado, salto logo da cama porque Barrabás quer um copo de água geleda para matar a sede. Nunca o recusei e jamais quis imaginar o que aconteceria se um dia eu dissesse a ele que estou cansado de te dar de beber. Se calhar nesse dia estaria a perder um guia.
Provavelmente esteja na casa dos sessenta, transborda saúde. O cabelo, revolto com o de Sansão em fúria, não está propriamente limpo. Ele também não é uma pessoa propriamente cuidada, contudo, no seu interior, existe uma alma ardente, acesa por cima de extensas fogueiras. Há quem diz que não, que Barrabás está apagado por dentro, ele é a sobra das cinzas, senão não gritaria com raiva ordenando a libertação de um ladrão perigoso que é o próprio Barrabás.
O real Barrabás já esteve na eminência da morte, pendurado na cruz ao lado de Jesus Cristo que era vaiado, humilhado. E uma voz ressurgiu perguntando, destes dois aqui, um será libertado, qual deles é que vós quereis que seja poupado? E a multidão respondeu, libertem Barrabás! Libertem Barrabás! Libertem Barrabás!
E hoje o meu vizinho não se cansa de repetir aquele turbilhão de vozes, libertem Barrabás! Libertem Barrabás! Libertem Barrabás! Faz isso nas ruas, nos labirintos dos subúrbios onde vive, e também quando vem à minha casa pedir um copo de água gelada, num gesto que ultrapassa todo o meu entendimento.