Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
Redacção

Redacção

Quarenta e oito horas depois da tragédia que matou cinco pessoas, no passado dia 01 de Junho, no espaço Aqua Park, na cidade de Maputo, os organizadores do evento (‘Lizha Só Festas’) dizem ainda não conhecer o número de pessoas que pereceram, assim como deram entrada no Hospital Central de Maputo, em resultado do incidente que “enlutou” o Dia Internacional da Criança, na capital do país. A única informação de que dispõem é a morte de cinco pessoas, sendo que já foram identificadas as famílias de três vítimas.

 

A informação foi avançada pela advogada da organização, Ivete Espada, durante uma conferência de imprensa, realizada esta segunda-feira (03 de Junho), na capital do país, na qual a organização reagia ao incidente, ocorrido naquele evento.

 

Numa conferência de imprensa, que durou quase 30 minutos, Ivete Espada garantiu ainda que a sua cliente não se irá responsabilizar pelo que sucedeu na saída do local do show, porque “não é de Lei”, sobretudo, porque o acidente aconteceu do lado de fora, depois do espectáculo ter terminado.

 

Espada disse ainda que o espaço Aqua Park, que acolheu o evento da “Lizha Só Festas”, tem cinco hectares e 5.000 m², com capacidade para receber 20 mil pessoas, sendo que os donos do espaço disseram que podiam receber até 15.000.

 

No entanto, os organizadores garantem ter vendido apenas 8.500 bilhetes, assim como não houve nenhum afogamento, tal como se escreve nas redes sociais, porque “a água das piscinas do Aqua Park não é suficiente para que um indivíduo se afogue”.

 

Entretanto, a advogada assegurou que o evento começou por volta das 10 horas e terminou pouco antes das 18 horas e, do ponto de vista dos organizadores, o incidente pode ter acontecido fora do Aqua Park, porém, preferem deixar a polícia trabalhar para esclarecer as reais causas das mortes.

 

Em relação às condições para a evacuação das pessoas do local do evento, Ivete Espada disse que existiam três portões abertos com cerca de 4.5 metros de comprimento cada e, por causa da confusão que se verificou na saída, os bombeiros foram obrigados a arrombar o quarto portão que, por norma do estabelecimento, não deve ser aberto nunca.

 

A fonte revelou que, para manter a segurança dos participantes, a “Lizha Só festa” contratou uma empresa de segurança privada, denominada “Jaguar Segurança”, que disponibilizou 60 homens e um número não especificado de segurança pública. No local, segundo esclarece a fonte, havia ambulância, corpo de salvação pública e agentes da Polícia de Trânsito.

 

Sobre o segundo dia do evento, a advogada garantiu estarem a ser criadas as condições para devolução do valor a todos os que compraram os bilhetes, num local ainda por anunciar.

 

Segundo a patrona da firma organizadora do evento, Elisa Jaime, tratada no meio artístico por Lizha James, já endereçou condolências às famílias enlutadas e disse estar sentida com o que aconteceu, sobretudo, porque as pessoas se fizeram ao local na expectativa de vê-la cantar.

 

A cantora acrescentou que irá participar de todas as cerimónias fúnebres, de modo a confortar as famílias enlutadas e promete ajudar as mesmas dentro das suas possibilidades. (Marta Afonso)

Dos 3.2 biliões de USD necessários para a reconstrução pós-ciclones Idai e Kenneth, os parceiros de cooperação do governo garantiram, durante a Conferência Internacional dos Doadores, que decorreu entre sexta-feira e sábado passados, na cidade da Beira, província de Sofala, apenas 1.2 bilião de USD.

 

De acordo com o jornal “O país”, do valor garantido, a maior fatia é proveniente do Banco Mundial, que irá desembolsar 470 milhões de USD, dos quais 350 milhões aprovados e 120 milhões já estão disponíveis, no país, em diferentes projectos financiados por aquela instituição financeira.

 

Por sua vez, a União Europeia garante despender 200 milhões de Euros, sendo 100 milhões provenientes da Comissão Europeia e o remanescente do Banco Central Europeu.

 

Do total garantido por parceiros, consta também o crédito anunciado e já aprovado pelo Fundo Monetário Internacional, avaliado em 118 milhões de USD.

 

O Banco Africano de Desenvolvimento garante um total de 95 milhões de USD, dos quais 50 milhões destinados ao sector meteorológico e 45 milhões para a recuperação económica.

 

Na Conferência, a União Africana comprometeu-se a comparticipar com 28 milhões de USD, dos quais 2 milhões são da Guiné-Equatorial.

 

Por seu turno, o Reino Unido garante contribuir para reconstrução pós-ciclones com 48 milhões de USD. A rede Aga Kan, uma organização filantrópica, prometeu financiar a causa em 18 milhões de USD, sendo 8 milhões a serem desembolsados ainda este ano e o resto, em 2020.

 

Para além de instituições financeiras e organizações políticas, houve também, na Conferência, a garantia de países, tendo-se destacado o Japão que vai reorientar os 150 milhões de USD anuais para a reconstrução das zonas afectadas pelos ciclones Idai e Kenneth. Os Estados Unidos da América garantem desembolsar 100 milhões de USD.

 

A Alemanha garantiu providenciar 23 milhões de Euros. Os Reinos da Suécia e Noruega garantem comparticipar com 25.5 milhões de USD e 25 milhões de USD, respectivamente.

 

O Reino dos Países Baixos assegurou, na Conferência, gastar um total de 16 milhões de USD, dos quais 5 milhões para Beira, 7 milhões para a agricultura e 4 milhões para a protecção social. Está ainda a avaliar um fundo adicional.

 

A Espanha vai ajudar também na reconstrução pós-calamidades, em 11 milhões de Euros, Bélgica com 9 milhões de Euros e a Austrália vai providenciar 6.5 milhões de Euros em donativos e 20 milhões de Euros em empréstimos concessionais.

 

O Canadá vai prover 7 milhões de USD. A Itália vai desembolsar um total de 5.6 milhões de USD, sendo 3.4 milhões para a recuperação do Parque das Quirimbas e Ibo. 2.2 milhões de USD de doação aos hospitais e garantiu ajuda adicional por definir, após relatórios do Banco Mundial.

 

No evento, a França não anunciou o valor, mas prometeu ajuda na reconstrução, bem como Portugal que não tem ajuda adicional, senão focalizar o pacote de cooperação já estabelecido, de 200 milhões de Euros para acções nas áreas afectadas.

 

Falando, esta segunda-feira, à “Carta”, o Director Executivo do Gabinete de Reconstrução Pós-ciclones, Francisco Pereira, disse que o valor é satisfatório, visto que a angariação do total (3.2 biliões de USD) de necessidades é de médio e longo prazos, entre cinco a sete anos.

 

Segundo a fonte, não se sabe ao certo quando é que os parceiros irão desembolsar o valor, senão terem prometido para o mais rápido possível. (Evaristo Chilingue)

Tal como avançara a “Carta”, na edição desta segunda-feira, o partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) manifestou mesmo a intenção, na manhã de ontem, de concorrer às VI Eleições Gerais, agendadas para 10 de Outubro próximo.

 

Terminou, no último dia 30 de Maio (quinta-feira), em todo o país, o Recenseamento Eleitoral com vista às eleições gerais do dia 15 de Outubro próximo. Na província de Cabo Delgado, a Renamo, a segunda maior força política do país, afirma que o processo esteve “banhado de irregularidades”, com algumas vilas e Postos Administrativos excluídos do processo que determina quem irá escolher, pela primeira vez, o governador daquela província do norte do país, nos próximos cinco anos.

 

Os representantes dos credores dos títulos de dívida de Moçambique disseram à Lusa que a principal diferença do acordo atual está na estrutura e não nas implicações económicas, salientando a importância de o país sair de 'default'.

 

"A principal diferença deste acordo relativamente ao acordo preliminar de novembro é na estrutura e não nas considerações económicas", disse o conselheiro legal Thomas Laryea, confirmando que "já não há pagamentos indexados às receitas futuras do gás", mas salientando que "ambos oferecem um alívio financeiro a Moçambique equivalente a mil milhões de dólares até 2023".

 

Em entrevista a partir de Washington, o porta-voz acrescentou que "o novo acordo permite ao Governo moçambicano ter acesso a financiamento nos mercados internacionais, o mesmo acontecendo com as empresas de gás, que podem financiar os seus megaprojetos a taxas mais competitivas".

 

Moçambique chegou a um novo acordo de princípio com os credores dos títulos ('eurobonds') da empresa pública Ematum no valor de 726,5 milhões de dólares (652 milhões de euros). Os portadores dos actuais títulos vão ser convidados a trocá-los por uma nova série com maturidade mais longa, até 15 de setembro de 2031, segundo a declaração oficial do Ministério das Finanças, enviada aos investidores.

 

O valor da nova emissão é de 900 milhões de dólares e, segundo o novo acordo, já não inclui instrumentos de valorização (VRI - Value Recovery Instruments) indexados às futuras receitas de gás natural das áreas de exploração 01 e 04, no Norte de Moçambique.

 

"A taxa de juro, tendo em conta a alteração na maturidade para 2031, foi alterada" para 10,5%, disse o assessor financeiro, Charles Blitzer, apontando ainda que "no acordo preliminar de novembro não havia um pagamento específico de dinheiro na altura da assinatura, e agora há um pagamento de 32 milhões de dólares (28,7 milhões de euros) e, para além disso, há uma taxa de consentimento de 8 milhões (7,1 milhões de euros) para dar aos credores que concordem com os termos da porposta e votem a favor logo numa fase inicial, para que todos os detentores dos títulos de dívida sejam incluídos no novo acordo".

"Estes credores receberão, por cada mil dólares de dívida que tenham, 11 dólares para encorajar a que adiram ao acordo numa fase inicial", apontou Blitzer.

 

O acordo agora anunciado, argumentou Thomas Laryea, "dá mil milhões de dólares (898 mil milhões de euros) em alívio financeiro até 2023, melhora a vida aos cidadãos e das empresas, facilita o financiamento dos projetos de gás por terminar a situação de 'default' do país e gera maiores e mais rápidas receitas, portanto há vantagens significativas relativamente à situação atual".

 

Para além disso, concluiu, este acordo é também importante para a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), que precisa de financiar a sua participação nos projetos do gás no valor de cerca de 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros).

 

"Isto não serve só para as empresas do sector privado, mas também para a ENH, que precisa de angariar financiamento, e com isto normaliza as relações com o mercado de títulos, porque remove o 'default', dá um 'rating' diferente do Incumprimento, por isso será muito importante para a ENH poder avançar com o financiamento", apontou. (Lusa)

Quase três meses depois da passagem do ciclone Idai, pela zona centro do país, a Direcção de Identificação Civil (DIC) reabre as portas, esta segunda-feira, na cidade da Beira, com novas instalações. As mesmas estão situadas na rua Costa Serra, próximo ao Cinema Nacional.

 

A informação foi avançada, na última sexta-feira (31 de Maio), pelo porta-voz da Direcção Nacional de Identificação Civil (DNIC), Alberto Sumbana, durante a habitual conferência de imprensa semanal da instituição.

 

Segundo a fonte, para além da inauguração das novas instalações, a DIC vai levar a cabo uma campanha de emissão dos novos Bilhetes de Identidade (B.I.), na segunda maior cidade do país, com vista a prover os munícipes daquela urbe deste documento.

 

Na sua locução, Sumbana disse ainda que, nos próximos dias, a campanha de emissão de novos B.I., que decorre em todo o país, prevê abranger os distritos de Dondo, Nhamatanda, Mwaza e Búzi, também severamente atingidos pelos efeitos do ciclone Idai.

 

Entretanto, não obstante esse facto, o porta-voz daquela instituição garantiu já existir, na cidade da Beira, uma equipa que está a tratar os outros documentos para as vítimas do ciclone Idai, nomeadamente, Cédula Pessoal e Certidão de Nascimento. (Marta Afonso)

Poucas semanas depois da aprovação do Plano de Desenvolvimento do Projecto Rovuma LNG, liderado pela norte-americana Exxon Mobil, na Área 4, o Governo, através do Instituto Nacional de Petróleo (INP), diz estar a preparar um Seminário de Oportunidades de Negócios, a ser organizado em parceria com aquele grupo de investidores, nos próximos meses. A informação foi avançada, sexta-feira finda (31 de Maio), pela Directora de Conteúdo Local no INP, Natália Camba, durante a formação dos empresários sobre conteúdo local, organizada pelo “Speed+”, um projecto da USAID destinado ao desenvolvimento económico.

 

Camba explicou que, à semelhança do que aconteceu com o evento organizado pela Anadarko, no ano passado, na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado, o Seminário do consórcio liderado pela Exxon Mobil visa divulgar todas as oportunidades a serem absorvidas pelo empresariado local, incluindo as condições de acesso, custos, prazo e requisitos para fazer negócios com as multinacionais.

 

“Para além das oportunidades de negócio, espera-se também a identificação e captação de potenciais empresários moçambicanos sem filiação a nenhuma associação para o nosso registo, a fim de apoiá-los a ligarem-se directamente com os contratantes”, acrescentou Camba.

 

Segundo Camba, outro benefício do Seminário é permitir ao empresário o seu cadastro directo na concessionária, para, por um lado, passarem a receber em tempo útil todas as oportunidades de negócios disponíveis e, por outro, para conhecer as suas fragilidades, o que os levará a busca de capacitação para se tornarem verdadeiros fornecedores da concessionária. Sem apontar as datas, Camba disse que, graças à experiência obtida no seminário anterior, a preparação da segunda edição está numa fase avançada e, dentro de um mês, o Governo se irá pronunciar.

 

“Olhando para aquilo que foi o seminário da Anadarko, onde participaram mais de 1100 empresários que, mesmo com custos elevados e adversidades, conseguiram deslocar-se para Pemba, acredito que podemos ter muito mais”, garantiu Camba. O seminário de oportunidades locais é, segundo o INP, um programa que vai ser replicado para todos os projectos que se preparam para explorar gás natural, na Bacia do Rovuma, distrito de Palma, província de Cabo Delgado. (Evaristo Chilingue)

segunda-feira, 03 junho 2019 07:01

Conteúdo local: Proposta de Lei ainda longe da AR

Tida como crucial para a participação do empresariado nacional no negócio da exploração de gás natural (e não só), a proposta da Lei do Conteúdo Local, em preparação há 11 anos, parece estar ainda distante da Assembleia da República (AR). Sem precisar a data, o Director Nacional de Estudos Económicos e Financeiros, no Ministério da Economia e Finanças (MEF), Vasco Nhabinde, garante apenas que o documento dará entrada no Conselho de Ministros ainda este ano para a competente avaliação e aprovação.

 

Porém, com apenas seis meses para o final do ano e com o mandato da actual legislatura a terminar, é quase certo que o documento só dará entrada no Parlamento, na próxima legislatura.

 

Falando, na última sexta-feira (31 de Maio), à margem de uma formação sobre o conteúdo local, organizada pelo “Speed+”, um projecto da USAID destinado ao desenvolvimento económico, Nhabinde afirmou que a proposta de lei será devolvida, dentro de poucas semanas, ao Conselho Económico (CE) para sua reavaliação, antes de seguir ao Conselho de Ministros. Segundo Nhabinde, o CE está muito interessado em ver a Lei avançar, sobretudo, porque já foram acordados muitos aspectos com o sector privado. “Com os consensos alcançados, penso que há razões para avançar para frente”, afirmou.

 

Até finais do ano passado, o Governo apontava a consulta de outros países experientes na implementação de uma Lei do Conteúdo Local, como o principal motivo da morosidade na aprovação da proposta.

 

Mas, de acordo com Nhabinde, por terem sido consideradas poucas, as experiências da Nigéria, Chile, Angola, o MEF realizou também, no ano passado, mais uma auscultação ao Brasil, que permitiu enriquecer ainda mais o projecto.

 

“Cumpridas as recomendações exigidas, neste momento, estamos a preparar-nos para devolver ao CE e, a ser aprovado, vai seguir os trâmites para o Conselho de Ministros e depois à Assembleia da República”, disse a fonte, mas sem avançar datas.

 

Na mesma ocasião, o Presidente da Comissão do Conteúdo Local e Ligações Empresariais, na Confederação das Associações Económicas de Moçambique, Florival Mucave, disse não haver pontos de discórdia sobre a proposta-de-lei, entre o sector privado e o Governo, mas apenas uma falta de uma percepção partilhada sobre a importância do conteúdo local, pois há certas pessoas que acreditam que o empresariado nacional pretende utilizar essa Lei para fazer o seu enriquecimento rápido.

 

“Mas, com a formação organizada pela USAID, percebemos a importância do assunto, que é uma questão de capacitação, treinamento e, sobretudo, competitividade dos nacionais. O conteúdo local é meramente um instrumento de inclusão económica e que nós devemos utilizá-lo para permitir que os moçambicanos possam participar, sobretudo, no sector de gás e petróleo”, concluiu Mucave. (Evaristo Chilingue)

Contrariando, por completo, as correntes que davam como certa a sua não renovação, Adelino Muchanga vai mesmo continuar a dirigir os destinos do Tribunal Supremo (TS) nos próximos cinco anos. É que, a contra-gosto dos defensores acérrimos da ideia de que a ascensão ao mais alto posto do Supremo devia de ser feita por carreira (mérito de juízes de carreira) e não por outros agentes da justiça, o Presidente de República, Filipe Nyusi, reconduziu, na última quinta-feira, Adelino Muchanga, advogado de profissão, ao cargo de Juiz Presidente do TS.

 

“A decisão do Chefe de Estado foi executada no uso das competências que lhe são conferidas pelo número 3 do artigo 225 da Constituição da República, ouvido o Conselho Superior da Magistratura Judicial, na sequência de ter decorrido o prazo legalmente estabelecido no número 1 do artigo 53 da Lei número 24/2007, de 20 de Agosto”, lê-se na nota de imprensa da Presidência da República.

 

“Carta” apurou de fontes próximas que há muito se vinham fazendo démarches no sentido de inviabilizar a recondução de Adelino Muchanga à presidência do Supremo, pontificando o argumento de que o órgão não podia ser dirigido por “indivíduos de fora”. 

 

Na linha da frente para ocupar o lugar de Muchanga, no caso de uma eventual não “renovação do mandato”, chegou-se mesmo a ventilar os nomes das juízas Conselheiras do Supremo, Matilde Monjane e Osvalda Joana, esta última tida, nos corredores do órgão, como defensora da ideia de que a ascensão no Supremo deve ser feita por via de uma carreira na magistratura judicial.

 

Adelino Muchanga dirige o TS, desde Junho de 2014, altura em que foi escolhido, a dedo, pelo então Presidente da República, Armando Guebuza, para substituir Ozias Podja, à data, a braços com sérios problemas de saúde.  Tido como delfim de Armando Guebuza, Adelino Muchanga desempenhou um papel fulcral no tabuleiro jurídico durante o complexo processo que culminou com a reversão da Hidroeléctrica da Cahora Bassa (HCB), de Portugal para Moçambique, em 2007.

 

Antes de atingir o posto mais alto da magistratura judicial, Adelino Muchanga ocupou o cargo de vice-presidente do órgão, entre 2010 -2014. O Tribunal Supremo é o mais alto órgão da hierarquia dos tribunais e vela pela aplicação uniforme da lei na esfera da sua jurisdição e ao serviço povo moçambicano.

 

Adelino Muchanga, natural de Chibabava, província de Sofala, é licenciado em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane e Mestrado em Direito Comercial pela Universidade de Aberdeen, na Escócia, Reino Unido. No seu curriculum conta com passagens pelo Gabinete Técnico do Ministério de Plano e Finanças, onde chefiou, Assessor Jurídico da Electricidade de Moçambique, Assessor Jurídico do Governo da Província de Manica, delegado do Instituto de Patrocínio de Assistência Jurídica em Manica, entre outras funções.(I.B.)

A internacionalização crescente da moeda da China reforça o interesse de Moçambique em fazer aplicações em yuans, disse em Macau o governador do banco central moçambicano, no 10.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas. Rogério Lucas Zandamela informou que 10% das reservas cambiais do seu país estão aplicadas na moeda chinesa e salientou o papel cada vez mais preponderante que a yuan tem vindo a assumir como moeda de reserva internacional.

 

O governador sublinhou a sua convicção de que essa tendência vai ser reforçada com a iniciativa “Faixa e Rota”, um projecto de construção de infra-estruturas para ligar a Ásia à Europa e a África. A iniciativa “constitui uma plataforma de promoção da moeda chinesa como moeda global através da modernização das rotas comerciais, com o desenvolvimento de infra-estruturas”, sustentou, citado pela agência noticiosa Lusa.

 

“Não obstante este optimismo, pelo crescente uso do yuan como moeda de reserva internacional, não podemos perder de vista alguns riscos e desafios associados ao [seu] uso”, advertiu, tendo mencionado os riscos associados a um provável agravamento das tensoes comerciais entre a China e os Estados Unidos.

 

Rogério Lucas Zandamela adiantou que um dos desafios para Moçambique passa por fazer crescer o mercado de capitais , que “é relativamente pequeno e novo” e acrescentou “podemos vir a trabalhar com Macau para obter mais financiamento mas também para desenvolver o mercado de capitais.”

 

A edição de 2019 do fórum contou com mais de dois mil empresários, académicos e políticos, dos quais mais de 50 governantes oriundos de 40 países e regiões, num evento promovido sob a orientação do Ministério do Comércio da República Popular da China e do Governo de Macau. O IIICF incluiu 36 fóruns paralelos, exposições, seminários de promoção de projectos e bolsas de contacto, entre outras actividades de negociação comercial, para operacionalizar a cooperação entre os países envolvidos na iniciativa “Faixa e Rota.” (Macauhub)