O chefe do segundo maior credor da Rússia, o VTB, lançou um ultimato a "nossos amigos negros de Moçambique", numa discussão recente sobre o crédito de 535 milhões de USD concedido para a MAM (Mozambique Asset Management), uma das famigeradas empresas do calote de 2.2 bilhões de USD.
A procuradoria de Cabo Delgado decidiu remeter na quinta-feira, 6 de Setembro, a acusação definitiva contra o jornalista do Instituto de Comunicação Social (ICS) e correspondente da Carta de Moçambique em Cabo Delgado, Amade Abubacar, detido pela Polícia da República de Moçambique na vila de Macomia, quando entrevistava deslocados de guerra que chegavam àquele local.
A acusação definitiva quase não difere da anterior, teve pequenas alterações, mas o teor continua basicamente o mesmo: Amade é acusado de “instigação à desobediência colectiva, injúria contra força pública, associação para delinquir, crime contra a ordem e tranquilidade públicas”, usando uma conta de Facebook denominada Shakira Letícia Júnior que ele, entretanto, investigou e denunciou aqui nestas páginas (assinando com o pseudónimo de Saide Abibo).
Quatro veículos foram alvo de disparos perto do Rio Pungoé, na fronteira entre os distritos de Gorongosa e Nhamatanda, na província de Sofala, no início da manhã de quarta-feira, 4 de setembro. Não houve mortes, mas cinco pessoas sofreram ferimentos graves e estão sendo tratadas num hospital. Os veículos estavam viajando para o norte de Inchope e continuaram sua jornada quando estavam a ser alvejados.
O administrador do distrito de Gorongosa, Sabeti Morais, confirmou os ataques. Acredita-se que os ataques sejam de um grupo dissidente de guerrilheiros da Renamo que rejeita a eleição de Ossufo Momade para Presidente do partido e também o seu recente Acordo de Paz com o Governo. Têm uma base nas montanhas da Gorongosa e ameaçaram inviabilizar as eleições. Eles se autodenominam Junta Militar da Renamo e são liderados por Mariano Nhongo.
Este é aparentemente o terceiro ataque do grupo. O segundo foi um ataque em meados de Agosto a uma ambulância transportando membros da Frelimo que viajavam da Gorongosa para o norte até Maringue. O primeiro ocorreu na noite de 1 de Setembro no Posto Administrativo de Nhamadzi, norte de Gorongosa, onde uma pessoa foi baleada no braço Renamo enquanto voltava para casa. (JH/CIP)
Morreu Robert Mugabe, que durante 37 anos governou o Zimbabwe. Começou como libertador, herói da independência, e tornou-se um ditador de um regime marcado pela violência, perseguição, corrupção e descalabro económico. Tinha 95 anos e morreu em Singapura, segundo a Reuters, onde estava internado desde Abril.
Mugabe foi o primeiro chefe de Governo eleito depois da independência do Reino Unido, em 1980 – cargo que o próprio aboliu anos mais tarde, tornando-se Presidente. Foi afastado do poder em 2017, pressionado pelos militares.
Visitou Moçambique sob lema “Esperança, Paz e Reconciliação” e, por ser considerado mensageiro da paz e reconciliação, foi recebido no Pavilhão do Maxaquene, no encontro inter-religioso que manteve com os jovens, com a palavra “reconciliação”, mas nesta sexta-feira, durante a sua homilia, na santa missa que dirigiu no Estádio Nacional do Zimpeto, capital moçambicana, o Papa Francisco defendeu ser difícil falar deste tema, quando ainda estão vivas as feridas causadas durante muitos anos de discórdia.
Apesar de, oficialmente, a tolerância de ponto ter sido decretada para esta sexta-feira, 06 de Setembro, nas província e Cidade de Maputo, por ocasião da santa missa a ser celebrada pelo Papa Francisco, no Estádio Nacional do Zimpeto, a mesma já vem sendo gozada desde ontem, quinta-feira, primeiro dia das actividades do Sumo Pontífice da sua visita à República de Moçambique.
Escolas, instituições públicas e outros sectores da economia estiveram abertos no dia de ontem, mas quase ninguém cumpriu com as suas obrigações. Logo pela manhã, concretamente 09 horas, alguns citadinos já se encontravam pelas ruas da capital do país para ver, saudar e registar a passagem do Santo Padre.
Entre os curiosos em registar o momento, estavam alunos, professores e demais funcionários públicos que abandonaram as salas de aula e/ou gabinetes para ver o Papa Francisco. Uma das escolas em que não houve aulas, no período da manhã, conforme testemunhamos, é a Primária Completa 16 de Junho, que até as 09 horas, os alunos e professores já encontravam defronte do edifício para saudar o Santo Padre, que só viria a passar o local pelas 11 horas, depois de ter cumprido a sua primeira agenda: encontro com o Presidente da República, corpo diplomático, religiosos e sociedade civil.
Tal como os alunos da EPC 16 de Junho, os estudantes e funcionários do Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de Moçambique (ISCAM) encontravam-se na varanda de um dos pavilhões para poder registar o momento.
Para além de alunos e professores, a “Carta” registou também a “prontidão” de alguns funcionários, sobretudo do Instituto Nacional de Previdência Social, em testemunhar a passagem do Santo Padre. Logo pelas 09 horas, as janelas do edifício já se encontravam abertas e alguns funcionários encontravam na entrada do mesmo à espera do momento que durou menos de 30 segundos.
A situação replicava-se por outras instituições, como Procuradoria-Geral da República, Tribunal Supremo, entre outros que se encontram no “radar” do Papa. Os que se encontravam distante do local por onde o Sumo Pontífice ia passar, abandonavam os seus Gabinetes para registar o momento. Nas lojas e restaurantes por onde a “Carta” passou, os funcionários acompanhavam a “peregrinação” do Chefe de Estado do Vaticano pela televisão.
Testemunhado o momento, vários sentimentos eram partilhados entre os testemunhos oculares da segunda missão apostólica ao país de um Papa, depois de João Paulo II. Uns partilhavam a alegria de ter visto o 266º Papa, outros partilhavam a alegria de terem captado, com os seus aparelhos, a imagem do Santo Padre. Porém, outros partilhavam a frustração de não terem encontrado o melhor ângulo para ver o líder religioso mais influente do mundo, alguns partilhavam a frustração de a tecnologia o lhes ter traído no momento certo.
Já no Pavilhão do Maxaquene, local escolhido para a realização do encontro inter-religioso com os jovens, o ambiente era arrepiante. Estudantes, professores, técnico de saúde e demais profissionais que “Carta” conseguiu reconhecer lotavam por completo o local, dentro e fora e os que não conseguiram lugar no interior do Pavilhão, acompanharam o discurso do Sumo Pontífice a partir de uma tela gigante, montada no Pavilhão do Grupo Desportivo de Maputo.
Enfim…, a quinta-feira de 05 de Setembro de 2019 fica na história, como aquela data em que, mesmo sem tolerância de ponto, os alunos, funcionários públicos e demais trabalhadores “tiraram” uma folga quase todo dia para acompanhar cada passo da presença do Papa Francisco em Moçambique. (Abílio Maolela)