A consultora FocusEconomics considera que o aumento dos défices gémeos e a subida da dívida pública, no seguimento dos ciclones Idai e Kenneth, vão abrandar o crescimento económico de Moçambique para 1,6% este ano.
"O crescimento deverá abrandar abruptamente este ano devido ao impacto devastador dos ciclones Idai e Kenneth; os grandes défices gémeos [desquilíebrio orçamental e da balança comercial], que devem piorar em resultado da assistência de emergência e dos custos de reconstrução, e o elevado peso da dívida pública, ensombram a perspetiva de evolução da economia a curto prazo", refere a FocusEconomics.
De acordo com o relatório de julho sobre as economias africanas, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a economia de Moçambique deverá crescer 1,6% este ano, menos 0,1 pontos percentuais que na previsão do mês passado, acelerando depos para 4,1% no próximo ano.
Logo no primeiro trimestre, concluem os analistas, a economia abrandou para 2,5% face a um crescimento de 3% no trimestre anterior, quando comparado com os períodos homólogos, "principalmente devido à travagem nos setores dos transportes, comunicações e dos minérios". (Lusa)
O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, realiza uma visita oficial a Itália entre segunda e quarta-feira, durante a qual vai encontrar-se com o seu homólogo e participar em encontros empresariais.
Nyusi vai manter conversações oficiais com Sergio Mattarella, presidente italiano, encontrar-se com a comunidade moçambicana residente em Itália e proceder à abertura do fórum empresarial Moçambique-Itália.
A visita "inscreve-se no quadro da consolidação e aprofundamento das relações de amizade e cooperação" entre os dois países, que procuram definir "estratégias para o reforço das relações políticas, económicas e empresariais", refere a mesma nota. O programa inclui ainda visitas a empreendimentos de interesse económico e social, bem como, uma deslocação à província de Milão onde Filipe Nyusi vai participar na Conferência Económica da Associação Nacional de Engenharia de Unidades Industriais (ANIMP, sigla italiana).
A deslocação a Itália acontece depois de o Presidente da República moçambicano ter visitado Portugal. Acompanham-no os ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Pacheco, e dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela. A petrolífera italiana Eni é uma das principais investidoras na exploração de gás natural na bacia do Rovuma, ao largo da costa norte de Moçambique, a par das norte-americanas Anadarko e Exxon Mobil. (Lusa)
O caso do baleamento dos dois agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), da especialidade de Guarda Fronteira, entra, esta sexta-feira, para o décimo nono dia. Com intuito de inteirar-se sobre o andamento das investigações iniciadas imediatamente após o sucedido, “Carta” chegou, na manhã de quarta-feira (17º dia), à fala com o porta-voz da PRM, Orlando Mudumane.
Uma análise executiva sobre o Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP) 2019-21 do Governo, elaborada pelo economista Roberto Tibana e publicada, esta semana, pelo Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO), sob responsabilidade do Observatório do Meio Rural (OMR), defende que aquele instrumento de planificação e orçamentação está aquém de constituir uma estratégia efectiva de estabilização macro-económica e promoção da recuperação da economia moçambicana.
A conclusão, segundo o autor, deve-se ao facto de, entre outras razões, o CFMP 2019-21 não apresentar o quadro macro-económico completo que sirva de pressuposto ao cenário fiscal; usar valores do PIB (Produto Interno Bruto) que variam de capítulo em capítulo, significando haver inconsistência interna nos cálculos das grandezas macro fiscais num mesmo cenário; e a existência, no texto, de passagens contraditórias com os elementos quantitativos apresentados nas suas tabelas e gráficos.
Lúcia da Luz Ribeiro, a mais “frelimista” juíza do Conselho Constitucional (CC), actualmente a primeira figura do órgão em termos de longevidade (depois do adoentado juiz-conselheiro João Gwenha), deverá ser apontada dentro de semanas como a Presidente do órgão, sucedendo a Hermenegildo Gamito, que recentemente deixou o lugar alegando razões pessoais e a proximidade da sua idade de reforma.
Num extenso “affidavit” submetido ao United States District Court (Eastern District of New York) no passado dia 17 de Junho, a defesa de Jean Boustani, a firma nova-iorquina Willkie Farr and Gallagher LLP, diz que a acusação americana contra o seu constituinte (mais os restantes seis visados, entre eles os moçambicanos Manuel Chang, Teófilo Nhangumele e António Carlos do Rosário) não faz sentido porque os crimes, mesmo que provados, não aconteceram em território americano.
No seu argumento de defesa, os advogados de Boustani chegam a referir que gestores moçambicanos deturparam informação relevante para conseguir vender as Eurobonds da Ematum a investidores americanos e disso Boustani não teve conhecimento prévio, não devendo, por isso, ser imputado por nada que envolva os tais investidores americanos.