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quinta-feira, 04 junho 2020 07:04

Ainda sobre o ataque a Macomia: Há pessoas que continuam desaparecidas

Passam quatro dias, desde que os insurgentes se retiraram da vila de Macomia, após três dias de ocupação, porém, pouco ainda se sabe dos reais estragos havidos no local. “Carta”, que tem seguido a par e passo o cenário de guerra que se vive na província de Cabo Delgado, voltou a entrar em contacto com as suas fontes, que garantiram ainda haver famílias que procuram parentes desaparecidos durante o ataque àquela vila-sede.

 

Incerteza e esperança é o sentimento (misto) descrito pelas fontes, em relação ao estado (emocional) da população daquele ponto do país, que continua a não entender as razões de ter de viver escondida de alguns dos seus filhos que, desde 05 de Outubro de 2017, atacam aldeias e vilas-sedes dos distritos da zona centro e norte da província de Cabo Delgado.

 

“Vivemos entre a certeza e a dúvida de localizar nossos familiares, mas temos fé porque há muita gente que fugiu daqui até outras zonas e talvez podem voltar, mas também estamos duvidosos porque não sabemos se ainda estão vivos porque houve vários bombardeamentos, quer dos militares, quer dos insurgentes”, narra uma das fontes contactadas pelo nosso jornal.

 

A preocupação de localizar familiares em Macomia não só é dos que ficaram naquele distrito, como também dos que avançaram para a cidade de Pemba. Uma das fontes que falou com o nosso jornal disse ter chegado à capital provincial de Cabo Delgado no domingo, porém, manifestou o desejo de regressar àquele distrito para reencontrar seus três irmãos, para além de tentar recuperar os bens que ficaram.

 

As fontes contam ainda ter sido encontrado um grupo de 10 crianças, na aldeia Naunde, Posto Administrativo de Mucojo, distrito de Macomia, que se acredita tratar-se de um grupo de crianças perdidas no dia do ataque.

 

Enquanto isso…

 

Na vila de Macomia continua o levantamento dos estragos, reportando-se a existência de mais 10 corpos sem vida (todos de civis) e quatro feridos, dos quais dois com gravidade. Todos foram localizados no bairro Nanga B.

 

As fontes reportam ainda a vandalização de uma delegação do PMA (Programa Mundial da Alimentação) e da viatura da organização. Os insurgentes, reportam as fontes, roubaram motorizada e equipamento de comunicação, pertencentes à organização. Também foram vandalizadas estâncias turísticas, em particular locais de hospedagem. (Carta)

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