A Arquidiocese de Nampula avisa que não vai ceder aos cidadãos que na passada quarta-feira (08) invadiram o seu terreno localizado no espaço do Seminário, após a destruição do muro de vedação e a divisão da área em parcelas.
Um comunicado assinado pelo Padre Simone Adriano esclarece que a Arquidiocese está a trabalhar com as autoridades competentes com vista a tomar total controlo da área em causa.
A nota também alerta que nenhum cidadão deve aceitar comprar as parcelas demarcadas, sob o risco de se envolver num golpe. "Queremos deixar claro aos cidadãos que estão a comprar espaços dos invasores que se trata de uma burla, com o objectivo de se desfazerem dos espaços que ocupam ilegalmente, sob pena de enfrentarem as consequências legais", lê-se no comunicado.
Além disso, a Igreja Católica reitera: "o espaço em questão é propriedade da Arquidiocese de Nampula, devidamente registado e não está à venda. Não se deixem enganar, sob o risco de entregarem o vosso dinheiro a mãos alheias. O caso já está sob responsabilidade das autoridades competentes para garantir a reposição da legalidade e da justiça".
Enquanto isso, os invasores continuam a usurpar outros espaços mesmo depois do alerta lançado na sexta-feira pelo Conselho Municipal da cidade de Nampula. (Carta)
O Ciclone Tropical Dikeledi, caracterizado por ventos e chuvas fortes, já está a causar danos na cidade de Nampula com a destruição de casas de construção precária e alagamento de machambas. O sistema está a afectar os distritos costeiros, com destaque para Nacala-porto, Mossuril e Ilha de Moçambique, onde forçou a paralisação total das actividades em instituições públicas e privadas.
Além da destruição de casas, há relatos da queda de postes de energia eléctrica no distrito de Mossuril. Presentemente, os governos dos distritos costeiros, em coordenação com os comités de gestão dos desastres, têm vindo a desdobrar-se na transferência de famílias que se encontram em zonas críticas, assim como no lançamento de mensagens para o efeito.
Aliás, em Angoche, o administrador distrital disse que foi lançado um sistema de segurança para evitar que nenhuma embarcação se faça ao mar. Sabe-se que algumas famílias estão ao relento devido à destruição das suas residências, de postes de energia e interrupção de vias de acesso. Entretanto, o INAM prevê para esta noite a intensificação de chuvas na província de Nampula.
De acordo com os dados divulgados esta tarde pelo Instituto Nacional de Meteorologia, às 14h00 de hoje, DIKELEDI encontrava-se no distrito de Mossuril com ventos máximos de 140 Km/h e rajadas de até 195 Km/h, movendo-se à uma velocidade de 13 Km/h.
A província de Nampula regista chuvas de 200 mm/24h com trovoadas fortes, nos distritos de Mossuril, Mongicual, Liúpo e Angoche. Também regista chuvas de 100 a 150 mm/24h nos distritos de Larde, Moma, Mogovolas, Meconta, Monapo, Muecate e na cidade de Nampula.
Por sua vez, a província da Zambézia regista chuvas de 30 a 50 mm/24h nos distritos de Pebane, Gilé, Mocuba, Mocubela, Maganja da Costa, Muleval_a, Nicoadala, Maquival, Namacura e cidade de Quelimane. (Carta)
A nova Presidente da Assembleia da República (a sexta na história do parlamento desde a independência nacional), Margarida Adamugy Talapa, promete aos moçambicanos “debates profícuos” durante a X Legislatura, empossada esta segunda-feira pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi.
Discursando hoje, após ser empossada nova Líder do Parlamento moçambicano, Margarida Talapa comprometeu-se a fazer tudo que estiver ao seu alcance para dignificar a Assembleia da República, comumente tratada por “Escolinha do barrulho”, em referência à pobreza dos debates políticos parlamentares ao longo dos tempos.
“Posso garantir que tudo faremos para que a Assembleia da República continue a ser digna representante de todos moçambicanos, que devem se orgulhar de ser filhos iguais desta pátria de heróis nos deveres e direitos”, garantiu a ex-Ministra do Trabalho e Segurança Social (2020-2025), num discurso de quase 10 minutos.
Segundo Margarida Talapa, o novo Parlamento deve assegurar “os mais profícuos debates das matérias que sejam suscitadas para garantir os consensos que a sociedade espera” para a harmonia e boa convivência e solidariedade de todos cidadãos.
“Prometemos oferecer a mais séria cooperação a todos órgãos de soberania e instituições de Estado, assentando nos princípios de separação e interdependência de poderes”, disse, agradecendo pela confiança depositada em si.
“Tenho a consciência de estar a assumir a liderança da Assembleia da República num momento desafiante em que o povo espera outras formas de pensar e fazer para termos de mostrar resultados diferentes e com urgência”, sentenciou.
Refira-se que Margarida Talapa foi eleita Presidente da Assembleia da República com 169 votos válidos, contra 32 arrecadados por Carlos Tembe (do PODEMOS) e sete de Fernando Jone (também do PODEMOS). Dois deputados, que se supõe serem da Frelimo, depositaram votos nulo e em branco, cada. (Carta)
Faltando algumas horas para o fim do seu mandato, o Presidente da República, Filipe Nyusi, exonerou esta segunda-feira, através de despacho presidencial, quase toda a sua equipa governamental, à excepção do Primeiro-Ministro (que acumula com o cargo de Ministro da Economia e Finanças) e dos Ministros da Defesa e do Interior.
Nestes termos, Nyusi exonerou Carmelita Namashulua, do cargo de Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano; Carlos Mesquita, Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos; Helena Kida, do cargo de Ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos; e Ivete Maibaze, do cargo de Ministra da Terra e Ambiente.
Foram ainda exonerados os Ministros da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, Daniel Nivagara; do Mar, Águas Interiores e Pescas, Lídia Cardoso; dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias; da Indústria e Comércio, Silvino Moreno; dos Combatentes, Josefina; e dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala.
O Presidente da República exonerou igualmente os Vice-Ministros do Género, Criança e Acção Social, Lucas Mangrasse; do Mar, Águas Interiores e Pescas, Henriques Bongece; da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Olegário Banze; da Economia e Finanças, Carla Fernandes Loveira e Amílcar Tivane; e dos Recursos Minerais e Energia, António Saide.
Ainda foram exonerados os vice-Ministros da Saúde, Ilesh Jani; da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Edson Macuácua; da Educação e Desenvolvimento Humano, Manuel Banzo; dos Transportes e Comunicações, Amilton Alissone; e Cultura e Turismo, Fedson Bacar.
A exoneração dos membros do Governo ocorreu no dia em que tomaram posse os deputados eleitos para a X Legislatura. Na quarta-feira, 15 de Janeiro, será investido o novo Presidente da República, que irá formar o seu governo. Ainda fazem parte do Governo de Filipe Nyusi Adriano Maleiane (Primeiro-Ministro), Cristóvão Chume (Ministro da Defesa Nacional) e Pascoal Ronda (Ministro do Interior). (M. Afonso)