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A Ministra de Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), Carmelita Namashulua, reiterou esta segunda-feira (12) que a Escola Comunitária da Ponta do Ouro só poderá ser reaberta depois de satisfeitas as condições exigidas. O sector da educação continua a exigir que o proprietário da escola tenha licença para continuar a operar neste ramo, mas, para tal, são necessárias várias remodelações naquele estabelecimento de ensino.

 

A posição da ministra da Educação e Desenvolvimento Humano foi expressa esta segunda-feira, no seu gabinete de trabalho, durante o encontro com os membros do Conselho da Escola Comunitária Graça Machel, localizada na localidade de Ponta do Ouro, no distrito de Matutuine, na província de Maputo.

 

O encontro surge no âmbito de um pedido formulado por aquele grupo, com objectivo de apresentar as suas preocupações em relação ao encerramento da escola e as possíveis soluções dos problemas constatados pelas equipas de inspecção do sector da educação, uma vez que os alunos estão neste momento a estudar em condições deploráveis.

 

Depois do encontro que decorreu à porta fechada, "Carta" soube que o sector da educação mantém a sua decisão, segundo a qual o proprietário da escola deve ter licença para continuar a operar neste ramo, mas para que a mesma seja passada, a infra-estrutura deve primeiro passar por várias remodelações.

 

“A Ministra da Educação continua a exigir que melhoremos o laboratório, o campo, a biblioteca, entre outros aspectos e isto envolve altos custos. Outro aspecto apontado pela ministra, que também bloqueia a autorização para a reabertura da escola, é o facto de terem sido partilhadas com os órgãos de comunicação e nas redes sociais informações sobre o encerramento”, disse uma fonte que falou em anonimato.

 

Segundo o proprietário da escola, Elias Sibia, neste momento, não há condições para apetrechar a escola, em cumprimento das orientações da Ministra. 

 

“As coisas estão cada vez mais difíceis. Agora não tenho dinheiro, mas começo a pensar em usar aquelas instalações para outros fins. Deus sabe o quanto tentei [...] Neste momento, os alunos que estavam na Escola Comunitária estão a ser entulhados nas salas de aula da Escola Primária da Ponta do Ouro. Antes deste encontro do Conselho de Escola com a Ministra da Educação, eu tinha esperança de receber boas notícias, mas depois do relatório que recebi, já não me sinto muito bem”, explicou Sibia.

 

Refira-se que a Escola Comunitária Graça Machel foi encerrada no passado dia 24 de Janeiro, poucos dias antes da abertura do ano lectivo 2024, alegadamente, por falta de alvará, cobrança das mensalidades, deficiente ou quase nenhum apetrechamento de alguns compartimentos, entre outros aspectos. (M.Afonso)

A Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) e a Ordem dos Arquitectos de Moçambique lançaram, na quinta-feira passada, em Maputo, o prémio anual Júlio Carrilho, uma forma de homenagear e preservar o legado do primeiro bastonário daquela ordem e primeiro ministro das Obras Públicas após a independência de Moçambique, falecido em 2021, vítima de doença.

 

Júlio Carrilho foi também administrador da FDC, professor auxiliar e director do Centro de Estudos de Desenvolvimento do Habitat da Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane.

 

O prémio, dividido em duas partes, visa distinguir o melhor trabalho de fim de curso de arquitectura, assim como o melhor projecto da área, desenvolvido por jovens até 30 anos de idade. 

 

O lançamento do prémio decorreu durante o primeiro Congresso dos Arquitectos e contou, além dos profissionais do sector, com a presença do ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, Presidente do Conselho Autárquico de Maputo, Rasaque Manhique, Secretário de Estado da Cidade de Maputo, Vicente Joaquim, PCA da FDC, Graça Machel, viúva e filhos de Júlio Carrilho. 

 

“Queremos que sejam valorizados os trabalhos que abarcam o uso racional da água e o uso de energias renováveis, para que possamos contribuir nas acções de adaptação às mudanças climáticas”, disse Graça Machel. 

 

Por sua vez, Fernanda Machungo, esposa de Júlio Carrilho, lembrou as qualidades de Júlio Carrilho enquanto líder, esposo, amigo e professor, destacando sua bondade, honestidade e paciência. “É impossível mencionar Júlio sem mencionar sua paixão pela arquitectura. Os passeios em família aos domingos eram repletos de histórias e lições, tornando cada dia ao seu lado uma experiência enriquecedora e educativa", disse.(Carta)

Celeste Macunha, membro da Assembleia Municipal de Quelimane, eleita no passado dia 11 de Outubro de 2023 e empossada no dia 07 de Fevereiro de 2024, foi encontrada morta por queimadura, no distrito de Nicoadala.

 

Em vida, Macunha era membro do Comité Distrital do Partido Frelimo em Quelimane. Ela teria sido vista pela última vez na tarde de quinta-feira, um dia depois da tomada de posse, quando participava num funeral em Quelimane.

 

Surpreendentemente, na manhã da sexta-feira, começaram a circular nas redes sociais imagens do corpo de Macunha, carbonizado em Nicoadala. Falando à imprensa, o legista Emílio Lucas disse que a cabeça da vítima tinha fortes sinais de violência, perpetrada por indivíduos desconhecidos.

 

“O corpo foi encontrado num estado avançado de carbonização e com partes difíceis de identificar. A vítima encontrava-se ainda com lesões no cérebro sugestivas de terem sido produzidas por um objecto contundente”, explicou.

 

De acordo com o Director do Hospital Central de Quelimane, Ladino Saúde, além de membro do Partido Frelimo, Celeste Macunha era também funcionária daquela unidade sanitária e tinha sido designada para o sector de limpeza.

 

“Na sexta-feira ela tinha que entrar para trabalhar, mas não apareceu, o que foi bastante estranho para nós, tratando-se de uma funcionária que nunca se ausentou. A sua ausência preocupou os seus colegas que mais tarde entraram em choque com a notícia da sua morte”.

 

Por sua vez, o Porta-voz da polícia na Zambézia, Sidner Lonzo, esclareceu que a identificação da malograda só foi possível graças aos documentos da vítima encontrados no local, mas tudo indicava que não foi carbonizada onde o corpo foi encontrado, aventando-se a hipótese de ter sido trazido. Lembre-se que Quelimane é uma das 65 autarquias do país onde o partido no poder (FRELIMO) não venceu as eleições municipais. (Carta)

Os estudantes moçambicanos que estavam acampados no Instituto de Bolsas de Estudo (IBE) há quase uma semana, exigindo o cumprimento de um acordo de financiamento de bolsas no exterior, partiram hoje para o Brasil, constatou a Lusa.

 

“Já embarcamos”, disse à Lusa Castigo Dias, um dos estudantes bolseiros, minutos antes de o voo deixar o Aeroporto Internacional de Maputo com destino ao Brasil.

 

A viagem foi financiada pela Emose - Empresa Moçambicana de Seguros.

 

O grupo de quase 40 estudantes moçambicanos esteve acampado, desde segunda-feira, à porta do IBE, em Maputo, protestando contra a violação de um acordo de cooperação técnica entre aquela instituição e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), um documento que previa que o Governo moçambicano financiasse as suas bolsas de estudo no Brasil.

 

Segundo o estudante, o grupo teve as passagens na sexta-feira, após a assinatura de alguns documentos de termos de compromisso e declaração de bolsas no IBE, e finalmente seguiram para as suas casas para se preparar para a viagem.

 

“Para mim é um sonho realizado, valeu a pena ter ficado ali (no IBE acampado)”, disse Castigo Dias.

 

Na sexta-feira, a diretora geral do IBE, que não quis responder às questões dos jornalistas, reiterou que nunca prometeu financiar as despesas dos estudantes, embora um acordo, assinado pela própria responsável em junho de 2021, tivesse esta cláusula.

 

“Reiteramos aquilo que dissemos inicialmente sobre a nossa responsabilidade neste processo em relação às bolsas de estudos, que não passou de um mal-entendido dos estudantes perante este cenário todo”, declarou Carla Caomba.

 

No acordo, a que a Lusa teve acesso, o IBE assume a responsabilidade de disponibilizar as passagens aéreas para os estudantes moçambicanos, bem como auxílio financeiro mensal para cada um, que varia entre 175 e 200 dólares (entre 163 e 186 euros).

 

A União Nacional dos Estudantes moçambicanos submeteu ao Provedor de Justiça uma queixa contra o instituto de bolsas, considerando que a falta de assistência aos estudantes, sobretudo aos provenientes de outras províncias do país (um total de 17), é uma “negligência grave".(Lusa)

Homens armados condicionaram esta quinta-feira (8) o trânsito rodoviário no troço Macomia-sede/cruzamento de Bilibiza, vulgo ADPP, causando longas filas de viaturas nos dois lados da estrada EN380. Por este motivo, muitas viaturas que se dirigiam ao centro e norte e vice-versa não chegaram ao destino.

 

Fontes descreveram que os homens armados, estimados em dez, mandavam parar viaturas e faziam cobranças de valores monetários, sem violentar as vítimas.

 

"Todos estavam mascarados, só deixavam os olhos, tal como os alshababs, mas não são porque não diziam Allah Akbar. Entretanto, nada garante que não são, uma vez que circulavam na zona de Cagembe em Quissanga que fica perto de onde estavam a interpelar viaturas", explicou Muidine Abudo.

 

Por seu turno, Sumail Anlawe explicou à "Carta" que duas viaturas "fiscalizadas" pelos homens armados chegaram à vila de Macomia. As mesmas fontes disseram que outros transportadores que iam à cidade de Pemba também sofreram cobranças e seguiram viagem.

 

Refira-se que o local onde os homens armados mandaram parar várias viaturas fica depois da aldeia Nangololo para quem circula no sentido Pemba-Macomia. Em ocasiões anteriores, a região foi alvo de ataques terroristas que resultaram em mortos e feridos. (Carta)

Os 39 estudantes que concorreram a bolsas de estudo para diversos cursos na Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) continuam em território nacional, sem nenhuma solução para a viagem e a dormir em frente às instalações do Instituto de Bolsas de Estudo de Moçambique (IBE).

 

Os estudantes alegam que o IBE não tem dado nenhuma informação e os funcionários entram e saem da instituição sem dizer nada. Entretanto, na tarde de terça-feira (06), circularam informações nas redes sociais dando conta de que a Emose iria custear na totalidade as passagens aéreas destes estudantes para o Brasil, pondo fim ao impasse que pairava sobre a viagem. 

 

As mensagens foram partilhadas por diversas figuras, incluindo alguns jornalistas moçambicanos que, por sua vez, congratularam o PCA da Emose. Nesta quarta-feira (07), “Carta” conversou com os estudantes para saber se já tinham informações sobre a disponibilidade da Emose, mas mostraram-se surpresos. 

 

“Nós não temos nenhuma informação sobre a nossa viagem. Até aqui ninguém da Emose nos contactou sobre este assunto. Nós também acompanhamos o assunto através das redes sociais. Acho que esta informação não é verdadeira ou é algo que ainda carece de confirmação. Nós continuamos a dormir aqui em frente ao IBE e somos 20 estudantes que dormimos aqui, sobretudo nós que viemos das províncias. Continuamos a depender de pessoas de boa-fé para nos alimentar”, esclareceu Leonel Jorge Mumuane, um dos integrantes do grupo.

 

Mumuane referiu que alguns colegas até venderam as suas camas para conseguir dinheiro para tratar certos documentos e não sabe como vão arranjar-se em caso de terem que voltar para casa.

 

“Só nos restam apenas dois dias para chegarmos ao Brasil e, se não conseguirmos viajar até domingo, todos nós vamos perder as bolsas”, frisaram.

 

“Carta” não conseguiu nenhuma confirmação da Emose sobre o pagamento das passagens. Mesmo nas páginas oficiais desta instituição não consta nenhuma informação. (M.A)

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