Um Dólar norte-americano (USD) já custa 55 Meticais depois de se ter situado em 75 Meticais nos últimos 12 meses por efeitos da crise mundial provocada pela pandemia da Covid-19. Essa desvalorização exponencial do USD a favor da moeda nacional, o Metical, está já a suscitar questionamentos em todas as vertentes.
Para além do Dólar, o valor do Euro também está a cair em detrimento do Metical. Se no ano passado chegou a custar 91, em finais de Fevereiro passado, até última quinta-feira (15) custava 65 Meticais, de acordo com o câmbio do Banco de Moçambique.
O Metical está também a ganhar terreno em relação ao Rand, embora a passos lentos. Até última quinta-feira, 1 Rand custava 3.8 Meticais, embora tenha chegado a custar 5 Meticais no início deste ano.
A valorização do Metical perante essas moedas (algo que começou em início de Março último), mas, com destaque para o Dólar, está já a suscitar vários questionamentos.
As interrogações centram-se no facto de o Metical estar a valorizar-se, enquanto a economia do país está em recessão devido, ultimamente, à crise pandémica mundial, ataques armados no centro do país, guerra na província de Cabo Delgado e efeitos climatéricos que, quando combinados, arrasam os investimentos e a produção das empresas, principalmente as Micro, Pequenas e Médias que são a maioria.
Perante essa realidade, questiona-se: a que se deve a apreciação do Metical? E, será benéfica a valorização do Metical, até aos níveis em que se encontra actualmente para a economia?
Razões da valorização do Metical
Começando pelas razões da valorização, o relatório divulgado em Março último pelo Banco de Moçambique sobre Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação aponta como factor da apreciação da nossa moeda a procura totalmente satisfeita de divisas, como resultado de uma maior fluidez que se observa no mercado cambial, bem como medidas de política monetária por si tomadas, em Janeiro passado, que incluíram o ajustamento das taxas de juro de referência.
Entretanto, o economista e Director-Executivo da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Eduardo Sengo, indica como razões da apreciação do Metical face ao Dólar medidas recentemente tomadas pelo Governo dos Estados Unidos da América (EUA), nomeadamente a aprovação de um pacote de 1.9 trilhões de USD para relançar aquela economia.
Sengo não descarta a possibilidade de a existência abundante do Dólar no mercado financeiro nacional estar a dever-se à redução drástica das importações por efeitos da crise pandémica.
Uma quarta razão para a valorização do Metical face ao Dólar e não só é apresentada pelo economista e académico João Mosca. Num artigo sobre a matéria, Mosca diz que a apreciação do Metical pode dever-se ao facto de o Banco de Moçambique estar a injectar, no mercado financeiro nacional, divisas (moeda estrangeira) que tinham sido reservadas para importações de bens e serviços para diferentes sectores da economia.
Até que níveis o Metical vai valorizar-se?
A taxa de câmbio tem estado a apreciar nos últimos 45 dias e, nesse período, o Metical recuperou 21 valores face ao Dólar. E, a tendência de contínua apreciação do Metical parece continuar. Face a isto, há quem questione, até quando o cenário vai estabilizar e em que níveis. Ninguém tem verdades absolutas.
Entretanto, em seminário virtual, ocorrido esta quarta-feira (14) sobre a matéria, Sengo avançou que a estagnação da apreciação poderá acontecer em Maio próximo, mês em que os EUA vão atingir a imunidade de grupo e começarem a reduzir os estímulos à economia. Embora o economista tenha avançado esses dados, nem ele, nem outros intervenientes no evento organizado pela Associação Moçambicana de Economistas (AMECON) foram capazes de prever até que níveis a apreciação se vai situar.
Impacto a todos os níveis está aí
Mesmo perante incertezas sobre quando e em que níveis o Metical vai parar de apreciar, o facto é que o impacto da desvalorização do Dólar e demais moedas já se está a fazer sentir na economia nacional. O impacto é, por um lado, positivo e, por outro, negativo.
Em entrevista ao jornal, o empresário e membro do Conselho de Administração da McNet, empresa que gere a Janela Única Electrónica, Kekobad Patel, disse que a valorização do Metical está a agradar aos empresários que se dedicam a importar, pois são menos dólares gastos, mas está a sufocar os exportadores e produtores que devem gastar mais dólares para levar seus produtos ao exterior.
Convidado para o debate da AMECON, o economista e antigo Director Financeiro da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), Manuel Gameiro anotou que a apreciação do Metical é maléfica para as empresas cujos activos estão em moeda externa (o facto desvaloriza os activos), mas beneficia os negócios com dívida em moeda estrangeira, pois quanto menor é o valor (por causa da depreciação), menor é também a dívida a pagar.
Ainda no quadro dos efeitos da apreciação do Metical, contactamos Pacheco Faria, empresário no ramo turístico. Sem delongas, disse que a apreciação cambial está a afectar severamente agentes económicos daquele sector, porque o seu negócio assemelha-se aos exportadores também lesados.
“Para nós, é um prejuízo porque quando o turista chega do exterior, gasta divisas cuja correspondência em Metical é menor”, afirmou Faria. Por outras palavras, com isto faria quis dizer que, quanto maior for o valor do Dólar, melhor é no negócio do turismo em Moçambique.
Quando o fenómeno vai influenciar na descida de preços?
Em debate, a AMECON aflorou essa questão, mas todos os economistas não deram informações precisas. Eduardo Sengo, que também representava a CTA, sublinhou que a descida de preços poderá verificar-se, assim que as encomendas feitas com o Dólar em alta se esgotarem. Vincou que importações feitas em Dólar levam até três meses para chegar ao país, enquanto as requisitadas em Rand duram não mais de duas semanas graças à vizinhança com a África do Sul, de que o nosso país é largamente dependente.
Resumido o pensamento de Sengo: quanto mais tempo se leva para importar, maior será para o preço cair e idem para os produtos importados com base no Rand, cujo processo é relativamente curto.
Que acções se exigem ao Banco Central?
Economistas e empresários são unânimes em afirmar que o Banco de Moçambique deve tomar medidas que possam estabilizar a taxa de câmbio, porque o actual ritmo cria incerteza para a economia.
Para Kekobad Patel, reverter a actual apreciação do Metical é a melhor medida porque quanto mais elevado for exportar, automaticamente o Governo será exigido a subsidiar (o que é pouco provável) o processo como forma de minimizar os prejuízos dos agentes exportadores ou produtores. (Evaristo Chilingue)
Sacudida ciclicamente por tempestades, principalmente pelo ciclone Idai, em princípios de 2019, a aerogare (edifício) do Aeroporto Internacional da Beira, província de Sofala, precisa de 30 milhões de USD (perto de 185 milhões de Meticais) para se reerguer. Entretanto, com as finanças no vermelho, a empresa Aeroportos de Moçambique (ADM) não tem esse valor, nem pode obtê-lo em crédito, sendo que a instituição pública tem fé de que vai angariar a verba até ao final do corrente ano.
Essa informação foi nos dada, há dias, pelo Director Financeiro e Porta-voz da empresa, Saíde Júnior, em entrevista exclusiva ao jornal. Durante a conversa, o nosso interlocutor observou que o valor necessário se mostra elevado porque, para além de reabilitar, a empresa pretende modernizar a aerogare. “Precisamos de avultados investimentos porque queremos modernizar completamente a aerogare da Beira. Recorde-se, a aerogare foi praticamente o centro de refúgio de todos aqueles que sofreram drasticamente com o Idai, pelo que precisa de uma reabilitação ou provavelmente uma renovação completa. Estamos a prever que necessitemos de 30 milhões de USD”, afirmou o Director Financeiro da ADM.
Entretanto, face ao estado financeiro débil, “a empresa não está em condições de ir buscar 30 milhões de USD, mas achamos que deve ser uma prioridade do Governo da Beira, do Governo do país. Fizemos um pedido à Beira, aos investidores para apoiarem na melhoria da aerogare”, disse a fonte.
Júnior explicou ainda que o papel do Governo central no processo consiste em auxiliar na procura de fundos capazes de apoiar o projecto. “Nós faremos todos os possíveis para que consigamos este fundo ainda este ano e, o mais tardar, no segundo trimestre de 2022, as obras comecem”, assegurou o nosso entrevistado. Para a modernização da aerogare da Beira, o Porta-voz da ADM avançou que o primeiro passo já foi dado, que era desenhar o projecto executivo. Disse ainda que a empresa está quase a receber o desenho, ou seja, o protótipo para a melhoria da aerogare da Beira e através do qual calcularam-se os 30 milhões de USD necessários. (Evaristo Chilingue)
O Banco Comercial e de Investimento (BCI), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e o Fundo de Energia (FUNAE) lançaram, na última segunda-feira (12), em Maputo, a Linha de Crédito BCI Super, de apoio ao sector agrícola com soluções de energias renováveis, escreve uma nota de imprensa recebida na nossa Redacção.
Citado pela fonte, o administrador do BCI, Miguel Alves, explica que as verbas da Linha serão disponibilizadas em forma de um fundo de garantia para a mitigação de risco, com a expectativa de um aligeiramento das garantias exigidas pelo banco aos operadores do sector agrícola.
“Esta Linha traduz-se num valioso e oportuno instrumento e numa aposta acertada de uma estratégia a qual o BCI está incondicionalmente alinhado, sendo de destacar, neste fundo, as condições atractivas que oferece para a aquisição de equipamentos de energias renováveis para uso produtivo no ramo dos agronegócios em Moçambique, seja na agricultura, seja no agro-processamento”, acrescentou Alves, citado pelo comunicado.
Já o representante da UNIDO, em Moçambique, Jaime Comiche, enfatizou a pertinência deste mecanismo financeiro, pois, irá suplementar a resiliência e capacidade de adaptação das comunidades locais e das Pequenas e Médias Empresas a adversidades conjunturais, para protegerem meios de subsistência, segurança alimentar e empregos.
De acordo com a nota, o PCA do FUNAE, António Saíde, disse, por seu turno, que a Linha irá auxiliar as actividades da instituição que dirige, nomeadamente, a implementação da visão do Governo que visa o acesso universal em 2030, um objectivo que se consubstancia através de soluções dentro e fora da rede.
Em representação do Governo, ainda de acordo com o comunicado do BCI, o Director Nacional de Energia, Pascoal Bacela, afirmou, no mesmo encontro, que o acto, ora testemunhado, “representa uma grande contribuição na construção da base de sustentabilidade para o serviço de fornecimento de energia a todos os consumidores à escala nacional”. Sublinhou que a promoção do uso produtivo de energia constitui um imperativo no processo de electrificação, salientando que o mesmo acontece a diferentes escalas. (Carta)
A avaria de alguns equipamentos essenciais no Aeroporto Internacional de Maputo está a denegrir os serviços prestados naquela infra-estrutura. Em meados de Março último, “Carta” recebeu relatos de avarias de vários equipamentos. Fez-se ao local e constatou que, de facto os elevadores e escadas rolantes, a maior parte não funcionam.
Constatou ainda que as pontes de embarque/desembarque de passageiros pararam de funcionar há anos.
Até a primeira quinzena de Março, a torre de controle e o Core Room do Internacional estavam sem ar condicionado (AC). Entretanto, em entrevista ao jornal, o Porta-voz da empresa Aeroportos de Moçambique, Saíde Júnior, disse que problemas relacionados a AC já foram ultrapassados. Disse ainda que a demora na substituição dos equipamentos deveu-se a questões de procurement público que é moroso.
“Com relação às pontes de embarque/desembarque, infelizmente temos quase nenhuma empresa capaz de as reparar porque tem especificidades. São equipamentos colocados aquando da construção do aeroporto. Avariaram, reportamos e neste momento está feito o pagamento das peças na fábrica na China. Esperávamos que em Novembro último todas as pontes estivessem a funcionar, mas infelizmente a crise pandémica criou barreiras. A última comunicação que tivemos com a empresa chinesa é de que as peças estarão produzidas e concluídas em Maio próximo, altura em que os técnicos chineses estarão cá para fazer a reparação”, justificou Júnior.
Para evitar a demora na reparação das pontes, nos próximos tempos, o nosso entrevistado adiantou que a empresa Aeroportos de Moçambique pretende incluir seus quadros para que enquanto os técnicos chineses estiverem a reparar, transmitirem conhecimento.
“Em relação a elevadores e tapetes rolantes/escadas rolantes, idem. As peças daqueles equipamentos são produzidas fora do país. Tínhamos sobressalentes, mas foram sendo utilizados e, infelizmente, não houve reposição porque, mergulhado em crise, o fornecedor estava fechado. Mas agora que as coisas começaram, fizemos as encomendas já foram feitas”, explicou o Porta-voz dos Aeroportos de Moçambique.
Júnior reconheceu, no entanto, que as avarias demoraram por causa da crise pandémica em que o mundo continua mergulhado. Enfim, a fonte disse estar ciente de que é preciso repor, pois “a manutenção dos equipamentos nos aeroportos, ocupa o topo das prioridades da empresa”. (Evaristo Chilingue)
O economista publicou ontem, sob a chancela do Observatório do Meio Rural, uma análise exaustiva sobre a política monetária em tempos de pandemia. Ele sugere que o Banco de Moçambique possa estar a usar as reservas externas e internas para conseguir cobrir prováveis custos resultantes das dívidas ocultas (ou outras não conhecidas/ou ainda “ocultas”), custos da guerra em Cabo Delgado e o adiamento de receitas dos recursos gás e de outros recursos naturais sine dia.
A pandemia aprofundou a crise da economia devido às dívidas ocultas que, por sua vez, foi um agravamento da tradicional crise do país, podendo ter períodos de expansão de alguns indicadores económicos. Durante a pandemia, o Banco de Moçambique tomou opções controversas (como no contexto geral, em períodos mais longos como o estudado 2001-2020).
Resumem-se as seguintes principais medidas do Banco de Moçambique:
O volume de crédito disponibilizado com a etiqueta de Covid.19 foi, essencialmente, por via de um banco estatal (Banco Único) com recursos muito limitados para as necessidades mais prementes. A entrega de dinheiro às famílias com graves dificuldades foi insignificante e terminada em poucos dias.
Estas opções foram em sentido contrário às praticadas na maioria dos países que mais sofreram com a pandemia que, em resumo foram as seguintes principais: (1) disponibilização de créditos e condições de pagamentos de impostos e juros à banca; (2) apoio social às famílias afectadas pelo desemprego e perdas de rendimento.
As medidas do Banco de Moçambique foram de pró ciclo em situação de crise, isto é, foram favoráveis ao agravamento da crise contrárias à recuperação económica. O Banco Central reagiu tardiamente (tradicional rigidez -++das medidas), à depreciação do Metical e só a partir de Fevereiro/Março de 2021 (1 ano depois do 1º caso de COVID-19) é que começou a injectar divisas no mercado, fazendo baixar significativamente a taxa de câmbio.
As principais consequências foram as seguintes:
RESUMO
Da análise efectuada, pode-se constatar:
Em síntese, o Banco de Moçambique tem tido uma política monetária conservadora (excessiva para alguns analistas), cautelosa (reserva monetária e reservas internacionais elevadas), supondo a defesa da solvabilidade e robustez do sistema financeiro nacional. A gestão da política monetária visa, em primeiro lugar, assegurar os equilíbrios nominais da economia e tem sido, em alguns períodos, penalizadora da economia real (crescimento económico, rendimento per capita médio, exportações e importações, competitividade da economia) e não tem contribuído para a transformação estrutural da economia e maior equidade social. O Banco Central e os bancos comerciais têm financiado a galopante dívida pública interna em prejuízo das empresas e das famílias.
Finalmente, como explicar esta política monetária rígida e aparentemente contraditória na gestão dos seus instrumentos, ou mesmo incompetente e nefasta para a economia? Duas hipóteses ou uma combinação das duas: a primeira, a obsessão dogmática, teórica e metodológica, do primado da estabilidade para depois crescer com sacrifício dos cidadãos, utilizando instrumentos directos de gestão (taxas de juro e de câmbios); e/ou, a segunda, uma super cautela pelos riscos da economia (conflitos, COVID-19, imagem do país e consequências nas relações políticas, económicas e comerciais externas).
Termina-se com uma terceira hipótese não revelada (o “gato escondido”): as reservas externas e internas são elevadas para conseguir cobrir prováveis custos resultantes das dívidas ocultas (ou outras não conhecidas/ou ainda “ocultas”), custos da guerra em Cabo Delgado e o adiamento de receitas dos recursos gás e de outros recursos naturais sine dia.
Sugere-se que este trabalho seja aprofundado com outras secções de teoria e de métodos quantitativos, para testar algumas hipóteses acerca das relações e da importância da economia monetária sobre a economia real, como por exemplo, crescimento económico, exportações e importações, investimento público e privado, consumo entre outras. (Carta)
O Metical é a moeda que mais valorizou desde o princípio do ano, ganhando 17% face ao dólar e melhorando para o nível de Janeiro de 2020, com os analistas a anteverem mais ganhos de curto prazo.
De acordo com a consulta feita pela agência Lusa à relação do Metical com o dólar, a moeda moçambicana valorizou-se em 17% desde o início do ano, quando eram precisos 75 meticais para comprar um dólar, ao passo que na sexta-feira bastavam 62 meticais, segundo o câmbio médio.
Segundo os analistas do banco Rand Merchant, a valorização do metical deverá ainda continuar nas próximas semanas devido à excessiva liquidez do dólar no mercado e à acção do banco central moçambicano.
"Devido à liquidez de dólares no mercado, num contexto em que a actividade mineira ganha tração, esperamos que o Metical se fortaleça e antecipamos que o banco central vá permitir este crescimento da liquidez da moeda norte-americana, o que deverá fortalecer ainda mais o Metical, para aplacar os efeitos da inflação originada pelas importações", escreveram os analistas Neville Mandimika e Daniel Kavishe numa nota de análise.
O Metical esteve relativamente estável durante janeiro nos 75 meticais por dólar e começou a valorizar-se no final de fevereiro, tendo apreciado até chegar aos 62 meticais na sexta-feira, sendo necessário recuar a janeiro de 2020, antes da pandemia de covid-19, para encontrar a moeda moçambicana tão valorizada.
A valorização do metical segue-se a uma descida de cerca de 10% durante o ano passado no valor face ao dólar, e surge em contraciclo com as previsões da generalidade dos analistas, que anteviam uma queda ainda maior do metical este ano, e acontece apesar da onda de violência no norte do país, que catapultou Moçambique para o topo da agenda mediática internacional nas últimas semanas.
No final de fevereiro, os analistas da NKC African Economics, por exemplo, estimavam que a moeda nacional de Moçambique fosse continuar a desvalorização este ano, passando a ser necessários 77,7 meticais por dólar, face aos 69,5 no ano passado.
A valorização da moeda moçambicana surge apesar da revisão em baixa da previsão de crescimento económico para este ano por parte do Fundo Monetário Internacional, que desceu a estimativa de 2,1%, e outubro, para 1,6%, na semana passada e aparece na sequência das medidas tomadas pelo banco central.
A 17 de março, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de política monetária, (taxa MIMO), em 13,25%, justificando a decisão com a "prevalência de elevados riscos e incertezas, não obstante a revisão em baixa das perspectivas de inflação no curto e médio prazo".
Prevê-se "um menor agravamento de preços, a reflectir, fundamentalmente, a tendência para apreciação do metical decorrente das medidas tomadas na última sessão do CPMO, num contexto de fraca actividade económica", acrescentou o regulador, que em janeiro subiu a taxa MIMO em 300 pontos base, para os actuais 13,25%.
Segundo o Banco de Moçambique, a pressão cambial reduziu-se substancialmente, com a procura de divisas a ser "totalmente satisfeita", como resultado "de uma maior fluidez que se observa no mercado cambial, contrariamente à tendência registada no princípio do ano". (Lusa)