O Governo, através do Ministério da Indústria e Comércio (MIC), e a União Europeia (EU) lançaram, esta segunda-feira (29), em Maputo, o projecto “Promove Comércio”, com o qual se pretende impulsionar o desenvolvimento estrutural das cadeias de valor prioritárias directas, voltadas para as exportações e o aumento qualitativo do investimento europeu em Moçambique, escreve a agência Fim-de-Semana (FDS).
“Do conjunto dos objectivos a alcançar com este projecto constam ainda a modelação contextual e estrutural do selo Made in Mozambique, o potenciamento da melhoria da qualidade, certificação e imagem da produção nacional, bem como a consolidação do apoio estratégico à modernização das Micro, Pequenas e Médias Empresas, para que aumentem o seu nível de exportações e participação no mercado europeu e no conteúdo local”, refere a nossa fonte.
Além dos referidos objectivos, a vice-Ministra da Indústria e Comércio, Ludovina Bernardo, acrescentou, em webinar de lançamento da iniciativa, a criação, desenvolvimento e institucionalização do quadro e ecossistema integrado de medidas de salvaguardas para o estímulo da produção nacional, como sendo, igualmente, um dos objectivos essenciais do projecto.
“Queremos promover o fortalecimento do sector privado nacional e local. Sabemos e acreditamos que este projecto pode ser um dos catalisadores para a nossa aspiração operacional de valorizar e consumir a produção nacional, diversificar as exportações e impulsionar o investimento”, frisou a governante, citada pela nossa fonte.
Segundo o FDS, o projecto, operacionalizado em parceria com a UNIDO-Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, é financiado pela União Europeia e visa também apoiar a implementação do Acordo de Parceria Económica (APE) e do Acordo de Facilitação do Comércio (AFC) da Organização Mundial de Comércio (OMC).
Intervindo no evento, o Embaixador da UE, em Moçambique, António Sánchez-Benedito Gaspar, disse, a propósito, que com essa iniciativa o bloco económico pretende contribuir para o processo de crescimento económico de Moçambique, criando emprego para a população, através do reforço da competitividade comercial.
Ainda no âmbito do programa, o diplomata sublinhou ser necessidade da UE “avançar com urgência nas questões de qualidade e na diversificação da capacidade exportadora do país e, para isso, temos a melhor equipa e parceiros”.
Por seu turno, o representante da UNIDO no país, Jaime Comiche, disse esperar que a implementação do projecto concorra para a materialização dos objectivos de transformação estrutural da economia, preconizados pelo programa do Governo 2020-24 e habilitar as empresas a tirar maior vantagem do mercado da SADC, do acordo de parceria económica SADC-União Europeia e também do acordo de comércio livre continental africano. (Carta)
O Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que os resultados do último inquérito à produção industrial, quando comparados com o período homólogo, indicaram, para o quarto trimestre de 2020, uma redução dos Índices de Produção Industrial (IPI), do volume de negócios, de emprego e do tempo de trabalho em -1,9%;-11,6; -13,3 e -18,1% respectivamente.
Por outro lado, o INE constatou que houve uma subida dos Índices das Remunerações e dos Preços na Produção Industrial (IPPI) em magnitudes de 10,2% e 0,7% de variação homóloga, respectivamente, no mesmo período de referência.
“A variação homóloga negativa do IPI no período em análise foi influenciada por todos os bens industriais produzidos, excepto os bens de consumo não duradouros, que contribuíram com 17,7% positivos. Dos bens industriais com variação negativa, ressaltam os bens de energia e bens intermédios com uma redução de variação homóloga de 29,5% e 13,0% respectivamente”, justifica o INE em comunicado de imprensa.
Quanto às razões da subida ligeira do IPPI, a Autoridade Estatística aponta o contributo de todos os bens industriais, com maior destaque para os bens de equipamento e bens de consumo não duradouros com 27,5% e 21,6% respectivamente.
A conclusão do inquérito do INE associa a queda do índice de volume de negócios aos contributos negativos de todos os bens industriais, com excepção dos bens intermédios e dos bens de equipamentos, com uma variação homóloga positiva de 2,4% e 2,1% respectivamente.
A nossa fonte indica que a redução do índice de emprego industrial no período em análise foi influenciada principalmente pelas indústrias de produtos alimentares, bebidas e de tabaco com -18,6% de variação homóloga, bem como indústrias de madeira, papel e pasta e impressão com -2,8%.
Por fim, a Autoridade Estatística observou que o aumento do índice das remunerações esteve associado às Indústrias Extractivas com 12,9%, às Indústrias Alimentares, Bebidas e de Tabaco com 11,3% e às Indústrias de Minerais não Metálicos com 7,4%, facto que correspondeu a uma melhoria relativa dos salários se comparado com o trimestre homólogo. (Carta)
O Governo alemão, através do banco KfW, em parceria com o Banco de Moçambique, disponibiliza 6 milhões de euros (perto de 500 milhões de Meticais) às Micro, Pequenas e Médias Empresas que foram severamente afectadas pela pandemia da Covid-19, possibilitando assim a cobertura de parte das suas necessidades de fluxo de caixa e de outros custos fixos.
Segundo o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, o valor vai ser repassado pelo Millennium BIM, BCI, Société Générale, o MyBucks e o Microbanco Confiança, cinco das instituições de crédito que operam no nosso país.
Falando durante a assinatura de acordos entre os representantes do KfW, Banco Central e as referidas instituições de crédito, Zandamela sublinhou a importância da verba, pois, irá aliviar a pressão que se faz sentir sobre o tecido empresarial nacional em face das restrições impostas pela Covid-19 e evitar que mais moçambicanos percam as suas fontes de rendimento.
“Como banco central, assumimos o compromisso de flexibilizar e tornar mais célere a disponibilização dos recursos às instituições signatárias destes acordos. Para as instituições de crédito que irão administrar esta subvenção, gostaríamos de apelar à celeridade na disponibilização dos recursos, sem prejuízo da observância dos critérios de elegibilidade”, disse o Governador.
Para além da celeridade, Zandamela exortou as instituições signatárias a pautarem pela transparência na selecção dos beneficiários desta subvenção, privilegiando a sua divulgação junto de potenciais clientes.
O Governador do Banco de Moçambique assinalou que a sua instituição continuará a envidar esforços no sentido de mobilizar parceiros de cooperação e outras entidades de relevo para reforçar os níveis de apoio a este segmento de empresas, considerado vital para a diversificação da base produtiva da nossa economia e para a promoção de emprego, com ênfase para as camadas mais jovens. (Carta)
A moeda nacional, o Metical, está, nos últimos dias, a valorizar-se consideravelmente em relação ao Dólar norte-americano (USD), invertendo a trajectória observada nos últimos 12 meses, período em que 1 USD saiu de 65 Meticais para 75 Meticais.
A inversão do cenário da depreciação da nossa moeda começa a ganhar corpo no início de Março corrente, depois de o Banco de Moçambique tomar medidas de política monetária, com destaque para o aumento das taxas de juro de referência no sistema financeiro nacional.
Se até finais de Fevereiro último, 1 USD custava 74 a venda, esta segunda-feira (29), custa 68 Meticais, de acordo com o câmbio do dia do Banco de Moçambique. A compra do USD também regista uma queda acentuada, tendo em finais de Fevereiro saído de 75 Meticais para 70 Meticais.
Com base nesses dados, compreende-se que se num ano o Metical perdeu 10 valores a favor do USD, em menos de um mês, já recuperou cinco valores.
Por seu turno, o Euro também vai perdendo valor em relação ao Metical. Se 1 Euro chegou a vender-se a 91 em finais de Fevereiro, esta segunda-feira vendia-se a 82 Meticais. Em termos de compra, 1 Euro caiu de 89 Meticais para 81 Meticais.
O Rand também está a registar queda, mas a passos tímidos. Embora tenha chegado a custar 5 Meticais a venda, actualmente, 1 Rand equivale-se a 4.69 Meticais e 4.6 Meticais a compra.
A verdade é que quanto maior for o valor do Metical, menos sufocada tenderá a ser o custo de vida de famílias e empresas mergulhadas em crise pandémica. (Evaristo Chilingue)
O Banco de Moçambique (BM) mostra-se preocupado com a subida, a nível do mercado internacional, do preço do petróleo e demais produtos consumidos pelo nosso país. A preocupação centra-se no facto de a valorização desses produtos poder influenciar a subida de preços a nível nacional.
No mais recente Relatório sobre a Conjuntura Económica e Perspectiva de Inflação (CEPI), publicado pela instituição, o regulador do sistema financeiro avança que o progresso nos programas de vacinação, aliado à aprovação de pacotes adicionais de estímulos às economias, reforçam o optimismo quanto à recuperação mais célere da procura global, com impacto sobre os preços das principais mercadorias de exportação e de importação, com destaque para o petróleo.
“De 27 de Janeiro até à segunda semana de Março, o preço do brent registou ganhos acumulados de 24,8%, elevando a sua cotação no mercado internacional para 69,63 USD/barril num dia, o que suscita preocupações quanto ao seu impacto na inflação doméstica, dado o elevado peso dos preços dos combustíveis líquidos no Índice Geral de Preço”, lê-se no informe.
O Banco de Moçambique justifica o aumento do preço do brent, essencialmente, com a manutenção dos cortes na produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e pela expectativa de maior desempenho da economia mundial.
Entretanto, numa observação optimista, o regulador do sistema financeiro nacional diz, em relatório, haver tendência para o aumento também nos preços de alguns produtos de exportação de Moçambique, como é o caso do alumínio e carvão, o que poderá favorecer as receitas de exportações do país, a partir do terceiro trimestre de 2020, com impacto no crescimento económico de Moçambique. (E. C.)
O Governo, através do Ministério dos Recursos Minerais e Energias (MIREME), vai, em breve, anunciar as empresas pré-seleccionadas para o programa de leilões de energias renováveis em Moçambique, uma iniciativa lançada em Outubro de 2020 e que marca uma nova abordagem na cedência de licenças ao sector privado para produção de energia a partir de fontes renováveis.
A informação foi avançada, semana finda, pelo Ministro do sector, Ernesto Max Tonela, falando num evento virtual organizado pelo Alto Comissariado Britânico, com vista a discutir oportunidades de investimento para que mais empresas britânicas possam investir ainda mais em Moçambique e fortificar as relações comerciais entre os dois países.
Na ocasião, Tonela avançou que, durante a fase de manifestação de interesse para o primeiro projecto do programa, um total de 135 empresas solicitaram a documentação da manifestação de interesse, números que, para o governante, no actual contexto da pandemia Covid-19, são bastante encorajadores.
“Estamos muito optimistas com o programa de leilões de renováveis (…). Dentro de muito em breve iremos anunciar as empresas pré-seleccionadas para passar à fase de licitação”, afirmou Tonela.
Refira-se que o programa de leilões de energia renovável, em Moçambique, introduz mecanismos de licitação competitivos e transparentes para seleccionar parceiros estratégicos para o desenvolvimento, construção e operação de três centrais solares fotovoltaicas de 40 megawatts de pico cada e uma eólica de 50 megawatts de pico. (Evaristo Chilingue)