A Occidental Petroleum Corporation (que também assume a designação Oxy) anunciou quinta-feira passada (08) em Houston, nos Estados Unidos da América (EUA), a conclusão bem-sucedida da sua aquisição da Anadarko Petroleum Corporation numa transacção avaliada em 55 biliões de USD, incluindo assunção da dívida da Anadarko.
Depois de ser comprada pela Occidental, com que celebrou um acordo no início do corrente ano para a venda dos activos em África, a Anadarko deve ceder a liderança do consórcio da Área 1 na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte do país, à francesa Total.
Em comunicado patente no site da Anadarko Moçambique (que com a compra agora remete a Occidental), o presidente e director executivo da Oxy, Vicki Hollub, afirma que, com o portfólio de activos de classe mundial da Anadarko agora oficialmente parte da Occidental, “começamos nosso trabalho para integrar nossas duas empresas e desvendar o valor significativo dessa combinação para os accionistas”.
“Esperamos entregar pelo menos 3.5 biliões de USD por ano em sinergias de custos e investimentos de capital e o foco da nossa direcção e equipa de gestão está na execução, para alcançar a promessa desta combinação empolgante. Esperamos actualizar o mercado em nosso progresso contínuo no sector, meses à frente”, acrescenta Hollub citado pelo comunicado.
De acordo com a nota, o fecho da transacção seguiu-se à aprovação da compra pelos accionistas da Anadarko numa Reunião Especial realizada ontem. “Mais de 99 por cento das acções votadas na Reunião Especial foram a favor do acordo de fusão da Occidental”, lê-se no comunicado.
Na nota consta também que, com a operação, os accionistas da Anadarko estão a receber 59,00 USD em espécie e 0,2934 acções ordinárias da Occidental por acção ordinária da Anadarko na transacção. “A partir do final do pregão de hoje [quinta-feira passada], as acções ordinárias da Anadarko não serão mais negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque”, conclui o comunicado.
A Occidental é uma empresa internacional de exploração e produção de petróleo e gás, com operações nos EUA, no Oriente Médio e na América Latina. Com sede em Houston (cidade no Estado do Texas), a Occidental é uma das maiores empresas de petróleo e gás dos EUA, com base na capitalização do mercado acionário. (Evaristo Chilingue)
A Mozambique Rovuma Venture (MRV), juntamente com os seus Parceiros da Área 4 e o Governo de Moçambique, representado pelo Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, assinaram, sexta-feira finda (09), o Segundo Acordo Complementar do Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção (EPCC) da Área 4, que foi aprovado pelo Conselho de Ministros no dia 14 de Maio.
O instrumento assegura o enquadramento legal e contratual que vai permitir que o projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL) do Rovuma progrida, bem como os futuros projectos de GNL da Área 4.
O segundo Acordo Complementar, combinado com o Plano de Desenvolvimento e o Acordo de Unificação e Operações de Unidade, cria igualmente uma estrutura para o desenvolvimento e monetização das descobertas de gás de classe mundial da Área 4.
Em comunicado recebido na nossa redacção, o Director Geral Midstream da MRV, Mark Hackney, é citado a afirmar que a assinatura do Acordo assinala um marco importante e um passo significativo em direcção à Decisão Final de Investimento para o projecto Rovuma LNG no final deste ano.
De acordo com a nota, o MRV e parceiros da Área 4 garantem continuar a trabalhar com o Governo para maximizar os benefícios a longo prazo que o projecto trará para o povo de Moçambique.
De acordo com a nota, Max Tonela afirmou, por sua vez: “estas aprovações importantes aproximam-nos cada vez mais da materialização do Projecto Rovuma LNG e representam o compromisso do Governo de garantir que o Projecto irá beneficiar todos os moçambicanos e tornar realidade este “gás” para um Moçambique próspero”.
Lê-se no comunicado que os esforços de marketing para o GNL produzido a partir do projecto Rovuma LNG estão a progredir e a Área 4 já assegurou os contratos de compra e venda através das compradoras afiliadas dos parceiros, para 100 por cento da capacidade das Unidades de Produção 1 e 2, que conjuntamente produzirão mais de 15 milhões de toneladas de GNL por ano. “Os contratos de compra e venda da Área 4 foram submetidos ao Governo para aprovação”, sublinha a nota.
A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture S.p.A., uma Joint Venture que é co-propriedade da Eni, ExxonMobil e CNODC, que detém uma participação de 70 por cento no Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção da Área 4. A Galp Energia Rovuma B.V., a KOGAS Moçambique Ltd. e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos E.P. (ENH) cada uma detém uma participação de 10 por cento.
A ExxonMobil vai liderar a construção e operação das instalações de liquefacção de gás natural e instalações relacionadas em nome da MRV, e a Eni vai liderar a construção e operação das Instalações Upstream. (Evaristo Chilingue)
A Bolsa de Valores de Moçambique garante ter-se tornado mais robusta com a Oferta Pública de Subscrição (OPS) representativa de 30.190 por cento do capital social da Cervejas de Moçambique (CDM), S.A., que decorreu entre os dias 22 de Julho a 05 de Agosto do ano em curso.
Dados publicados, esta quarta-feira (07), pela BVM, indicam que a OPS naquela bolsa, lançada pela CDM, para uma emissão que se estimou de 36.762.972 novas acções, a um preço de 212.00 MT, veio a registar uma procura total que ascendeu a 45.771.294 novas acções, mostrando que a relação Procura-Oferta foi de 124.5 por cento.
Segundo o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da BVM, Salim Valá, a operação da CDM robusteceu a instituição, facto que se encontra consubstanciado no comportamento dos principais indicadores de Bolsa.
“Com a realização desta Sessão Especial de Bolsa, teremos a admissão à cotação de 36.7 milhões de novas acções, que irá incrementar a capitalização bolsista da BVM em mais 7.793 milhões MT, passando assim para os 102.249 milhões MT (1.654 milhões de USD, e um crescimento de 8.25 por cento), e o rácio da capitalização bolsista passa dos actuais 9.25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para 10.0 por cento do PIB”, explicou o PCA da BVM.
Em termos do financiamento à economia, Valá disse que, com a operação da CDM, o valor passa dos actuais 119.194 milhões MT (1.900 milhões de USD) para os 126.987 milhões MT (2.024 milhões de USD), representando um crescimento de 6.5 por cento.
Com isto, o gestor diz que a BVM continua posicionada e predisposta a prestar serviços da sua alçada ao sector empresarial, no que tange à disponibilidade de financiamento, promoção da poupança e estímulo ao investimento produtivo.
“Instamos as empresas a usarem a BVM, fazendo uso dos produtos disponíveis no mercado de capitais moçambicano”, afirmou a fonte. Para efeitos de financiamento, a instituição dispõe actualmente de dois mercados, sendo um para as grandes empresas e o Estado e outro para as Pequenas e Médias Empresas, porém, ambos podem acolher empresas de diferentes dimensões, de diversos sectores de actividade económica, com diferentes necessidades de financiamento e a operar em diferentes pontos de Moçambique. (Evaristo Chilingue)
A Agência Metropolitana de Transporte de Maputo (AMTM) anunciou, recentemente, a adjudicação, através de concurso público, dos serviços de concepção, fornecimento, instalação, teste e comissionamento do sistema automático de cobrança de tarifas no transporte urbano de passageiros na área metropolitana de Maputo à empresa tanzaniana Maxcom Africa PLC, no valor de 1.400.905.602,00 Mts.
O sistema, a abranger todos os autocarros da Agência e mais 400 transportes semi-colectivos, visa modernizar o sistema de cobrança nos autocarros e irá consistir na emissão de cartões de viagem, a serem cobrados automaticamente em cada viagem no maior centro urbano do país.
À “Carta”, o Director da AMTM, António Matos, explica que o valor será investido na aquisição do equipamento e instalação de redes de comunicação para a implementação do projecto, que será executado em coordenação com alguns bancos comerciais. Segundo o dirigente, o valor a ser investido pela empresa, com sede em Dar-es-Salam, já teve visto do Tribunal Administrativo e será aplicado num período de 10 anos e “sem custos adicionais ao Estado”.
“O reembolso será feito na base das comissões. A empresa já apresentou a sua percentagem de comissão, que é mais baixa em relação aos outros concorrentes”, garante a fonte, revelando que o concurso contou com 25 candidatos, dos quais uma empresa moçambicana, a Metrobus.
“O concurso foi lançado em Dezembro de 2018 e, em Maio, apurámos os cinco finalistas, onde estava a empresa moçambicana. Apurámos a Maxcom por nos ter apresentado uma proposta mais razoável e com soluções tecnológicas mais vantajosas. É uma empresa experiente e trabalha em sete países africanos”, disse António Matos, referindo-se ao Ruanda, Burundi, Quênia, Uganda, Zâmbia, Malawi e Gana, onde a Maxcom Africa PLC presta serviços idênticos.
Matos defende que o sistema irá abranger mais de três milhões de utentes residentes na Área Metropolitana de Maputo, que integra os Municípios de Maputo, Matola e Boane e o distrito de Marracuene. Questionado que engenharia a AMTM ia fazer para que o sistema não se tornasse em mais um sonho falhado, o dirigente respondeu que, para além dos bancos, este irá envolver mais de 4 mil trabalhadores, o que lhe garante o seu devido sucesso. Garante ainda ter actualizado o sistema, garantindo maior flexibilidade e eficácia. (Carta)
Cerca de 30 empresas do ramo de consultoria receberam formação, nos dias 7 e 8 de Agosto corrente, na capital do país, em matéria de procurement, com maior enfoque nas etapas, procedimentos e tipos de processos de contratação (seja em regime normal ou especial), assim como nos meios e procedimentos para esclarecimentos, reclamações e recursos.
Organizada pela Associação das Empresas Moçambicanas de Consultoria (AEMC), em parceria com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a formação tinha por objectivo dotar as empresas de consultoria de conhecimentos dos elementos-chave do ciclo de contratação e execução dos contratos de serviços de consultoria, nomeadamente: manifestação de interesse; lista curta; análise de documentos de concurso; etapa de esclarecimentos; avaliação de propostas; e adjudicação.
O Presidente da AEMC, Bruno Vedor, disse na ocasião que, apesar do capítulo referente à contratação de serviços de consultoria já estar consagrado, sem alterações de fundo, desde 2006 (quando entrou em vigor o Regulamento aprovado pelo Decreto 54/2005, de 13 de Dezembro), observa-se ainda uma série de deficiências por parte das entidades contratantes (englobando as Autoridades Competentes, Unidades Gestoras Executoras das Aquisições (UGEA), Júris e áreas técnicas).
Segundo Vedor, que também é membro da CTA, por um lado, o problema deve-se à interpretação misturada entre materiais que regem aquisição de bens e serviços e empreitadas de obras em conjunto com os serviços de consultoria e, por outro, às práticas pouco transparentes das entidades contratantes para com os concorrentes.
Salientou que cenários relacionados com a qualidade dos termos de referência que não expressam claramente as necessidades da contratação, tempo inadequado para apresentação de propostas, assim como questões de interpretação complexas devido à adopção de regras dos financiadores (algumas vezes conjugadas de modo pouco transparente com as do Regulamento aprovado pelo Decreto 5/2016, de 8 de Março) alimentam a fraca transparência e rigor no tratamento destes processos.
Finda a formação, Vedor disse esperar que, no evento, as empresas de consultoria que enfrentam dificuldades de vária ordem tenham tido conhecimentos suficientes para melhor organização do processo de procurement, incluindo os meios e procedimento para esclarecimentos, reclamações e recursos. “Para nós, isto vai aumentar o nível de actuação das empresas e permitir maior transparência dos processos”, acrescentou. (Evaristo Chilingue)
O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Valá, disse ontem (7), em Maputo, durante a Sessão Especial de Bolsa, que a Oferta Pública de Subscrição (OPS) da Cervejas de Moçambique (CDM) constitui a maior operação de financiamento através da BVM.
Trata-se da OPS representativa de 30.190 por cento do capital social da Cervejas de Moçambique (CDM), S.A., que decorreu entre os dias 22 de Julho e 05 de Agosto do ano em curso.
Segundo Valá, a OPS na BVM, lançada pela CDM, para uma emissão que se estimou de 36.762.972 novas acções, a um preço de 212.00 MT, veio a registar uma procura total por parte dos investidores que ascendeu a 45.771.294 novas acções, mostrando que a relação Procura - Oferta foi de 124.5 por cento.
Para Valá, o resultado da operação significou que os accionistas da CDM responderam assim ao desafio que lhes havia sido lançado de terem a capacidade de subscreverem as novas acções, pelo que dos 2.118 accionistas registados da Cervejas de Moçambique, foram suficientes para garantir a totalidade da subscrição os 251 accionistas participantes, representativos de 11.85 por cento da estrutura accionista.
O PCA da BVM destacou que, ao lançar o seu segundo (primeiro em 2012) aumento de capital social pela emissão de novas acções, através da modalidade de OPS, a CDM vem reforçar o papel do mercado de capitais na economia moçambicana, com a maior operação de financiamento via Bolsa de Valores: mais de 7.993 milhões MT, o equivalente a 125 milhões USD.
“E quis fazê-lo recorrendo à captação da poupança de seus accionistas, para ser usada em investimentos empresariais em Moçambique”, sublinhou o gestor.
Valá destacou, igualmente, que a CDM é a mais antiga (foi a primeira a ser listada na BVM em 2001) profícua das empresas cotadas na vossa Bolsa de Valores, com maior peso na capitalização bolsista (ou seja, 23.2 por cento) detendo uma pegada singular e sinais marcantes da sua presença e impacto no mercado de capitais moçambicano.
Face à aposta da CDM pela Bolsa, Valá concluiu, questionando: “Se uma empresa do porte da CDM financia-se por via da BVM, porque outras empresas cujo acesso e condições de financiamento representam o seu ‘calcanhar de Aquiles’ não optam por explorar esta alternativa de financiamento?” (Evaristo Chilingue)