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Carta de Opinião

segunda-feira, 07 fevereiro 2022 07:31

A vida no quintal do "Txio Fijany"!

O quintal do "Txio Fijany" foi feito como um paraíso, mas estranhamente tudo se transformou em inferno. Tornou-se num local infestado por uma legião de todo o tipo de pessoas más. Desde ladrões, caloteiros, mafiosos, criminosos, pedófilos, corruptos, assassinos, terroristas, narcotraficantes, traficantes de órgãos humanos, contrabandistas e, acima de tudo, os chefes deles – os políticos sem alma!

 

O quintal do "Txio Fijany" era extenso e viviam milhões de pessoas. Pessoas que conseguissem ver o sol ou além da cortina eram vistas como anti-patrióticas. Tanto é que sempre que tentam levantar a voz para reivindicar algum direito violado são tratadas com desdém e violência. Tudo porque no quintal do "Txio Fijany" não se admite que os filhos exigam que haja mais comida e batata, nutritiva no prato, tenham uma qualidade de vida, as pessoas sejam honestas, mais cultas e que vivam consoante aquilo que produzem!

 

Os amigos do "Txio Fijany" controlam tudo e todos. Razão pela qual, em cada tentativa de protesto ou conferência de imprensa que um enteado do "Txio Fijany" ensaia, os cães mordem dísticos e algemam microfones dos jornalistas que ousam se dirigir ao local. Agora "Txio Fijany" decidiu criar "fronteiras" em frente de casa de cada vizinho, ou seja, quem quiser visitar o outro deve pagar – não está fácil viver no quintal do "Txio Fijany"!

 

No quintal do "Txio Fijany" havia um grupo de enteados que tentaram criar campanha para negar o pagamento de uma dívida – os homens do "Txio Fijany" saíram para o sítio e quem vestisse a camisete e saísse com ela, era arrancado e apalpado até ao local onde fica o "magostoso" para ver se não estava escondida lá – os homens são mesmo agressivos quando é para caçar os enteados do "Txio Fijany" e mansinhos com os filhos dele, mesmo quando eram!

 

O problema é que "Txio Fijany" foi colocado como o líder do quintal e com a missão de tratar todos da mesma forma, sucede que os conceitos igualdade de circunstâncias, oportunidades, saber ouvir e proteger os desfavorecidos não cabem no vocabulário do "Txio Fijany" e nem dos seus próximos. Alguns amigos do "Txio" chegam a achar que são imortais, de tanto mamar nas tetas das vacas leiteiras existentes no quintal.

 

O engraçado é que as pessoas que vivem no quintal do "Txio Fijany" confundem medo com humildade, inteligência com ignorância, liderar com roubalheira, interesse público com interesse de grupinhos. Não é em vão que as pessoas do quintal do "Txio Fijany" só pensam depois de fazer, ou seja, constroem estradas, depois se apercebem que deveriam ter feito valas de drenagem nas imediações. Todos os anos acontecem calamidades naturais, mas só se lembram de evacuar as pessoas quando o fenómeno já está à porta e a fustigar.

 

As coisas no quintal do "Txio Fijany" são mesmo atípicas e perigosas. Os magnatas de outras portas ajudam os residentes de lá, com valores para construir pontes, escolas, hospitais e estradas, mas se a estrada não é de péssima qualidade, então o empreiteiro que dividiu as comissões com os protegidos do "Txio Fijany" leva a mola e zarpa. Se o plano inicial da escola era ser modernizada, a mesma é feita nas correrias e, numa pequena chuva, lá vem a miséria para as crianças e a comunidade escolar.

 

Já nem falo de hospitais e pontes. Os homens do "Txio Fijany" tiveram a coragem de levar mais de 56 milhões de Meticais, mola dos gringos e irem construir um centro de saúde numa zona pantanosa e o engraçado é que ninguém foi responsabilizado. Um bom amigo do "Txio Fijany" querendo mostrar trabalho quando o apelo era que todo o mundo estivesse num local seguro, carregou uma comitiva, acto que culminou em tragédia com a morte de um integrante e várias viaturas danificadas.

 

No quintal do "Txio Fijany" existem milhares de recursos naturais e minerais. Mas as florestas, estas, estão a ser saqueadas pelos chinocas e os "brodas" do "Txio Fijany". Os rios estão poluídos devido ao garimpo artesanal e industrial. Buracos de garimpos são abandonados após a elevada exploração. Nos locais, as comunidades estão mais pobres do que antes. Os jovens locais que, desprovidos de oportunidades, buscam alguma alternativa, ou são mortos ou são detidos!

 

O "Txio Fijany" é um homem de negócios. Com resorts, hotéis e mansões em locais paradisíacos, onde as comunidades locais são tão pobres que nem se beneficiam dos investimentos do “Txio” ou do seu núcleo familiar. O "Txio Fijany” parece ser um homem visionário", tão visionário que na altura que era um alto representante do quintal, conseguiu mover os dedos, chegou ao poder e entregou uma rede de mafiosos que lesaram a vida dos cidadãos no seu território e mesmo tão referenciado pelos ex-brodas, o homem nunca chegou a tecer qualquer comentário ou explicação aos seus súbditos.

 

No quintal do "Txio Fijany", os traficantes chegam a fazer promoção de drogas para os viciados. Os polícias são agentes do crime e enriquecem com a indústria do rapto e da extorsão. Empresários honestos zarpam por temer o pior. Os críticos destas e suas vidas andam em corda bamba e com ameaças constantes, e mesmo as autoridades judiciais sabendo, fazem-se de cegos, mudos e como se nada estivesse a acontecer.

 

Numa das casas do quintal do "Txio Fijany", as pessoas encontram-se numa guerra violenta. Cortam-se pescoços, queima-se tudo e mulheres em gestação são abatidas simplesmente porque surgiram em zonas de conflito, nuas e perdidas. O quintal é mesmo espectacular, todos são forçados a acreditar que as anormalidades que ocorrem são normais.

 

Agora o "Txio Fijany" criou uma moda, inaugurar infra-estruturas com seu nome completo e seu grau académico – e as organizações que procuram alertar o povo de noite para dia transformaram-se em movimentos políticos clandestinos aos olhos do "Txio Fijany" – talvez uma formação intensiva sobre certas matérias de Ciência Política e direitos humanos ajudaria o "Txio Fijany"!

 

O quintal é enorme. Existem mais de 30 milhões de filhos e enteados. E o mesmo é irrompido todos os dias com escândalos cabeludos em quase todos os sectores de actividade. Dentre eles é a facilidade de aquisição de documentos como bilhete de identidade e passaportes por estrangeiros com conduta subversiva, tudo facilitado por pessoas que deveriam fazer o melhor na protecção do quintal. O quintal é corredor de coisas nocivas à saúde pública, como drogas pesadas, pesca ilegal, tráfico de armas de fogo e caça furtiva.

 

De tantos escândalos que assombram o quintal do "Txio Fijany", as pessoas perderam a fé em tudo. Sentem medo de sonhar. De pensar correctamente, por isso alguns preferem trocar o cérebro por um repolho ou alface. O valor dos tomates entre as calças por um cachorro quente instalado por detrás das nádegas.

 

A pujança intelectual por um par de botas bem grandes e uma língua supercomprida – isto é, se queres viver sem makas, no quintal do "Txio Fijany", melhor virar a casaca, para ser condecorado enquanto lidera um julgamento em processo, onde "Txio Fijany" é bastante citado pelos ex-colegas como tendo recebido parte da saborosa sopa libanesa. Isto acontece e ninguém se indigna, porque esta palavra já não existe no vocábulo de todos, porque tudo é faz de conta!

 

Noutros quadrantes, a fabulosa procuradora do mediatizado caso teria de ser colocada fora do caso por promiscuidade e uma grande mancha naquele pano branco de seda turca – senão os ilustríssimos irão usar isso como escudo de combate até ao Tribunal Superior de Recurso (TSR) e os jornais, estes, não perdoaram a mana dos anexos!

 

O "Txio Fijany" é uma espécie rara. Homem com dotes mágicos. Consegue fazer omeletes sem ovo. Deve meter muito medo, para que tudo esteja do modo como está e as gazelas a assistir enquanto um leão apenas passeia e caça pelo quintal comendo uma delas. (I)            

sexta-feira, 04 fevereiro 2022 08:21

Uma premiação que Roosevelt teria cancelado

Consta que o 32º presidente norte-americano, Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), recusou que a sua equipe eleitoral usasse uma eventual adversidade do seu adversário político – fora descoberto de que era um mulherengo – alegando que teria um efeito contrário, pois aumentaria a chance de vitória do seu adversário.

 

Certamente que é uma dica para quem governa, porquanto, e por mais que se esteja cheio de razão, é sempre prudente que se avalie o contexto e as implicações de uma decisão.

 

Nesta linha, e a propósito da premiação feita a magistrados na recente abertura do ano judicial, que contemplou a procuradora em serviço no julgamento em curso sobre as “dívidas ocultas”, seguramente que Roosevelt teria previamente aconselhado o cancelamento da premiação e equacioná-la para um outro momento e mais apropriado. 

 

Um factor determinante que concorreria para o cancelamento é o facto da cerimónia em alusão ter sido dirigida pelo Presidente da República, cujo titular, em função governamental anterior, é amiúde citado em processos judiciais sobre as dívidas ocultas, em particular no processo ora em julgamento.

 

Ainda, e na esteira de Roosevelt, confluiria para o cancelamento o facto de este julgamento, que decorre na cadeia de máxima segurança da Machava, vulgo B.O, também estar a ser usado pela sociedade como uma ferramenta de escrutínio público sobre a real separação de poderes no país, em particular sobre a efectiva independência dos tribunais.   

 

Infelizmente, e é uma pena, o ensinamento de Roosevelt não é tido e nem achado na Pérola do Índico. Ademais, e para fechar, este ensinamento de Franklin Delano Roosevelt – que por acaso morreu em casa de uma amante – decorre de um anterior, a saber: “Se o teu telhado é de vidro não atire pedra para o telhado do outro”. Mas por cá, e porque “há muita poeira”, os telhados de vidro passam bem despercebidos.  

A questão do aumento de mulheres grávidas nos distritos afectados pela onda do terrorismo na Província de Cabo Delgado e hoje sob o forte controlo militar nacional e estrangeiro, tem revelado que no futuro a miscelânea racial, de consanguinidade, mestiços e doenças sexuais pode vir a ficar fora de controlo. É que o mangalho dos nossos valentes cunhados que sempre usam as máscaras, mas não conseguem fazer as relações sexuais protegidas.

 

A situação do aumento de mulheres grávidas abriu uma nova frente comercial para as farmácias locais, desde a Cidade de Pemba aos distritos do norte e centro de Cabo Delgado. É que o que mais se procura pelos militares nas farmácias são pílulas anti-concepcionais e outros medicamentos para a realização de abortos e, raramente, ou nunca compram preservativos.

 

Talvez seja altura de um maior envolvimento das autoridades nacionais, organizações humanitárias e de saúde imprimirem mais esforços na sensibilização das partes, porque, segundo alguns pássaros, no futuro, a situação da prevalência e de filhos sem pai será dramática. 

 

Os pássaros dizem que tal como Palma e Mocímboa da Praia, a situação de mulheres que se têm envolvido sexualmente e sem protecção com militares também se faz sentir bastante na capital provincial, onde a alternativa é recorrer aos anticoncepcionais para interromper a gravidez.

 

O problema não é que os nossos "bons amigos e vizinhos" comam nossas mangas, galinhas e o pescado, o problema está em saberem que as relações sexuais sem protecção, para além de engravidarem as mulheres, também podem infectar as partes com o vírus da imunodeficiência adquirida, entre outras.

 

Se as mangas fossem consumidas humanamente, já poderíamos estar a preparar a lista do lobolo, mas como os nossos novos cunhados não gostam disso, até porque estão numa missão espinhosa e de risco deveriam usar as "provas de bala" (preservativo) até nas calças para aliviarem a tusa que o mangalho carrega, uma vez que ficaram muito tempo sem molhar!  

       

Situações de género podem se prolongar caso a guerra perdure e, até lá, muitas das nossas irmãs podem não ter útero, serem mães solteiras e infectadas pelo HIV/SIDA (…) é importante que haja uma mudança de consciência de todos e urgente, porque podemos vir a estar diante de uma nova calamidade social (…)!!!

segunda-feira, 31 janeiro 2022 06:35

Os retornados

A palavra “Retornados” está historicamente ligada ao êxodo ou saída de portugueses das suas antigas colónias africanas para a metrópole. Mas não são destes que o título faz referência. Siga-me que já saberá.

 

Este sábado, numa incursão para fora do centro urbano do Grande Maputo, outrora parte do rural colonial, cruzara com um conhecido que depois de 1975, então na flor da juventude, fizera parte de um outro êxodo: a saída de moçambicanos do campo em direcção às cidades.

Depois dos cumprimentos e os acertos de memória, o encontro ocasional, e com a decisão de o celebrar, acabaria, por espontânea e deliberada vontade, por emigrar para um outro numa concorrida casa de pasto local, afamada como o “Bar dos Retornados”.

 

Já à volta de uma mesa preenchida, fora apresentado pelo meu convidante como um seu puto e ex-vizinho, e com a nota de que o causara, na altura da vizinhança, uma elevada despesa com a reparação dos seus óculos que eu (supostamente) tê-los-ia quebrado com uma bola, enquanto jogava no passeio defronte de sua casa. Decerto uma astuta lembrança de antecipação fiscal.

 

Ainda à mesa, o sol cada vez distante, o copo e o papo mais íntimos, um dos presentes contara a sua áurea e térrea trajetória urbana, iniciada com a sua entrada num contexto socialista (ganha de bandeja uma casa) e finda com a sua saída num contexto capitalista (perde a casa para o capital). Agora vive num 15X30 que sobrara do esquartejamento de terras herdadas dos seus antepassados.  

 

Do papo deste companheiro casual, retenho a parte final e que até dera pistas sobre a origem do nome informal do bar. Eis as palavras: “Em 1975, eu e ele (aponta para o anfitrião da mesa) entramos triunfalmente na cidade de Lourenço Marques, hoje de Maputo, e desfortunamente regressamos às origens no ano de 2016”.

 

Em seguida e sincronizado, o anfitrião da mesa, o então vizinho, acrescentara, concluindo: “Não resistimos a mais 40 anos de independência e há mais de cinco anos que este local (aponta os limites da esplanada) é o nosso espaço de memória, de liberdade e de resistência”.

 

(Aplausos e um brinde de despedida)

 

Já de regresso e à conversa, num grupo de “Whatsapp”, sobre a tarde no “Bar dos Retornados”, ficara a saber que um dos amigos também tivera, e é recente, uma experiência semelhante num café em Lisboa, capital portuguesa, na altura de seus estudos de pós-graduação.  

 

Segundo este amigo, e em jeito de fecho, a única diferença entre as duas experiências reside no facto da sua tarde ter sido passada com os retornados (portugueses) das ex-colónias portuguesas, e eu tê-la passado com os retornados endógenos (moçambicanos) da independência nacional.

É assim que se foge com a seringa no rabo na Pérola do Índico. Sempre que algumas pessoas se mostram indignadas e exigem responsabilidades sobre determinados problemas sociais ou políticos, lá vêm os atiradores de sempre, a dizer: "não vamos discutir problemas, vamos discutir soluções!" E no final de tudo, reparas para os lados e para o interior, nem o problema e nem a solução as pessoas discutiram e os erros continuam a acontecer e a nossa vida a regredir. É lamentável esta forma de estar e de governar um país desde 1975.

 

É inconcebível viver numa sociedade onde existem várias instituições de ensino superior, supostamente a formar a classe intelectual, mas ninguém gosta de começar a entender os diferentes fenómenos a partir dos problemas e logo já correm para as soluções. Talvez seja isso que nos leva a viver no copy and paste, porque queremos ir à solução! Ninguém quer discutir o problema. Não sei que projecto é este ou cálculo matemático em que só importa a solução, e não o exercício do raciocínio, talvez seja por estarmos numa geração multichoice!

 

Esta forma de pensar é problemática quando paramos e analisamos todos os vectores das equações da vida que nos guiam. Esta célebre frase faria mais sentido se tivéssemos num país onde os erros do passado nos ensinam que o "fogo queima" e não podemos passar pelo meio. Mas por aqui não, mesmo sabendo que o "fogo queima", continuamos a brincar mal com o mesmo. Dançamos, brincamos e saltamos nas proximidades do mesmo e, quando nos queimamos, lá vamos nós bater à porta dos amigos de sempre!

 

Nos últimos dias, o país voltou a ser fustigado por uma tempestade tropical, aliás, todos os anos somos fustigados pelas tempestades, e os problemas são sempre os mesmos! Embora seja algo natural, precisamos de aprender e se queremos resolver o problema, principalmente na componente de Salvação de vidas e resiliência das infra-estruturas públicas e privadas, é importante reflectir sobre as reais causas do problema, principalmente naquilo que se pode fazer.

 

- É importante atacar o sistema central dos nossos problemas, a não ser que o importante seja deixar a situação como está, para sempre estendermos as mãos para os benevolentes de sempre – para sempre teremos as fabulosas doações que alimentam o clube de endinheirados à custa do sofrimento do povo ano após ano!

 

Se se sabe que ciclicamente o país será afectado por intempéries e que sempre os mais afectados são as pessoas que vivem em zonas de risco já mapeadas e sinalizadas, porque não criar condições habitacionais melhores e em locais seguros para estas pessoas, e destruir as residências que as mesmas insistem em voltar. Passar a usar da violência legítima do Estado, segundo defendia Max Weber, para impor sua dominação perante os indivíduos que estão sob sua égide, e proteger um Direito fundamental primário e constitucional, o direito à vida, que a Carta Africana dos Direitos dos Povos entrega ao Estado e à família do cidadão em causa.

 

As histórias das grandes nações nos mostram que foi diante de problemas extremos que se encontraram soluções duradouras e viáveis. Mas na Pérola do Índico, adoramos soluções provisórias todos os anos, para depois estender as mãos aos doadores e chutar números, criando avarias as máquinas calculadoras logo que são ditas! 

 

Se não mudarmos estes paradigmas que nos guiam, dificilmente teremos uma saída para passarmos a debater soluções. Precisamos de vencer o medo da responsabilização sempre que assumimos uma posição de gestão da coisa pública. Só quem tem medo de encontrar a causa real dos problemas, evita as críticas e usa métodos estalinistas ou comunistas, de que se não concordas comigo, logo és meu inimigo!

 

É importante aprender a conviver com a crítica, seja ela negativa ou positiva. É preciso encontrar elementos substanciais quando alguém diz que poderias resolver esta equação seguindo outros passos que não estão no manual com que dormes na cabeceira.

 

No dia que aprendermos a debater seguindo os passos recomendados para chegar a uma solução, então saberemos que procurar os culpados de um problema e responsabilizá-los pelos actos cometidos, e a partir daquele momento jurar que podemos errar, mas que os erros não serão os mesmos de ontem! Que escândalos como as dívidas ocultas, nas alfândegas, migração, FDA, INSS, CEDSIF, tribunais e a penetração terrorista em Cabo Delgado não voltarão a acontecer, porque temos as causas dos problemas e as soluções sustentáveis de cada caso!!!     

quinta-feira, 27 janeiro 2022 13:55

Concessão do Conselho de Ministros

“É lançado esta sexta-feira, 28 de Janeiro, o I Concurso para a Concessão do Conselho de Ministros (CM). O tempo de concessão será de 30 meses para a fase piloto, podendo ser estendida para mais 70 meses, que é o tempo regular previsto para cada concessão e renovável uma única vez.

 

O novo formato do CM apresenta dois órgãos, sendo um Conselho de Administração (CA) não executivo, e o outro, a Comissão Executiva (CE). O CA é chefiado pelo Presidente da República (PR) eleito e este encarregar-se-á de propor 04 administradores, a serem ratificados pelo Parlamento, sendo um financeiro, um operacional, um comercial e, por último, um administrativo.

 

A CE será chefiada por um Presidente (PCE), vulgo Primeiro-Comissário (PC), que será coadjuvado pelo número de comissários necessários, vulgo CPs (Comissários do Pelouro), a serem contratados por um concurso público híbrido, nacional e internacional.

 

Para o concurso nacional, referente aos pelouros de soberania, apenas serão elegíveis os residentes nacionais, e para o concurso internacional, referentes aos restantes pelouros, não se observa qualquer tipo de distinção de nacionalidade e de residência. Os candidatos podem ser singulares, empresas e consórcios mistos (empresas e singulares)

 

A concessão em causa, a par do que já acontece com o sector de infraestruturas públicas e outros serviços atinentes às competências do CM e que estão descritas na constituição em vigor, enquadra-se na estratégia governamental de descentralização. A ideia resulta da avaliação de processos similares de governação, ora na moda, a nível dos sectores público e privado e da sociedade civil.

 

A cerimónia de lançamento do concurso terá lugar no Salão dos Actos Nobres da República, com início às 16H00, e será dirigido pelo Parlamento, a autoridade gestora do concurso. Da agenda consta a divulgação do teor técnico do concurso, incluindo os critérios de selecção dos candidatos, e de outras informações que se acharem relevantes para o concurso”

 

Esta notícia ou comunicado termina com um apelo aos interessados e ainda divulga o link do concurso. E assim, tal como o leitor, também termino a leitura. Infelizmente não se faz referência ao nome do país em causa.

 

Fica a curiosidade sobre o país, mas acredito, por mera especulação, que até possa ser o país do leitor, pelo menos assim deixa transparecer pelo andar e firmeza na implementação da política de concessões.

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