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Política

A ministra das Relações Internacionais e Cooperação sul-africana, Lindiwe Sisulu, está reunida nesta manhã de segunda-feira em Pretória com embaixadores africanos acreditados na África do Sul para discutir a recente violência xenófoba contra imigrantes estrangeiros no país. O porta-voz do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Ndivhuwo Mabaya, adiantou que o ministro da Polícia, Bheki Cele, participará também no encontro com os diplomatas africanos.

 

Segundo o porta-voz, a decisão do Governo sul-africano em convocar os chefes das diplomacias africanas para uma reunião em Pretória, acontece após violentos ataques contra cidadãos estrangeiros, na semana passada, nomeadamente nas províncias do KwaZulu-Natal, litoral sudeste, e Limpopo, norte do país. A recente onda de violência contra cidadãos estrangeiros arrasta-se há pelo menos uma semana.

Se o processo (1/PGR/2015) das “dívidas ocultas” for julgado e todos os 20 arguidos condenados, o Estado moçambicano vai apenas recuperar 61 Milhões de USD, o que é aproximadamente 3% do calote de 2.2 mil milhões de USD. Contas feitas pela “Carta” em relação aos valores que, de acordo com a acusação, chegaram as mãos de 17 arguidos dos 20 acusados pela Procuradoria-Geral da República, mostram que eles encaixaram de subornos cerca de 61 milhões de USD.

 

“Carta” chegou a esta conclusão depois de somar os valores que, de acordo com a acusação, foram integrados na esfera patrimonial de cada um dos 17 beneficiários. Primeiro, calculamos o valor total constante da acusação, declarado em Dólares, onde constatamos que Teófilo Nangumele (8.5 milhões de USD), Bruno Tandane (8.5 milhões de USD), Ndambi Guebuza (33 milhões), Renato Matusse (2 milhões de USD), Cipriano Mutota (980 mil USD), Zulficar Ahmad (100 mil USD) e António Carlos do Rosário (249.972, 00 USD) receberam em conjunto 53.329.972 USD.

O governo moçambicano predispôs-se a encontrar um parceiro internacional para trabalhar com o Instituto Nacional das Calamidades Naturais (INGC) na gestão dos bens recebidos da solidariedade nacional e estrangeira destinados às vítimas das cheias e inundações no centro de Moçambique. O anúncio foi feito pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, na sua comunicação à nação ontem ao princípio da noite, a partir da Beira. O anúncio é uma resposta pragmática ao ceticismo global quanto ao uso transparente da ajuda recebida em dinheiro e em espécie. Ainda não é claro como é que esse arranjo vai funcionar mas o Presidente Nyusi dá mostras de que não está com receio de uma monitoria externa ao uso dos recursos doados.

 

Sobre a tragédia do IDAI ele disse o seguinte: “Ainda não temos a dimensão real mas temos a certeza de que este foi o maior ciclone de que há memória. A força do IDAI devastou tudo que encontrou pela frente”. O Presidente recordou como as autoridades se prepararam para receber o IDAI."No dia 12 foi decretado o ’alerta vermelho’ e a retirada compulsiva de 300 mil pessoas nas áreas de risco. O INGC posicionou-se antes da chegada do IDAI”, disse ele.

 

Depois referiu-se à resposta: “Nas últimas duas semanas enfrentamos grandes desafios para salvar várias pessoas. Estimativas indicam que 1,8 milhões de pessoas foram afectadas e 450 mil pessoas assistidas”. Nyusi anunciou a conclusão da fase de busca e salvamento. “Concluímos uma etapa crítica”, disse ele. Referiu que as equipas continuavam no terreno. E agradeceu aos heróis anónimos e a todos os especialistas da ajuda humanitária. (Carta)

Se era quase unânime na opinião pública que o agente “A” do Sumário Executivo do Relatório da Kroll, António Carlos do Rosário, e seus companheiros do Serviço de Informação e Segurança de Estado (SISE), foram os “cabecilhas” e maiores beneficiários do dinheiro das “dívidas ocultas”, a acusação do Ministério Público remetida na última sexta-feira ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo mostra outra realidade.

 

Dos milhões de dólares que circularam intramuros, provenientes deste escândalo, boa parte deles pararam nas mãos de um “trio” sem ligações oficiais com o SISE. Trata-se de um “trio” que à luz da acusação trabalhou arduamente no sentido de convencer o então Presidente da República, Armando Guebuza, a dar aval à proposta trazida pela representante da empresa Abu Dhabi Mar LC, do grupo Privinvest, na África do Sul, Batsetsane Thlokoane.

O conteúdo da acusação remetida sexta-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, destapa a teia existente entre os arguidos, bem como os métodos usados para o calote e as opções de investimento de cada um daqueles. Uma das novidades que consta da acusação é a conexão sul-africana: três cidadãos da terra do Rand participaram na intermediação de um negócio que levou o nosso país à “falência”.

 

Isso aconteceu ainda na fase da concepção do Projecto de Protecção da Zona Económica Exclusiva de Moçambique, que culminaria com a constituição das empresas caloteiras EMATUM, ProIndicus e Mozambique Assets Management (MAM). Trata-se de Joe Mokgokong (são escassas as informações sobre o seu perfil), Solly Shoke (militar e antigo Chefe do Estado Maior das Forças Armadas daquele país), ambos amigos de Cipriano Mutota (na altura dos factos Director do Gabinete de Estudos e Projectos do SISE) e Batsetsane Thlokoane, representante na África do Sul da empresa Abu Dhabi Mar LC, do grupo Privinvest, e conhecida de Shoke.

quinta-feira, 28 março 2019 07:32

IDAI tornou a Beira numa placa giratória

Quis a passagem do Ciclone Tropical IDAI que a região centro de Moçambique e, particularmente a Beira e o Búzi, colocasse nosso país como “front-page” de grandes jornais e canais de televisão, entre eles a CNN, a BBC e a Al Jazeera, a TV RECORD do Brasil, a SIC e RTP de Portugal, que têm os seus melhores correspondentes internacionais aqui acampados, desde que este evento se deu. De países de que pouco se fala, como o "País Basco" (na Espanha), também vieram jornalistas.

 

O Aeroporto da Beira recebe, minuto a minuto, enormes aparelhos voadores, parecendo um mini Oliver Tambo International Airport. A Beira recebe desde o dia 14 gente de todos os cantos do mundo, entre eles funcionários de organismos como a ONU e suas agências, organizações não-governamentais, instituições privadas, tornando a cidade pantanosa do Chiveve um recanto multicultural.