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Redacção

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quarta-feira, 16 outubro 2019 06:23

Descrição do dia da votação - Sala da Paz

Em Conferência de Imprensa havida no início da tarde desta quarta-feira (16), em Maputo, a Plataforma de Observação Eleitoral Conjunta “Sala da Paz” descreveu o processo de votação em todo o território nacional.

 

A porta-voz da Plataforma, que é composta por 37 Organizações da Sociedade Civil, distribuídas por todo o país, Felicidade Chirindza, começou por sublinhar que as eleições da última terça-feira (15) foram exemplares no que se refere às questões organizativas, tendo em conta o horário de abertura das urnas (92,1 por cento das mesas abriram às 7:00 horas) e o material de votação estava disponível para votação em 99 das mesas.

 

O sentido do voto na província da Zambézia, o segundo maior círculo eleitoral, na verdade, já havia sido definido muito antes do processo de votação iniciar, na passada terça-feira. Dois candidatos haviam já sido previamente escolhidos pelo fervoroso eleitorado zambeziano. Filipe Nyusi e Manuel de Araújo eram os “escolhidos”.

 

Filipe Nyusi, do partido Frelimo, candidato a Presidente da República e Manuel de Araújo, cabeça-de-lista da Renamo para eleição Provincial. É eleito, sabe-se, Governador de Província o cabeça da lista vencedora do escrutínio provincial.

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) antevê, num relatório divulgado ontem, que a dívida pública de Moçambique suba este ano para 108,8% do PIB, mantendo-se acima dos 100% do PIB até 2023.

 

De acordo com o anexo estatístico do 'Fiscal Monitor', ontem divulgado em Washington no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, Moçambique deverá assistir a uma subida do rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto, que deverá aumentar de 99,8%, no ano passado, para 108,8% este ano e 106,8% em 2020.

 

O advogado do Estado sul-africano no caso da extradição do ex-ministro moçambicano Manuel Chang disse ontem que a imunidade do antigo governante "ainda persiste" como impedimento para ser processado judicialmente em Moçambique no processo das dívidas ocultas.

 

"A questão da imunidade ainda persiste em relação ao senhor Chang e se o ministro da Justiça [da África do Sul tivesse sido informado talvez tivesse tomado uma outra decisão", afirmou à Lusa Johan van Schalkyk, numa pausa na audição no Tribunal Superior de Gauteng, em Joanesburgo, para decidir sobre a revisão da decisão tomada em maio por Pretória de extraditar para Moçambique o seu ex-ministro das Finanças.

 

Vinte e quatro horas após a votação, a Polícia da República de Moçambique (PRM) veio a público apresentar o balanço preliminar do escrutínio, no que à ordem e tranquilidade diz respeito. Para já, as autoridades policiais apontam para o registo de um total de 22 ilícitos eleitorais e, como consequência, a detenção de 72 indivíduos.

 

O caso digno de realce foi registado na província de Sofala, concretamente no distrito de Machanga, e foi protagonizado, tal como deu a conhecer Orlando Mudumane, porta-voz da Polícia da República de Moçambique, por 300 membros do partido Renamo. Mudumane contou que o grupo vandalizou uma escola (assembleia de voto) local, com o intuito de roubar as respectivas urnas. Os indivíduos incendiaram ainda várias residências.

 

Passam mais de 24 horas, depois da realização das VI Eleições Gerais e III das Assembleias Provinciais, em todo o território nacional. Em Nampula, sobretudo na sua capital, a morosidade e o elevado número de votos especiais foram apontados como as principais manchas do processo, que pretendia eleger, pela primeira vez, o Governador provincial.

 

Até às 18 horas do dia 15 de Outubro, hora em que devia encerrar o processo de votação, eram visíveis enormes filas de eleitores, aguardando pelo seu momento de exercer o seu direito cívico. “Carta” testemunhou tais situações nos Postos de Votação instalados no Instituto Industrial e Comercial de Nampula, Pavilhão dos Desportos e EPC Parque dos Continuadores. Situação igual verificava-se também na EPC Namicopo-Sede, onde até às 16:20 horas, as nove mesas de voto instaladas naquele posto de votação ainda registavam filas de votação, com mais de uma centena de eleitores.

 

quinta-feira, 17 outubro 2019 04:59

Carmo Vaz recebe hoje prémio carreira na Holanda

O conceituado engenheiro hidráulico moçambicano, Álvaro Carmo Vaz, Professor Catedrático da área, é consagrado hoje na Holanda com um prémio carreira, depois de vencer o galardão ”IHE Delft Alumni Award 2019, Países Baixos”, feito anunciado no passado dia 8 de Outubro.

 

O prémio é concedido anualmente a um aluno que esteja no auge da sua carreira e provou ser um modelo para outros profissionais da água, tendo o seu trabalho impactado positivamente na melhoria da qualidade de vida das pessoas. O Prof. Álvaro José da Fátima de Carmo Vaz é Diretor da Consultec e docente da Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane, onde foi director durante vários anos.

 

À medida que os resultados chegam de todo o país, após as eleições gerais e provinciais de terça-feira, as indicações apontam para uma baixa participação, ou seja, uma alta taxa de abstenção. As fotografias dos editais publicados nas paredes das assembleias de voto e reproduzidas na página do Facebook da coligação de órgãos de observação eleitoral, conhecida como Sala da Paz, mostram que, em muitos casos, a participação estava bem abaixo 50 por cento.  

 

Numa assembleia na cidade central de Quelimane (número de código 04008-09), dos 384 eleitores registados, apenas 53 votaram nas eleições presidenciais - uma participação de 14%. 34 desses votos foram para o presidente em exercício Filipe Nyusi, 15 para Ossufo Momade, do principal partido da oposição, Renamo, e dois para Daviz Simango, líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Houve um voto em branco e um voto inválido.

 

Quando se esperava que às VI Eleições Gerais fossem decorrer em ambiente de total calmia eis que da província do Niassa nos chegaram relatos de total incivilidade. Os protagonistas foram alegados membros e simpatizantes da Renamo e os agentes da Polícia de República de Moçambique (PRM).

 

Tudo começou quando um grupo de eleitores no posto administrativo de Maniamba, distrito de Lago, província nortenha do Niassa, decidiu assistir a contagem dos votos nas mesas montadas na Escola Primária Completa Milagre Mabote. Neste estabelecimento de ensino funcionaram 6 Assembleias de Voto, estando inscritos pouco mais de 4605 eleitores.  

 

Dados preliminares da Plataforma de Observação Eleitoral Conjunta “Sala da Paz”, um conglomerado de organizações não-governamentais financiado por embaixadas ocidentais, avançam para uma vitória expressiva do candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyusi, actual Presidente da República. A informação foi partilhada em conferência de imprensa, no princípio da tarde de hoje, em Maputo, pela porta-voz da “Sala da Paz”, Felicidade Chirindza.

 

“Em termos de projecções de resultados, os dados da ‘Sala da Paz’, apesar de preliminares, baseados na leitura de editais, indicam para uma vitória do candidato Filipe Jacinto Nyusi com 72 por cento, seguido do Ossufo Momade com 21 por cento, Daviz Simango com 5,8 por cento”, disse Chirindza.

 

Segundo a Plataforma, esses dados resultam duma leitura de 20 por cento do universo dos editais em seis províncias do país, nomeadamente Maputo Cidade, Sofala, Manica, Tete, Nampula e Zambézia.

 

Para a Sala da Paz os dados vão variar à medida que forem sendo lançados os editais na plataforma. “Estes dados vão de acordo com as projecções que estão a ser partilhadas pela comunicação social”, sublinhou a porta-voz da Plataforma.  (Evaristo Chilingue)