Um incêndio de médias proporções deflagrou na noite desta quarta-feira (03) na infraestrutura onde funciona o Serviço de Anatomia Patológica do Hospital Central de Maputo (HCM), causando prejuízos avultados.
Conforme refere um comunicado de imprensa enviado recebido na redacção da “Carta”, o incêndio em causa foi prontamente controlado pelo corpo de salvação pública.
De acordo com a Directora Clínica do HCM, Farida Urci, uma equipa de peritagem deslocou-se ao local onde ocorreu o incidente para realizar um trabalho visando apurar as reais causas do incêndio, o que vai permitir uma posterior avaliação dos prejuízos. No entanto, Urci afirmou que, pelo menos durante as próximas duas semanas, o Serviço de Anatomia Patológica no HCM poderá ficar paralisado.
Entre outras funções, cabe ao Serviço de Anatomia Patológica efectuar o estudo morfológico de órgãos, tecidos e células de amostras obtidas de doentes vivos a partir de biópsias, peças cirúrgicas ou colheitas de células de vários tipos. É um trabalho que para além de contribuir no diagnóstico de doenças, e consequente tratamento, tem um papel importante na detecção precoce de lesões pré-cancerosas e cancerosas. (Marta Afonso)
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vai desembolsar um total de 100 milhões de USD para a reconstrução pós-IDAI, destinados a reabilitação e a construção de infra-estruturas, com destaque para o Corredor da Beira, uma importante via para a dinamização da economia regional.
A informação foi tornada pública, esta quinta-feira, pelo Vice-Presidente dos Recursos Humanos e Serviços Institucionais daquela instituição financeira, Mateus Magala, a saída de um encontro com o Presidente da República.
Segundo Magala, citado num comunicado enviado pela Presidência da República, o dinheiro será investido em toda região afectada pelo Ciclone IDAI (Moçambique, Zimbabwe e Malawi), mas com maior destaque para o nosso país, que sofreu as maiores consequências daquele evento natural. Referiu ainda que, em apoio directo para o nosso país, o BAD disponibilizou 1,7 milhões de USD, que é feito a título de donativo para actividades de apoio imediato de emergência e para satisfazer necessidades imediatas das populações afectadas.
“Moçambique foi o centro da manifestação do ciclone, mas também temos Zimbabwe e Malawi que foram afectados, por isso, vamos ter uma abordagem regional para podermos mobilizar mais recursos para a reconstrução e modernização das infra-estruturas”, disse.
Magala disse ainda ser desejo do BAD modernizar o corredor da Beira para se tornar mais resiliente e dinamizar as actividades económicas da região sem pressão do clima ou de qualquer outro constrangimento.
Sublinhar que o Governo aprovou, esta semana, um Programa de Recuperação Pós-Calamidades, que visa reconstruir as zonas afectadas pelo ciclone IDAI, com destaque para infra-estruturas socio-económicas. (Carta)
O Metrobus, sistema integrado de transporte para a região metropolitana de Maputo, constitui uma solução alternativa inovadora, viável, confortável e com um padrão de uso sustentável, segundo concluiu uma equipa de investigadores do projecto T-SUM Transitions to Sustainable Urban Mobility (Transições para a Mobilidade Urbana Sustentável).
Financiado pelo GCRF-Fundo Global de Pesquisa em Desafios, o projecto T-SUM decorre nas cidades de Maputo e Freetown, capital da Serra Leoa, e tem por objectivo identificar as condições que podem contribuir para acelerar o desenvolvimento sustentável e inclusivo do transporte e uso do solo, nas cidades em crescimento na África Subsaariana.
Para aferir as condições de funcionamento do Metrobus, nas primeiras horas da manhã de quinta-feira, 4 de Abril, a equipa do T-SUM efectuou uma viagem no Metrobus, a partir do bairro do Zimpeto, num autocarro, até à estação ferroviária da Matola Gare, donde partiu, numa automotora, com destino à Estação Central dos CFM-Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, na baixa da cidade. Daqui seguiu de autocarro para a Avenida Julius Nyerere.
Após a viagem exploratória, durante a qual a equipa interagiu com vários passageiros, Clemence Cavoli, docente e investigadora do Colégio Universitário de Londres (UCL-University College London), indicou que o Metrobus é um subsistema de transporte fiável e confortável, que merece ser desenvolvido para absorver o segmento de passageiros com poder aquisitivo para pagar pelo serviço.
“Com esta experiência, ficamos com a impressão de que o Metrobus é um bom projecto, com potencial para ajudar a solucionar os problemas de mobilidade urbana”, frisou a investigadora, cuja pesquisa decorre em colaboração com a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e o Banco Mundial.
Pretende-se com o T-SUM, segundo destacou Clemence Cavoli, desenvolver uma estrutura baseada em trajectórias de desenvolvimento de alternativas para o transporte urbano não sustentável, montar e co-produzir provas, através do levantamento de dados sobre o transporte urbano e do uso do solo nas cidades em rápido desenvolvimento na região, como Maputo e Freetown, e iniciar processos de governação participativa para promover novos modelos sustentáveis de desenvolvimento do sector.
A propósito da visita da equipa do T-SUM, Sheila Camal, directora geral da Sir Motors, referiu que o projecto espera, neste processo, obter um financiamento para a construção da linha férrea para o Metro, através da comparticipação do Banco Mundial e instituições conexas.
“A referida linha férrea vai permitir, em diferentes fases da sua construção, ligar a Estação da Matola-Gare à Estação de Albazine, permitindo a circulação, em forma de anel, à volta de Maputo, reduzindo o tempo médio de espera de 15 minutos nas estações ferroviárias e ainda ligar a zona do Infulene (Estádio da Machava) ao eixo Machava-Maputo, para além de construir uma linha paralela exclusiva para o Metro”, indicou.
Espera-se com este investimento, conforme acrescentou Sheila Camal, transportar, na primeira fase, 75 mil passageiros, por dia, utilizar equipamento eléctrico, económico, eficiente e amigo do ambiente, poupar divisas ao País e reduzir a sinistralidade, oferecendo um sistema de mobilidade sustentável. (FDS)
A Anadarko realizou esta semana um workshop de desenvolvimento de empresas, em Pemba, visando aumentar a capacidade e competitividade dos fornecedores locais que procuram aceder às oportunidades oferecidas pelo Projecto Mozambique LNG. Este workshop teve a duração de dois dias e juntou cerca de 50 empresas. Evento similar vai ter lugar em Maputo no final deste mês. Benjamin Cavel, Gestor de Conteúdo Local da Anadarko, afirmou que os workshops se destinam a providenciar apoio adicional em áreas que possam ser menos familiares para as empresas locais.
“Os requisitos do projecto em termos de saúde e segurança, conformidade legal e procurement são muito específicos. Queremos garantir que as pequenas e médias empresas locais estejam cientes dos requisitos e o que estes significam para eles”. “Acreditamos que o desenvolvimento de fornecedores locais é estratégico, pois permite-nos contribuir para o desenvolvimento sustentável de Moçambique e, ao mesmo tempo, trazer benefícios para os nossos acionistas.
Com efeito, a substituição de importações de alto custo pode representar uma economia de custos significativa para a empresa, e, por outro lado, é um importante catalisador para facilitar a criação de emprego para Moçambicanos e para o crescimento económico do país”, acrescentou Benjamim Cavel. A Anadarko espera investir cerca de 2,5 mil milhões de dólares americanos com empresas de propriedade moçambicana ou registadas em Moçambique ao longo dos 5 anos do período de construção das instalações de GNL.
O Projecto de GNL de Moçambique será o primeiro projecto de GNL onshore em Moçambique, inicialmente composto por dois módulos de produção de GNL com capacidade total de 12,88 milhões de toneladas por ano (MTPA ) para apoiar o desenvolvimento dos campos de Golfinho/Atum localizados exclusivamente na Área 1 Offshore. Este projecto inicial abre o caminho para uma importante futura expansão até 50 MTPA. O Projecto Golfinho/Atum também fornecerá volumes iniciais de aproximadamente 100 milhões de pés cúbicos de gás natural por dia (MMCFD) para uso doméstico em Moçambique. (Carta)
O laudo pericial da autópsia ao corpo do ex-Procurador Adjunto da República, Januário dos Santos Necas, que atribui a sua morte a causas naturais, ainda não pode ser conclusivo, disse à “Carta” um dos especialistas mais cotados em Medicina Legal em Moçambique, o Dr. Eugénio Zacarias.
Numa breve conversa com o nosso jornal, ele fez questão de estranhar o facto de a revelação dos resultados, apontando para morte natural, ter sido feita sem a presença de dois exames cruciais, nomeadamente o exame toxicológico, que serviria para descartar a hipótese de envenenamento, como foi levantada por causa da presença de espuma na boca e o exame histológico, que serviria para descartar outras doenças, como por exemplo no coração, pulmões e vasos sanguíneos.
“Sem estes exames, o relatório ainda é inconclusivo”, disse Zacarias. “Dizer que morreu de infarto do miocárdio não basta. Se morreu de infarto é preciso que se diga claramente quais foram os sinais disso”. Zacarias diz esperar que as autoridades investiguem até ao fundo e evitem tirar conclusões sem se esgotar as formas profissionais de averiguar as causas da morte de Januário Necas. Aliás, dado a sua posição como procurador, disse ele, o Ministério Público deveria trazer informação assertiva sobre o assunto, rematou. (M.M.)
Os ataques militares protagonizados por um grupo de insurgentes, na província de Cabo Delgado, revelam estar longe de cessar. Nesta terça-feira (02), os insurgentes atacaram uma base militar, em Maculo, no distrito de Mocímboa da Praia, e dois militares das Forças de Defesa e Segurança (FDS) morreram tendo outros ficado feridos. Segundo apuramos, o ataque decorreu no período da noite, quando as FDS preparavam um perímetro de segurança, e durou 15 minutos. Na ocasião, os insurgentes furtaram uma quantidade significativa de material bélico, fardamento militar e produtos alimentares. Entretanto, fontes ouvidas pela “Carta”, na madrugada da quarta-feira (03), disseram que a aldeia acima mencionada sofrera mais um ataque, onde duas pessoas foram decapitadas e seus órgãos genitais do corpo, uma prática recorrente, nos últimos tempos.
Fontes de “Carta” afirmaram ainda que os corpos esquartejados foram repartidos em cinco pedaços. A mesma fonte realçou, igualmente, que esta prática é recorrente, desde os finais do ano, tendo já sido replicada em Meluco, na semana passada, quando três mulheres foram encontradas sem as respectivas gargantas e órgãos genitais. A mesma situação verificou-se em aldeias do distrito de Palma, em ataques recentes. (Paula Mawar e Omardine Omar)
Samora Machel Júnior apresentou, recentemente, sua defesa detalhada no quadro da instrução de um processo disciplinar aberto pela Comissão Política da Frelimo, na sequência da sua intenção de disputar a edilidade de Maputo como cabeça de lista da AJUDEM (uma organização cívica), nas eleições autárquicas de Outubro passado. Uma fonte do secretariado da Frelimo disse que Samito submeteu por escrito, no passado dia 26 de Março, sua defesa.
A fonte escusou-se a revelar os argumentos da defesa do filho de Samora Machel, informando apenas que a papelada já está a ser analisada pelos dois elementos da comissão instrutória, designadamente, os juristas Filipe Sitóe e Francisco Cabo. Esta comissão tem a incumbência de analisar os fundamentos da defesa e depois submeter o seu relatório. Não está ainda claro se o seu relatório vai ser remetido à Comissão Política ou se seguirá o caminho para o Comité de Verificação, órgão que tem a competência, entre outras, de averiguar o cumprimento escrupuloso dos estatutos por parte dos seus órgãos.
Também não fica claro se, com o adiamento da reunião do Comité Central para 3 a 5 de Maio, o “dossier” Samito Machel vai ser recuperado. Facto é que se o Comité Central tivesse acontecido entre 22 e 24 de Março, como estava aprazado, o assunto não teria sido debatido. A sessão foi adiada para Maio por causa da conjuntura de emergência que se abateu sobre o país. (M.M.)
Ja não serão duas, mas apenas uma a Conferência Internacional de Doadores da Beira. Trata-se de um evento destinado à angariação de fundos para a reconstrução sócio-económica de todas as zonas afectas pelo IDAI na capital de Sofala.
Esta informação foi-nos facultada pelo vereador para a área de Finanças no Conselho Autárquico (CA) da Beira, Francisco Majoi, colocando ponto final a uma disputa entre aquele organismo do poder local e executivo de Maputo sobre o promotor do referido evento. Francisco Majoi confirmou que o Governo Central apreciou e concordou com a iniciativa do CA mas propôs a Daviz Simango que a organização do evento fosse conjunta, nomeadamente envolvendo o poder central. Também foi consensual atribuir a missão de organizar a referida Conferência ao Gabinete a ser criado na Beira com o propósito de implementar as acções previstas num Programa de Reconstrução Pós-Calamidades, ainda por elaborar. (Evaristo Chilingue)
Cerca de um milhão de crianças moçambicanas estão envolvidas nas piores formas de trabalho infantil, de acordo com os resultados do estudo realizado pelo Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS), em parceria com a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), com o objectivo de compreender melhor este fenómeno, no País.
A pesquisa forneceu ainda indicações específicas sobre as manifestações das piores formas de trabalho infantil, no país, nomeadamente a mineração do tipo garimpo, a prostituição, o tráfico de drogas e o transporte de carga pesada.
A primeira Conferência Internacional sobre Economia Azul em Moçambique, denominada ‘Crescendo Azul’, terá lugar em Maputo nos dias 23 e 24 de Maio próximo. Participarão no evento especialistas nacionais e estrangeiros, para debater temáticas ligadas à sustentabilidade dos Mares e Oceanos.
Na Conferência, que decorrerá sob o lema “Exploração Sustentável e Compartilha do Oceano”, serão debatidas questões como governação oceânica, transportes marítimos e ecoturismo, recursos oceânicos e uso sustentável dos oceanos. Um dos objectivos pretendidos por Moçambique com tal encontro é trocar experiências de modelos actualmente existentes nos países com historial de sucesso na implementação de diferentes áreas da Economia Azul.