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Actualizado de Segunda a Sexta

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Economia e Negócios

A petrolífera norte-americana ExxonMobil, em instalação com outras companhias na Bacia do Rovuma, norte do país, para exploração de gás natural, tem vindo nos últimos meses a oferecer várias oportunidades de negócios ao empresariado nacional (e não só), para auxiliar na perfuração em águas ultra-profundas no alto mar nos blocos de Angoche A5-B e/ou Zambeze Z5-C e Z5-D.

 

Em anúncios publicados na imprensa local, a multinacional oferece quatro oportunidades de negócios. Trata-se de serviços de Cimentação e serviços de Perfuração Direcional, Medição durante a Perfuração no bloco de exploração de Angoche A5-B. O âmbito de trabalho do primeiro concurso (Cimentação) inclui o fornecimento de materiais e serviços de cimento (apoio com equipamento, materiais, funcionários, instalações e logística. O outro concurso inclui também instalações associadas, ferramentas e equipamentos que atentam aos requisitos específicos do poço.

 

A ExxonMobil requisita também Gás Marinho de baixo Teor de Enxofre para dar apoio na perfuração dos blocos de exploração de Angoche A5-B e/ou Zambeze Z5-C e Z5-D no alto mar.

 

A petrolífera requisita, igualmente, embarcações de Apoio Marítimo para operações de Perfuração nos blocos de exploração Angoche A5-B e/ou Zambeze Z5-C e Z5-D no alto mar. O âmbito de trabalho desse concurso inclui o fornecimento de até três embarcações (mais uma para intervenção de suporte rápido), de abastecimento de plataformas grandes, com um mínimo de 80 metros de cumprimento, construído em 2012 ou posteriormente.

 

De entre vários documentos para a candidatura, às empresas interessas nos concursos acima descritos cujo prazo é até dia oito (08) de Novembro próximo, a ExxonMobil exige carta de apresentação; detalhes de experiência; instalações existentes; registo em Moçambique; Políticas de Protecção, Saúde e Meio Ambiente. (Evaristo Chilingue)

O Barclays Bank Moçambique vai mudar a sua designação para Absa Bank Moçambique, nome que será adoptado a partir de 11 de Novembro, anunciou quarta-feira em Maputo o administrador delegado da instituição bancária, Rui Barros.

 

A mudança de nome faz parte de um dos maiores e mais ambiciosos projectos de mudança de marca na história do continente, um programa de transição mais abrangente em vários países africanos, por parte do grupo Absa, adiantou o administrador delegado.

 

A mudança surge na sequência de uma decisão tomada em 2018 pela empresa-mãe, o grupo Absa, estando actualmente em curso o processo de remodelação dos balcões do Barclays em todo o país com as cores que representam a nova marca.

 

O grupo está cotado na Bolsa de Valores de Joanesburgo, África do Sul, possui um balanço com activos totais superiores a 91 mil milhões de dólares e é um dos maiores grupos de serviços financeiros de África, oferecendo um conjunto integrado de produtos e serviços de banca de retalho e de negócios, de investimento, de gestão de património de investimentos e seguros.

 

O Absa Group Limited, anteriormente Barclays Africa Group Limited e inicialmente Amalgamated Banks of South Africa, está presente em 12 países africanos e possui um escritório de representação em Londres, estando prestes a inaugurar a sua presença em Nova Iorque. (Macauhub)

sexta-feira, 25 outubro 2019 07:07

Moçambique cai três lugares do Doing Business

Moçambique caiu três lugares no relatório Doing Business (2020) do Banco Mundial. A Guiné-Bissau é o único país de língua portuguesa que melhorou sua posição. São Tomé e Príncipe manteve sua posição, enquanto o resto caiu na classificação.  De acordo com o índice divulgado ontem (24) pelo Banco Mundial, a que "Carta" teve acesso, Guiné-Bissau melhorou sua posição no ranking do ano passado de 175 para 174, mas ainda permanece entre os 20 piores países para fazer negócios.

 

O índice atribuiu posições com base em indicadores como o tempo necessário para a criação de uma empresa ou a apresentação de declarações fiscais, a facilidade de garantir o fornecimento de electricidade e as reformas económicas lançadas no país. Entre os países de língua portuguesa, Portugal lidera a lista em 39º lugar, tendo caído 5 posições este ano, apesar de manter seus 76,5 pontos.

 

O próximo país lusófono mais bem colocado é o Brasil na 124ª colocação, 16 posições abaixo do ano passado, seguido por Cabo Verde, que caiu seis posições de 131 para 137. Logo depois chega Moçambique, em 138º lugar, três posições abaixo da 135ª posição que ocupava no ano passado.

 

Os restantes países lusófonos estão entre os 20 primeiros, com excepção de São Tomé e Príncipe, que ocupa o 21º pior lugar em 170º lugar (igual ao do ano passado). Angola, em 177º lugar (173º em 2019), Guiné Equatorial, que caiu de 177º para 178º, e Timor-Leste, em 181º lugar (178º em 2019) são os únicos lusófonos entre os dez países mais difíceis de fazer negócios, e complete a lista de países de língua portuguesa. (Carta)

Moçambique está a negociar a possibilidade de cooperar com a Rússia na prospecção de diamantes.

 

Para esse fim, o presidente moçambicano Filipe Nyusi encontrou-se na quarta-feira à noite com Sergei Ivanov, presidente da Alrosa, a maior empresa de mineração de diamantes do mundo, na cidade de Sochi, no Mar Negro, onde participa na cimeira Rússia-África. Falando aos repórteres moçambicanos que acompanham Nyusi, Ivanov disse que sugeriu se concentrar, na futura prospecção, em áreas próximas à fronteira com o Zimbábwe, mas Nyusi "nos aconselhou a ir além dessas áreas".

 

 “Nossa equipa viajará para Moçambique ainda este ano e nossos geólogos discutirão com o Ministério de Recursos Minerais possíveis áreas de cooperação”, disse Ivanov. “Temos a certeza de que Moçambique pode se tornar rico em diamantes, e esses diamantes podem ser vendidos e trazer benefícios para a população de Moçambique”.

 

A ocorrência de diamantes na província de Gaza, no sul, já foi confirmada, e o governo está trabalhando para formalizar a adesão de Moçambique ao Processo Kimberley, o que permitiria exportar diamantes. O Esquema de Certificação do Processo Kimberley foi desenvolvido para evitar que “diamantes de conflito” (ou “diamantes de sangue”) entrem em canais de negociação legítimos. 

 

Ivanov prometeu que a Rússia ajudará o pedido de adesão de Moçambique. “A Federação Russa presidirá o processo Kimberley no próximo ano e estaremos prontos para ajudar Moçambique a se tornar membro”, afirmou. A Alrosa é responsável por 27% do mercado mundial de diamantes. A empresa, controlada pelo estado russo, vale cerca de 7 bilhões de USD e emprega 40.000 trabalhadores. (AIM)

quinta-feira, 24 outubro 2019 06:47

Prevista subida do preço do cimento

Fabrica Cimentos de Moçambique

A custar actualmente entre 380 a 405 Meticais, o saco de 50 kg, o preço do cimento poderá encarecer ainda mais nos próximos dias, avançou segunda-feira (22), em Maputo, o Director Geral da Cimentos de Moçambique (CM), Edney Vieira.

 

Falando no âmbito da comemoração dos 95 anos de existência da empresa (CM), Vieira explicou que o agravamento do preço dever-se-ia ao elevado custo de importação, via marítima, do Clinquer, a principal matéria-prima para a produção do cimento.

 

“Ao abrigo do Acordo de Paris, os organismos internacionais estão a impor aos transportadores marítimos a redução de emissões a um nível mais baixo. Assim, para aqueles que têm navios antigos (por sinal a maioria) devem investir dois ou três milhões de USD em máquinas novas, mas eles não têm isso. Então, são os navios novos que têm essa tecnologia. Ora, importar nessas máquinas é mais caro”, explicou o Director Geral da CM.

 

Com essa medida, Vieira disse esperar que os custos de importação se elevem na ordem de nove a 10 por cento no preço de Clinquer que, actualmente, é adquirido na Arábia Saudita, facto que em última análise irá reflectir-se no preço final.

 

O Director Geral da CM não avançou a data da fixação do novo preço do cimento, alegadamente porque tudo depende das imposições dos organismos internacionais no âmbito do referido Acordo que rege medidas de redução de emissão de gases de efeito estufa, a partir de 2020, a fim de conter o aquecimento global abaixo de 2ºC, preferencialmente em 1,5ºC, e reforçar a capacidade dos países de responder ao desafio, num contexto de desenvolvimento sustentável. (Evaristo Chilingue)

“O mercado de cimento, em Moçambique, não é sorridente”, lamentou, terça-feira finda (22), em Maputo, o Director Geral da Cimentos de Moçambique (CM), Edney Vieira, que também é presidente da Associação dos seis produtores de cimento no país.

 

Segundo Vieira, a capacidade de produção anual da indústria nacional de cimento é de cerca de 5 milhões de toneladas, mas nos últimos anos a quantidade reduziu para a metade. De 5 milhões de toneladas, 3 milhões é a capacidade de produção anual da CM, mas, para este ano, a maior produtora de cimento no país espera oferecer ao mercado cerca de 1.2 milhão de toneladas.

 

Para o gestor da CM, a falta de mercado do cimento, em Moçambique, arrasta-se há dois anos por efeitos da crise económica influenciada, principalmente, pelos efeitos das dívidas ocultas. Como consequência, a CM que é comparticipada por empresas públicas moçambicanas (Caminhos de Ferro de Moçambique e a Empresa Moçambicana de Seguros) e pelo Estado (através do Instituto de Gestão e Participação do Estado), não está a ter lucros.

 

“Não estamos a dar lucros anualmente aos nossos accionistas, dos quais, alguns são entidades do Governo”, queixou-se o Director da CM.

 

Falando no âmbito da celebração dos 95 anos da empresa, Vieira acrescentou que a situação agrava-se com a importação “dolarizada” de matéria-prima e o elevado custo de energia eléctrica, factores que, em última análise, pesam para a definição do preço de venda do cimento no país. (Evaristo Chilingue)