O acto correu à 1h da madrugada desta quinta-feira, na zona de expansão do 1º bairro, na vila-sede do distrito de Massangena, norte da província de Gaza. Não há detalhes sobre a ocorrência, mas suspeita-se que os protagonistas sejam elementos da Frelimo.
Este é o segundo caso desde que iniciou a campanha eleitoral. No primeiro caso, indivíduos desconhecidos, supostamente na posse de catanas, bateram a porta da residência de um dos membros do STAE em representação da oposição, por volta da 1 hora. Não aconteceu o pior porque a vítima não saiu e teria pedido socorro à vizinhança.
O norte da província de Gaza é bastião do partido Frelimo e é um ponto de intolerância política extrema. A presença da oposição nestes distritos de difícil acesso é residual. O distrito de Massangena faz fronteira como Machaze, um distrito de Manica.
Gina Matuasse, vogal da CDE em representação do MDM, é proprietária da residência queimada onde residia. A polícia e a liderança do bairro fizeram-se ao local, mas ainda não há indicações sobre a identidade dos autores do acto. (CIP Eleições)
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu ontem reformas no sistema judiciário visando uma adaptação no combate aos desafios atuais na área da justiça e a consolidação do Estado de Direito Democrático. “Reconhecemos a necessidade de reformar o judiciário para adequá-lo à realidade do país e aos desafios da atualidade, consolidando o Estado de Direito Democrático”, disse Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano falava após conferir posse, para um terceiro mandato, ao presidente do Tribunal Supremo, Adelino Muchanga. O aparelho judicial, prosseguiu, deve estar à altura das necessidades atuais, como a provisão de uma justiça célere, justa e acessível aos cidadãos. “Todos os intervenientes, nomeadamente as magistraturas, academia e a sociedade, devem contribuir com propostas de solução para tornar a justiça mais eficaz”, frisou.
“O Governo continuará a dar a sua contribuição para o aperfeiçoamento do sistema da administração da justiça, porque tem a responsabilidade de criar as melhores condições de trabalho e a investir na formação e capacitação profissional dos magistrados judiciais e do Ministério Público”, avançou.
Por outro lado, continuou, devem ser aprimoradas as habilidades técnicas do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) visando a promoção e execução de um trabalho de qualidade. O presidente moçambicano desafiou o setor judiciário a responder à litigância imposta pela exploração dos enormes recursos naturais e apetência das multinacionais pelo país.
Adelino Muchanga foi nomeado presidente do Tribunal Supremo em 2014, tendo sido hoje reconduzido ao cargo pela segunda vez. (Lusa)
Convencionou-se na gíria da bola que, quando um jogo corre bem, há quem tenha a tentação de entrar em rendilhados, o mesmo que brilhantismos.
Há-de ser o caso da construção do título deste texto. Um encontro entre a EUFORIA com que se vive esta empolgante série de resultados dos “mambas” e a SOBERANIA materializada pela inédita garantia de transmissões em directo dos jogos dos “mambas” na televisão dos moçambicanos.
O jogo de Bamako a 6 de Setembro, véspera da celebração dos 50 anos dos Acordos de Lusaka, representou a primeira vez na história de Moçambique que uma fase de qualificação ao CAN arrancou com a garantia de que todos os jogos do apuramento terão transmissão em directo e em sinal aberto (depois discutiremos este conceito).
Bamako marcou o fim das incertezas, dos pedidos de links, da submissão aos interesses editoriais e comerciais de canais estrangeiros. Tudo isto porque o Conselho de Administração da Petromoc entendeu dar expressão à grande exaltação dos símbolos nacionais que acontece em torno da selecção nacional de futebol.
Com a HCB, CMH e outras empresas públicas neste caminho, teremos em breve esta conquista cristalizada.
É no dia de jogo dos “mambas” que vemos as maiores movimentações da nossa bandeira pela via pública.
É no dia de jogo dos “mambas” que se registam as maiores concentrações de moçambicanos entoando, no mesmo local, o hino nacional.
Para estes cidadãos, é tão importante ver os nossos atletas em acção, como ter o exército a garantir a segurança das nossas fronteiras.
Assim vivemos em EUFONIA
Dois cidadãos moçambicanos foram condenados a 28 e 30 anos de prisão por financiamento ao terrorismo, na província de Cabo Delgado, norte do país, disse a procuradoria provincial. “Ambos foram condenados a penas entre 28 e 30 anos e este é o primeiro processo [crime] de financiamento ao terrorismo” em Moçambique, disse, em declarações divulgadas ontem pela emissora pública Rádio Moçambique, a magistrada e porta-voz da procuradoria em Cabo Delgado, Cármen Massicame, sem avançar muitos detalhes.
Massicame avançou que, este ano, foram abertos 23 processos-crime relacionados com o terrorismo, tendo sido constituídos 43 arguidos, na província de Cabo Delgado. Vários moçambicanos e estrangeiros já foram responsabilizados por crimes relacionados com o terrorismo, mas esta é a primeira vez que financiadores são condenados, no contexto de um novo quadro legislativo aprovado recentemente pela Assembleia da República.
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico. O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que também apoiam Moçambique no combate aos rebeldes. (Lusa)
Os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM-Centro) realizaram, esta quarta-feira (11), o primeiro comboio de combustíveis para o Malawi, através do Ramal Dona Ana - Vila Nova da Fronteira, distrito de Mutarara, na província central de Tete.
Segundo o Director de Comunicação e Imagem dos CFM, Adélio Dias, o comboio partiu do Porto da Beira com 48 tanktainers (24 plataformas) tendo como destino final a estação de Marka, localizada no distrito malawiano de Nsanje, que faz fronteira com a Vila Nova da Fronteira, do lado moçambicano.
Para a empresa, a realização deste primeiro comboio de combustíveis para o Malawi, a partir do Porto da Beira, é uma indicação clara de que o Ramal Dona Ana - Vila Nova da Fronteira já está a ser utilizado para fins comerciais. No mês de Julho último, a Linha recebeu o primeiro comboio comercial transportando melaço, numa importação do Malawi, a partir do Porto da Beira.
Reconstruída recentemente, com fundos próprios da Empresa, na ordem de 30 milhões de USD, a Linha do Ramal Dona Ana - Vila Nova da Fronteira vinha sendo utilizada apenas para comboios de transporte de materiais de construção que estão a ser aplicados na reconstrução do prolongamento da via do lado malawiano, cuja operação consistia no apoio dos CFM à solicitação daquele país vizinho.
Anteriormente, as importações malawianas de combustíveis, a partir do Porto da Beira, eram feitas por estrada, uma alternativa que se configurava ineficaz e bastante onerosa.
O investimento realizado pelos CFM para a reconstrução do Ramal Dona Ana - Vila Nova da Fronteira enquadra-se na resposta aos desafios da cadeia logística da Região Austral de África no contexto da região austral, e surge em cumprimento da orientação emanada da reunião entre os Presidentes de Moçambique e do Malawi, havida em Songo, no fim de 2020, cujo lançamento da primeira pedra para os trabalhos do lado de Moçambique foi presidido pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, em Maio de 2021.
Comboio dos CFM recebido com onda de alegria e euforia à chegada no Malawi
O presidente Lazarus Chakwera inaugurou ontem a chegada do comboio e descreveu o acto de um “grande marco” para o país, afirmando que ele contribuiria significativamente para o desenvolvimento sócio-económico do Malawi. Pela primeira vez em 42 anos, Malawi recebeu o primeiro comboio de combustível a partir do Porto da Beira, após a conclusão da reabilitação do Ramal Dona Ana - Vila Nova da Fronteira, na província de Tete.
Chakwera reafirmou o compromisso do seu governo em melhorar e modernizar os sistemas essenciais para melhorar o padrão geral de vida dos malawianos.
O comboio levou para Malawi 1.2 milhões de litros de combustível, que será transportado para Blantyre por via rodoviária, uma vez que as autoridades malawianas ainda não concluíram a reabilitação da linha férrea entre Marka e Bangula.
O ministro dos transportes Jacob Hara disse que o prazo para a conclusão do troço Marka-Bangula, de 72 km, orçado em 69 biliões kwachas, cerca 39 milhões e 760 mil de dólares, ainda não foi estabelecido, devido a questões financeiras.
A linha ferroviária Beira-Limbe vai reduzir os custos de transporte de carga em 50 por cento e a Companhia Nacional de Petróleo do Malawi (NOCMA) relata que o país vai receber 10 milhões de litros de combustível por mês quando o Corredor de Sena estiver totalmente operacional.
O director-executivo da NOCMA, Clemente Kanyama, confirmou que o comboio trouxe da Beira 1,2 milhões de litros de combustível, correspondentes a 35 camiões. O renomado economista Milward Tobias elogiou a chegada do comboio de combustível como um “passo na direcção certa” para a economia do Malawi. Ele destacou a mudança crucial para o transporte ferroviário, que deve resultar em economias substanciais de custos no transporte de combustível, beneficiando, em última análise, a economia do país.
Vale ressaltar que, desde 1993, os governos anteriores do Malawi favoreceram o transporte rodoviário para importar combustível de Moçambique e Tanzânia, negligenciando a rede ferroviária. Esse desenvolvimento há muito esperado simboliza uma mudança positiva e significativa no transporte e no cenário económico do Malawi, um país sem acesso directo ao mar.
O transporte do combustível por via rodoviária é considerado uma das principais fontes de “acumulação primitiva de capital” para alguns transportadores do Malawi e da Beira, daí que o lobby dos principais operadores, alguns dos quais ligados ao poder, tenha levado os sucessivos governos daquele país a ignorar a opção ferroviária.
A imprensa daquele país destaca esta manhã o facto do Malawi ter comemorado um momento histórico ao receber o seu primeiro comboio de combustível em 42 anos a partir da Beira, em Moçambique. (Carta)
O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Rivas Joaquim Mangrasse, afirmou que a província de Cabo Delgado vive um momento tranquilo, mercê do combate abnegado contra o terrorismo. Mangrasse falava à imprensa, esta quarta-feira (11), pouco depois do encerramento da missão de treino da União Europeia.
Ele garantiu que o treino foi bastante importante na medida em que ajudou com diferentes estratégias de combate ao terrorismo. “Penso que a situação de Cabo Delgado está neste momento controlada e as actividades estão a decorrer com naturalidade e estamos prontos a continuar a dar este sossego necessário para os moçambicanos”, frisou Mangrasse.
Questionado sobre o facto de vários funcionários públicos continuarem fora do distrito de Muidumbe, por conta de relatos de instabilidade, Mangrasse explicou que a sua missão é de conduzir as operações das Forças Armadas. “Por isso digo que os ganhos nacionais permitem que o desenvolvimento de Cabo Delgado prossiga e está a acontecer, por isso que neste momento se vive um momento tranquilo nesta província”, garantiu.
Refira-se que a missão da União Europeia foi lançada em 2021, com objectivo de apoiar os militares moçambicanos com estratégias de combate ao terrorismo. (Carta)