Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI

Sociedade

Há grandes probabilidades de a fome aumentar nos próximos meses, em Moçambique, de acordo com as previsões feitas recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU). As tempestades tropicais, os ciclones, a crise causada pela pandemia do novo coronavírus e a insegurança na província de Cabo Delgado são apontados como os principais factores que podem agudizar a situação alimentar no país.

 

No total, 2.9 milhões de pessoas poderão estar em situação de insegurança alimentar, em Moçambique, neste ano, cerca de 17% acima da média de cinco anos, conforme os cálculos realizados pelas agências da ONU.

 

“Os desafios económicos por causa da Covid-19, condições de crédito e redução da actividade empresarial são outros empecilhos no caminho”, sublinha a fonte, prevendo ainda o aumento do preço dos alimentos.

 

Em seu mais recente relatório, que retrata a situação da fome e miséria no mundo, a ONU afirma que os desastres naturais causaram deslocados, para além de terem destruído diversas infra-estruturas. “100.000 Hectares de terras cultivadas foram afectados. Nas províncias do sul de Moçambique, os agricultores não tiveram sementes suficientes para uma segunda temporada”, realça a organização.

 

“Em Cabo Delgado, a violência abrandou em Janeiro e Fevereiro, mas deve-se intensificar com o fim da estação das chuvas este mês, aumentando o número de deslocados, que estava em 668 mil no final do ano passado”, acrescenta.

 

Refira-se que, de acordo com a ONU, mais 19 países, em todo o mundo, poderão enfrentar uma fome aguda nos próximos meses e, para reverter esta situação, são necessários 5,5 biliões de USD. (Marta Afonso)

Continuam animadores os dados sobre a Covid-19 em Moçambique. De acordo com os dados do Ministério da Saúde (MISAU), mais de 80% dos doentes estão recuperados da doença, com o anúncio, esta quarta-feira, de mais 615 curados da pandemia, subindo para 53.803 (80,7%), o total de pessoas livres desta. Os novos curados foram reportados nas províncias de Maputo (583), Manica (21), Zambézia e na cidade de Maputo (10).

 

Entretanto, as autoridades da saúde anunciaram a infecção de mais 153 pessoas, de um total de 1.432 testados. Os novos casos foram diagnosticados na cidade de Maputo (76) e nas províncias de Nampula (25), Maputo (24), Sofala (12), Tete (sete), Zambézia (seis), Inhambane (dois) e Cabo Delgado (um).

 

Assim, o número de infectados pelo novo coronavírus subiu para 66.649, dos quais 12.090 ainda são casos activos. Entre os casos activos, 114 estão internados em diferentes hospitais do país, sendo que, de terça para quarta-feira, houve registo de mais 10 internamentos, contra 12 altas.

 

Refira-se que a Covid-19 matou mais duas pessoas, totalizando 752 óbitos registados desde a eclosão da pandemia, no país. (Marta Afonso)

Mais duas pessoas perderam a vida na área concessionada à Montepuez Ruby Mining (MRM), no Posto Administrativo de Namanhumbir, distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado, devido ao garimpo ilegal. Uma nota de imprensa enviada, esta terça-feira, ao nosso jornal, anuncia a morte de dois garimpeiros ilegais, sendo um de nacionalidade tanzaniana e outro de nacionalidade moçambicana.

 

De acordo com a nota, o garimpeiro tanzaniano, que tinha 25 anos de idade, morreu soterrado na tarde da última quinta-feira, na sequência do desmoronamento de uma mina ilegal, enquanto o seu companheiro, de 20 anos de idade, terá perdido a vida no hospital, para onde foi evacuado. O terceiro membro do grupo, também moçambicano e com 24 anos de idade, continua sob cuidados médicos.

 

“Das informações fornecidas, acredita-se que a mina feita pelos mineiros ilegais tenha desmoronado em condições meteorológicas normais e que os garimpeiros ficaram presos no subsolo”, refere a nota, sublinhando que as práticas inseguras dos mineiros ilegais continuam a resultar na perda desnecessária de vidas humanas naquela área mineira.

 

A nota consultada pela “Carta” indica que só neste ano pelo menos quatro pessoas, na sua maioria jovens, perderam a vida a empreender actividades mineiras ilegais, naquela concessão mineira, devido ao colapso das minas, nas quais os garimpeiros ficaram soterrados. (Carta)

Cerca de 1,4 bilião de pessoas não tem acesso à água em todo o mundo e Moçambique está entre os países mais críticos do mundo, de acordo com os dados avançados, esta segunda-feira, pela Agência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), no âmbito da celebração do Dia Mundial da Água.

 

De acordo com a fonte, de cerca de 1,4 bilião de pessoas, 450 milhões são menores de idade, encontrando-se em 37 países, dos quais Moçambique e Angola. De acordo com a organização, algumas comunidades têm de caminhar mais de 30 minutos à busca de água.

 

“A crise hídrica já existe há muito tempo e, com a mudança climática, a situação será agravada”, defende a UNICEF, sublinhando que “as crianças são as maiores vítimas, porque são elas que têm de sair para carregar água”.

 

Dados da UNICEF indicam que, no leste e no sul da África, mais de 58% das crianças não têm água suficiente para viver, enquanto o Oriente Médio é o menos afectado, com 23%. O Sul da Ásia conta com 25% das crianças nessa situação e as zonas oeste e central de África contam com quase um terço das crianças.

 

A organização afirma ainda que, durante a época seca, as crianças é que sofrem com a desnutrição, enquanto na época chuvosa sãs as primeiras a contrair doenças. Realça que, nesta época da Covid-19, as crianças são as primeiras vítimas, pois, não dispõem de água para lavar as mãos. (Marta Afonso)

Subiu para 53.188 o número de pacientes recuperados da Covid-19, em Moçambique, o que representa uma taxa de 80%. Nesta terça-feira, as autoridades da saúde anunciaram a recuperação de mais 306 pessoas, das quais 151 na província de Sofala, 112 na província de Tete, 23 na província do Niassa, 10 na província da Zambézia e outras 10 na província de Inhambane.

 

Na actualização feita esta terça-feira, as autoridades da saúde anunciaram a morte de mais três pessoas, com idades entre 35 e 74 anos. Duas mortes ocorreram na cidade de Maputo e uma na província de Maputo.

 

Em relação aos novos casos, o Ministério da Saúde (MISAU) disse ter diagnosticado mais 190 novas infecções, em 1.697 suspeitos, elevando para 66.496 o total de infectados, dos quais 12.554 continuam infectados.

 

Refira-se que, de segunda para terça-feira, mais 10 pessoas foram internadas e 13 tiveram altas, baixando para 119 o número de indivíduos actualmente hospitalizados, sendo que 79 encontram-se na capital do país. (Marta Afonso)

Cinquenta e sete mil, trezentos e cinco profissionais da saúde tomaram, em todo o país, a primeira dose da Vacine Vero Cell inactivada, produzida pela farmacêutica chinesa Sinopharm. Os dados, que correspondem a 88% do total dos profissionais da saúde, foram apresentados esta segunda-feira pela Directora-adjunta de Saúde Pública, Benigna Matsinhe, durante a actualização da situação epidemiológica no país.

 

Dados do MISAU indicam que os restantes profissionais não tomaram a vacina, devido às limitações impostas pela ficha técnica da vacina, tal como as profissionais gestantes, lactantes, assim como profissionais que tenham testado positivo para a Covid-19. Entretanto, sabe-se que há profissionais que recusaram de tomar a vacina por razões ainda não justificadas.

 

À imprensa, Matsinhe confirmou os factos, porém, disse não ter o número exacto de profissionais da saúde nessa situação, pois, o Ministério da Saúde está num processo de levantamento de dados para apurar se são médicos, enfermeiros e/ou serventes. Neste momento, decorre a vacinação dos restantes intervenientes da área da saúde, com destaque para os funcionários das casas mortuárias.

 

Refira-se que a vacinação decorreu entre os dias 08 de Março e 19 de Março, sendo que o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, foi o primeiro a ser inoculado. Em quase todo o país não foram reportados casos graves das reacções adversas relacionadas com a vacina chinesa. (Marta Afonso)