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Crime

Várias pessoas morreram depois que um minibus foi emboscado ao longo da Estrada Nacional (EN380), em Macomia, Cabo Delgado, no sábado, 04 de Janeiro, de acordo com a a AFP. O ataque foi confirmado por uma fonte policial do distrito de Macomia, que não deu detalhes sobre as vítimas.

 

"A polícia foi chamada para intervir, mas já era tarde para ajudar as vítimas", disse a policial, que pediu para não ser identificada. "Este é o primeiro ataque confirmado este ano", na província de Cabo Delgado, disse ele.

 

Moradores de Macomia reportaram entre quatro a dez pessoas mortas. O minibus transportava cerca de 20 passageiros, viajando da cidade de Palma para a capital da província Pemba.

 

"Duas crianças foram queimadas no veículo, outra foi decapitada", disse um morador à AFP, acrescentando que um homem "foi decapitado na frente de sua esposa e filhos". Ele disse que algumas mulheres estavam desaparecidas. "A maioria das pessoas não sobreviveu. O número de sobreviventes é menor que 10", disse outro morador. (Carta) 

segunda-feira, 06 janeiro 2020 04:38

Terror em Cabo Delgado e na zona centro do país

Quinta-feira, 2 de Janeiro, o Porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Orlando Mudumane, disse à comunicação social, em Maputo, que a violência armada no centro e norte do país tende a ser controlada pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS). Entretanto, na tarde de sexta-feira, 3, os insurgentes atacaram uma viatura minibus, no troço Awasse-Chitunda, ao longo da Estrada Nacional 380.

 

Testemunhas oculares do ataque contaram à “Carta” que os homens armados estavam trajados de fardamento das FDS e surgiram na região de Antadora, onde começaram a disparar contra os ocupantes da viatura. Sem alternativas, o motorista parou a viatura e alguns passageiros puseram-se em fuga, mas o motorista e outros ocupantes ficaram na viatura, tendo sido baleados pelos supostos insurgentes.

 

Conforme relataram as testemunhas, os insurgentes não mataram nenhum dos ocupantes, tendo apenas ferido alguns deles, saqueado os respectivos bens e incendiado a viatura. Entre os sobreviventes está um cidadão de nome Nchamo, que na tentativa de fuga com a sua bagagem foi obrigado pelos insurgentes a deixar a mesma, caso contrário seria morto. Já um outro cidadão de nome Mussa, que seguia viagem na companhia de sua esposa, disse que conseguiu fugir até ao distrito de Muidumbe, onde com ajuda de alguns táxi-moto seguiu viagem até Miangalewa, onde com recurso a canoas precárias fez travessia no rio Mapwede.

 

Devido ao ataque ao longo da EN380, segundo apurámos de transportadores da rota, no sábado, 4 de Janeiro, nenhuma viatura de transporte de passageiros que parte da Vila de Mocímboa da Praia circulou no troço Awasse-Chitunda, recorrendo-se à estrada que liga o distrito de Mueda a Muidumbe.

 

Aliás, quando eram 7hrs da última quinta-feira, 2 de Janeiro, horas antes de Orlando Mudumane proferir o discurso acima citado, um autocarro da transportadora Angolano, era atacado na zona de Mutindiri-2, no distrito de Chibabava, na Província de Sofala, ao longo da Estrada Nacional Número 1 (EN1). Conforme apuramos telefonicamente de fontes locais, o ataque ocorreu a pouco mais de 50 quilómetros a norte de Muxúnguè, onde existem efectivos das FDS.

 

Durante o ataque, o cobrador da viatura foi atingido num dos membros inferiores, tendo de seguida sido socorrido no Centro de Saúde de Muxúnguè e os homens armados dispararam para os pneus do autocarro, tendo horas depois sido substituídos e deram continuidade à viagem já na companhia dos elementos das FDS. Refira-se que desde 25 de Dezembro a esta parte, as FDS têm patrulhado as zonas de Inchope, em Manica e Muxúnguè, em Sofala, as quais voltaram a ser sangrentas desde Agosto de 2019. (Carta)

segunda-feira, 06 janeiro 2020 03:02

Acidente mata agentes das FDS em Mueda

Quatro Agentes das Forças de Defesa e Segurança morreram e outros contraíram ferimentos ligeiros e graves, num acidente de viação, ocorrido este sábado na vila de Mueda, na província de Cabo Delgado.

 

Segundo fontes, o acidente envolveu dois carros das Forças de Defesa e Segurança que seguiam em sentidos contrários. Concretamente: um veículo que vinha da zona da “cova grande”, bairro Rovuma, embateu com um outro que vinha em sentido oposto, sendo que acabou dando três cambalhotas, fazendo com que os militares ali presentes fossem “cuspidos”.


Pouco tempo depois do acidente, os corpos foram recolhidos e os feridos levados ao hospital distrital de Mueda.

 

Entretanto, um outro acidente, registado nas estradas moçambicanas, ocorreu na EN1, no distrito de Massinga, província de Inhambane. O mesmo envolveu um autocarro da transportadora Nagi Investimentos, sendo que duas pessoas perderam a vida e 29 contraíram ferimentos ligeiros e graves.

 

A polícia de trânsito em Massinga apontou o excesso de velocidade como factor que motivou o acidente. Do sinistro, 14 pessoas contraíram ferimentos ligeiros e danos materiais avultados sem contar com o outro carro (de uma empresa de processamento e exportação de camarão com sede em Mocímboa da Praia) que ficou danificado.

 

Um outro acidente do tipo despiste e capotamento aconteceu domingo, no bairro Muxara, arredores da cidade de Pemba. Todos os feridos deram entrada no hospital provincial em Pemba. Onze já tiveram alta e três continuam internados naquela unidade hospitalar. (Carta)

A Polícia da República de Moçambique (PRM) disse ontem que a violência armada no centro e norte do país "tende a ser controlada", reiterando a "prontidão" das Forças de Defesa e Segurança para conter incursões armadas naquelas regiões.

 

"Estas situações tendem a ser controladas e as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, das quais a polícia também faz parte, estão a trabalhar intensamente no sentido de combater os malfeitores", declarou o porta-voz do Comando Geral da PRM, Orlando Modumane.

 

Aquele responsável, que falava em Maputo durante uma conferência de imprensa de balanço do período da quadra festiva, reiterou a prontidão das autoridades moçambicanas nas operações para conter a violência naquelas regiões.

 

"As Forças de Defesa e Segurança estão a desdobrar-se em várias frentes no sentido de combater quer os malfeitores no norte quer alguns homens armados no centro do país", frisou.

 

Em causa está a violência armada em alguns pontos do norte e centro de Moçambique, especificamente em Cabo Delgado (norte), Sofala e Manica (centro), onde grupos armados têm protagonizado ataques contra viaturas civis, autoridades e aldeias.

 

No norte, na província de Cabo Delgado, os ataques de grupos armados desconhecidos eclodiram há dois anos e já provocaram pelo menos 300 mortos, além de deixar cerca de 60.000 pessoas afetadas ou obrigadas a abandonar as suas terras e locais de residência, de acordo com a mais recente revisão do plano global de ajuda humanitária das Nações Unidas.

 

Por outro lado, no centro do país, especificamente nas províncias de Sofala e Manica, grupos armados têm protagonizado ataques contra viaturas em dois dos principais corredores rodoviários moçambicanos, a Estrada Nacional 1 (EN1) e a Estrada Nacional 6 (EN6).

 

As incursões no centro do país já provocaram pelo menos 21 mortos desde agosto e são atribuídas pelas autoridades a um grupo de guerrilheiros decidentes do principal partido de oposição (Renamo) que permanecem na região liderados pelo general Mariano Nhongo, embora o partido oficialmente reitere que não está envolvido nos episódios e que Nhongo é um desertor. (Lusa)

Furiosa, a população da aldeia de Chibau, em Mocímboa da Praia, desenterrou um corpo, de um suposto insurgente, e depois queimou-o. O episódio aconteceu na passada quinta-feira, naquele distrito da província de Cabo Delgado.

 

De acordo com as fontes da “Carta”, o corpo do suposto insurgente estava trajado com o fardamento das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e foi queimado, alegadamente, para atenuar a dor e desespero da população, devido aos desmandos causados pelo grupo que aterroriza os distritos da zona norte daquela província do norte do país.

 

O “insólito” acontece depois de os insurgentes terem atacado aquela aldeia, no mesmo dia, tendo vandalizado bens da população. Não há registo de mortes e muito menos de incêndio de residências.

 

Já nas aldeias de Kalugo e Nabadje, também localizadas no distrito de Mocímboa da Praia, a população foi aconselhada, pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), a abandonar as suas residências e fixar-se na aldeia Ulu, onde existe uma posição das FDS, assim como a deslocar-se para vila de Mocímboa da Praia para questões de segurança. (Carta)

sexta-feira, 27 dezembro 2019 05:40

Insurgentes voltam a escalar Chitunda

Tudo indica que a expulsão, há dias, de militares na aldeia Chitunda, distrito de Muidumbe, província de Cabo Delgado, abriu espaço para o “regresso” dos insurgentes àquele ponto do país. Em pleno 25 de Dezembro, dia em que se celebra o nascimento do menino Jesus, na religião cristã, e Dia da Família, na República de Moçambique, os insurgentes voltaram a escalar aquela aldeia, em concreto o troço Chitunda-Awasse, tendo queimado um camião pertencente a uma empresa de construção civil e queimado diversas casas no interior da aldeia, que separa os distritos de Muidumbe e Mocímboa da Praia.

 

A situação paralisou a circulação de viaturas de passageiros e particulares durante cerca de 4 horas até que chegou uma Unidade das Forças de Defesa e Segurança, supostamente, vinda de Pemba que escoltou os transportes até ao cruzamento de Awasse. Aliás, a referida unidade militar escoltou, a partir das 15 horas, todas as viaturas que se encontravam estacionadas naquele ponto desde as 08 horas.

 

Nesta quinta-feira, fontes relataram que a circulação de viaturas voltou a ficar condicionada no mesmo troço. A título de exemplo, os carros que saíram pela manhã na vila de Mocímboa da praia, para diferentes destinos, só às 12 horas é que foram vistos a passar na zona de Macomia.

 

De acordo com as fontes, ainda no dia 25 de Dezembro, os insurgentes atacaram sem causar mortes num centro de produção denominado Paquisilua, no distrito de Mocímboa da praia.

 

Mais tarde, foram queimar na região de Marere, depois de o mesmo grupo ter capturado um grupo de mulheres que foi a um poço buscar água. Os insurgentes maltrataram as mulheres e obrigaram-nas a dizer onde estava o esconderijo dos homens e, para garantir a sua sobrevivência, estas aceitaram. Entretanto, quando chegaram à aldeia foram vistos e as pessoas puseram-se em fuga e estes, por sua vez, abandonaram as mulheres.

 

Refira-se que no domingo dois camiões foram atacados pelos insurgentes no mesmo troço. Já na segunda-feira, os insurgentes voltaram a atacar, no mesmo troço, uma camioneta e uma minibus.

 

Entretanto, durante a passagem do Natal na cidade de Pemba, o bispo da igreja católica, Dom Luís Lisboa, exortou as pessoas a serem solidárias com as famílias vítimas dos ataques na província de Cabo Delgado. (Carta)

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