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Crime

Militares russos, identificados como sendo mercenários, que combatem contra chamados “insurgentes” na província moçambicana de Cabo Delegado ao lado das Forças de Defesa e Segurança do país, retiraram-se para o porto de Nacala depois de sofrerem uma série de revezes, reporta o jornal britânico Times de Londres.

 

A publicação diz que, no último ataque, os rebeldes fizeram uma incursão pelo mar contra uma “zona de segurança” para estrangeiros envolvidos na exploração de gás, mas não dá outros pormenores sobre o mesmo.

 

Mapa apresentado pela especialista em extremismo violento- Jasmin Opperman, na sua página do Facebook

Na última quinta-feira, 21 de Novembro, a Directora do Africa Desk do Terrorism Research & Analysis Consortium (Consórcio de Pesquisa e Análise de Terrorismo, em português), um repositório de inteligência digital de pesquisa e análise, que abrange terrorismo e violência política, Jasmine Opperman, divulgou, na sua página do Facebook, um mapa, em que aponta que, durante este período, os sete distritos sofreram 229 ataques, levados a cabo pelo grupo insurgente.

 

Segundo a especialista em análise metodológica de riscos e gerenciamento de processos de inteligência (operações, contra-inteligência, actividades e análises secretas), em 2017, os insurgentes protagonizaram seis ataques, enquanto em 2018 realizaram 60 incursões, sendo que 18 ocorreram no primeiro semestre e 42 no segundo semestre. Já em 2019, a zona norte de Cabo Delgado registou 69 ataques, de Janeiro a Junho, e 94 ataques de Julho até ao último dia 22 de Novembro.

 

segunda-feira, 25 novembro 2019 02:32

Insurgentes matam seis pessoas em Macomia

As promessas das autoridades de pôr fim aos ataques que vem sendo protagonizados, na zona norte da província de Cabo Delgado, por um grupo ainda não identificado, desde Outubro de 2017, estão cada vez mais a ser postas em prova, com o grupo a fazer mais vítimas humanas.

 

Nem os propalados golpes de artilharia (há quase um mês que não são reportados) e, muito menos, a forte presença dos elementos das Forças de Defesa e Segurança (FDS), acompanhados pelos mercenários russos do Grupo Wagner, têm sido suficientes para parar com a chacina.

 

sexta-feira, 22 novembro 2019 06:28

FDS matam oito supostos insurgentes

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) mataram, no último sábado, 16 de Novembro, oito jovens, supostamente pertencentes às fileiras do grupo que, desde Outubro de 2017, aterroriza os distritos da zona norte da província de Cabo Delgado.

 

Segundo as nossas fontes, os jovens foram “executados”, depois de terem sido apresentados publicamente, no Posto Administrativo de Mucojo, distrito de Macomia, como membros daquele grupo. Entretanto, de acordo com as fontes, durante a apresentação, os supostos insurgentes não portavam armas e nem catanas, instrumentos usados pelo grupo para as suas acções.

 

Zona d Namatil-Mueda, população a se refugiar para o vizinho Tanzânia(a esquerda) Tractores de um Empresário local de Muidumbe incendiados pelos insurgentes (a direita)

Tornou-se insuportável e arriscado permanecer na aldeia de Miangalewa, no distrito de Muidumbe, na província de Cabo Delgado. Tal como acontece na maior parte dos distritos atacados pelos insurgentes, em Miangalewa, a população também está a abandonar as suas residências, em busca de locais supostamente seguros, de modo a dar continuidade à sua vida.

 

Fontes da “Carta”, baseadas naquele distrito atravessado pelo Rio Messalo, contam que o ambiente vivido naquela aldeia é de medo e total terror, motivado pelo ataque levado a cabo pelos insurgentes, no último fim-de-semana.

 

Ainda continua o calvário das populações da zona norte da província de Cabo Delgado, devido aos ataques militares protagonizados por um grupo “terrorista”, que desde Outubro de 2017 retirou a paz e tranquilidade naquela região do país.

 

Ontem, pouca horas depois de o Chefe do Estado, Filipe Nyusi, ter afirmado, no distrito de Mueda, que o governo está a fazer tudo para pegar os mandantes dos ataques, os insurgentes protagonizaram dois ataques nos distritos de Palma e Macomia.

 

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