Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI

Economia e Negócios

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) vai realizar a 16 de Abril, na cidade da Beira, um seminário para reflexão sobre as necessidades de intervenção pós-ciclone IDAI, com destaque para o tecido empresarial, o qual decorrerá sob o lema “Reconstruindo a Zona Centro”. Num comunicado recebido na nossa redacção, a CTA diz que no evento participarão investidores, parceiros de cooperação, comunidade empresarial, membros do Governo e da sociedade civil. “No seminário, a CTA vai apresentar os Resultados Preliminares do Levantamento sobre os Impactos do Ciclone Tropical IDAI no tecido Empresarial e as Perspetivas de Recuperação. Esses resultados preliminares irão dar uma indicação do quanto será necessário para reconstruir as zonas afectadas”, lê-se no comunicado da CTA. (Carta)

Em Março, o sector privado moçambicano registou uma ligeira melhoria das condições das empresas, diz o Standard Bank, numa nota de imprensa divulgada ontem. Apesar do abrandamento do crescimento de novas encomendas ao longo de nove meses, observou-se um aumento modesto da produção, bem como um aumento do emprego ao ritmo mais rápido em quase dois anos. Além disso, as expetativas das empresas aumentaram para o nível mais elevado em 15 meses.

 

Estas percepções são coligidas num índice produzido pelo banco, denominado Purchasing Managers’ Index™ (PMI™).  De acordo com a metodologia do PMI, valores acima de 50,0 apontam para uma melhoria nas condições das empresas no mês anterior, enquanto as leituras abaixo de 50,0 mostram uma deterioração.

 

“O PMI principal aumentou para 50,4 em Março, demonstrando uma ligeira melhoria do setor privado. Tal aconteceu após a leitura de 50,0 em Fevereiro, que indicou a inexistência de alterações nas condições de funcionamento. Há nove meses consecutivos que não é registada uma leitura inferior a 50,0. O fator decisivo para o crescimento do setor privado foi um forte aumento do emprego durante o mês de Março. Observou-se um crescimento nos números relativos ao emprego, que contou com o ritmo mais rápido desde junho de 2017, com as empresas a destacarem os requisitos profissionais à medida que a atividade económica aumentou”, diz a nota.

 

O banco diz que “os níveis de produção continuaram a aumentar, o que marcou o oitavo mês consecutivo de expansão nas empresas moçambicanas”. E acrescenta que, desta forma, a taxa de crescimento foi modesta e apenas ligeiramente mais forte do que em Fevereiro.  (Carta)

A entrada, no país, da Heineken, gigante holandesa da cerveja, está agitar o mercado nacional. Para já, dois fenômenos são perceptíveis. Um “abandono”, pelos consumidores, da 2M, o maior produto da CDM, Cervejas de Moçambique, agora detida por outra gigante mundial Ab Inbev, que resulta da fusão da belga Interbrew e da brasileira Ambev. Há uma migração de consumidores da 2M, a tradicional marca da CDM (que descontinuou a emblemática “Laurentina”) para a “Txilar” o primeiro sabor colocado pela Heineken no mercado, produzido na sua nóvel fábrica de Bobole.

 

O segundo fenômeno decorrente da entrada da “Txilar” no mercado nacional é uma campanha de marketing negativo contra a Heineken, com uma guerra comercial como pano de fundo. Desde que a Heineken Moçambique lançou, em Janeiro último, o seu único produto fabricado em Moçambique, denominado “Txilar”, muitas estórias negativas sobre as duas empresas têm sido partilhadas nas redes sociais, mas com maior destaque para os produtos da Heineken.

Num dos vídeos postos a circular, há dias, vê-se um consumidor da “Txilar” a proferir palavras “injuriosas” contra alguns camiões da CDM que passavam à sua frente. Outra situação ilustrada, através de uma fotografia, é a de uma aparente disputa de espaço entre dois camiões das duas empresas, na zona do Benfica, ao longo da Avenida de Moçambique (EN1). Esta semana, dois textos foram partilhados nas redes sociais, um abordando a “escassez” da “Txilar” no mercado e o outro convidando os consumidores da cerveja a regressarem à “casa (consumo da ‘2M’)”.

 

Nesta terça-feira, a “Carta” saiu à rua para perceber a quantas anda o mercado depois da entrada da nova cervejeira, no país. Visitámos alguns estabelecimentos comerciais, entre os maiores depósitos de venda a grosso de bebidas alcoólicas e retalhistas. Há grossistas (Sondela Comercial, localizada na Avenida Acordos de Lusaka, e Agnel Comercial, na Avenida de Moçambique), que não vendem a “Txilar, alegadamente porque têm contratos de exclusividade com a CDM, através do qual a produtora da 2M proíbe a venda de cerveja da concorrência.

 

Mas, nos últimos dois meses, os dois grossistas registaram quedas substanciais nas suas vendas. Há cada vez uma menor procura da 2M. A exclusividade na venda dos produtos da CDM não se verifica apenas em armazéns de distribuição mas também no retalho. Pequenos comerciantes só podem vender 2M. Nos bairros periféricos de Maputo, a situação é quase que generalizada. A explicação dada pelos comerciantes abordados foi a de que, ao pintarem seus estabelecimentos com as cores dos produtos da CDM, foram instruídos no sentido de não venderem marcas de outra firma, para o que teriam uma recompensa mensal pelo “trabalho”.

 

Alguns retalhistas contaram-nos terem rejeitado propostas iguais das duas empresas, designadamente a ideia de pintaram suas fachadas com as cores de uma marca e venderem apenas essa marca. Os comerciantes em causa justificaram tal recusa com argumento de que não queriam ser dependentes nem duma nem doutra cervejeira.

 

Um dos comerciantes disse à “Carta” que a Heineken enfrenta dificuldades na distribuição da “Txilar” devido à elevada procura daquele produto, problema que a empresa não consegue resolver. “Se eu tivesse aceitado vender apenas a ‘Txilar’, neste momento não ia vender nada. O mesmo acontece com a ‘2M’, que, ultimamente, não é comprada”, disse a nossa fonte.

 

Dos seis estabelecimentos comerciais de venda à retalho visitados pela “Carta”, nas avenidas Acordos de Lusaka, 19 de Outubro e de Moçambique, apenas quatro vendiam produtos das duas empresas. Dois estavam pintadas com as cores da Heineken Moçambique e da CDM. Os outros dois vendiam somente produtos da CDM.

 

Contactada pela nossa reportagem, fonte relevante da Heneiken Moçambique recusou-se a falar destas questões alegando não ser vocação da empresa entrar em “polémicas”. Entretanto, “Carta” sabe que a Heineken está a trabalhar no sentido de normalizar a distribuição da “Txilar” que, nestes dias, tem escasseado, devido à elevada demanda. Algumas fontes crêem que a gigante holandesa não estava à espera desta situação, principalmente, depois da desconfiança que reinou em torno do produto nos seus primeiros dias. Actualmente, a “Txilar” é distribuída somente zona sul do país. A CDM prometeu responder às nossas questões, tendo solicitado que elas fossem colocadas por escrito. Continuamos a aguardar. (Abílio Maolela)

O julgamento do pedido de extradição para os EUA de três antigos banqueiros do Credit Suisse acusados de envolvimento no processo de dívidas ocultas de Moçambique foi hoje adiado para 11 de Novembro no Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres. O neozelandês Andrew Pearse, antigo diretor do banco Credit Suisse, o britânico Surjan Singh, diretor no Credit Suisse Global Financing Group, e a búlgara Detelina Subeva, vice-presidente deste grupo, aguardam a extradição para os EUA, na sequência de um processo por "fraude de grande escala" pela justiça norte-americana.

 

Segundo a acusação, estima-se que tenham recebido mais de 50 milhões de dólares em subornos e comissões irregulares. Numa audiência no tribunal de magistrados de Westminster, em Londres, na passada quinta-feira, foi anunciado o adiamento do caso para 11 de Novembro e prevê-se que se prolongue por quatro a cinco dias.

O governo de Moçambique irá conceder o aval do Estado à emissão de euro-obrigações da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) a fim de garantir a sua participação nos projectos de gás natural, escreveu a Economist Intelligence Unit (EIU). Os analistas da EIU escreveram ainda que a continuada crise das chamadas “dívidas ocultas” não irá impedir a concessão de novo aval do Estado, desta feita para garantir a participação daquela empresa pública nos projectos da bacia do Rovuma.

 

Os avais do Estado concedidos pelo anterior governo do Presidente Armando Emílio Guebuza a dois empréstimos por parte de duas empresas públicas – Mozambique Assett Management e ProIndicus – foram emitidos à margem da legislação moçambicana.

O primeiro sistema residencial solar que fornecerá energia eléctrica a 300 mil lares (aproximadamente 1.8 milhões de pessoas) será inaugurado esta sexta-feira (29) pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, em Moiane, distrito do Gilé, na província da Zambézia.

 

O projecto, que consiste na instalação de sistemas individuais de energia solar, insere-se na Estratégia Nacional de Eletrificação implementada pelo Governo de Moçambique, através do programa “Energia Para Todos”, lançado em Dezembro último pelo Chefe de Estado. O programa, a ser implementado em todo o país pela Ignite Moçambique, resulta da parceria entre o Executivo moçambicano, através do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), e o Fundo Nacional de Energia (FUNAE). A finalidade da iniciativa é permitir o acesso universal à energia eléctrica até 2030. O primeiro sistema residencial solar que hoje será inaugurado conta com apoio e investimento da Source Capital, uma ‘boutique’ Independente de serviços vocacionada para a gestão de patrimónios privados. (Marta Afonso)