Quando se esperava que às VI Eleições Gerais fossem decorrer em ambiente de total calmia eis que da província do Niassa nos chegaram relatos de total incivilidade. Os protagonistas foram alegados membros e simpatizantes da Renamo e os agentes da Polícia de República de Moçambique (PRM).
Tudo começou quando um grupo de eleitores no posto administrativo de Maniamba, distrito de Lago, província nortenha do Niassa, decidiu assistir a contagem dos votos nas mesas montadas na Escola Primária Completa Milagre Mabote. Neste estabelecimento de ensino funcionaram 6 Assembleias de Voto, estando inscritos pouco mais de 4605 eleitores.
Dados preliminares da Plataforma de Observação Eleitoral Conjunta “Sala da Paz”, um conglomerado de organizações não-governamentais financiado por embaixadas ocidentais, avançam para uma vitória expressiva do candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyusi, actual Presidente da República. A informação foi partilhada em conferência de imprensa, no princípio da tarde de hoje, em Maputo, pela porta-voz da “Sala da Paz”, Felicidade Chirindza.
“Em termos de projecções de resultados, os dados da ‘Sala da Paz’, apesar de preliminares, baseados na leitura de editais, indicam para uma vitória do candidato Filipe Jacinto Nyusi com 72 por cento, seguido do Ossufo Momade com 21 por cento, Daviz Simango com 5,8 por cento”, disse Chirindza.
Segundo a Plataforma, esses dados resultam duma leitura de 20 por cento do universo dos editais em seis províncias do país, nomeadamente Maputo Cidade, Sofala, Manica, Tete, Nampula e Zambézia.
Para a Sala da Paz os dados vão variar à medida que forem sendo lançados os editais na plataforma. “Estes dados vão de acordo com as projecções que estão a ser partilhadas pela comunicação social”, sublinhou a porta-voz da Plataforma. (Evaristo Chilingue)
Dois ex-banqueiros do Credit Suisse Group AG serão testemunhas de acusação no julgamento federal de Jean Boustani, que começou ontem em Nova Iorque e deverá durar 1seis semanas, descrevendo os seus papéis num caso que o Departamento de Justiça americano descreve como um golpe de subornos de 2 bilhões de UD em Moçambique.
Andrew Pearse, que chefiou o grupo de financiamento global no escritório do banco em Londres, será uma das primeiras testemunhas da acusação no julgamento de Jean Boustani, ex-executivo do construtor de navios Privinvest Group, disseram advogados de defesa em carta ao tribunal na segunda-feira. Detelina Subeva, que trabalhou para Pearse, também testemunhará nos EUA, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto, mas que pediu para não ser identificada.
Vinte e quatro horas após a votação, a Polícia da República de Moçambique (PRM) veio a público apresentar o balanço preliminar do escrutínio, no que à ordem e tranquilidade diz respeito. Para já, as autoridades policiais apontam para o registo de um total de 22 ilícitos eleitorais e, como consequência, a detenção de 72 indivíduos.
O caso digno de realce foi registado na província de Sofala, concretamente no distrito de Machanga, e foi protagonizado, tal como deu a conhecer Orlando Mudumane, porta-voz da Polícia da República de Moçambique, por 300 membros do partido Renamo. Mudumane contou que o grupo vandalizou uma escola (assembleia de voto) local, com o intuito de roubar as respectivas urnas. Os indivíduos incendiaram ainda várias residências.
Apesar do recente tufão de contrariedades entre Samora Machel Júnior e a liderança da Frelimo, na pessoa do seu presidente Filipe Nyusi, o filho de Samora com Josina Machel não deixou de fazer campanha para o partido que foi seu berço. Nos últimos dias da campanha, ele esteve a trabalhar em Ancuabe, Cabo Delgado, e por orientação da direcção do partido na província ele teve de ir a Chiúre, onde Nyusi estaria a orientar um showmício.
Samito foi. No final do evento, ele estava embrenhado no meio da população, saudando humildemente a comitiva. Nyusi vislumbrou seu maior opositor interno e chamou-o para cumprimentar. Samora acedeu e esticaram-se os braços no meio de um brevíssimo tête-a-tête.
Os quatro candidatos presidenciais (Filipe Nyusi, Ossufo Momade, Daviz Simango e Mário Albino) deixam ficar suas impressões sobre o processo político em curso depois de depositarem, esta manhã, seus votos nas urnas. Filipe Nyusi exortou os moçambicanos a afluírem às mesas de assembleias de voto com vista a exercerem o seu direito de cidadania.
Filipe Nyusi centrou a sua abordagem na necessidade de os moçambicanos cultivarem a paz e absterem-se de toda e qualquer tipo de violência. Sobre o processo em si disse que devia vencer a corrida eleitoral àquele (o candidato) que melhor proposta de governação apresentou ao eleitorado.