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Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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Algumas partes de Moçambique, do Malawi (sul) e de Angola (leste) registaram uma grave escassez de chuva durante o mês de Fevereiro, segundo refere o último relatório do Programa Mundial da Alimentação (PMA). Aquela agência das Nações Unidas refere ainda que algumas partes do Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e Botswana viveram o mês de Fevereiro mais seco dos últimos 40 anos.

 

Embora muitos países da África Austral ainda não tenham declarado uma catástrofe nacional, também se encontram numa situação terrível devido à influência dos padrões climáticos do El Nino. A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) estimou através da sua Rede de Sistemas de Alerta Prévio contra a Fome que 20 milhões de pessoas na África Austral necessitarão de ajuda alimentar entre Janeiro e Março.

 

Muitas pessoas nas áreas de maior preocupação, como Moçambique (algumas regiões), Zimbabwe, o sul do Malawi e o sul de Madagáscar, não conseguirão alimentar-se até ao início de 2025 devido ao El Niño, disse a USAID. Há dias, Moçambique declarou alerta Laranja devido aos efeitos conjugados da seca e das chuvas.

 

A Zâmbia também declarou a seca uma emergência nacional, numa altura em que acaba de sair de um surto mortal de cólera. O presidente Hakainde Hichilema declarou a seca um desastre nacional, dizendo que devastou a produção de alimentos e a geração de electricidade enquanto a nação luta para recuperar de um recente surto mortal de cólera. Tal como alguns dos seus vizinhos, o país está a sofrer uma seca severa, à medida que o padrão climático El Nino piora as condições climáticas adversas atribuídas em parte às alterações climáticas.

 

Num discurso à nação, Hichilema disse que instruiu as forças de segurança a concentrarem-se mais na produção de alimentos num país em grande parte pacífico.

 

Disse que 84 dos 116 distritos do país estão afectados pela seca prolongada e que as autoridades vão retirar alimentos das zonas onde há excesso e distribuí-los pelas zonas necessitadas. Além disso, o país planeia mais importações de alimentos e está a mobilizar agências das Nações Unidas e empresas locais para ajudar.

 

A seca destruiu cerca de 1 milhão de hectares dos 2,2 milhões semeados com a cultura básica do país, o milho.

 

“Esta seca tem consequências devastadoras em muitos sectores, como a agricultura, a disponibilidade de água e o abastecimento de energia, colocando em risco a nossa segurança alimentar nacional e os meios de subsistência de milhões da nossa população. Prevê-se que o período de seca continue até ao mês de Março, afectando mais de 1 milhão das nossas famílias agrícolas”, disse Hichilema.

 

A produção de electricidade não foi poupada, com o país a esperar um défice de energia de cerca de 430 megawatts “potencialmente atingindo 520 megawatts até Dezembro”, disse ele, à medida que os níveis de água diminuem na principal fonte de energia hidroeléctrica do país, a Barragem de Kariba, que partilha com o vizinho Zimbabwe.

 

Para fazer face à situação, o país importará electricidade e também vai racionalizar o fornecimento aos cerca de 20 milhões de habitantes da Zâmbia. O país foi recentemente atingido por um dos seus piores surtos de cólera, que matou mais de 400 pessoas e infectou mais de 10.000. Alguns zambianos, cansados das crises contínuas, criaram canções que rotulam os surtos de coronavírus e de cólera, bem como a actual seca, como uma “tragédia tripla”, disse Hichilema. (Carta)

Poucos dias depois do agravamento das taxas de portagens em 6,25% em 1 de Março, a África do Sul anunciou que todos os tipos de combustíveis (gasolina, gasóleo, gás e parafina) aumentaram em pelo menos 1 Rand, a partir desta quarta-feira (06). O Governo disse que vários factores contribuíram para este agravamento, entre os quais, o preço médio do petróleo bruto Brent que aumentou de 82,03 dólares para 82,50.

 

Por outro lado, o Rand depreciou-se ligeiramente, em média, face ao Dólar Americano, de 18,77 para 19,20 por USD e isto levou a maiores contribuições para os Preços Básicos da gasolina, do gasóleo e do petróleo para iluminação.

 

“Os preços dos combustíveis na África do Sul são ajustados mensalmente, com base em factores internacionais e locais. Os factores internacionais incluem o facto de a África do Sul importar tanto petróleo bruto como produtos acabados a um preço definido a nível internacional, incluindo custos de importação”, explicou o Departamento de Recursos Minerais e Energia. A flutuação dos preços dos combustíveis na África do Sul poderá ter efeitos negativos nas economias vizinhas. Em Moçambique por exemplo, as importações poderão ficar mais caras e a sua economia susceptível a “inflação importada”. (Carta)

O Centro de Integridade Pública (CIP) afirmou ontem que “haverá mais equipas” de recenseamento nas eleições gerais de outubro em zonas da Frelimo, partido no poder, do que em áreas da oposição, dificultando esse processo.

 

“A CNE já publicou a colocação das brigadas de recenseamento. E, mais uma vez, haverá mais equipas nas zonas da Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique] do que nas da Renamo [Resistência Nacional Moçambicana, maior partido da oposição], dificultando, desse modo, o recenseamento dos eleitores da Renamo”, descreve aquela organização não-governamental (ONG), num boletim sobre as eleições.

 

“Olhemos para as províncias com uma densidade populacional semelhante. Nampula e a província de Maputo têm uma densidade populacional semelhante, mas, em Nampula, cada brigada deve tentar registar 4.214 pessoas, enquanto na província de Maputo cada brigada tem apenas 2.717 potenciais eleitores”, acrescenta.

 

O boletim do CIP prossegue com os casos de Niassa e Gaza, “províncias semelhantes, de baixa densidade populacional”: “Mas, em Niassa as equipas devem tentar recensear 3.493 pessoas, enquanto em Gaza o seu alvo é de menos de metade disso, 1.507 potenciais eleitores”.

 

“O recenseamento começa a 15 de março, ou seja, daqui a uma semana. Mas, no norte do país, continuam as chuvas fortes e ainda há inundações, segundo informa o Ministério das Obras Públicas no seu relatório diário sobre as inundações”, alerta ainda.

 

Moçambique realiza em 09 de outubro as sétimas eleições gerais, que incluem presidenciais, legislativas e provinciais.

 

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique determinou a constituição de 9.165 postos de recenseamento para as eleições gerais de 09 de outubro, 391 dos quais no estrangeiro, conforme deliberação que a Lusa noticiou esta terça-feira.

 

Segundo a deliberação, serão instituídos 8.774 Locais de Constituição e Funcionamento de Postos de Recenseamento Eleitoral, que vai decorrer de 15 de março a 28 de abril, em todo o país. Acresce 372 locais para recenseamento em países africanos, para o círculo de África, e 19 para o círculo eleitoral dos restantes países, em ambos os casos apenas relativamente às eleições legislativas e presidenciais.

 

Os 9.165 postos de recenseamento a constituir em todo o país, dos quais 1.277 na província da Zambézia, 1.262 em Nampula e 1.137 em Tete, obrigaram à mobilização de 6.033 brigadas.

 

“Estão em curso as atividades preparatórias do recenseamento eleitoral cuja projeção do número de eleitores que se devem fazer à votação, isto é, incluindo os que se recensearam aquando da realização das eleições autárquicas de 11 de outubro de 2023, é de 16.497.501 eleitores”, disse em 22 de fevereiro Paulo Cuinica, porta-voz da CNE durante uma conferência de imprensa em Maputo.

 

Segundo o porta-voz, do total de votantes previstos, 16.217.816 estão em Moçambique e os restantes 279.685 no estrangeiro.

 

O Conselho de Ministros de Moçambique aprovou em 30 de janeiro o decreto que determina novas datas para o recenseamento para as eleições gerais de outubro, devendo iniciar-se em todo o país em março, alteração justificada pela necessidade de se evitar que o recenseamento eleitoral “coincida com o tempo chuvoso” e de contornar “a fraca adesão da população ao recenseamento eleitoral”.

 

“Fixa o período entre 15 de março e 28 de abril de 2024 para a realização do recenseamento eleitoral no território nacional, nos distritos sem autarquias locais, e de atualização nos distritos com autarquias locais, e de 30 de março a 28 de abril para a realização do recenseamento eleitoral no estrangeiro”, lê-se no comunicado da Presidência, emitido após a reunião do Conselho de Ministros em Maputo.

 

Moçambique tinha agendado o recenseamento para as eleições gerais de outubro para o período entre 01 fevereiro e 16 março, descrito como o pico da época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.(Lusa)

quinta-feira, 07 março 2024 06:58

Música/Mês da mulher

Para a abertura, unimos num só palco: Elvira Viegas, Tanya Chongo e Rosália Mboa, três nomes incontornáveis, de diferentes gerações, da música ligeira moçambicana, para nos apresentarem um grande espectáculo dedicado à Mulher.

 

(08 de Marco, às 20h00 no Centro Cultural Franco – Moçambicano)

quinta-feira, 07 março 2024 06:53

Exposição/PMourana

"Melodias Curvilíneas" - Exposição de pintura de PMourana, com a curadoria de Yolanda Couto

 

"PMourana exalta na mulher os prodígios de amor, com que educa e molda, cada ente humano, esculturando-lhe no âmago do ser, palavras e obras indeléveis." (Aurélio Ginja).

 

(05 de Março, na Fundação Fernando Leite Couto)

O país registou no ano findo um crescimento dos efectivos de bovinos em 4%, facto que se reflectiu no aumento da capacidade interna de abate e processamento de carnes vermelhas. De acordo com o balanço sobre a produção pecuária, referente ao ano passado, o desempenho do sub-sector contribuiu para o alcance de uma produção de carnes de 181.792 toneladas, com crescimento de 5%.

 

No período em análise, a produção de carne de frango atingiu 152.784 toneladas, representando um crescimento de 4%. Destaque ainda para a produção de 28.667.207 dúzias de ovos, que corresponde a um crescimento de 8%.

 

Os resultados obtidos no ano passado foram igualmente impulsionados pela intensificação na implementação das medidas de controlo do movimento de animais, que contribuiu para a redução do roubo de gado e permitiu o registo de maior produção de carne bovina (21.136 toneladas), com crescimento de 5%.

 

Consta ainda o fomento de 250 touros para melhoramento genético das manadas e a introdução do sistema electrónico para tramitação dos processos de importação/exportação para a flexibilização e transparência dos processos.

 

O balanço pecuário do ano passado refere ainda a expansão do sistema electrónico para o registo de marca de criador em todos os distritos do País, o registo de 50 certificados de medicamentos e o aumento da produção nacional de vacinas em cerca de 10%, ao passar de 41.350.000 doses em 2022 para 45.478.377 doses de diversas vacinas em 2023. Ao nível regional, a SADC produz cerca de 4.250.682 toneladas de carnes vermelhas, onde se destaca a República da África do Sul com a produção de 1.520.890 toneladas.

 

Na avicultura, a produção anual de carne de frango é de 2.706.737,23 toneladas, sendo a África do Sul a maior produtora com 1.951.000 toneladas e Moçambique, em segundo lugar com 152 784 toneladas. Em Moçambique, a produção pecuária engloba as carnes vermelhas (bovina, de pequenos ruminantes e suína), avicultura (frangos de corte e ovos) e leite.

 

A criação de ruminantes é dominada pelo sector familiar, (89% de gado bovino e 96% de pequenos ruminantes) em regime extensivo com recurso à pastagem natural e um sector comercial (11% de gado bovino e 2% de pequenos ruminantes).

 

Nos últimos 10 anos, o cumprimento da obrigação de vacinação e banhos tem representado o principal desafio para o crescimento do sub-sector pecuário, uma vez que, ao longo deste período, vem se registando o incumprimento do requisito mínimo recomendável, para atingir a defesa sanitária do efectivo animal e o cumprimento das obrigações dos acordos ratificados com organismos internacionais sobre saúde animal e comércio.

 

No balanço anual, o sub-sector pecuário indica igualmente o aumento da produção de vacinas a nível nacional, de 41.350.000 doses em 2022 para 45.478.377 em 2023. O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural aponta ainda que se registou em 2023 uma cobertura vacinal média de 79%, sendo a mínima desejável de 80%.

 

Quanto aos surtos, o balanço pecuário recorda que, na região da SADC, a Influenza Aviária foi reportada na África do Sul, com registo de surtos recorrentes e, em Moçambique, a doença foi reportada pela primeira vez em Outubro de 2023. O surto ocorreu no distrito de Morrumbene, província de Inhambane, em poedeiras importadas da África do Sul.

 

Face ao surto da Influenza Aviária foram tomadas várias medidas, entre as quais, o uso de equipamento de protecção individual para os trabalhadores do aviário e restrição de movimento de aves e produtos avícolas do distrito de Morrumbene.

 

Foram igualmente incineradas 45.000 aves, destruídas rações, resíduos, cama de aviário e outro tipo de material utilizado ou gerado pela produção avícola e desinfectadas as instalações e equipamentos. A Influenza Aviária (IA) é uma doença infecciosa das aves causada pelas estirpes do tipo A do vírus da Influenza Aviária, que afecta aves e diferentes espécies de mamíferos, incluindo o homem.

 

As autoridades competentes recolheram e destruíram os ovos comercializados naquela província a partir do dia 15 de Setembro e restringiram as importações de aves e produtos avícolas da África do Sul.

 

Ainda no que diz respeito à sanidade animal, a febre aftosa constitui um dos maiores desafios para o país, tendo nos últimos 10 anos se alastrado rapidamente, passando de 48 distritos infectados para 87.

 

Em Moçambique a febre aftosa é endémica, e distribuída por todo o país. Ela constitui uma das maiores causas de rejeições nos estabelecimentos de abate de bovinos. A sua prevalência tem tendência a aumentar como consequência de fraca política de testagem e compensação dos reacto-positivos abatidos e fraca adesão dos criadores, apesar da disponibilidade da tuberculina.

 

Quanto ao surto de Newcastle, foram administradas no ano passado 30.243.844 doses de vacinas contra a doença, o que garantiu a cobertura vacinal de 78%. Comparativamente à campanha anterior, houve uma subida de 9% no número de aves vacinadas.

 

A Newcastle é uma das mais graves de todas as doenças infecciosas das aves. É causada por um vírus que se pode espalhar rapidamente, podendo matar milhares de espécies de aves nativas e exóticas, e pode afectar gravemente as indústrias de ovos, frango, carne de aves e a avicultura nacional no geral.

 

De um modo geral, foram reportados, em 2023, 436 focos de doenças contra 444 de 2022. A redução do número de focos é resultado das medidas de controlo sanitário que o subsector tem vindo a implementar com vista a evitar a eclosão e disseminação de doenças.

 

As doenças mais reportadas foram a Fasciolose (24%), Tuberculose (23%), Doenças Transmitidas por Carraças - DTC (12%), Equinococose (11%), Stilesia Hepática com 9%, Dermatose Nodular (6%), Febre Aftosa (3%), Newcastle (3%) e Peste Suína Africana (3%). (Carta)

  • Resultados líquidos aumentaram 11%, para R15,7 mil milhões.
  • Aumento da contribuição do NAR para os resultados líquidos para 12,0% (6,9% em 2022).
  • O lucro por acção diluído aumentou 14%.
  • Rentabilidade dos capitais próprios (ROE) aumentou para 15,1%, excedendo a meta estabelecida de 15,0%.
  • Melhoria do rácio de eficiência custos/proveitos para 53,9%, superando a meta de 54,0%.
  • Rácios de capital e de liquidez robustos, com um rácio de capital TIER1 de 13,5%.
  • Banco líder de mercado em nível de satisfação do cliente (#1NPS, net promotor score) em Moçambique, África do Sul e Eswatini.

 

 Maputo, 5 de Março de 2024

 

Sob a liderança de Mike Brown, CEO do Grupo Nedbank, e impulsionado por uma gestão focada na excelência, o Grupo Nedbank não apenas atingiu, mas ultrapassou todas as expectativas, não obstante o ambiente macroeconómico desafiador. Mike Brown, destacou que foram superadas todas as metas pós-Covid estabelecidas para 2023 e anunciadas em Março 2021. Os resultados líquidos aumentaram 11%, atingindo a marca de R15,7 mil milhões, impulsionados por um resultado operacional robusto, que cresceu 15%, e uma gestão prudente dos custos. O rácio de eficiência melhorou, tendo reduzido para 53,9%. A rentabilidade dos capitais próprios (ROE) aumentou para 15,1%, mantendo rácios de capital e liquidez robustos. Além disso, a manutenção da posição líder do banco em satisfação do cliente (#1NPS) destaca a dedicação incansável para oferecer serviços de classe mundial.

 

Este desempenho financeiro beneficiou da diversificação da carteira de negócio do Grupo, com um contributo significativo (12,0%) do cluster Nedbank Africa Regions (NAR), onde se inclui o Nedbank Moçambique, que duplicou neste período.

 

Dr. Terence Sibiya, Director Executivo do Grupo Nedbank responsável pelo NAR, expressou a sua satisfação com o forte desempenho do Grupo e o contributo decisivo do NAR. Ele salientou os ganhos sólidos das operações na SADC, incluindo o contributo significativo de Moçambique, bem como os benefícios do investimento no Ecobank Transnational Incorporated (ETI). Os resultados líquidos do NAR aumentaram 94% para R1,9 mil milhões, alcançando um ROE de 25,2% (13,8% em 2022). O contributo das operações na SADC aumentou 80% em 2023, alcançando resultados líquidos de R662 milhões. O rácio de eficiência das operações na SADC melhorou para 53,6%, superando o rácio do Grupo.

 

Destaques para o Nedbank Moçambique em 2023:

 

  • Desempenho notável do Nedbank Moçambique contribui significativamente para o sucesso do Grupo. Indicadores financeiros sólidos sublinham o crescimento robusto e a satisfação dos clientes.
  • Melhoria da rentabilidade dos capitais próprios (ROE) para 14,3%.
  • Banco líder de mercado em nível de satisfação do cliente (#1NPS, Net Promotor Score).
  • Compromisso evidente com a digitalização, com um impressionante crescimento no número de clientes digitalmente activos, alcançando a marca de 60,5% da base de clientes activos.
  • Aumento do número de utilizadores de mobile banking (23,0%) e do número de transacções digitais (21,3%), tendo mais que duplicado em termos de volume de transacções, reflectindo a preferência dos clientes por soluções ágeis e convenientes.
  • Investimento contínuo no desenvolvimento de talentos, com iniciativas como o Leadership Academy e programa de trainees, reafirma o compromisso do Nedbank Moçambique com a excelência em todas as áreas.
  • Reconhecimento internacional do Nedbank Moçambique, com 6 prémios em 2023, que consideram o Nedbank Moçambique como um Banco Inovador e o melhor Banco Digital em Moçambique, é um testemunho da sua dedicação em elevar os padrões da indústria. Além disso, o reconhecimento pelo Banco de Moçambique pela qualidade da informação reafirma a reputação do Nedbank Moçambique como um líder confiável e respeitado no sector bancário.

Até às 20 horas, ainda era dúvida que, naquela sexta-feira e naquele edifício majestoso do Centro Cultural Moçambique – China, uma menina do bairro (Mavalane) faria história. Até às 20h30, quando os bancos do auditório começaram a encher sorrateiramente, a expetativa aumentou. Às 20h50, o batuque, no seu ranger de ecos, anunciou o início, transformando os gritos e sussurros em ondas sonoras que convidaram o público a momentos de delírios. E num piscar de olhos, entra a Companhia Nacional de Canto e Dança (CNCD) sacudindo tudo.

 

Não canta; grita, dança, manifesta gratidão e euforia. Assa Matusse, esplêndida, emerge entre os gritos e a fumaça do palco. E, naquela tonalidade singular, grita: “we Mutchangana…!”, clamando a versatilidade, persistência e resistência dos machanganas. O som repercute pela sala e leva os presentes a experimentar momentos de êxtase. E, assim, iniciou o “show”!

 

Assa Matusse vem da França, onde vive há dois anos. Ousada, depois de lançar, no ano passado em Paris, o segundo álbum “Mutchangana”, decidiu regressar ao país para “renovar as energias”, segundo contou dois dias antes do concerto, numa conferência de imprensa. A volta a Moçambique, sua terra natal, tem múltiplos significados na vida e carreira da artista, e o mais essencial traduz-se na reconexão com a sua espiritualidade, renovação das forças e da esperança.

 

O álbum “Mutchangana” (nome do espetáculo da sexta-feira) presta homenagem ao seu pai e a todos os povos Bantu [o maior grupo etnolinguístico de África] que, por muito tempo, foram privados de usar e expressar as suas línguas nativas. Foi, talvez, por isso que a CNCD abriu o palco, aos gritos, a impor ondem, atenção; a reconsolidar a moçambicanidade, através dos seus ritmos. Fez o seu “show”, relembrando os saudosos tempos de uma companhia sólida, estruturada e artisticamente sagaz! E se, realmente, o tempo molda, a companhia precisa reinventar-se, ser mais participativa e representativa. Ou…terá o mesmo destino de sempre: o esquecimento!

 

Quanto à Assa, não era preciso ser vidente para expectar que o seu concerto nunca seria qualquer coisa de vulgar. Dona de uma voz poderosa, a artista mostrou-se mais segura. Se calhar, o apreço do público – que se notabilizou através da adesão do mesmo ao concerto e dos aplausos desde o início – tenha a deixado mais confiante, criativa e, incrivelmente, mais decidida. “Pensei que pudessem me desapontar”, confessou, minutos depois de executar alguns temas.

 

Mas aqui ninguém defraudou ninguém! O publicou encheu a sala do novo centro cultural e ela fez mais do que um concerto; uma experiência de dança e canto imersivos, ou uma performance artística hipnótica. Na sexta-feira, Assa mostrou pertencer a outra dimensão de artistas moçambicanos, que se preocupam com o crescimento. Está mais madura, segura e com o timbre mais renovado – esse dom que a torna singular. A sua presença em palco, mostra outras formas de fazer música, de atuar.

 

Os elementos da luz, do som, complementaram o sucesso das atuações. O preto, o verde e o vermelho são as cores predominantes, com as luzes a instituírem sempre um ambiente misterioso. É como se o imaginário que corresponde ao luto, à esperança, ao amor, respetivamente – a incrível sensualidade, o negro e vermelho, duas linhas que separam a dor do prazer –, fosse transportado para o palco através de gestos sinuosos e voz encantadora e arrepiante.

 

Os temas sucederam-se uns aos outros de forma contínua ao longo de, quase, duas horas, com o palco ocupado, para além dela, por António Marcos, Deltino Guerreiro e da Companhia Nacional de Canto e Dança. O arrebatamento do espírito foi de tal sorte que todos entraram e saíram satisfeitos.

 

Texto: Reinaldo Luís

 

Jornalista e Editor de Cultura

Violência voltou a escalar na província moçambicana. Populações são alvo de ataques dos insurgentes, mas também das forças militares no terreno, treinadas pela missão europeia liderada por Portugal. Governo de Nyusi aparenta só ter um interesse: proteger projetos da Exxon Mobil e TotalEnergies.

 

Desde outubro de 2017, Cabo Delgado é palco de ataques de grupos de machababos (insurgentes). A partir de meados de 2019, a maioria dos ataques são reivindicados pelo Estado Islâmico na África Central.

 

Certo é que o alto nível de recrutamento entre as populações locais, principalmente entre a juventude local, tem, de acordo com várias organizações não governamentais, ativistas e especialistas, é justificado não apenas por questões religiosas, como também pelo descontentamento face à falta de oportunidades, à falta de investimento na região, às desigualdades geradas pelos projetos de exploração de gás na região.

 

O Governo moçambicano tem procurado a todo o custo garantir o relançamento ou a continuidade dos projetos estrangeiros de exploração de gás, em detrimento da segurança das populações. E tem-se recusado a atuar sobre as raízes do problema no que respeita à adesão dos jovens moçambicanos a esta onda de violência.(Esquerda.net)

Os professores da Escola Secundária Emília Daússe decidiram paralisar as aulas esta quarta-feira (06), devido ao atraso no pagamento das horas extras. Os docentes queixam-se da letargia da Direcção Provincial da Economia e Finanças, concretamente, do Departamento de Contabilidade Pública, que diz não saber quando será efectuado o pagamento.

 

Neste contexto, os professores afirmam que vão paralisar as aulas por um período indeterminado, até que a sua reivindicação seja resolvida. Entretanto, na semana finda, os professores da Escola Secundária de Nkobe, na Matola, província de Maputo, também paralisaram as suas actividades por alguns dias, alegadamente, porque tomaram o conhecimento de que a sua escola não constava da lista das instituições que iriam beneficiar do pagamento dos honorários referentes aos anos de 2022 e 2023.

 

Por sua vez, a Direcção Distrital dos Serviços de Educação, Juventude e Tecnologia reconheceu a dívida e prometeu que a mesma seria paga a qualquer momento. Recorde-se que o porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, Manuel Simbine, disse no início deste ano que estavam em curso actividades conjuntas com o Ministério da Economia e Finanças, visando pagar os subsídios de forma gradual. Na ocasião, Simbine garantiu que o governo criou uma plataforma de diálogo com os professores para esclarecer o processo de pagamento das horas extras. (M.A)

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