Mais 19 pacientes recuperaram da Covid-19, em Moçambique, de terça para quarta-feira, de acordo com os dados fornecidos pelas autoridades da saúde. Assim, segundo o Ministério da Saúde (MISAU), o país conta com um cumulativo de 62.342 pacientes curados da doença, o que equivale a uma taxa de recuperação de 89.8%.
Entretanto, no mesmo período, três pacientes foram declarados óbitos, subindo para 805 o total de mortos causados pela pandemia. Das pessoas que perderam a vida, duas são do sexo feminino e uma do sexo masculino, com idades compreendidas entre 52 e 80 anos.
O MISAU reportou ainda a infecção, pelo novo coronavírus, de mais 128 pessoas, totalizando 69.437 o número de infectados pelo vírus no país. Os novos casos foram notificados na cidade de Maputo (78) e nas províncias Maputo (16), Gaza (um), Inhambane (quatro), Sofala (um), Tete (12) e Niassa (10).
Refira-se que, neste momento, o país conta com 6.286 casos activos do novo coronavírus, dos quais 35 estão internados, sendo que de terça para quarta-feira, foram internadas mais duas pessoas e cinco tiveram altas. (Marta Afonso)
O Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) de Moçambique incinerou hoje pouco mais de 85 quilos de drogas apreendidas nos últimos três meses em Sofala, no centro do país, disse hoje à Lusa fonte oficial.
Do total de drogas incineradas, 86 quilos são de canábis sativa, 143 gramas de heroína, 30 gramas de 'crack' (subproduto da cocaína) e quatro comprimidos de ‘ecstasy’, disse Alfeu Sitóe, porta-voz do Sernic na província de Sofala.
As drogas, apreendidas entre janeiro e março, foram incineradas no Hospital Central da Beira, havendo 20 pessoas detidas por suposto envolvimento no tráfico.
"Foram também instruídos 10 processos-crimes, dos quais nove já se encontram no Ministério Público e um continua em instrução preparatória", acrescentou o porta-voz.
Moçambique é apontado por várias organizações internacionais como um corredor para o tráfico internacional de estupefacientes.
De acordo com o Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), as autoridades do Quénia e da Tanzânia, países a norte de Moçambique, aumentaram a vigilância nos últimos anos, empurrando os traficantes para sul, em direção à costa moçambicana, "em busca de novas rotas e novos mercados".(Lusa)
Continua “lucrativo” o negócio de aluguer de Bilhetes de Identidade (BI) na província do Niassa, no norte do país. Depois de, em Janeiro de 2020, terem sido detidos 12 malawianos por aluguer daquele documento de identificação, no distrito de Mandimba, no último sábado, mais três malawianos foram detidos pela Polícia pela prática do mesmo crime, porém, desta vez na cidade de Cuamba.
Tal como os 12 indivíduos detidos em Janeiro do ano passado, os recém-detidos também pretendiam chegar à vizinha África do Sul e tinham no BI moçambicano o “livre-trânsito” até à fronteira terrestre entre os dois países da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral).
Segundo a Direcção Nacional de Identificação Civil (DNIC), que revelou este caso, os documentos foram alugados a um preço de 17 mil Kwachas cada, o equivalente a 1.472,6 Meticais. Alberto Sumbana, porta-voz da instituição, garante que as autoridades estão no encalço dos proprietários.
“A detenção destes indivíduos foi graças aos agentes da PRM [Polícia da República de Moçambique] que, desconfiando do movimento que os mesmos faziam junto do autocarro em que se faziam transportar, acharam por bem fazer a revista, onde constataram que havia três indivíduos com BI moçambicano alugado”, explica Sumbana.
Segundo a fonte, o negócio do aluguer de BI, no Niassa, tornou-se habitual, sobretudo entre os residentes de Cuamba e Mandimba. Aliás, a fonte sublinha que este não é o primeiro caso a ser registado este ano. Na semana finda, por exemplo, cinco pessoas, também de nacionalidade malawiana, foram detidas com BI’s moçambicanos alugados, para além de que outros 10 malawianos foram interpelados na cidade de Chókwè, província de Gaza, com o documento moçambicano. (Marta Afonso)
Apesar de apresentar um certo abrandamento, o número de óbitos causados pela Covid-19 continua a subir, no país. Nesta terça-feira, as autoridades da saúde anunciaram a morte de mais duas pessoas, sendo uma do sexo feminino e outra do sexo masculino, elevando para 802 o cumulativo de mortes registadas em Moçambique desde a eclosão da pandemia.
Em relação às novas infecções, o Ministério da Saúde (MISAU) reportou o diagnóstico de mais 81 novos casos, aumentando para 69.309 o total das infecções registadas no país. Os novos casos foram notificados na cidade de Maputo (seis) e nas províncias de Maputo (um), Gaza (um), Sofala (18), Manica (um), Tete (20), Zambézia (17) e Nampula (17).
Em relação aos internamentos, as autoridades da saúde anunciaram a hospitalização de mais seis pessoas, enquanto cinco receberam alta, pelo que 42 pacientes estão agora internados.
Entretanto, mais oito indivíduos recuperaram da Covid-19, elevando para 62.323 o número total de curados da Covid-19. Refira-se que, actualmente, 6.180 pessoas continuam infectadas pelo novo coronavírus. (Marta Afonso)
As Forças governamentais moçambicanas abateram 41 “insurgentes” entre 28 e 30 de Março, na sequência dos confrontos que se seguiram ao ataque rebelde do dia 24 à vila militar.
Chongo Vidigal, porta-voz das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), no Teatro Operacional Norte, avançou que 37 combatentes do grupo armado que atacou Palma foram contabilizados em vários pontos da vila e quatro foram encontrados há quatro dias numa vala comum, em acções de busca e perseguição aos insurgentes.
"Uma mão mal enterrada de um cadáver chamou-nos a atenção para a existência de uma vala comum onde os terroristas enterraram os seus comparsas, por não os terem conseguido levar consigo durante a fuga, como normalmente o fazem, para não deixarem pistas de baixas", afirmou Vidigal.
Na mesma vala comum, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas descobriram armas enterradas na posse dos "terroristas mortos", acrescentou.
O porta-voz das FADM, no Teatro Operacional Norte, adiantou que 150 jovens foram raptados pelos “terroristas” durante a sua incursão a Palma, tendo três conseguido escapar dos raptores.
“Tememos que tantos outros podem ter sido executados por terem resistido juntar-se aos terroristas, em função dos testemunhos que nos chegaram dos três jovens que conseguiram fugir”, declarou Chongo Vidigal.
Vidigal reiterou as garantias que já deu várias vezes à comunicação social de que Palma está totalmente recuperada pelas forças governamentais e que decorrem operações de perseguição aos grupos armados que aterrorizam a província de Cabo Delgado há mais de três anos.
“A vila de Palma está sob domínio efectivo das nossas forças e a vida tende a voltar à normalidade, apesar de isso estar a acontecer timidamente”, frisou o porta-voz.
O regresso tímido da população também se deve ao facto de as estruturas administrativas de Palma ainda não terem voltado e assumido as suas funções. “Ainda não temos cá o administrador e os directores distritais e, por isso, a população está a voltar timidamente, mas actividades como o comércio já foram retomadas”, acrescentou.
O ataque de 24 de Março a Palma representou a subida da escalada de violência que vem sendo protagonizada por grupos armados na província de Cabo Delgado, porque foi a primeira vez que a vila foi atingida, a cerca de seis quilómetros do complexo em construção para a produção de gás natural pelas multinacionais petrolíferas.
Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de milhares de residentes de Palma, agravando uma crise humanitária que atinge cerca de 700 mil pessoas na província, segundo as Nações Unidas, desde o início do conflito em 2017, e que provocou a morte de mais de 2.500 mortos, segundo contabilidade feita pela Lusa. (Lusa)
“Enquanto escasseiam materiais nos hospitais e centros de saúde, num país com um sector da saúde altamente dependente de doações, o Ministério da Saúde (MISAU) deu-se ao luxo de mandar incinerar diversos artigos médicos, avaliados em cerca de 20 milhões de meticais”.
É desta forma que o Centro de Integridade Pública (CIP), uma organização da sociedade civil que se dedica à defesa da transparência e integridade na gestão do erário, reage ao anúncio de inceneração de milhares de materiais hospitalares que se encontravam fora do prazo no armazém da Central de Medicamentos e Artigos Médicos, na cidade de Maputo.
A ordem de incineração, de acordo com os documentos oficiais exibidos pelo CIP, foi assinada no dia 09 de Novembro de 2020, pela vice-Ministra da Saúde, Lídia de Fátima da Graça Cardoso, após receber, no dia 14 de Outubro do mesmo ano, da Chefe do Departamento da Logística do Centro de Abastecimento, Lyawane Clara S. Langa Chin, uma “lista de materiais fora do prazo”.
Entre os materiais hospitalares incinerados, revela o CIP, estão tubos endotraqueais, braceletes, rolos de esterilização, cânulas de aspiração intra uterina, seringas e máscaras nebulizadoras. No total, os artigos incinerados eram avaliados em 19.101.916,15 MT, financiados com fundos do Orçamento de Estado.
Numa análise publicada na manhã desta segunda-feira, o CIP defende que a existência de produtos fora do prazo e em desuso no armazém da Central de Medicamentos e Artigos Médicos, “é um claro indício de que os processos de planificação e distribuição de artigos ou materiais sanitários são deficientes”, gerando sempre crises de ruptura de stocks nos hospitais e centros de saúde.
“Um dos indicadores dessa realidade é o mapa do material devolvido pelas províncias. Ao nível da Direcção Nacional da Assistência Médica, apenas o Hospital Central de Maputo e a Direcção provincial de Saúde de Nampula é que não conseguiram usar todos os materiais dentro dos prazos estabelecidos. (…) Não há outra província que tenha devolvido material que previamente tivesse sido enviado, sinal de que todos os artigos foram esgotados, enquanto a nível central estavam a expirar os prazos”, considera o CIP.
Para a organização, situações destas são possíveis em “contextos de um sistema de planificação e distribuição deficiente, aliado à negligência e impunidade dos responsáveis desses sectores”. Aliás, na sua análise, sublinha não haver evidências de que algum dirigente tenha sido responsabilizado por este prejuízo.
Refira-se que, em Junho de 2020, a vice-Ministra da Saúde visitou a Central de Medicamentos e Artigos Médicos (CMAM) e o Centro de Abastecimentos, tendo reconhecido haver problemas de planificação e distribuição dos medicamentos e artigos médicos. (Carta)