Director: Marcelo Mosse

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Actualizado de Segunda a Sexta

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Economia e Negócios

Standard Bank “safa-se” da acusação de manipulação fraudulenta de câmbio comprometendo 6% dos seus lucros anuais. Quando analisamos o relatório e contas - o único que encontrei numa pesquisa rápida - do ST para verificar o lucro líquido do exercício, por exemplo, de 2019 depara-mo-nos com 4.946.325.030 meticais. No ano anterior, 2018, cujos dados constam do relatório que encontrámos, o lucro foi ainda maior, com um montante fixo de 5.597.530.819 meticais. O valor da multa, 290.104.050,00 meticais representa 5% dos lucros de 2018 e 6% dos que se referem ao ano de 2019. 
 
Incluindo os domingos e feriados, dia em que as agências não abrem, o ST amealhou em 2019 pouco mais de 13,5 milhões por dia. O que significa que para pagar o total do que foi estipulado pelo regulador como multa eles precisariam de trabalhar 21,4 dias. Se assumirmos que as agências abrem 9h e encerram às 17h então significa que só vão trabalhar 168h para pagar a dívida. 
 
O outro lado da análise também indica que a multa representa entre 60-70% do lucro mensal do banco. Que implicações isso pode ter a longo prazo ou quando as sanções foram levantadas. Como o mercado cambial e as operações de empréstimo tem um peso significativo para a banca estou muito curioso em ler o próximo relatório e contas do Standard Bank que será publicado no próximo ano. Esse relatório, conjugado que os que serão divulgados pelos outros bancos será útil para percebemos jornalisticamente qual dos bancos beneficiará das sanções ao ST. Que não seja, quando verificarmos, o Moza Banco. Essa pode ser a vantagem do regulador ser igualmente jogador e aqui pode estar escondida a estratégia de recuperação do Moza. Vamos esperar para ver dando tempo ao tempo.
 
PS: Se estes bancos lucram malta 100 milhões de dólares por ano isso pode significar que os nossos ricos andam a guardar dinheiro no exterior ou que não são verdadeiramente ricos.(Carta)

Após a comunicação de sansões pelo Banco Central, o Standard Bank confirma, em comunicado, a recepção da correspondência do regulador e garante dispor de um plano claro de continuidade de negócios, com um Administrador Delegado interino.

 

Neste contexto, o Standard Bank informa aos seus clientes, parceiros e público em geral que continuará a dialogar e a trabalhar com o Banco de Moçambique para esclarecer todas as alegações sobre a sua suspensão do mercado cambial e salvaguardar os interesses dos clientes e todas as partes interessadas.

 

Em comunicado divulgado esta terça-feira, 24 horas depois de conhecidas as sanções do Banco Central, o banco de capitais sul-africanos explica ainda que as suas operações diárias não relacionadas com este processo (de suspensão da realização de todas as actividades que envolvam a conversão de moeda estrangeira no mercado cambial por período de um ano) não estão afectadas e continuam a decorrer com normalidade.

 

Ademais “o Standard Bank dispõe de um plano claro de continuidade de negócios, tanto que já nomeou um Administrador Delegado interino, desde que este processo iniciou”, lê-se na nota.

 

Por fim, o terceiro banco comercial mais importante do sistema financeiro em 2020 diz estar comprometido em fazer negócios de forma ética e responsável e que os seus processos de "governance" e conformidade são rigorosos, pois, a sua reputação é um seu activo valioso. 

A Polícia da República de Moçambique (PRM), a nível da cidade de Nampula, província com mesmo nome, simulou ter detido oito Secretários dos bairros daquela urbe por terem juntado mais de 500 pessoas, numa altura em que a o país enfrenta uma nova vaga da pandemia da Covid-19.

 

Os factos ocorreram no último fim-de-semana, quando os oito membros do partido no poder convocaram uma reunião para explicar os contornos para a recepção dos fundos destinados ao alívio da crise causada pela Covid-19.

 

No local dos factos, a Polícia explicou que os oito membros da Frelimo estavam sendo detidos por terem violado o Decreto Presidencial, que proíbe a promoção de eventos com mais de 80 participantes em locais abertos.

 

Entretanto, para além de encaminhar os oito Secretários à Esquadra, a Polícia tratou de mandá-los para casa. “Carta” apurou que a detenção dos oito Secretários dos bairros foi momentânea. A nossa reportagem até dirigiu-se à 1ª Esquadra da cidade de Nampula, local onde deviam ser encaminhados, mas estes não estavam presente.

 

Dércio Samuel, Chefe das Relações Públicas no Comando da PRM de Nampula, disse à nossa reportagem desconhecer o paradeiro dos oito infractores.

 

Sublinhe-se que o Instituto Nacional da Acção Social (INAS), em Nampula, já se distanciou da referida reunião, garantindo não ter dado nenhuma orientação para a sua realização. (Carta)

A África do Sul, principal compradora do gás natural extraído dos poços de Pande e Temane (norte de Inhambane), através da Sasol, tende a declarar que  importa  menos o . Como consequência, a receita de exploração e venda da Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) caiu em 2020.

 

No ano de 2019, a CMH produziu 179.58 Milhões de Gigajoules (MGJ) tendo vendido à África do Sul (através da Sasol), 155,46 Milhões MGJ. No ano económico de 2020, a CMH produziu 176.19 MGJ, mas a quantidade exportada para a vizinha África do Sul baixou em relação ao ano anterior para 152,35 MGJ.

 

De acordo com o Relatório e Contas da CMH, as quedas de produção – mas principalmente as encomendas para o maior comprador – estão a fazer regredir a rendibilidade da empresa.

 

“Este exercício financeiro [findo a 30 de Junho de 2020] foi caracterizado por baixos volumes de vendas de gás natural e condensado, seguidos por baixos preços de gás natural e condensado que afectaram negativamente as nossas receitas em comparação com o exercício anterior”, relata a Administração da empresa, presidida por Jahir Adamo.

 

Antes de ilustrar as perdas motivadas pelos baixos volumes de vendas, o Conselho de Administração da CMH explica que a redução da comercialização e dos preços foi agravada pela pandemia da Covid-19, tendo o Brent, no mercado internacional, atingido preços negativos no último trimestre do ano.

 

Por consequência, dos referidos eventos, a CMH reportou um total do rendimento integral de 24.7 milhões de USD, o que representou uma redução de cerca de 34 por cento em comparação com os resultados de 38 milhões de USD do exercício de 2019, principalmente devido às baixas encomendas de gás natural e aos baixos volumes de gás condensado, bem como à queda do preço do petróleo no mercado internacional, conforme acima mencionado.

 

Refira-se que, em 2019, as vendas registadas pela CHM baixaram, mas com o preço do Brent em alta, a empresa registou ganhos de 38 milhões de USD, valor que representa um crescimento de 26 por cento comparado aos resultados do exercício de 2018, devido ao aumento dos preços do petróleo no mercado internacional.

 

O Conselho de Administração da CMH diz no informe de 2020 que, durante o exercício, a empresa pagou, a título de impostos e contribuições fiscais, um montante total de 24.8 milhões de USD ao Estado, dos quais 90 por cento representam impostos sobre o rendimento de pessoas colectivas (IRPC), 9 por cento Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Singulares (IRPS) e 1 por cento referente a contribuições destinadas à segurança social (INSS).

Em termos de dividendos, a CMH diz ter pago aos seus accionistas, em 2020, um montante total de 49.3 milhões de USD.

 

“Um dos principais desafios é a disponibilidade de reservas provadas, para assegurar o fornecimento do gás ao abrigo dos contratos assinados. Precisamos de investir em projectos adicionais de compressão de gás e furos adicionais para recuperar mais gás dos reservatórios de Pande e Temane, a fim de aumentar os volumes de gás a serem fornecidos, por forma a cobrir a quantidade total contratada, resolvendo assim o défice de reservas”, aponta o Conselho de Administração da CMH, no informe de 2020.

 

Em termos de balanço, o activo total da CHM, em 2020, situa-se em 354 milhões de USD, uma redução em relação a 2019, em que o activo foi de 396 milhões de USD. Em 2020, o Capital próprio da empresa caiu para 210.7 milhões USD, saindo de 235 milhões de USD em 2019.

O passivo da empresa situa-se nos 143.4 milhões de USD em 2020, contra os 161 milhões de USD em 2019. A firma de auditoria KPMG não tem opinião contrária em relação a esse relato e acredita que a CMH tem “pernas” para continuar a operar no futuro.

 

A Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos, SA (CMH) é a parceira moçambicana no consórcio (JO - Joint Operation) do Projecto de Gás Natural de Pande e Temane (PGN). 0nda parceiros da operação conjunta a Sasol Petroleum Temane (SPT), uma entidade Moçambicana subsidiária da Sasol Exploration and Production International (SEPI), com participação de 70 por cento; a Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH), que é uma subsidiária da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), empresa pública, com participação de 25 por cento; e o International Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial, com participação de 5 por cento.

A SPT é a Operadora nos campos de Pande e Temane. (Evaristo Chilingue)

terça-feira, 13 julho 2021 03:06

Preços caem pelo terceiro mês consecutivo

Os preços dos diferentes bens e serviços continuaram a cair pelo terceiro mês consecutivo, embora a variação acumulada continue a aumentar.

 

Tomando como referência dados recolhidos em Junho último, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), nas Cidades de Maputo, Beira e Nampula, quando comparados com os do mês anterior, os mesmos indicam que o país registou uma deflação na ordem de 0,52 por cento.

 

A autoridade estatística apontou a alimentação e bebidas não alcoólicas como as divisões que mais contribuíram no total da variação mensal com cerca de 0,57 pontos percentuais (pp) negativos.

 

“Contudo, quanto à variação mensal por produto, importa destacar a queda dos preços do tomate (8,7 por cento), do peixe seco (8,4 por cento), da cebola (11,3 por cento), da alface (23,8 por cento), da couve (13,4 por cento), do coco (8,6 por cento) e do carvão vegetal (1,8 por cento). Estes contribuíram no total da variação mensal com cerca de 0,72pp negativos”, observou o INE.

 

Durante o mês de Junho, o INE observou que nem todos os preços de produtos baixaram. São os casos das refeições completas em restaurantes (0,7 por cento), o peixe fresco (1,2 por cento), o arroz em grão (1,3 por cento), as folhas de cacana (46,1 por cento), as folhas de mandioqueira (29,5 por cento), o carapau (0,8 por cento) e as folhas de aboboreira (10,4 por cento), cujos preços subiram em cerca de 0,18pp positivos.

 

Embora nos últimos três meses o nível geral de preços tenda a baixar (a cada mês), dados do INE revelam que, durante o primeiro semestre do ano em curso, o país registou um aumento de preços na ordem de 2,53 por cento, influenciada pela divisão de alimentação e bebidas não alcoólicas.

 

“Desagregando a variação mensal pelos três centros de recolha, que servem de referência para a variação de preços do País, nota-se que, em Junho último, todas as cidades registaram uma deflação mensal, com a Cidade da Beira a registar cerca de 0,97 por cento, seguida da Cidade de Nampula com 0,63 por cento e, por fim, a Cidade de Maputo com uma queda de preços na ordem de 0,31 por cento”, observou a fonte.

 

Comparativamente à variação acumulada, a autoridade estatística revela que a Cidade de Maputo teve a maior subida do nível geral de preços com cerca de 2,72 por cento, seguida das Cidades da Beira com 2,54 por cento e de Nampula com 2,14 por cento. (Carta)

segunda-feira, 12 julho 2021 15:26

Alerta máximo em Gauteng e KwaZulo-Natal

A violência, os saques e a intimidação que eclodiram após o encarceramento de Jacob Zuma continuaram em partes de KwaZulu-Natal e Gauteng nesta segunda-feira, enquanto o SANDF (Forças Armadas) estava a preparar-se para ajudar uma polícia sobrecarregada. O presidente Cyril Ramaphosa deve-se dirigir à nação ainda hoje.

 

KwaZulu-Natal e Gauteng estão em alerta máximo com a polícia investigando pelo menos seis mortes relacionadas aos distúrbios e o governo anunciando a implantação do SANDF para reprimir a violência, saques e intimidação que eclodiram após o encarceramento do ex-presidente Jacob Zuma na semana passada.

 

O presidente Cyril Ramaphosa fará um discurso à nação na noite desta segunda-feira sobre a resposta do governo à persistente violência pública em partes do país, de acordo com um comunicado da presidência. O comunicado surge na sequência do anúncio do SANDF de que deu início a processos e procedimentos respondendo a um pedido de assistência recebido da Estrutura Conjunta Nacional de Operações e Inteligência (Natjoints). “A maioria dos sul-africanos não tolera e não deve tolerar a violência, a destruição de propriedades e o risco de vida. As pessoas são instadas a denunciar os criminosos, compartilhando vídeos de atividades criminosas com a polícia ”, lê-se no comunicado

 

As pessoas também devem prestar atenção ao que postam nas redes sociais e estar cientes de que compartilhar notícias falsas ou conteúdo que incite à violência e pilhagem é crime na RAS. Também é crime possuir, receber e usar bens roubados ou interferir na execução de suas funções pela polícia.

 

O porta-voz do SAPS, brigadeiro Mathapelo Peters, disse ao eNCA que o nível de violência que acompanhou o saque generalizado parecia sem precedentes, pois vários policiais foram feridos em tiroteios enquanto respondiam aos saques. O NatJoints disse que 219 pessoas foram presas na manhã de segunda-feira.

 

Jacob Zuma e seus apoiantes há muito sugeriam que qualquer tentativa de prender o ex-presidente poderia desestabilizar o país. O ex-presidente começou sua sentença de 15 meses na prisão de Estcourt na semana passada, depois de ter sido considerado por desacato a uma ordem do Tribunal Constitucional.

 

Embora a violência pareça ter sido desencadeada pela prisão de Zuma e alguns comentaristas a tenham relacionado a seus aliados políticos e empresariais na tentativa de manter suas posições de poder e fugir da responsabilidade, parece ter caído numa ilegalidade desenfreada alimentada por criminosos e residentes desesperados que tentam aproveitar a situação para saquear lojas.

 

Como os manifestantes continuaram a danificar propriedades, incendiando veículos e saqueando propriedades comerciais - com lojas de bebidas sendo os alvos principais durante o bloqueio de Nível 4 - o pedido de rescisão de Zuma questionando sua sentença de 15 meses foi ouvido no Tribunal Constitucional na segunda-feira.

 

Embora a violência pareça ter sido desencadeada pela prisão de Zuma e alguns comentaristas a tenham relacionado a seus aliados políticos e empresariais na tentativa de manter suas posições de poder e fugir da responsabilidade, parece ter caído em uma ilegalidade desenfreada alimentada por criminosos e residentes desesperados que tentavam aproveitar a situação através do saque de lojas.

 

“Os NatJoints intensificaram as implantações em todas as áreas de Gauteng e KwaZulu-Natal afetadas pelos protestos violentos, pois os danos à propriedade e o saque de lojas continuaram durante a noite”, disse a estrutura num comunicado na segunda-feira.

 

“O NatJoints está a receber apoio de inteligência de seu Comitê de Coordenação de Inteligência, que compreende SAPS Crime Intelligence, Defense Intelligence, bem como State Security Intelligence, para permitir que a aplicação da lei se oponha a esses protestos violentos esporádicos.”

 

Num comunicado divulgado ao meio-dia na segunda-feira, a SANDF disse que iniciou seu processo de pré-implantação em linha com um pedido da NatJoints para ajudar as agências de aplicação da lei a reprimir a agitação em KwaZulu-Natal e Gauteng. (Carta)