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Economia e Negócios

Moçambique acentuou a deflação (redução de preços) em junho face ao mês anterior, de 0,31% para 0,52% anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

O cabaz que serve de cálculo ao Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Moçambique caiu pelo terceiro mês consecutivo.

 

A inflação acumulada nos primeiros seis meses de 2021 recuou assim para 2,53%.

 

Tal como no mês anterior, "a divisão de 'alimentação e bebidas não alcoólicas' foi a de maior destaque ao contribuir no total da variação mensal com cerca de 0,57 pontos percentuais negativos", de acordo com o boletim do IPC hoje divulgado.

 

Ao nível das principais cidades, a Beira registou em junho uma queda de preços de "cerca de 0,97%", em Maputo o custo do cabaz do IPC recuou 0,31%, enquanto em Nampula houve uma redução de 0,63%, acrescentou o INE.

 

Apesar da redução de preços mensal, a inflação homóloga no país avançou três pontos base de 5,49% (em maio) para 5,52%, 

 

A inflação média a 12 meses em Moçambique está a subir desde abril de 2020 e em junho fixou-se em 4,16% (face a 3,92% em maio)

 

Moçambique terminou 2020 com uma inflação acumulada de 3,52%.

 

Os valores do IPC são calculados a partir das variações de preço de um cabaz de bens e serviços, com dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira e Nampula.(Lusa)

O Indicador do Clima Económico (ICE), expressão da confiança dos empresários do sector real, registou uma diminuição ligeira em Maio, tendo o seu saldo continuado abaixo da média da respectiva série temporal, revelam dados tornados públicos nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

De acordo com um comunicado de imprensa do INE, esta conjuntura desfavorável foi influenciada pelas perspectivas baixas de procura e de emprego, com maior destaque para as perspectivas de emprego que registaram uma diminuição substancial, no período de referência.

 

De acordo com a fonte, a avaliação desfavorável do clima económico deveu-se, sectorialmente, à apreciação negativa dos ramos económicos dos outros serviços não financeiros, de comércio, de alojamento, restauração e similares, bem como o de transportes e armazenagem, que juntos suplantaram os restantes sectores alvos do inquérito que registaram apreciações ligeiramente favoráveis, no mês em referência.

 

“No período em análise, o indicador da perspectiva da procura sofreu uma ligeira quebra, tendo o respectivo saldo continuado abaixo da média da respectiva série temporal, num clima em que o indicador da perspectiva de emprego também diminuiu ligeiramente, após sinais de recuperação observados no mês de Abril”, lê-se na nota.

 

Entretanto, e segundo o INE, o indicador de perspectiva dos preços registou uma estabilização, interrompendo assim a quebra do perfil favorável registado nos meses de Março e Abril, tendo o respectivo saldo continuado abaixo da média da respectiva série temporal.

 

Na pesquisa do INE contribuíram para a previsão em baixa dos preços futuros, no período em análise, a redução do indicador em todos os sectores inquiridos com excepção dos sectores da produção industrial e de construção que viram as suas perspectivas de preço aumentarem substancialmente no mês em análise.

 

Em média, 52% das empresas inquiridas enfrentaram algum obstáculo no mês de Maio, o que representou uma redução de 2% de empresas em dificuldades face ao mês anterior.

 

Trata-se de uma situação que foi influenciada pela diminuição da proporção de empresas com obstáculos em todos os sectores inquiridos com excepção do sector de transportes que subiu conforme o gráfico, com distinção de empresas de construção, produção industrial, dos outros serviços não financeiros, bem como de alojamento, restauração e similares. (Carta)

Os resultados dos Índices das Actividades Económicas (IAE) do mês de Abril de 2021 registaram uma variação positiva do volume de negócios em 5,5%, das remunerações em 6,2% e do emprego em 3,7%, quando comparados com os do mês anterior, revelou recentemente o INE em IAE.

 

A autoridade estatística detalha que o crescimento do volume de negócios foi influenciado pela variação positiva verificada nos sectores de Outros Serviços não Financeiros, dos Transportes e Armazenagem, bem como da Produção Industrial com 19,2%, 12,7 % e 3,4% respectivamente.

 

Entretanto, o INE diz que os sectores da Electricidade, de Alojamento, Restauração e similares e do Comércio registaram decréscimos de 12,9%, 8,0% e 2,6% na facturação do mês em análise.

 

“O índice do emprego no mês de Abril de 2021 foi resultado da variação positiva dos sectores de Outros Serviços não Financeiros, da Produção Industrial, de Transportes e Armazenagem, bem como do Comércio e com 14,7%, 2,3%, 0,7% e 0,2% respectivamente. O sector de Alojamento, Restauração e similares teve uma queda ténue de 0,5%”, relata o INE.

 

Num outro desenvolvimento, a autoridade estatística explica que a variação do índice de remunerações, no mês de Abril, resulta dos aumentos nos sectores de Alojamento e Restauração e similares, da Produção Industrial, do Comércio com 15,7%, 12,0%, 2,4% respectivamente. No mesmo período, o sector de Transportes e Armazenagem teve uma queda ligeira de 2,2%, tendo o sector de Outros Serviços registado uma variação nula.

 

“Comparando os índices globais do mês de Abril de 2021, com os do período homólogo de 2020, verifica-se um crescimento notável do índice do volume de negócios em 35,0%, um crescimento ligeiro do índice de emprego 1,9%, enquanto o índice das remunerações registou um decréscimo ténue de 0,5%”, conclui a fonte. (Carta)

A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), maior produtora de energia independente da região Austral de África, registou, no primeiro semestre deste ano, uma produção hidroenergética de 6.876,74 GWh. A produção registada corresponde a 99,6% da produção planeada para o primeiro semestre de 2021.

 

De acordo com um comunicado da HCB, esse desempenho é corolário do empenho dos colaboradores da empresa no planeamento e execução de actividades de reforço da operação e manutenção dos equipamentos da cadeia de produção e da disponibilidade dos equipamentos dos seus principais clientes, a EDM, a Eskom, e a ZESA.

 

“No que diz respeito aos níveis hidrométricos, no final do primeiro semestre, a cota da albufeira situava-se em 324,36 metros acima do nível médio das águas do mar, o que corresponde a um armazenamento de 91,74%, uma posição confortável para os planos de produção da empresa para o segundo semestre”, escreve o comunicado.

 

Na nota, a HCB diz continuar sendo uma empresa financeiramente estável, o que é testemunhado pelos indicadores de performance operacional e financeiros que se situam dentro dos padrões planificados para o período.

 

“A empresa está a implementar projectos de modernização do sistema electroprodutor e tem, igualmente, cumprido com as suas obrigações para com os seus accionistas e fornecedores de bens e serviços, realizações de responsabilidade social corporativa e procede ao pagamento de impostos e taxa de concessão”, realça o comunicado.

 

De acordo com a nossa fonte, doravante, a empresa continuará empenhada no alcance da meta anual de produção situada em 14.125,53 GWh, e na implementação, com máximo rigor, do protocolo sanitário visando a prevenção, mitigação e contenção da pandemia da Covid-19 ao nível corporativo e das comunidades da Vila do Songo, ao mesmo tempo que conduz análises constantes e periódicas sobre o impacto da mesma sobre a performance operacional da empresa. (Carta)

A empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) quer, em breve, reverter o actual estado económico e financeiro degradável, tendo como um dos passos cotar-se na Bolsa de Valores de Moçambique. A informação foi tornada pública na última terça-feira, em Maputo, pelo Director-geral da LAM, João Carlos Pó Jorge, num media breakfast.

 

“Já começamos a trabalhar para ver se entramos na Bolsa de Valores de Moçambique. Vai ser um processo longo, muita disciplina financeira necessária que ainda não temos, como alterar alguns sistemas que ainda não temos na empresa. E isto será um passo importante para se conseguir privatizar ou abrir parte das acções, como fez a HCB para o público”, afirmou Pó Jorge.

 

Como forma de tornar a LAM numa empresa forte, sustentável e atraente, o Director-geral da LAM acrescentou que o Governo, representado pelo Instituto De Gestão das Participações do Estado (IGEPE), sócio maioritário, contratou um serviço de assessoria, cujo início está para breve, que vai olhar para dívida, crescimento, oportunidades que a empresa tem, melhoramento de redução de custos.

 

Refira-se que as referidas acções têm justificação: é que a LAM carrega uma dívida de 230 milhões de USD (14.7 mil milhões de meticais ao câmbio actual) com diferentes fornecedores (como gasolineiras), desde internos e externos.

 

Como se não bastasse, opera com uma frota composta por seis aviões alugados, nomeadamente dois (2) Boeing 7370; uma (1) Bombardier Q 400; e três (3) Embraiares 145 alocados à subsidiária, Moçambique Expresso (MEX).

 

Porém, mesmo mergulhada nesse estado económico e financeiro degradável, a LAM diz estar a reduzir prejuízos operacionais desde 2018 e que os custos e despesas operacionais de Dezembro de 2020 já se igualam às receitas, sinal de futuro promissor. (Evaristo Chilingue)

No seu mais recente Boletim Económico, o Gabinete de Estudos Económicos do Moza Banco, revelou que o metical apresentou um comportamento inverso ao verificado nos três meses anteriores, depreciando contra as principais divisas de transacção no país. A depreciação do Metical impulsionou a injecção de USD 145 milhões no Mercado Cambial Interbancário, o maior volume de vendas desencadeadas pelo Banco de Moçambique há vários anos para a cobertura da procura de divisas por partes dos agentes importadores. 

 

No mercado internacional, o aumento acentuado da inflação nos Estados Unidos da América, assim como os receios nos países asiáticos quanto à situação epidemiológica (ex: Singapura e Taiwan) que propiciaram o refúgio em activos mais seguros, levaram à uma ligeira apreciação do dólar norte-americano contra as restantes principais divisas (ex: libra esterlina e euro). 

 

Ainda de acordo com o documento que temos vindo a citar, em Maio de 2021, a capitalização da Bolsa de Valores de Moçambique registou um crescimento de aproximadamente MZN 2.5 mil milhões, evolução provocada pela emissão da terceira e quarta séries de obrigações do tesouro, no valor de MZN 5 mil milhões, não obstante a redução das cotações de títulos accionistas, com principal destaque para a HCB (MZN 1 mil milhões) e EMOSE (MZN 47 milhões). Os índices bolsistas internacionais continuaram a evoluir favoravelmente no mês de Maio, reflectindo a expectativa de retoma da actividade económica mundial bem como o aumento das expectativas de evolução da inflação, principalmente nos Estados Unidos da América.(Carta)