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Economia e Negócios

Os sucessivos esquemas de cobranças ilícitas levaram 11 funcionários públicos de diversos sectores à barra da justiça, na província de Inhambane. A informação foi avançada esta semana pela porta-voz do Gabinete provincial de Combate à Corrupção em Inhambane, Cátia Mussá, em entrevista à Rádio Moçambique (RM).

 

Entre os visados a serem apresentados ao Tribunal nos próximos dias, há técnicos de saúde, da justiça, agentes da PRM (Polícia da República de Moçambique) e funcionários da Autoridade Tributária.

 

Citada pela RM, Mussá afirmou que os processos resultaram de denúncias feitas por cidadãos, vítimas deste tipo de crime. Os indiciados encontram-se detidos e o Ministério Público diz apenas aguardar pela responsabilização dos infractores.

 

Refira-se que, recentemente, quatro funcionários da Autoridade Tributária, no distrito de Inhassoro, foram acusados de desvio de mais de 12 milhões de Meticais, sendo que, em 2020, de acordo com os dados da Procuradoria-Geral da República (PGR), o país perdeu cerca de 556 milhões de Meticais devido aos esquemas de corrupção, tendo sido instaurados 1.280 processos-crime devido a este mal, já enraizado na sociedade moçambicana. (O.O.)

Continua a derrapar o carvão mineral de Tete. Depois de ter fechado o ano de 2020 com um prejuízo de 473 milhões de USD, a mineradora brasileira Vale reportou, esta quinta-feira, o agravamento da situação, tendo registado um prejuízo (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 235 milhões de USD, no primeiro trimestre deste ano.

 

De acordo com a mineradora, o prejuízo deveu-se à manutenção geral do complexo mineiro, facto que desacelerou a produção, tendo diminuído em 11% em comparação com o quarto trimestre de 2020. Assim, nos primeiros três meses de 2021, a companhia conseguiu produzir e comercializar 1,1 milhão de toneladas.

 

Em comunicado de imprensa recebido na tarde de ontem, a Vale sublinhou, entretanto, estar prevista, para o segundo trimestre de 2021, a conclusão da construção da mina e da usina, que permitirão atingir um ritmo de produção de 15 milhões de toneladas no segundo semestre do ano em curso.

 

Na nota, a empresa brasileira reitera que, após concluir o processo de adquisição da participação da Mitsui na mina de carvão de Moatize e no Corredor Logístico de Nacala, a acontecer ainda este ano, iniciará o seu processo de desinvestimento. (Carta)

As instituições bancárias e financeiras nacionais financiaram a actividade produtiva do país, em 2020, no valor de 265 mil milhões de Meticais, contra 230 mil milhões de Meticais, em 2019.

 

Os dados foram mencionados na última terça-feira, pelo Presidente do Conselho Executivo (PCE) do Banco Nacional de Investimento (BNI), Tomás Matola, num evento em que apresentava o Relatório e Contas da instituição que dirige, referente a 2020.

 

No geral, o banqueiro explicou que o aumento do crédito à economia deveu-se, de entre vários aspectos, à pandemia da Covid-19, que, por um lado, obrigou à reestruturação de dívidas e, por outro, exigiu, principalmente do Estado, à disponibilização de linhas de financiamento para apoiar empresas severamente afectadas pela crise pandémica.

 

Do universo do crédito concedido à economia, em 2020, a nossa fonte disse que a participação do BNI foi de 2.8 mil milhões de Meticais, verba que cresceu em 4% em relação ao ano anterior.

 

Segundo Matola, do referido financiamento, 1.4 mil milhões de Meticais destinaram-se ao sector da indústria transformadora, pouco mais de mil milhões foi para o comércio e serviços, 518.8 milhões de Meticais à agricultura, 404.8 milhões de Meticais ao sector financeiro, 364 milhões ao Oil &Gás, 251 milhões de Meticais a outros sectores, e 188 milhões de Meticais ao transporte e comunicações.

 

Em relação ao apoio no âmbito da crise pandémica, o PCE do BNI lembrou que as linhas de crédito específicas para o financiamento de empresas afectadas pela Covid-19 permitiram apoiar um conjunto de 224 Micro, Pequenas e Médias Empresas ao nível nacional pelo valor global de 1.6 mil milhões de Meticais, tendo 48% dos projectos beneficiados sido da zona Sul, seguido da zona Centro com peso de 32% e a zona Norte com 20%.

 

Ao nível de financiamento por sector, a nossa fonte demonstrou que os fundos beneficiaram, em grande parte, os sectores de comércio em 29%, avicultura 16%, turismo 10%, indústria alimentar 8% e agricultura e a educação tiveram um peso de 6% cada.

 

Em termos de reembolso dos 1.6 mil milhões de Meticais, Matola disse ser cedo ainda fazer balanço porque algumas empresas ainda gozam do período de carência, embora outras, cujo tempo expirou, tenham já começado a liquidar as dívidas. No geral, aquele banqueiro sublinhou que tudo corre a bom ritmo. (Evaristo Chilingue)

quinta-feira, 27 maio 2021 06:18

Cada moçambicano produziu 467 USD em 2020

Dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta semana, indicam que, em 2020, o PIB per Capita do país fixou-se em 467 USD, correspondentes a 32.412 Meticais (ao câmbio médio anual de 2020 de 69,47 Meticais/USD). Os números representam uma redução de 55 USD, relativamente a 2019, em que o PIB per Capita era de 522 USD, correspondente a 32.634 Meticais (ao câmbio médio anual de 62,55 Meticais/USD).

 

PIB per Capita, refira-se, é o indicador que representa o que cada pessoa de um determinado local/país “produziu” durante um certo período, sendo deduzido do total da riqueza produzida naquele local. Neste caso, os números do INE reflectem o que cada moçambicano “produziu” durante o ano de 2020, sendo que o valor foi deduzido do total da riqueza produzida pelo país.

 

Os dados preliminares do INE indicam que, em 2020, o país produziu 974,511 Milhões de Meticais, sendo que, até 31 de Dezembro, contava com 30.066.648 habitantes. Em 2019, por exemplo, Moçambique produziu 962.621 Milhões de Meticais, enquanto tinha uma população estimada em 29.318.301 habitantes.

 

Refira-se que o PIB per Capita é considerado, de certo modo, um indicador do padrão de vida, pelo que os países que apresentam um elevado PIB per Capita tendem a apresentar maiores Índices de Desenvolvimento Humano. No caso de 2020, o Relatório de Desenvolvimento Humano refere que o país se fixou na 181ª posição, de um total de 189 países avaliados.

 

Sublinhe-se, entretanto, que os dados do IV Recenseamento Geral da População e Habitação, realizado em 2017, indicam que a idade média nacional é de 16,6 anos, isto é, grande parte da população é economicamente inactiva, facto que contribui para a fraca produção. (Carta)

A Chefe Executiva da Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento (Sofid) disse terça-feira à Lusa que esta entidade reportou resultados negativos no ano passado, principalmente devido à situação de violência no norte de Moçambique. “Em 2020, tivemos os resultados menos negativos desde 2007, e só não são positivos devido à pandemia e devido a uma operação no norte de Moçambique”, disse Marta Mariz à Lusa à margem da audiência realizada na Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros.

 

Questionado sobre qual a operação, o responsável apontou o sigilo bancário para não dar mais pormenores sobre os valores apresentados durante a reunião pelo Presidente da Administração da Sofid, António Rebelo de Sousa, que disse que no ano passado a entidade teve um resultado negativo de € 174.000, € 160.000 dos quais resultaram da situação no norte de Moçambique.

 

“Em 2019 tivemos um crédito recorde concedido e em 2020 também tivemos um recorde no volume de facturação, essencialmente devido às operações encerradas no último trimestre de 2019, que influenciaram 2020, e porque pela primeira vez tivemos uma prestação de serviços ao [instituto] Camões, ”explicou Marta Mariz.

 

“O Sofid está no caminho certo, com um enorme potencial de investimento do sector privado nos países em desenvolvimento, e esse investimento será apoiado principalmente pela ação externa europeia, que, de um total de quase € 80 bilhões, reservou quase € 30 bilhões para África "em termos de financiamento para operações externas, disse ela. (Lusa)

Há mais 17 recuperados da Covid-19, em Moçambique, aumentando para 69.117 o número total de pessoas que estão curadas da doença, de acordo com os dados fornecidos pelas autoridades da saúde. Os curados foram notificados na província de Tete.

 

Entretanto, mais duas pessoas perderam a vida devido à Covid-19, sendo todos do sexo masculino, subindo para 828 o cumulativo de fatalidades causadas pela pandemia.

 

As autoridades sanitárias reportaram ainda a infecção de mais 30 pessoas, de um total de 1.093 suspeitos. Os novos casos foram diagnosticados na cidade de Maputo (17) e nas províncias de Inhambane (um), Sofala (um), Manica (um), Tete (oito), Nampula (um) e Niassa (um). Assim, o país passa a contar com 70.636 casos positivos, sendo que, destes, 682 ainda estão activos.

 

Sublinhe-se que entre os casos activos, 16 encontram-se internados nos centros de isolamento, sendo que uma pessoa deu entrada nas últimas 24 horas. (Marta Afonso)