A apreciação da moeda nacional, o Metical, pode ter sido de pouca dura. Ultimamente, um Dólar norte-americano (USD) quase custa 60,00 Meticais, saindo de 55,00 Meticais. Em quase dois meses de apreciação (Março e Abril), o valor da moeda nacional cresceu de 75,00 Meticais para 54,00 Meticais, por USD. Entretanto, nos últimos dias, desde finais de Abril passado, a tendência é contrária.
Embora a passos lentos, o Dólar tende a roubar, novamente, o valor da nossa moeda. Em concreto, 1,00 USD custa 58,00 Meticais a compra e 59,00 Meticais a venda, de acordo com o câmbio do dia do Banco de Moçambique.
A tendência de depreciação do Metical também se verifica em relação ao Euro e Rand. 1,00 Euro custa 70,00 Meticais, saindo dos 66,00 Meticais. 1,00 Rand compra-se a 4,00 Meticais, saindo de 3,80 Meticais.
Embora a valorização do Metical fosse, em certa medida, benéfica para a economia e soberania nacionais, nos últimos dias, a situação tende a reverter-se. E, projecções feitas recentemente pela Fitch Solutions, uma instituição internacional de notação financeira, indicam que a moeda nacional poderá desvalorizar-se e atingir os 74,00 Meticais até ao final deste ano. (Evaristo Chilingue)
A Vale Moçambique investiu, no ano passado, mais de 290 milhões de Meticais na aquisição de produtos e serviços em empresas nacionais, refere uma nota de imprensa recebida na nossa Redacção.
De acordo com a fonte, o investimento, cujo objectivo é reforçar a aposta no conteúdo local, corresponde a 17% do total da verba direccionada às despesas da mineradora. “Com base no seu compromisso com o conteúdo local, a Vale permite que haja uma maior inclusão na cadeia de valor das empresas estabelecidas, em Moçambique, promovendo um desenvolvimento sustentável que beneficia a economia local”, refere a nota.
O documento realça que pelo menos 52% dos fornecedores contratados em 2020 são empresas locais que, com o apoio da Vale, melhoram gradualmente a qualidade dos produtos e serviços que fornecem à empresa. Lembra que todos os anos a mineradora realiza o ‘Vale Day’, uma iniciativa destinada a fornecedores e potenciais fornecedores para que possam visitar e conhecer as instalações da empresa, bem como todo o processo que envolve a produção do carvão mineral.
“Em 2020, a Vale Moçambique convidou 100 gestores de Pequenas e Médias Empresas nacionais para participarem de duas sessões virtuais com o propósito de dar a conhecer o seu processo produtivo, acções sociais, de conteúdo local e de sustentabilidade, oportunidades de refeitório, cadastro e cadeia de suprimentos”, acrescenta o comunicado.
Em termos de investimentos, a nossa fonte revela que, nos últimos 15 anos, injectou mais de 12 biliões de USD na sua operação em Moçambique, tendo garantido cerca de 20 mil postos de trabalho. Actualmente, a empresa dá empregos a 13 mil trabalhadores, directos e indirectos. (Carta)
Dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Abril findo, nas Cidades de Maputo, Beira e Nampula indicam que o país registou uma deflação (queda de preços) na ordem de 0,03%, em comparação com o mês de Março.
Em comunicado de imprensa, a autoridade estatística nacional detalha que a divisão de alimentação e bebidas não alcoólicas foi a de maior destaque, ao contribuir no total da variação mensal com cerca de 0,25 pontos percentuais (pp) negativos.
No concernente à variação mensal por produto, o INE constatou a queda do preço do tomate (5,8%), do peixe seco (3,3%), do camarão fresco (12,3%), do repolho (8,9%), do coco (3,2%), da alface (5,1%) e da couve (4,5%). Estes contribuíram no total da variação mensal com cerca de 0,36pp negativos.
“No entanto, alguns produtos com destaque para as motorizadas (10,8%), a cebola (8,7%), a galinha viva (6,0%), as capulanas (1,9%), o óleo alimentar (2,2%), às refeições completas em restaurantes (0,4%) e as geleiras (4,0%) contrariam a tendência de queda, ao contribuírem com cerca de 0,35pp positivos”, observou o INE.
Comparativamente a igual período do ano anterior, a nossa fonte refere que o país registou, no mês em análise, um aumento de preços na ordem de 5,19%, tendo as divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas e de bebidas alcoólicas e tabaco sido as que registaram maior variação de preços com cerca de 11,23% e 9,69%, respectivamente.
Analisando a variação mensal pelos três centros de recolha, que servem de referência para a variação de preços do país, a autoridade notou que as cidades de Maputo e da Beira registaram quedas de preços, na ordem de 0,17% e 0,45% negativos, respectivamente.
No entanto, de acordo com a nossa fonte, a Cidade de Nampula teve um comportamento contrário, ao registar um aumento de preços na ordem de 0,58%. Comparativamente à variação acumulada, a Cidade da Beira teve a maior subida do nível geral de preços com cerca de 4,38%, seguida das Cidades de Maputo com 3,25% e de Nampula com 2,95%. (Carta)
Quatro dias depois da Electricidade de Moçambique (EDM) ter aprovado a fixação da taxa de câmbio de 75 Meticais/USD para o pagamento de remunerações e pensões dos seus funcionários, o Instituto de Gestão de Empresas e Participações do Estado (IGEPE) decidiu abolir a medida e mandar a firma pública efectuar os pagamentos em moeda nacional, o Metical.
Reunido esta segunda-feira (10), em Assembleia-Geral Extraordinária, o IGEPE deliberou “anular a Circular nr. 03/CA-PRH/2021, de 06 de Maio, sobre a fixação da taxa de câmbio a ser aplicada para a conversão das componentes em USD das remunerações e pensões, bem como os seus efeitos”.
Em comunicado de imprensa, enviado à nossa Redacção, a EDM afirma ainda que o IGEPE determinou também o pagamento de todas as remunerações da empresa em moeda nacional (Metical); assim como ordenou aquela empresa pública a “converter a componente da remuneração em Dólares Norte Americanos para Meticais, ao câmbio médio de referência no mercado em vigor na data desta deliberação”.
Refira-se que a medida tomada pela EDM na passada quinta-feira e que foi tornada pública no último sábado era tida como ilegal, tendo em conta que a mesma não foi comunicada ao Banco de Moçambique, entidade responsável pela definição da taxa de câmbio. (Carta)
Cresce, cada vez mais, o ambiente de descontentamento no seio dos produtores e importadores de bebidas alcoólicas, devido à contínua redução do horário de venda destes produtos nos estabelecimentos comerciais, incluindo supermercados.
Esta segunda-feira, a Associação de Produtores e Importadores de Bebidas Alcoólicas (APIBA) convocou a imprensa para, mais uma vez, contestar a medida anunciada pelo Presidente da República, a 13 de Janeiro último, de reduzir o horário da venda de bebidas alcoólicas para quatro horas (das 09:00 às 13:00 horas) de segunda-feira a sábado e proibir a sua comercialização aos domingos.
Segundo a agremiação, a medida está a causar enormes prejuízos no sector, visto que, das 09 às 13 horas, não é possível realizar o comércio de bebidas alcoólicas. De acordo com a APIBA, o volume de venda de bebidas alcoólicas baixou em 33,3%, pois, até Abril de 2020, o mercado moçambicano consumia, anualmente, 300 milhões de litros de cerveja e, desde o início das restrições, o consumo baixou para 200 milhões de litros.
“Apelar para que os bottle stores, armazéns, supermercados, possam operar dentro dos horários estabelecidos para a actividade económica, ou seja, entre as 09 e as 18 horas, para garantir empregos e uma maior contribuição fiscal do sector”, defende a organização, que, na voz do seu Presidente, Francisco Júnior, afirma ter sido excluída pelo Governo, durante a última actualização das medidas de prevenção contra a Covid-19.
“Neste último decreto, houve uma exclusão de um sector vital: o sector de bottle stores, o sector dos armazéns, mercearias e supermercados, especificamente naquilo que é a componente venda de bebidas alcoólicas”, disse a fonte, garantindo que o facto propicia o comércio ilícito destes produtos.
Refira-se que este não é o primeiro apelo a ser manifestado pelos produtores e importadores de bebidas alcoólicas, no sentido de se rever o horário de venda de bebidas alcoólicas. Já em Abril último, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique propôs o alargamento do horário de funcionamento dos bottles stores, passando a operar à semelhança dos centros comerciais e lojas de armazenistas, assim como propôs a abertura de bares e barracas por acumularem stocks de bebidas alcoólicas, com o risco de vencimento da sua validade. (Carta)
Nosso artigo de ontem sobre as taxas cobradas pela Visa criou tamanho burburinho na praça. A principal reacção foi a de que o artigo não estava correcto. Muitos leitores enviaram-nos o simulador da taxa de câmbio da Visa, mostrando que o câmbio USD/Metical nesta rede equivaleria a 1 USD/58,00 Mzm, portanto não muito distante da actual taxa oficial do USD mas bem longe do que os bancos comerciais estão a cobrar. Em suma, não era correcto dizer que a Visa estava na contramão do Banco de Moçambique. Perguntamos a um especialista internacional em transações eletrónicas se o nosso artigo estava correcto. Sob reserva de identidade, ele respondeu o seguinte:
“Sim, está mais ao menos correcto. Isto funciona da seguinte forma: quando fazes transações no estrangeiro, a Visa aplica um câmbio para Meticais. O Banco tem várias opções: 1 - Usa o câmbio da Visa; 2 - Usa o seu próprio câmbio.
Há outras variantes mas para já não interessa. No caso de Moçambique os Bancos usam o câmbio da Visa acrescido de uma percentagem de risco. Com as grandes variações cambiais toda a gente tem medo e acontece o seguinte: a Visa põe um câmbio mais alto e por sua vez os Bancos em Moçambique aumentam a margem de risco ou seja acrescentam uma percentagem ao câmbio da Visa, que por si só já deve de estar alto.
Portanto, quando se fala do câmbio de USD 75,00 não quer dizer que seja o da Visa mas sim o somatório do câmbio da Visa mais a percentagem colocada pelo Banco moçambicano. Podes, portanto, ter, no mesmo dia, dois câmbios diferentes para a mesma compra, dependendo do teu Banco. Neste caso, o câmbio da Visa seria igual para as duas transações, mas a margem colocada por cada Banco seria completamente diferente. Não há regra, cada um usa a que entende. Em Moçambique, há poucos anos, essa percentagem andava entre os 3 e 5 %; atualmente, acredito que seja bem maior”. (Carta)