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Actualizado de Segunda a Sexta

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Economia e Negócios

O Alto-Comissário da Índia em Moçambique, Rajeev Kumar, disse ontem que o país deve acabar com os raptos de empresários para atrair mais investidores, apesar de o volume de negócios entre os dois países continuar a crescer.

 

O volume de negócios entre Moçambique e a Índia "era de 1.200 milhões de euros em 2016 e agora estamos nos 2.400 milhões de euros: certamente que [os raptos] não afetaram" os negócios, disse o diplomata.

 

No entanto, acrescentou que “este problema [dos raptos] tem de ser resolvido para incentivar mais pessoas a entrar no país”.

 

Entre os empresários resgatados após sequestro, este ano, destaca-se o filantropo indiano Rizwan Adatia, que esteve 21 dias em cativeiro no distrito de Boane, sul de Moçambique.

 

O diplomata diz que o resgate de Adatia é uma prova do compromisso das autoridades moçambicanas contra os raptos.

 

De acordo com o Alto-Comissário da Índia, o empresário Rizwan Adatia encontra-se na Índia, mas pretende regressar a Moçambique.

 

“Rizwan Adatia vai regressar. Ele saiu porque não tem nada para fazer neste tempo de pandemia e tinha de ficar em casa. Não saiu por causa de medo [dos raptos]”, disse.

 

Desde o início do ano, as autoridades moçambicanas registaram um total de nove raptos, cujas vítimas são sempre empresários ou seus familiares. (Carta)

A empresa francesa Total, que lidera o projecto Mozambique LNG, em instalação na Bacia do Rovuma, garante lançar oportunamente concursos no contexto do recente Memorando de Entendimento com o Governo para garantir segurança das suas operações na península de Afungi, na província de Cabo Delgado, norte do país.

 

Em correspondências electrónicas com “Carta”, a Total esclarece que o Memorando de Entendimento estabelece uma Força-Tarefa Conjunta (FTC) composta pelo Ministério da Defesa e pelo Ministério do Interior e visa providenciar serviços defensivos e garantir a segurança das actividades do projecto Mozambique LNG na área do projecto, na península de Afungi, e em toda a área mais vasta de operações do Projecto. A prioridade, sublinha a multinacional, é garantir a segurança das operações e dos trabalhadores do projecto, muitos dos quais residem nas proximidades.

 

“O Projecto apoiará a FTC, através de assistência logística, com os processos de concurso necessários a serem lançados oportunamente”, afirma a empresa em correio electrónico enviado esta quarta-feira ao nosso jornal. (Carta)

quarta-feira, 09 setembro 2020 10:46

Brasileiro vai dirigir escritórios do FMI em Maputo

O Fundo Monetário Internacional Nomeia Novo Representante Residente para Moçambique 

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) nomeou o senhor Alexis Meyer-Cirkel como novo Representante Residente do FMI em Moçambique com efeito a partir do dia 09 de setembro de 2020. O senhor Meyer-Cirkel sucede ao senhor Ari Aisen que dirigiu o Escritório da instituição em Maputo nos últimos 4 anos iniciados em setembro de 2016. O senhor Meyer-Cirkel, de nacionalidade brasileira, ingressou no FMI em agosto de 2010, tendo desempenhado várias funções e coberto vários países em tópicos de política macroeconómica, sustentabilidade da dívida pública e análise do sector externo. Antes de se juntar ao FMI, o senhor Meyer-Cirkel trabalhou em mercados financeiros no Morgan Stanley, Banco Central Europeu, Allianz Research e no Banco Central do Brasil. O senhor Meyer-Cirkel é Doutorado em Economia pela Universidade Goethe de Frankfurt, e é Mestre em Estudos de Desenvolvimento pela London School of Economics.

De um universo de 89.385 empresas, envolvidas num estudo sobre impacto da Covid-19 nas empresas, o Instituto Nacional de Estatística (INE) constatou que 80.756 empresas (90.4%) foram afectadas pela crise pandémica. Como consequência, pouco mais de 3.3 milhões de trabalhadores foram afectados e a facturação das empresas caiu em quase 8 mil milhões de Meticais.

 

De acordo com o estudo, apresentado esta terça-feira, no primeiro semestre, as empresas registaram 10.9 mil milhões de Meticais em receitas, contra 18.6 mil milhões de Meticais de receitas reportadas em igual período de 2019.

 

Inhambane é a província onde mais empresas foram prejudicadas pela crise. De um subtotal de 5.385 empresas, 98.8% sofreram os efeitos da pandemia. A província de Gaza é a segunda mais afectada, pois, de um subtotal de 5.414 empresas, 94.8% reportaram prejuízos motivados pelo impacto da Covid-19. A província de Maputo, com 13.672 empresas, e Maputo Cidade, com 25.327, foram afectados, respectivamente, 94% e 92.4%. No centro do país, a província da Zambézia foi a mais afectada pelo facto de 77% de 5,825 empresas reportarem perdas no contexto da crise pandémica.

 

O estudo revela ainda que as actividades de educação, artísticas, de espectáculos e de recriação foram as mais afectadas, ou seja, em 100%. Abaixo dessas, estiveram as empresas que se dedicam à distribuição de electricidade, gás e água, com impacto avaliado em 97.9% e os de alojamento e restauração com 97.1%.

 

Realizado de 22 de Junho a 24 de Julho de 2020, em todo o país, o estudo do INE concluiu ainda que 70.135 Pequenas Empresas, de um subtotal de 77.512, foram afectadas pela pandemia, enquanto, das 11.447 Médias Empresas, 10.242 ressentiram-se da Covid-19 e, das 426 grandes empresas envolvidas, 388 reportaram prejuízos.

 

Dos principais constrangimentos, o Director Nacional de Estatísticas de Empresas no INE, Adriano Matsimbe, apontou a baixa procura ou encomenda de bens/serviços que, do total, afectou 60.607 empresas. A fonte apontou ainda a falta de matéria-prima, um constrangimento que afectou a perto de 32 mil empresas.

 

Referir que, do total de 80.756 empresas, a autoridade estatística nacional constatou que pouco mais de 3.3 milhões de trabalhadores foram afectadas pela crise provocada pelo novo coronavírus. (Evaristo Chilingue)

De um universo de 89.385 empresas, envolvidas num estudo sobre impacto da Covid-19 nas empresas, o Instituto Nacional de Estatística (INE) constatou que 80.756 empresas (90.4%) foram afectadas pela crise pandémica. Como consequência, pouco mais de 3.3 milhões de trabalhadores foram afectados e a facturação das empresas caiu em quase 8 mil milhões de Meticais.

 

De acordo com o estudo, apresentado esta terça-feira, no primeiro semestre, as empresas registaram 10.9 mil milhões de Meticais em receitas, contra 18.6 mil milhões de Meticais de receitas reportadas em igual período de 2019.

 

Inhambane é a província onde mais empresas foram prejudicadas pela crise. De um subtotal de 5.385 empresas, 98.8% sofreram os efeitos da pandemia. A província de Gaza é a segunda mais afectada, pois, de um subtotal de 5.414 empresas, 94.8% reportaram prejuízos motivados pelo impacto da Covid-19. A província de Maputo, com 13.672 empresas, e Maputo Cidade, com 25.327, foram afectados, respectivamente, 94% e 92.4%. No centro do país, a província da Zambézia foi a mais afectada pelo facto de 77% de 5,825 empresas reportarem perdas no contexto da crise pandémica.

 

O estudo revela ainda que as actividades de educação, artísticas, de espectáculos e de recriação foram as mais afectadas, ou seja, em 100%. Abaixo dessas, estiveram as empresas que se dedicam à distribuição de electricidade, gás e água, com impacto avaliado em 97.9% e os de alojamento e restauração com 97.1%.

 

Realizado de 22 de Junho a 24 de Julho de 2020, em todo o país, o estudo do INE concluiu ainda que 70.135 Pequenas Empresas, de um subtotal de 77.512, foram afectadas pela pandemia, enquanto, das 11.447 Médias Empresas, 10.242 ressentiram-se da Covid-19 e, das 426 grandes empresas envolvidas, 388 reportaram prejuízos.

 

Dos principais constrangimentos, o Director Nacional de Estatísticas de Empresas no INE, Adriano Matsimbe, apontou a baixa procura ou encomenda de bens/serviços que, do total, afectou 60.607 empresas. A fonte apontou ainda a falta de matéria-prima, um constrangimento que afectou a perto de 32 mil empresas.

 

Referir que, do total de 80.756 empresas, a autoridade estatística nacional constatou que pouco mais de 3.3 milhões de trabalhadores foram afectadas pela crise provocada pelo novo coronavírus. (Evaristo Chilingue)

O mercado monetário interbancário nacional continua a ser caracterizado pelo excesso de liquidez (ou seja, com dinheiro suficiente para alimentar a economia nacional) e com tendência a incrementar, revela um relatório do Banco de Moçambique, publicado no final de Agosto último.

 

Para testemunhar esta constatação, o informe refere que, nos últimos dois meses, as reservas bancárias em moeda nacional incrementaram na ordem de 8.100,0 milhões de Meticais.

 

Denominado Relatório de Conjuntura Económica e Perspectiva de Inflação, o informe explica que, para esse excesso de liquidez, contribuíram as Transferências do Estado para a economia por via do Sistema de Transferência Electrónica de Fundos (STF) na ordem de 45.800,0 milhões de meticais e reembolso líquido de Bilhetes de Tesouro (BT) em cerca de 14.500,0 milhões de meticais.

 

“Todavia, o incremento das reservas bancárias em moeda nacional foi atenuado pelo impacto líquido negativo das transferências electrónicas entre bancos comerciais em tempo real (MTR), na ordem de 21.100,0 milhões de meticais; perdas dos bancos comerciais na compensação, em cerca de 10.200,0 milhões de meticais; vendas líquidas de divisas aos bancos comerciais pelo BM no Mercado Cambial Interbancário (MCI), na ordem de 8.000,0 milhões de meticais; levantamentos líquidos de numerário (DLL), na ordem de 4.262,0 milhões de meticais; impacto líquido negativo das operações da Facilidade Permanente de Depósito (FPD), em cerca de 3.400,0 milhões de meticais; e débito às instituições de crédito resultante da emissão de obrigações do Tesouro (OT), na ordem de 2.300,0 milhões de meticais”, explica a fonte.

 

Com efeito, aponta o informe do Banco Central, a liquidez bancária (reservas bancárias menos as reservas obrigatórias) fixou-se, até ao início do último mês, em 780,0 milhões de Meticais. (Evaristo Chilingue)