Um batalhão de jornalistas aguardava por ele. Chama-se Inácio Dina, o dinâmico porta-voz do Comando Geral da PRM. E aguardavam-no porque o “briefing” relativo ao balanço preliminar da corporação sobre as ocorrências das festas de Natal estava agendado para as 14H00 de ontem.
Pois então, Dina chegou, viu e venceu!... Ou seja: em menos de 30 minutos, e sem precisar de recorrer a qualquer espécie de “cábula”, o homem escalpelizou o seu informe relativamente a tudo o que que ocorreu entre os dias 23 e 25 de Dezembro, prometendo, todavia, que a 2 de Janeiro haverá uma nova comunicação, mais global, sobre toda a quadra festiva.
Mais do que informar o sucedido, o “spokesman” da PRM voltou a “estimular”o papel dos media, incentivando-os a colaborarem com a Polícia, no sentido de se reduzir ao máximo os índices de criminalidade e de sinistralidade, a vários níveis.
Jovem expedito, e sem papas na língua, Inácio Dina – “rosto” do Comando Geral da PRM há sensivelmente uma década – é exemplo do que deveriam ser todos os porta-vozes das instituições do sector público. Foi a primeira vez que assisti “in loco” a uma conferência de imprensa por si dirigida – já o tinha visto nos canais televisivos – e só confirmei as minhas expectativas: o homem sabe realmente ao que vai quando se dirige aos jornalistas.
Tem uma capacidade de síntese invejável, e está ciente de que os repórteres não estão ali para perder tempo: querem é o “sumo” do que aconteceu.
Infelizmente, não há muitos Dina(mico)s na função pública. E eu (pessoalmente) julgo-me em condições de falar deste assunto com propriedade, porque já estive ligado a alguns sectores do Estado – e em departamentos de comunicação e imagem. É uma lástima.
O que normalmente assistimos é que quem dá a cara por essas instituições são pessoas que têm algum tipo de afinidades (ou políticas, ou familiares) com os dirigentes das mesmas.
E tudo porque – infelizmente – os departamentos de comunicação são vistos como os “parentes pobres” das instituições. Aparentemente ninguém entende a real (e nobre) missão de comunicar.
A própria Presidência da República que, supostamente, recrutou “sangue jovem” é disso um exemplo. A Assembleia da República idem, aspas… Dos demais ministérios já nem falo. É por isso que os Dinas desta vida são casos a realçar (e louvar) nos dias que correm…
Esses criminosos que hoje foram amnistiados pelo Presidente da República, numa acção que ele chamou de “espírito do humanismo e de compaixão, pelo respeito e protecção da dignidade da pessoa humana, e pela solidariedade que caracteriza o estado de direito democrático e a sociedade moçambicana em geral” cometeram vários crimes contra a sociedade que o elegeu. Diz ele ter-se feito “um trabalho profundo e especializado”, mas o que não diz o Senhor presidente, é que tipo de trabalho foi feito.
Algumas vozes se levantaram após as últimas sessões da Assembleia Geral (AG) da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), questionando a utilidade, comprometimento e valor do jovem Advogado.
Ora, não podia discordar mais de tais posicionamentos e imputações de inutilidade, falta de visão de futuro e de comprometimento com a causa da OAM, porque o jovem Advogado, ainda que desprovido da experiência prática dos mais antigos, tem predicados e tem demonstrado comprometimento com a causa da OAM que torna desleal e injusta qualquer imputação em contrário, vinda de quem quer que seja, ainda que de um Bastonário, em exercício ou não.
Numa das Assembleias Gerais mais participadas deste mandato, os advogados analisaram no passado 13.12.2018 a Proposta de Revisão do Estatuto da Ordem dos Advogados, tendo decidido manter a regulamentação do exercício da advocacia praticada por estrangeiros tal como foi aprovado em 2011. Nesse regime, só havendo reciprocidade entre Moçambique o país de origem do advogado estrangeiro, acrescido de 20 anos de inscrição e realização de uma prova nos termos definidos pela Ordem dos Advogados.