Valor do comércio entre a China e os países de língua portuguesa atingiu 108 928 milhões de USD de Janeiro a Setembro, um aumento homólogo de 21,22%, segundo dados oficiais chineses divulgados pelo Fórum de Macau. A China exportou para os oito de língua portuguesa no período em análise bens no valor de 31 540 milhões de USD (+19,88%) e comprou mercadorias no montante de 77 387 milhões de USD (+21,78%), assumindo um défice comercial de 45 847 milhões de USD.
Agências de Crédito à Exportação vão disponibilizar 12 mil milhões de USD para financiar a exploração de gás natural na Área 1 da Bacia do Rovuma, em Palma. A informação foi revelada na semana passada em Maputo, numa reunião que juntou as referidas agências e o Ministério dos Recursos Minerais e Energia, representado pelo ministro Max Tonela. A ser disponibilizado pelas agências Atradius, C-EXIM, JBIC, SACE e US-EXIM, o valor servirá para a instalação de duas primeiras linhas de liquefação na zona de Afungi, província de Cabo Delegado cuja capacidade de produção é de 12 milhões de gás natural liquefeito por ano.
A empresa londrina Wentworth Resources confirmou nesta segunda-feira que está a sair da exploração de petróleo e gás em Moçambique. Isto significa que, a partir de 30 de Abril deste ano, a Wentworth desistirá da sua participação de 85% no bloco terrestre de Tembo, na Bacia do Rovuma, na província Cabo Delgado. Os outros 15% no bloco são da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique (ENH). No terceiro trimestre deste ano, Wentworth fez uma reavaliação das reservas de gás encontradas no bloco Tembo. Concluiu que o bloco contém volumes brutos de 87 bilhões de pés cúbicos de gás natural, dos quais 61 bilhões de pés cúbicos são recuperáveis. Esses números são baixos. Estimativas anteriores haviam sido superiores a 260 bilhões de pés cúbicos de gás. A Wentworth chegou à conclusão de que explorar o bloco não era comercialmente viável.
Redi Yesuf Muktar, o CEO da EMA, aceitou conversar com a “Carta”, por escrito, sobre os planos da companhia em Moçambique. Duas avarias recentes em seus dois aparelhos, levantou na opinião pública uma questão: estava a EMA preparada para iniciar suas operações em Moçambique? Redi Yesuf diz que “sim” e explica o que é que a EMA está a fazer para contornar o recente golpe das avarias. A resposta foi imediata. Ontem chegaram a Maputo duas aeronaves. A entrevista foi feita por escrito. Ei-la:
A grande maioria de empresas de construção civil de Moçambique vai apresentar prejuízos no exercício económico de 2018, disse o presidente da Federação Moçambicana de Empreitiros (FME). Manuel Pereira, em declarações em exclusivo ao jornal O País, mencionou a existência de 700 empresas em situação de falência, que poderão encerrar já em 2019, devido à crise económico-financeira que se regista em Moçambique.
A Vale Moçambique acabou por ceder à vontade dos moradores da Comunidade 25 de Setembro que exigiam o pagamento em dinheiro para a reabilitação das suas casas no âmbito do reassentamento ligado à implantação do projecto de exploração mineira em Moatize, na província de Tete. 229 famílias da referida comunidade vão, finalmente, reconstruir as suas casas depois que receberem 34 mil Mts cada uma delas, para sua acomodação no período de duração das obras, soube a “Carta”. A Vale e as famílias, depois de um braço-de-ferro que levou à auscultação o mês passado das partes por um grupo de parlamentares da 8ª Comissão da AR que se deslocou a Tete a propósito, chegaram a entendimento sobre os valores a pagar.
Segundo apurámos, a mineradora vai desembolsar 200.000,00 Mts para casas de tipo 1, 300.000,00 Mts (tipo 2) e mais de 400.000,00 Mts (tipo 3). Algumas famílias já receberam os valores mas grande parte ainda não iniciou as obras aguardando pelos 34.000,00 Mts prometidos para se alojarem provisoriamente enquanto as obras decorrem. O litígio teve o seu início quando o modelo das primeiras 10 casas (experiência) reabilitadas pela Vale para acomodar os reassentados não mereceu a aprovação nem dos moradores, nem dos técnicos da Direcção das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos e do município de Moatize.
Para entenderem se inteirarem do problema, os deputados ouviram Horácio Gervásio e Alves Sandramo, da Vale, o Presidente do Conselho Municipal da Vila, Carlos Portimão, e representes da comunidade visada. Os moradores, depois de reprovarem as 10 casas modelo, propuseram que lhes fosse pago um valor em dinheiro para que eles próprios reabilitassem as suas casas. Os representantes da Vale disseram que não era sua política fazer desembolsos a favor das famílias, e que tal pretensão não vinha no memorando rubricado pelas partes, daí que “A Vale não estava confortável quanto a indemnização às famílias em valores monetários”.
O Conselho Municipal da Vila de Moatize não acolhia também a ideia de compensação em valor monetário, sendo favorável à construção de novas baseando-se em tecnologia similar à que está a ser empregada no processo de reassentamento relativo ao projecto de Gás Natural levado a cabo pela Anadarko no distrito de Palma, em Cabo Delgado. A “Carta” tem conhecimento de que as casas em Palma são feitas com material de elevada qualidade. O assunto, que já vem sendo abordado na AR desde a anterior legislatura, mereceu a recomendação do plenário do Parlamento com vista a que se proceda a um acompanhamento pormenorizado até ao seu total desfecho, que se prevê para breve, já que as nossas fontes afirmam que está em falta apenas o pagamento de 34.000.00 Mts referentes à acomodação das famílias, e que todas as outras questões foram ultrapassadas. (Germano de Sousa)