O Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou que a China poderá apoiar a formação de militares moçambicanos no combate ao terrorismo que, desde Outubro de 2017, apoquenta alguns distritos da província de Cabo Delgado.
Falando em conferência de imprensa que marcou o fim da visita de trabalho de seis dias à China, Nyusi explicou que nos próximos dias as autoridades militares chinesas deverão apresentar os detalhes estratégicos para a adequação dos militares moçambicanos, incluindo protecção marítima e combate ao tráfico de drogas.
“Eles vão dizer como é que vão fazer; nós, como Moçambique, durante os encontros bilaterais, ficamos a saber quais são os apoios que nos vão dar, por exemplo, na área da protecção do mar, um espaço onde tem acesso o terrorismo, o tráfico de drogas, além de que foram mais profundos ao dizerem que vão treinar mais militares”, disse.
O estadista moçambicano sublinhou que, nos encontros bilaterais, a China garantiu dar continuidade à assistência de militares moçambicanos. A busca pelo apoio no combate ao terrorismo, segundo Nyusi, é diversificado e inclui países com ideologias diferentes.
A China tem apoiado Moçambique no combate ao terrorismo, desde a sua eclosão em Cabo Delgado, em Outubro de 2017, com alguns dos ataques reclamados pelo grupo extremista do Estado Islâmico.
Nos últimos meses, os ataques terroristas em alguns distritos de Cabo Delgado reduziram de forma significativa, facto que levou ao encerramento, em Julho último, da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, sigla em inglês), volvidos precisamente três anos.
O apoio da SADC também ajudou a restabelecer a autoridade do Estado em todos os distritos que haviam sido tomados pelos terroristas, particularmente onde decorrem trabalhos de pesquisa e exploração de hidrocarbonetos.
Sobre a sustentabilidade do meio-ambiente, Nyusi disse que as estratégias serão apresentadas ainda no mês em curso, durante a 79ª sessão ordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas, que deverá iniciar na próxima terça-feira (10).
“Como nós sabemos quais são as medidas que devem ser tomadas, por exemplo, para a protecção da floresta do Miombo, e somos campeões nesse aspecto, então, vamos apresentar ainda este mês o pacote em Nova Iorque”, disse.
Aliás, um site do governo chinês cita o presidente da China, Xi Jinping, a afirmar que o seu país apoia Moçambique no combate ao terrorismo e na manutenção da paz e estabilidade, acrescentando que está pronta para cooperar estreitamente com o país em plataformas multilaterais, incluindo nas Nações Unidas.
Xi falava durante o encontro com Nyusi, que teve lugar quarta-feira (04) em Beijing, minutos antes do início do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC). “A China está disposta a expandir a cooperação com Moçambique em áreas como infra-estruturas, energia e recursos minerais, agricultura e economia digital, e apoiar a industrialização e diversificação económica de Moçambique”, diz Xi.
O estadista chinês afirmou que o próximo ano marcará o 50º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países e espera que ambos os lados unam esforços para levar adiante a amizade, aprofundar a cooperação mutuamente benéfica e adicionar novo conteúdo à parceria estratégica abrangente de cooperação China-Moçambique.
Nyusi participou no 9º FOCAC, em resposta a um convite formulado pelo seu homólogo chinês. O evento decorreu sob o lema “De Mãos Dadas Promovendo a Modernização e Construindo uma Comunidade China-África de Alto Nível com um Futuro Compartilhado”. (AIM)
A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve esta quarta-feira um observador eleitoral do CIP (Centro de Integridade Pública), no distrito de Ancuabe, província de Cabo Delgado. Aconteceu duas vezes durante o recenseamento eleitoral.
A Polícia alega que o correspondente do CIP deve apresentar credencial e não reconhece o crachá emitido do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) Provincial de Cabo Delgado. Os órgãos eleitorais só emitem crachás para os observadores.
Pela primeira vez, o observador do CIP foi detido num centro de deslocados (americano) quando observava o recenseamento. À segunda vez foi no posto administrativo de Meza. A detenção de ontem foi na localidade de Nanjua. O correspondente do CIP veio a ser solto horas depois.
Por sua vez, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) denunciou, em carta dirigida à Comissão Distrital de Eleições de Manica, província de Manica, a vandalização do seu material de campanha eleitoral.
Segundo o MDM, só no dia 27 de Agosto foram vandalizadas 28 bandeiras, o que levou o partido a abrir, no dia 28, um processo-crime contra desconhecidos. No dia 29 de Agosto, os membros do MDM e da Frelimo entraram em confrontos devido à vandalização de materiais propagandísticos. A acção obrigou à intervenção policial. Segundo a denúncia do MDM, entre os dias 30 e 31 de Agosto, foram destruídas 34 bandeiras suas e aponta a Frelimo como a culpada. (CIP Eleições)
Um tribunal na África do Sul condenou a pena de prisão perpétua um cidadão moçambicano de 28 anos pelo homicídio de um homem de 76 anos no noroeste do país, anunciou ontem a Polícia Sul-Africana (SAPS).
“Em sessão realizada no Tribunal Regional de Klerksdorp, o Tribunal Superior da África do Sul, Divisão Noroeste, condenou John Nelson Sithole, de 28 anos, a prisão perpétua pelo homicídio de Willem Jacobus Andries Scholtz, de 76 anos”, informou a força de segurança sul-africana em comunicado.
“Sithole, cidadão moçambicano, entrou na África do Sul sem documentação legal para validar a sua estadia. A acusação decorre de um grave incidente ocorrido na casa do falecido em Christiana”, salientou.
A polícia sul-africana adiantou que o tribunal condenou ainda o cidadão moçambicano a três penas de prisão adicionais no total de 21 anos, nomeadamente, cinco anos por invasão de domicílio com intenção de roubo, quinze anos por roubo com circunstâncias agravantes e um ano por violação da Lei de Imigração do país. “O tribunal ordenou que todas as sentenças fossem executadas em simultâneo com a pena de prisão perpétua por homicídio”, refere-se no comunicado.
De acordo com a polícia sul-africana, o crime ocorreu em 2023 na pequena cidade agrícola de Christiana, situada nas margens do rio Vaal, que separa a província de Noroeste da província do Estado Livre. A polícia sul-africana adiantou que Sithole encontra-se detido desde 05 de abril de 2023, tendo declarado a sua inocência de todas as acusações.
A sua detenção ocorreu um mês depois de a investigação policial ter identificado as impressões digitais do moçambicano na residência da vítima, que foi encontrada sem vida “atada com uma corda” e “múltiplos ferimentos” na casa “vandalizada”, segundo a polícia sul-africana.
Na leitura da sentença, o juiz Andre Peterson sublinhou “a alarmante prevalência de crimes de homicídio em Christiana”, salientando “o dever do tribunal de proteger os idosos e vulneráveis de tais atos hediondos”. (Lusa)
O MISA Moçambique denunciou na terça-feira (03) a perseguição do jornalista correspondente da televisão privada TV Sucesso, Rui Minja, baseado na cidade de Pemba, por indivíduos ainda desconhecidos. Num comunicado, aquele órgão conta que o jornalista Rui Minja tem recebido telefonemas ameaçando pôr fim à sua vida, ao mesmo tempo que exigem valores monetários.
Segundo o MISA, os mesmos indivíduos chegaram ao extremo de vandalizar o portão da sua residência, obrigando-o a refugiar-se num lugar seguro. "Desde o passado sábado, 24 de Agosto, que o repórter tem recebido chamadas e mensagens ameaçadoras de indivíduos desconhecidos. As ameaças incluem visitas intimidatórias à residência do repórter, em Pemba, efectuadas por homens supostamente armados. Tudo começou na madrugada de sábado último, quando, por volta das 2h00, o repórter recebeu uma chamada de um número desconhecido. O jornalista não atendeu logo a chamada, mas, pela insistência, acabou atendendo. Do outro lado da linha, estava alguém que chamou o repórter pelo próprio nome. A seguir, disse que estava do lado de fora da residência do repórter. Ao olhar para fora, Rui Minja viu uma viatura ligeira estacionada em frente ao portão da sua casa", lê-se no comunicado.
O MISA Moçambique acrescenta que a perseguição do jornalista Rui Minja já é do conhecimento das autoridades, como a PRM, o Ministério Público e o Serviço Nacional de Investigação Criminal. A ameaça contra o jornalista acontece poucos dias depois da publicação de um artigo por si elaborado, dando conta de que a Polícia da República de Moçambique tinha impedido a realização de um piquenique dos apoiantes do candidato Venâncio Mondlane na praia do Wimbe em Pemba.
Perante esta situação, além de repudiar, o MISA Moçambique classifica ser um atentado à liberdade de imprensa e exige das autoridades que investiguem para esclarecer o que está por detrás da perseguição do jornalista Rui Minja.
"O MISA insta as autoridades moçambicanas e, particularmente, as da Justiça a investigar as ameaças contra o repórter Rui Minja e a garantir a responsabilização dos seus autores”, lê-se no comunicado.
“Uma investigação séria e célere deste caso, que garanta o seu esclarecimento, é fundamental para enviar uma mensagem de que as autoridades não toleram as ameaças contra profissionais de jornalismo e muito menos aceitarão que Cabo Delgado continue a ser conhecido pelos maus motivos, isto é, como um espaço proibido para o exercício do livre jornalismo, seja pelo conflito armado em curso, como pela tensão eleitoral que se gera com as eleições em curso. Enquanto investigam, as autoridades devem garantir que o jornalista goze de segurança e protecção. A segurança de Rui Minja e de todos os jornalistas em Cabo Delgado, província militarizada devido ao conflito, e em Moçambique em geral, devem ser uma prioridade absoluta", acrescenta.
As ameaças contra o jornalista da TV Sucesso ocorrem depois do Ministério Público ter encerrado as investigações sobre a morte do jornalista da rádio comunitária de Palma, Ibraimo Mbaruco, supostamente capturado pelas FDS no dia 7 de Abril de 2020 quando regressava de mais uma jornada laboral. (Carta)
O candidato presidencial da Frelimo, Daniel Chapo, abre hoje (quarta-feira) a “frente” da província da Zambézia, depois de três dias de campanha eleitoral em Manica (cidade de Chimoio e distritos de Gondola, Manica, Machaze, Vanduzi, Sussundenga e Mossurize), onde a mensagem mais incisiva recaiu sobre a exploração dos recursos naturais em benefício pleno das comunidades locais, caso seja eleito Presidente da República, no dia 09 de Outubro.
“Aqui, em Manica, essas empresas que estão a explorar o nosso ouro, sujam a nossa água, não respeitam o nosso povo, os nossos jovens, vão ter que se preparar, porque estas empresas têm que saber que Moçambique é do povo”, atirou logo à entrada na província.
Daniel Chapo transporta a experiência dos Acordos de Desenvolvimento Local, que resultam de negociações, enquanto governador de Inhambane, com a sul-africana Sasol, para o aumento dos tectos do conteúdo local e responsabilidade social. Talvez, por isso, frisou que a mineração artesanal não é um problema, sendo necessário organizar a actividade e enquadrá-la na estrutura de exploração dos recursos naturais.
A mineração artesanal tem provocado conflitos entre as comunidades, autoridades governamentais e empresas exploradoras, chegando a envolver violência, o que gera sentimento de descontentamento, principalmente na camada jovem envolvida na actividade.
No distrito de Gondola, Chapo virou-se para a saúde. Prometeu construir um hospital distrital na vila do Inchope, um importante entroncamento rodoviário que conecta a EN1 à EN6, tendo acesso à Muxungue, Gorongosa, Chimoio e Beira. Disse ainda que vai apetrechar os centros de saúde do distrito com novos equipamentos, incluindo a instalação de blocos operatórios, além de suprir o défice de medicamentos.
Nos distritos de Sussundenga e Mossurize, aguardado por multidões, prometeu a construção de estradas rurais e pontes, assim como a expansão da rede eléctrica e a construção de mais escolas. Seguiu a mesma linha em Machaze, realçando que os problemas dos jovens (desemprego e habitação) fazem parte das suas prioridades.
A campanha, em Manica, terminou com um “shomício” na capital provincial, Chimoio, no qual Chapo prometeu reabrir a Textáfrica, uma fábrica têxtil de produção de vestuário paralisada desde o ano de 2002.
“Aqui, em Manica, temos a fábrica Textáfrica que está paralisada há vários anos. Levou cerca de quatro mil trabalhadores ao desemprego. O nosso objectivo para Manica é, dentre várias preocupações, resolver o problema da fábrica Textáfrica. Queremos ver a fábrica funcionar, dar emprego aos nossos jovens e contribuir para a economia da província e do país, em geral”, disse.
Manica tem 1.1 milhão de eleitores inscritos e é o sétimo maior círculo eleitoral do país.
Indivíduos desconhecidos queimaram seis casas na passada quinta-feira (29), na sede da localidade Sambene, no distrito de Mecufi, e outras duas no domingo (01), no bairro Meriha, na vila-sede do distrito de Chiúre, na zona sul da província de Cabo Delgado. Não houve vítimas mortais.
Fontes relataram à "Carta" que os incidentes ocorreram à noite. “As famílias ainda não têm abrigo seguro, para além de que os autores não foram identificados”, disse um residente em Mecufi-sede, anotando que o pouco que as famílias tinham foi destruído.
Um familiar de uma das vítimas disse que a situação é preocupante e agravou as dificuldades dos deslocados acolhidos em casas de familiares e conhecidos. A polícia ainda não se pronunciou sobre a ocorrência de incêndios nos distritos de Chiúre e Mecufi, mas uma fonte avançou que duas pessoas foram detidas por suspeita de queimar casas em Sambene.
Quanto aos casos de incêndio no distrito de Chiúre, as autoridades afirmam estar a trabalhar para identificar os autores. Refira-se que os casos de incêndio de casas em Mecufi e Chiúre acontecem numa altura em que a província de Cabo Delgado ainda regista ataques terroristas.
Lembre-se que no início deste ano, os insurgentes protagonizaram diversos ataques terroristas no distrito de Chiúre que, culminaram, entre outras acções, com a destruição de um centro de saúde, um mercado e diversas residências, para além de o grupo ter raptado dezenas de pessoas. (Carta)
Sobre o livro:
“Ensina-nos a teoria matemática que todo o acontecimento súbito e avassalador, a que chamamos catástrofe, não é mais do que o produto de incontáveis pequenas transformações passadas, e que todas as formas e seres, que julgamos fixos e permanentes no tempo, estão sujeitos a imprevisíveis variações futuras. De igual modo, neste seu romance de estreia, Rita Canas Mendes, com o olhar móvel da infância e da adolescência, percorre com humor e ironia os episódios, tristes, cómicos, trágicos e quotidianos, que constituem as vivências das várias gerações de uma família. Decorrido entre Lisboa e Cascais nas décadas de 1990 e 2000, com incursões pontuais pela Guerra Colonial, o norte de Portugal e a Euro Disney, Teoria das Catástrofes Elementares é um romance em estilhaços, um vitral de memórias, traumas e identidades que revisita a história recente do país, confirmando a autora como uma das vozes mais promissoras da nova literatura portuguesa.”
(04 de Setembro, às 17h30min no Centro Cultural Português)
Sobre o autor
Mélio Tinga nasceu na Cidade de Maputo, em 1994. Escreve prosa ficcional. Publicou “Objecto Oblíquo” (OitentaNoventa, 2022), “Marizza” (Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2021), “a engenharia da morte” (Moçambique, 2020 – edição da Caos e Letras, Brasil, 2021 – edição da Húmus, Portugal, 2021) e “O Voo dos Fantasmas” (Ethale Publishing, 1ª Edição, 2018 e 2ª Edição, 2022). Co-organizou dois volumes de “Contos e crónicas para ler em casa” (Literatas, 2020).
Foi vencedor do Prémio Literário Imprensa-Nacional Casa da Moeda/Eugénio Lisboa 2020 e do BLOG4DEV 2021 do Banco Mundial, finalista do Prémio 10 de Novembro 2019 e Prémio de Letras de Música SensaSons (2012).
(03 de Setembro, às 18h00 no Centro Cultural Português)
Sobre a exposição
"Horizontes partilhados e múltiplos olhares" é o nome escolhido para esta exposição colectiva que acolhe trabalhos de seis artistas moçambicanos. Esta mostra, tão diversificada, é o eco de várias vozes e pensamentos que nos desafiam e cativam.
Famós, Júlio Xirinda, Markos P`Fuka, Pekwia, Saranga e Titos Mucavele encontraram-se para dialogar e reflectir, partilhando horizontes, perspectivas, ensaios e novas técnicas que os levaram a procurar reunir em simultâneo as três grandes condições pictóricas num espaço único de exposição colectiva: as linhas, as formas e as cores.
Reconhecer a diversidade e o talento deste grupo de artistas de grande destaque e das suas várias expressões artísticas, valorizando suas contribuições individuais e colectivas, é o que a Fundação Fernando Leite Couto propõe a quem visita esta exposição.
(De 04 de Setembro à 04 de Outubro, na Fundação Fernando Leite Couto)
Moçambique regista nos últimos anos baixos níveis de industrialização e de robustez do sistema económico. Entre 2017 a 2023, o peso da indústria, principalmente, a manufactureira sobre o Produto Interno Bruto (PIB) reduziu de 8,6% para 7,1%, contra uma média de cerca de 12%, a nível da região da África Austral.
Para a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a queda da industrialização se deve a diversos factores, tais como a debilidade de infra-estruturas, altos custos de produção, elevada carga tributária, baixo acesso ao financiamento, entre outros.
A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) justifica a queda da industrialização com a deficiência na facilitação de negócios, desenvolvimento de infra-estrutura, tanto logística, quanto de comunicações e a falta de alinhamento da formação superior com as necessidades de produção.
Falando num seminário sobre industrialização, organizado durante a Feira Internacional de Maputo (FACIM), o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, disse que de acordo com um estudo feito pela organização, subordinado ao tema "Análise do Impacto da Dinâmica Intersectorial na Economia Moçambicana entre 2017-2023", os sectores tradicionais da economia tendem a ter crescimentos modestos, sendo mais crítico o caso da Indústria Transformadora, que teve uma tendência geral de declínio, com um registo de um crescimento de 0.2% em 2018 e -0.4% em 2023.
Dados partilhados pelo Representante da UNIDO em Moçambique, Jaime Comiche, indicam que a produção industrial total dividida por todos os cidadãos é de apenas 45 USD, contra dois mil USD recomendáveis. “Quer dizer que ainda temos um longo caminho a percorrer com vista a industrializar”, afirmou Comiche.
Para a CTA, a tendência de queda aliada à análise da interligação entre os sectores económicos revela, por um lado, um quadro de ausência de iniciativas robustas de aposta na industrialização dos sectores primários, como a agro-pecuária e a indústria manufactureira e, por outro, o crescimento do fosso de aceleração na indústria extractiva.
No capítulo das ligações empresariais, o Presidente da CTA indicou que, naquele período, foi preocupante constatar que a indústria extractiva mostrou interligações fracas, estimadas em menos de 2%, enquanto o sector da construção teve um impacto moderado em todos os sectores, estimado em 20%, excepto na logística.
O sector de transformação, porém, apresentou uma relação mista e fraca com os demais sectores, em média, abaixo dos 15%. Para reverter o cenário, a CTA propõe o lançamento de linhas de financiamento de 50 milhões de USD, com um foco para a indústria manufactureira, tal como anunciado pelo Banco Nacional de Investimento e Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) durante a FACIM; maior transparência e competitividade na distribuição de oportunidades (quota local); maior acesso e partilha de informações de oportunidades de negócios na indústria extractiva; e identificação e desenvolvimento de capacidades das cadeias de produção orientadas para os negócios, entre outros.
Já a UNIDO propõe que a incorporação da tecnologia de baixa complexidade na produção industrial, como as tecnologias, de informação e comunicação. O Representante da Organização defendeu também a necessidade de aumento de graduados nas áreas chave para o desenvolvimento da industrialização, como o caso de matemática e engenharias. (Evaristo Chilingue)