O partido Frelimo elege, entre os dias 31 de Maio corrente e 2 de Junho próximo, os seus cabeças-de-lista a Governador de Província. Os cabeças-de-lista a Governador Provincial serão eleitos em Sessões Extraordinárias dos Comités Provinciais, que deverão também escolher os candidatos a Membros das Assembleias Provinciais e os candidatos a deputados.
De acordo com a directiva eleitoral aprovada pelos “camaradas” na III Sessão Ordinária do Comité Central da Frelimo, este ano, os cabeças-de-lista a Governador Provincial não serão “impostos” pela Comissão Política, tal como aconteceu em 2019, mas serão eleitos numa disputa que deverá envolver até um máximo de três candidatos.
Até ao momento, continuam tímidas as movimentações nos bastidores com vista à ocupação do principal cargo a nível das 10 províncias com Governos Descentralizados, porém, informações postas em circulação apontam para a intromissão da Comissão Política na escolha dos candidatos a Governador Provincial, impondo a continuidade dos actuais Governadores eleitos, excepto Manuel Rodrigues, que deverá pagar por ter desafiado a liderança, em 2023, ao se recusar a liderar a lista do partido no poder para o Município de Nampula.
No entanto, nem todos os Governadores gozam de popularidade junto dos “camaradas” a nível das províncias. Pio Matos, da Zambézia, é um dos que não goza de boa popularidade, depois de ter rotulado Manuel de Araújo (Edil de Quelimane) de ser um indivíduo com mente colonizada, após solicitar intervenção estrangeira no processo eleitoral de 2023. A afirmação foi classificada como racista.
Pio Matos tem sido também tema de destaque em alguns jornais por alegada improbidade, nas últimas semanas, facto que piorou a sua imagem.
Manuel Tule, um outsider que se tornou Governador em Maputo, após a saída de Júlio Parruque para o Município da Matola, engrossa a lista dos “indesejáveis” para a próxima batalha eleitoral. Aliás, Manuel Tule não estava nas previsões da Frelimo para ocupar aquele cargo, mas o falhanço, em Janeiro, na revisão da Lei que regula a eleição dos Governadores Provinciais, abriu espaço para que o segundo da lista ocupasse o desejado trono provincial.
Entre os “camaradas” que podem ascender ao cargo de Governador de Província está Amosse Macamo, Secretário de Estado da província de Inhambane, que poderá substituir Daniel Chapo, primeiro governador eleito daquele ponto do país e próximo candidato presidencial da Frelimo.
Avelino Muchine, Primeiro Secretário da Frelimo, na província de Maputo, figura na lista dos que desejam tirar Manuel Tule do trono, tal como Gonçalves Jemusse, Primeiro Secretário da Frelimo em Tete, que figura na pole position para tirar Domingos Viola do poder.
Quanto aos candidatos ao Parlamento, são quase certas as quedas de Agostinho Vuma, em Gaza; Caifadine Manasse, na Zambézia; Gabriel Júnior, na Cidade de Maputo; e de Alberto Vaquina, em Nampula. Sublinhar que, neste capítulo, parte dos nomes serão impostos pela Comissão Política.
Refira-se que os últimos candidatos da Frelimo a Governador, deputado e membro das Assembleias Provinciais serão eleitos a oito dias do fim do prazo da entrega das candidaturas. Recorde-se que a entrega das candidaturas a Presidente da República, Deputado, Governador e Membro da Assembleia Provincial termina no próximo dia 10 de Junho. O MDM e a Renamo continuam no silêncio. (Carta)
As despesas militares africanas aumentaram 22% entre 2022 e 2023, com a República Democrática do Congo (RDC) a registar o maior aumento do seu orçamento militar a nível mundial, de 105%, à medida que o país luta contra múltiplas ameaças à segurança.
O Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), num novo relatório sobre as despesas militares mundiais, concluiu que a RDC registou o maior aumento percentual nas despesas militares, 105%, maior que a Ucrânia. Houve e continua a haver um conflito prolongado entre grupos armados governamentais e não estatais na RDC, com cerca de 200 milícias e grupos armados a operar na região, bem como rebeldes Red Tabara com o objectivo de desestabilizar o vizinho Burundi.
Em 2023, os gastos militares da RDC mais do que duplicaram, atingindo 794 milhões de dólares. O aumento de 2023 coincidiu com tensões crescentes com o Ruanda, um aumento nos confrontos com grupos armados não estatais e uma medida do governo para fortalecer as forças armadas da RDC, depois de ter exigido a retirada antecipada de uma missão de manutenção da paz das Nações Unidas no país.
A África do Sul emergiu como um fornecedor importante para a RDC, com a Paramount entregando 25 veículos blindados de transporte de pessoal, (APCs) Maatla à polícia da RDC em 2023, e 20 Mbombe 4 APCs aos militares da RDC no início de 2023. A República Democrática do Congo também vem adquirindo aeronaves da Paramount, além de seis plataformas de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR) Mwari.
No ano passado, descobriu-se que a RDC adquiriu nove veículos aéreos não tripulados (UAV) CH-4 da China Aerospace Science and Technology Corporation. Outras entregas recentes incluem 30 veículos blindados Calidus MCAV-20 dos Emirados Árabes Unidos, várias novas armas pequenas e leves de vários fornecedores e sete helicópteros usados OH-58 e UH-1H dos Estados Unidos.
A Africa Intelligence indicou no início de Maio que a RDC irá adquirir este ano 185 veículos blindados de transporte de pessoal Hizir da Katmerciler da Turquia, ao abrigo de um acordo de 75 milhões de dólares.
Os relatórios sugerem que o governo de Felix Tshisekedi aprovou um ambicioso plano de gastos militares, no valor de 3,5 mil milhões de dólares de 2022 a 2025, depois de as Nações Unidas terem aliviado o embargo de armas ao país em 2022. A RDC procura comprar armas a fornecedores de todo o mundo, desde da Indonésia à Rússia.
Despesas militares africanas atingem 51 mil milhões de dólares
No geral, os gastos militares africanos totalizaram 51,6 mil milhões de dólares em 2023, o que foi 22% superior ao de 2022 e 1,5% superior ao de 2014, informou o SIPRI.
O aumento em 2023 pode ser atribuído ao aumento de 20% nas despesas da Nigéria, o maior “gastador” militar da sub-região e aos aumentos notáveis nas despesas de vários outros países, incluindo a RDC e o Sudão do Sul.
Os gastos militares da Nigéria foram de 3,2 mil milhões de dólares em 2023. Isto incluiu um orçamento suplementar que aumentou o orçamento militar regular em mais 34%. O mais recente aumento nas despesas militares nigerianas surge no contexto de numerosos desafios de segurança contínuos. O Sudão do Sul registou o segundo maior aumento percentual nos gastos militares a nível mundial em 2023. Os seus gastos aumentaram 78% para atingir 1,1 mil milhões de dólares, após um aumento de 108% em 2022. O crescimento dos gastos pode ser atribuído à escalada da violência interna e aos desafios de segurança que se espalharam pela guerra civil no vizinho Sudão, observou o SIPRI.
Com 28,5 mil milhões de dólares em 2023, as despesas militares dos países do Norte de África aumentaram 38% em relação a 2022 e 41% em relação a 2014. A Argélia e Marrocos são de longe os maiores “gastadores” na sub-região, representando em conjunto 82% das despesas militares do Norte de África em 2023.
Os gastos militares da Argélia cresceram 76%, atingindo 18,3 mil milhões de dólares. Este foi o nível de despesa mais elevado alguma vez registado pela Argélia e o maior aumento anual nas suas despesas desde 1974.
O aumento foi facilitado por um aumento acentuado nas receitas provenientes das exportações de gás para países da Europa à medida que se afastavam do fornecimento russo. Em contraste, os gastos militares de Marrocos diminuíram pelo segundo ano consecutivo. Caiu 2,5% em 2023, para US$ 5,2 biliões.
As despesas militares na África Subsariana atingiram 23,1 mil milhões de dólares em 2023, o que foi 8,9% superior ao de 2022, mas 22% inferior ao de 2014.
Os gastos militares globais continuam a aumentar
O SIPRI informou que as despesas militares mundiais aumentaram em 2023, pelo nono ano consecutivo, para um máximo histórico de 2 443 mil milhões de dólares, à medida que a guerra, o aumento das tensões e a insegurança se manifestam em várias partes do mundo.
“O aumento sem precedentes das despesas militares é uma resposta directa à deterioração global da paz e da segurança. Os Estados estão a dar prioridade à força militar, mas correm o risco de uma espiral de acção-reacção num cenário geopolítico e de segurança cada vez mais volátil”, disse Nan Tian, investigador sénior do Programa de Despesas Militares e Produção de Armas do SIPRI, coincidindo com a divulgação de novos dados sobre os gastos militares globais. (Defence web)
O antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano, disse ontem (23) em Maputo que, na vigência do Presidente Kabila, na República Democrática do Congo (RDC), Moçambique foi sempre o elo de reconciliação daquele país. Por isso, não encontra fundamentos da ligação entre indivíduos que por via armada tentaram recentemente depor o actual Chefe de Estado da RDC.
Chissano disse não haver nenhuma ligação entre Moçambique e o General Alberto Chipande em relação à atitude daqueles indivíduos. “O facto de as pessoas terem passado pelo nosso país ou ter residência não implica necessariamente um relacionamento com esse golpe de Estado”, disse Chissano.
A reacção do antigo presidente surge na sequência dos rumores que associam o antigo ministro da Defesa Nacional, o General Alberto Chipande, e o grupo que, por via armada, tentou promover o golpe de Estado na República do Congo.
“Muitos que andam por aí são aqueles terroristas que estão a atacar Moçambique e que vêm de outros países, mas esses países não têm nada a ver. Vimos que é preciso uma investigação das nossas autoridades”, disse.
Disse ainda que as autoridades estão disponíveis para fazer a investigação de modo a compreender a génese da tentativa de golpe de Estado. “A RDC tem um grande significado, trabalhei durante vários meses para criar condições de paz e garantir a continuidade do processo democrático naquele país”. (AIM)
O antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano, disse ontem (23) em Maputo que, na vigência do Presidente Kabila, na República Democrática do Congo (RDC), Moçambique foi sempre o elo de reconciliação daquele país. Por isso, não encontra fundamentos da ligação entre indivíduos que por via armada tentaram recentemente depor o actual Chefe de Estado da RDC.
Chissano disse não haver nenhuma ligação entre Moçambique e o General Alberto Chipande em relação à atitude daqueles indivíduos. “O facto de as pessoas terem passado pelo nosso país ou ter residência não implica necessariamente um relacionamento com esse golpe de Estado”, disse Chissano.
A reacção do antigo presidente surge na sequência dos rumores que associam o antigo ministro da Defesa Nacional, o General Alberto Chipande, e o grupo que, por via armada, tentou promover o golpe de Estado na República do Congo.
“Muitos que andam por aí são aqueles terroristas que estão a atacar Moçambique e que vêm de outros países, mas esses países não têm nada a ver. Vimos que é preciso uma investigação das nossas autoridades”, disse.
Disse ainda que as autoridades estão disponíveis para fazer a investigação de modo a compreender a génese da tentativa de golpe de Estado. “A RDC tem um grande significado, trabalhei durante vários meses para criar condições de paz e garantir a continuidade do processo democrático naquele país”. (AIM)
O antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano, disse ontem (23) em Maputo que, na vigência do Presidente Kabila, na República Democrática do Congo (RDC), Moçambique foi sempre o elo de reconciliação daquele país. Por isso, não encontra fundamentos da ligação entre indivíduos que por via armada tentaram recentemente depor o actual Chefe de Estado da RDC.
Chissano disse não haver nenhuma ligação entre Moçambique e o General Alberto Chipande em relação à atitude daqueles indivíduos. “O facto de as pessoas terem passado pelo nosso país ou ter residência não implica necessariamente um relacionamento com esse golpe de Estado”, disse Chissano.
A reacção do antigo presidente surge na sequência dos rumores que associam o antigo ministro da Defesa Nacional, o General Alberto Chipande, e o grupo que, por via armada, tentou promover o golpe de Estado na República do Congo.
“Muitos que andam por aí são aqueles terroristas que estão a atacar Moçambique e que vêm de outros países, mas esses países não têm nada a ver. Vimos que é preciso uma investigação das nossas autoridades”, disse.
Disse ainda que as autoridades estão disponíveis para fazer a investigação de modo a compreender a génese da tentativa de golpe de Estado. “A RDC tem um grande significado, trabalhei durante vários meses para criar condições de paz e garantir a continuidade do processo democrático naquele país”. (AIM)
As obras de reabilitação da Estrada Nacional Número Um (EN1) já arrancaram com o início do levantamento de dados no terreno e, ainda no presente ano, as obras físicas iniciarão depois de estarem concluídos todos os processos de procurement e mobilização de equipamentos por parte dos empreiteiros, assegura o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita.
Neste momento, estão a ser preparados os documentos do concurso para a selecção dos empreiteiros e fiscais, que deve ser lançado nas próximas duas semanas e que vai durar 45 dias. Posteriormente, seguir-se-á a fase de avaliação das propostas dos concorrentes.
"Temos dois consultores que estão no País há cerca de um ano, e que fizeram todo o trabalho preliminar e levantamento de dados, tais como a contagem do tráfego, análise de tipologia e geometria da estrada, testes geofísicos e geotécnicos, análises laboratoriais, entre outros. Está tudo pronto e estes documentos foram-nos entregues semana passada. O primeiro esboço do documento do concurso já foi concluído, coordenamos com o Banco Mundial, que se mostrou confortável. Portanto, dentro de duas semanas vai-se lançar o concurso e penso que até finais de Outubro ou Novembro vamos arrancar com as obras físicas", explica o governante.
A observância destas, acrescenta Carlos Mesquita, visa garantir que a infra-estrutura responda aos mais altos padrões de qualidade e segurança rodoviária, o que concorre para uma maior longevidade, daí que apela à calma e compreensão por parte dos utentes.
"Uma obra não se resume em colocar as máquinas no terreno. É preciso respeitar todo o processo de planificação, identificação dos materiais a serem usados em função dos locais por onde a estrada vai passar, entre outras fases. Depois elabora-se o projecto e os documentos do concurso, selecciona-se e contrata-se o empreiteiro. Todo este processo já iniciou e a construção efectiva da estrada vai arrancar entre finais de Outubro ou Novembro. Ou seja, podemos não ver as máquinas, mas o processo relativo à reabilitação da EN1 já iniciou", sublinha.
Carlos Mesquita falava, terça-feira, 21 de Maio, na cidade de Maputo, na cerimónia de abertura da IX Conferência Africana de Transferência de Tecnologia dos Transportes, organizada pela Associação das Agências Rodoviárias Nacionais da África Austral (ASANRA), de que o nosso País é membro.
Moçambique assume a presidência rotativa desta organização, através da Administração Nacional de Estradas, e vai dirigir a organização no biénio 2024-2026. Na ocasião, o presidente da ASANRA, Elias Paulo, que também é director-geral da ANE, disse esperar que "a conferência encontre soluções aos desafios do sector de estradas na região".
Importa realçar que, durante o evento, que decorre sob o lema "Construindo Infraestruturas de Transporte Resilientes para o Desenvolvimento Social e Económico em África" e que termina na próxima sexta-feira, 24 de Maio, serão discutidos diversos temas de interesse nacional e regional, tais como sistemas integrados de transportes, infra-estruturas de transporte resilientes e sustentáveis, preservação dos activos rodoviários e respectivo financiamento, acessibilidade e transporte rural eficiente, entre outros. (Carta)