A terceira vaga da Covid-19 continua a não dar tréguas à sociedade moçambicana. No último fim-de-semana, 61 pessoas perderam a vida, em todo o país, tornando-se no fim-de-semana mais enlutado desde a eclosão da pandemia.
Dos óbitos anunciados pelas autoridades da saúde, 18 foram comunicados na sexta-feira, 24 no sábado e 19 neste domingo. Assim, Moçambique contabiliza um cumulativo de 1.118 vítimas mortais, causadas pela pandemia.
Ainda no último fim-de-semana, as autoridades da saúde reportaram a infecção, pelo novo coronavírus, de mais 4.679 pessoas, aumentando para 99.412 o total de casos positivos registados no país. Dos infectados, 1.394 foram anunciados na sexta-feira, 2.025 no sábado e ontem foram anunciados 1.260. Sublinhe-se que, no sábado, o país bateu o recorde das novas infecções, desde a eclosão da pandemia no país.
Entretanto, apenas 1.798 pacientes recuperaram da doença, subindo para 76.716 (77.2%) o total de pessoas curadas da Covid-19, em Moçambique.
Neste momento, o país conta com 21.574 casos activos do novo coronavírus, dos quais 12.550 estão na cidade de Maputo, 2.324 na província de Tete e 3.117 na província de Maputo.
Das pessoas ainda infectadas pelo novo coronavírus, 481 estão internadas, dos quais 331 estão na capital do país. Refira-se que, de sexta para domingo, as autoridades da saúde hospitalizaram 261 pacientes devido à Covid-19. (Marta Afonso)
O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) deteve três funcionários do Hospital Central de Nampula (HCN), indiciados de terem vendido sangue à família de um paciente internado naquela unidade sanitária.
Os três indiciados são enfermeiros, sendo que um está afecto a uma das enfermarias do HCN, outro ao Banco de Socorros e o terceiro à Cirurgia II, onde está internado o paciente a quem foi vendido o líquido vital. Aliás, o terceiro membro da “quadrilha” é estudante finalista de Medicina do Instituto Superior de Ciências de Saúde.
Segundo Enina Tsinine, porta-voz do SERNIC em Nampula, os indiciados foram detidos na quarta-feira da semana passada, graças a denúncias que recebia desde princípios de Janeiro último.
À comunicação social, Tsinine revelou que o estudante finalista de Medicina é que foi o ponta-de-lança do “negócio”. Conta que o indivíduo terá contactado um seu colega para facilitar o processo de aquisição de sangue para o paciente, uma vez que o Banco de Sangue daquela unidade sanitária dizia não dispor daquele líquido. Pela “gentileza”, a família ia pagar 1.500,00 Meticais.
Entretanto, no dia em que ia receber o valor da “bolada”, o enfermeiro da Cirurgia II do HCN foi detido em flagrante delito pelos agentes do SERNIC. Após o primeiro interrogatório, o indivíduo denunciou os restantes membros da quadrilha.
Aos jornalistas, o estudante finalista admitiu o seu envolvimento no negócio, mas garantiu que apenas queria facilitar a família do paciente a ter acesso ao sangue.
Já o Director Clínico do HCN, Anselmo Vilanculos, condenou o acto e revelou que, para além da responsabilização criminal, os três funcionários serão alvos de processos disciplinares. (Carta)
Dezanove granadas e uma quantidade não especificada de munições foram encontradas na última quarta-feira, numa residência em construção no bairro da Machava Socimol, no Município da Matola, província de Maputo.
O material bélico estava enterrado e foi encontrado por um grupo de pedreiros, que fazia escavações naquele local para erguer a referida residência.
Os artefactos foram removidos esta quinta-feira por uma brigada constituída por agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) e militares.
Segundo as autoridades, os engenhos explosivos encontrados são obsoletos. Sublinharam ainda a necessidade de se fazer um trabalho de rastreio de outros artefactos, tendo em conta que, há alguns anos, a área foi palco de actividades militares.
Refira-se que mais de 10 crianças já perderam a vida e outras ficaram feridas nas províncias de Manica e Zambézia, devido aos engenhos explosivos encontrados em locais habitacionais. (O.O.)
A Nova Democracia (ND), uma das novas forças políticas da sociedade moçambicana, saúda a intervenção militar da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) no combate aos ataques terroristas na província de Cabo Delgado, porém, critica a escolha do Ruanda, como parceira bilateral do país neste desafio.
Segundo a ND, a intervenção militar da SADC tem fundamentos históricos e culturais, porém, a escolha do Ruanda transmite uma “mensagem forte de desconcerto de posições e desconforto diplomático com os Estados vizinhos”.
“É aceitável a intervenção da SADC, União Africana e Nações Unidas. Mas é estranho o envolvimento do Ruanda sem consulta nacional às forças activas da sociedade, nem mesmo ao Conselho de Estado, Parlamento e sem nenhuma comunicação à Nação”, sublinha a fonte.
Para a ND, com esta opção, o país dá um passo para trás na relação com os seus vizinhos, sobretudo, com aqueles com quem partilha fronteiras e recursos, nomeadamente, Malawi, Zimbabwe, Tanzânia e África do Sul.
“Porquê Ruanda? A que preço? Quem paga? (…) Porquê escolher um país cujo regime cria problemas nos Grandes Lagos e que persegue opositores e activistas por toda a África?”, questiona aquele partido político, defendendo que estamos perante uma reiterada violação dos comandos normativos da nação. (Carta)
Já está em liberdade o empresário Momade Rassul Abdul Rahim, detido semana finda por agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) acusado de ter burlado um fornecedor, após emitir cheque sem fundo para pagar dívidas a este.
A soltura daquele empresário baseado na cidade de Nampula, capital da província com mesmo nome, foi determinada na passada terça-feira pelo Tribunal Judicial da Província de Nampula, mediante pagamento de caução.
Aquando da sua detenção, Rassul disse ter emitido aquele cheque porque não tinha dinheiro e o fornecedor não aceitava as justificações do empresário.
Refira-se, entretanto, que esta não é a primeira vez que aquele empresário é chamado ao Tribunal. Em 2019, foi absolvido dos crimes de branqueamento de capitais, fraude fiscal, contrabando e enriquecimento ilícito.
Ainda em 2019, o Tribunal Judicial da Província de Nampula condenou Momade Rassul à perda da sua unidade fabril de produção de óleo, denominada S&S Refinarias de Óleos, Lda., sediada na cidade de Nacala-Porto, a favor da Set Way Industries, Lda., sediada em Hong Kong, na China, devido a uma dívida de cerca de 1,5 bilião de Meticais. (O.O.)
A Escola da Comunidade Mahometana, uma instituição privada localizada na cidade Maputo, fechou as portas e suspendeu as aulas presenciais por um período de duas semanas, a contar a partir desta quarta-feira (14 de Julho) por conta da eclosão da Covid-19 naquele estabelecimento de ensino.
Informações avançadas à “Carta” pelo Director da Escola, Fernando Mafumo, indicam que, até esta quarta-feira, nove alunos tinham testado positivo para o novo coronavírus.
“A escola não está encerrada na totalidade, mas sim de forma parcial para criar melhores condições daquelas que já tínhamos. Fechamos as portas como medida cautelar e os alunos encontram-se em casa a ter aulas via zoom e, quando regressarem, passarão a ter aulas no regime híbrido (presenciais e via online em dias alternados). Neste momento, está a decorrer ainda dentro da comunidade a campanha de vacinação dos professores e funcionários da escola para garantir a segurança dos alunos”, explicou a fonte.
Segundo Mafumo, todos os casos diagnosticados encontram-se a cumprir com o protocolo sanitário nas suas casas e, regularmente, os alunos são contactados para se saber do seu estado clínico.
“Temos contactado ainda outros alunos, quando se ausentam das aulas e temos constatado que os mesmos acabam ficando em casa por conta de alguns parentes próximos que têm testado positivo”, disse o Director.
Refira-se que esta não é a única escola encerrada no país, devido à pandemia do novo coronavírus. No passado dia 30 de Junho, o Instituto Superior Politécnico de Songo, uma instituição pública de ensino superior localizada na vila de Songo, distrito de Cahora Bassa, província de Tete, suspendeu as aulas presenciais por um período de 32 dias devido à eclosão da Covid-19. (Marta Afonso)