Três corpos foram encontrados na manhã da última segunda-feira, nos arredores da vila municipal de Metangula, sede do distrito de Lago, na província do Niassa. Segundo a Rádio Moçambique, citando fontes locais, as vítimas, todas do sexo masculino, apresentavam sinais de tortura, tendo em conta que as caras estavam vedadas. Os corpos foram encontrados por um grupo de mulheres que se deslocava à floresta em busca do combustível lenhoso.
À Rádio Moçambique, as fontes contaram não se tratar do primeiro caso. Garantiram que, há dias, uma mulher foi raptada e violada por desconhecidos na mesma região. Entretanto, a Polícia diz ainda estar a investigar os dois casos. Os autores ainda são conhecidos e muito menos as suas motivações.
Lembre-se que, em Maio deste ano, dois supostos terroristas foram detidos naquela região do país. (O.O.)
Seis dias depois da última comunicação à Nação, proferida pelo Chefe de Estado no âmbito do Estado de Calamidades, o sector de transportes ainda não apresentou as medidas a serem implementadas nos transportes públicos de passageiros, com vista a conter a propagação do novo coronavírus.
Lembre-se que, na sua última comunicação, Filipe Jacinto Nyusi deixou para o Ministério dos Transportes e Comunicações, a responsabilidade de elaborar medidas a serem adoptadas para reduzir a superlotação dos autocarros, assim como as enchentes nas paragens e terminais de passageiros.
Entretanto, reunido nesta terça-feira em mais uma Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, o Governo, que decidiu fechar escolas, igrejas e ginásios passou por cima do assunto.
Na conferência de imprensa concedida no final da sessão, o porta-voz do Governo disse apenas não haver outro caminho a seguir, senão a aquisição de meios. “Não há outro caminho a ser seguido, senão a aquisição de novos meios. É um assunto que tem sido estruturado pelo Governo. Ainda não são suficientes os meios, mas há um trabalho que está a ser feito para que se resolva o problema”, disse Filimão Suazi.
Os próximos autocarros, de acordo com as informações partilhadas em Janeiro último pela Agência Metropolitana de Transportes de Maputo (AMT), instituição responsável pela planificação e gestão do sistema integrado de transportes nos municípios de Maputo, Matola e distritos de Boane e Marracuene, na província de Maputo, estarão no país em Agosto próximo.
Ou seja, a depender dos novos autocarros, só em Agosto é que o Governo irá apresentar medidas de combate à Covid-19 nos transportes públicos de passageiros. Até esta terça-feira, os autocarros continuavam superlotados e as paragens permaneciam abarrotadas.
Refira-se que, em Abril de 2020, durante a vigência o primeiro Estado de Emergência, o Governo chegou a determinar o transporte de apenas um terço da capacidade de lotação de cada transporte, facto que levou à escassez e paralisação dos transportes. Uma semana depois reviu a sua posição, tendo determinado o transporte de passageiros, obedecendo o limite da lotação de cada viatura. (Carta)
A iniciativa de expansão e distribuição de vacinas contra a covid-19 em África (ECOVA) vai realizar dois ensaios clínicos da vacina chinesa da Sinopharm em Moçambique, para avaliar a eficácia da BBIBP-CorV contra novas variantes, foi ontem divulgado.
Os ensaios clínicos, que começarão em breve na Beira e Maputo, serão liderados pelo Instituto Nacional de Saúde (INS) de Moçambique em colaboração com o Instituto Internacional de Vacinas (IVI, na sigla em inglês), divulgou a Coligação para a Inovação na Preparação para Epidemias (Cepi) em comunicado.
Os primeiros resultados provisórios são esperados antes do final de 2021 e os participantes nos testes serão acompanhados por dois anos para recolher dados importantes a longo prazo sobre a vacina, pode ler-se.
No estudo da fase 3, será avaliada “a segurança e eficácia do BBIBP-CorV contra variantes circulantes localmente em adultos saudáveis”.
“Este será o primeiro ensaio desta vacina em uma população africana e contra os estas variantes prevalentes em grande parte do sul da África. O ensaio também avaliará a segurança e imunogenicidade da vacina em indivíduos infetados pelo HIV, o que pode ampliar a indicação da vacina para uso nessa população. Além disso, irá investigar o potencial de co-administração de BBIBP-CorV com vacinas contra a gripe sazonal”, destaca ainda.
Já o ensaio combinado da fase 2 irá avaliar “a segurança e imunogenicidade de esquemas mistos de BBIBP-CorV e vacina da AstraZeneca”.
“O ensaio irá investigar o potencial de administração de duas vacinas diferentes que provavelmente terão um papel significativo no lançamento de vacinas na África, o que poderia trazer maior flexibilidade às campanhas de vacinação em momentos de fornecimento incerto ou flutuante”, salientou ainda o Cepi.
Segundo a nota de imprensa, este novo programa de ensaios clínicos visa expandir o acesso às vacinas contra a covid-19 em África.
“A Cepi fornecerá financiamento até 12,7 milhões de dólares [cerca de 10,8 milhões de euros] para o consórcio ECOVA liderado pelo IVI realizar ensaios clínicos da vacina BBIBP-CorV da Sinopharm”, realçou.
Até 170 milhões de doses da BBIBP-CorV vão ser distribuídas, segundo um acordo anunciado em 12 de julho, sendo que a vacina já se encontra a ser implementada em mais de 50 países em todo o mundo.
“No entanto, não houve ensaios clínicos da BBIBP-CorV em populações africanas ou contra as variantes preocupantes que circulam na África Austral. (…) Todos os resultados gerados pelo ECOVA serão disponibilizados em código aberto para informar as organizações e decisores políticos sobre o uso da BBIBP-CorV em programas nacionais de imunização”, destacou ainda.
“Apenas alguns ensaios clínicos de vacinas contra a covid-19 foram realizados na África Subsaariana. Mas para que as vacinas tenham um impacto máximo, estas devem ser avaliadas nas populações que as vão receber”, salientou o diretor executivo do Cepi, Richard Hatchett, citado no comunicado.
Já o diretor geral do INS de Moçambique, Ilesh V. Jani, sublinhou que este é um “importante estudo para avaliar a eficácia das vacinas contra novas variantes preocupantes, particularmente as variantes Beta e Delta, que agora respondem pela maioria das infeções em nossa região”.
O consórcio ECOVA é liderado pelo IVI, e trabalha em parceria com o Instituto Nacional de Saúde (INS) de Moçambique, o Centro Internacional para Pesquisa de Doenças Diarreicas do Bangladesh, a Universidade de Heidelberg, na Alemanha, Universidade de Harvard, nos EUA e a Universidade de Antananarivo em Madagáscar.
O ECOVA é o segundo programa a ser financiado com o foco em suprir as atuais lacunas no conhecimento cientifico sobre o desempenho da vacina, a curto e a longo prazo, para expandir o acesso às vacinas contra a covid-19 como parte de uma ação global de vacinação.
Entre as lacunas identificadas, estão a segurança e eficácia das vacinas em mulheres grávidas, bebés e crianças e populações imunodepressivas, bem como estudos sobre doses de reforço, duração da eficácia da vacina, estratégias de combinações de tipos de vacina ou intervalos das dosagens. (Lusa)
O número de mortes na África do Sul subiu para 215 em resultado dos recentes tumultos e pilhagens em que mais de 3.400 pessoas foram detidas, anunciou ontem a Presidência da República sul-africana.
“Houve mais três mortes relatadas na província de KwaZulu-Natal (Leste), o que elevou o número de vítimas para 215 como resultado dos protestos”, disse, em conferência de imprensa, a ministra na presidência Khumbudzo Ntshavheni.
A ministra sul-africana referiu que a situação “estabilizou” na província do litoral do país, vizinha a Moçambique, e também em Gauteng, “não havendo registo de novos incidentes de pilhagem”, frisou.
“Os caminhos de ferro, assim como os portos de Durban e Richards Bay, encontram-se operacionais e foram reatadas as operações de exportação, nomeadamente do setor de citrinos”, declarou.
A ministra explicou que na província de KwaZulu-Natal, o reabastecimento alimentar nos centros comerciais que foram totalmente vandalizados, obrigando os residentes a deslocarem-se às cidades mais próximas, foi reatado a partir de Gauteng e dos portos.
Khumbudzo Ntshavheni salientou que o Governo está ainda focado na recuperação económica “total” do país.
“Os ministros do grupo de trabalho sobre a Economia, estão a considerar intervenções que vão assegurar que os pequenos negócios afetados possam reatar a sua atividade em simultâneo com os grandes negócios” afirmou.
No balanço de ontem à imprensa, a ministra divulgou que as autoridades prenderam mais seis indivíduos, supostamente instigadores dos recentes distúrbios violentos e saques que devastaram o país durante oito dias.
“Temos mais seis dos principais instigadores e, entre os que estão presos, três suspeitos já compareceram em tribunal, mas foram detidos sob custódia policial para audiências de fiança no final da semana”, explicou Ntshavheni.
A ministra reiterou ainda que “a posição do Governo, tal como foi articulada pelo Presidente da República, é de que houve uma tentativa de insurreição no país e essa perspetiva baseia-se em reuniões do Conselho de Segurança Nacional, que é presidido pelo Presidente e é também informado pelos comandantes militares e de outras agências de segurança”.
Na sua comunicação ao país, na sexta-feira, o Presidente Cyril Ramaphosa adiantou que os tumultos e saques foram “instigados, planeados e coordenados”.
Estima-se que vivam cerca de 450.000 portugueses e lusodescendentes na África do Sul, dos quais pelo menos 200 mil em Joanesburgo e Gauteng e 20.000 no KwaZulu-Natal, as regiões do país mais afetadas, mas, segundo os conselheiros da diáspora madeirense no país e o Governo, não há cidadãos nacionais entre as vítimas. (Lusa)
Oitenta (80) professores, provenientes de diversos pontos do país, foram expulsos, semana finda, no distrito de Mecanhelas, província do Niassa, supostamente, por terem sido admitidos ilegalmente no sector.
Segundo as autoridades da educação, na província do Niassa, durante o processo de admissão, os 80 professores não cumpriram alguns requisitos administrativos.
Entretanto, o grupo fala de uma decisão “injusta” e que está “surpreendido” com a decisão tomada pela Direcção Provincial da Educação do Niassa. Aliás, os lesados revelaram que trabalharam dois meses sem receber os seus ordenados, porém, eram informados de que a situação estava controlada.
Refira-se que a contratação ilegal de professores é uma prática já enraizada na sociedade moçambicana, havendo redes de venda de vagas, sobretudo para o ensino primário. (O.O.)
Apesar de sucessivas prorrogações do prazo de vacinação, até este domingo, 23.651 pessoas ainda não tinham tomado a segunda dose da vacina contra Covid-19, em todo o país. As informações foram avançadas esta segunda-feira, pela Directora Nacional Adjunta de Saúde Pública, Benigna Matsinhe, em conferência de imprensa de actualização da situação da pandemia no país.
De acordo com a fonte, nesta segunda fase de vacinação, 240.913 pessoas aderiram ao processo, tomando a primeira dose, porém, apenas 217.362 é que regressaram aos postos de vacinação para completar a imunização, tendo faltado 23.651 cidadãos, que são aguardados até esta terça-feira.
“Vamos continuar a monitorar até esta terça-feira, que é o último dia, para ver se conseguimos completar esses que estão a faltar”, afirmou Matsinhe, sublinhando: “se as pessoas não comparecerem até hoje, dia 20, vamos iniciar um novo processo de vacinação”.
Segundo Benigna Matsinhe, a próxima campanha de vacinação será em massa, de modo a se abranger mais pessoas, com maior destaque para doentes crónicos.
Refira-se que, esta segunda-feira, as autoridades anunciaram mais 1.373 novos casos do novo coronavírus, 20 óbitos e 54 novos internamentos. Assim, o país conta com um cumulativo de 100.416 casos, 1.130 mortes e 76.839 recuperados. Neste momento, 22.804 encontram-se infectadas, das quais 481 estão hospitalizadas devido à Covid-19. (Marta Afonso)