Os anos passam, mudam-se os gestores, mas não muda o comportamento criminoso que impera na gestão da coisa pública. Segundo o Inspector-geral das Obras Públicas, Daniel Baloi, sete dos 12 projectos de manutenção de estradas na província de Gaza, sul do país, apresentam graves problemas, sendo que algumas obras se encontram abandonadas, apesar de supostamente o empreiteiro ter recebido o dinheiro para a execução das obras.
Falando à imprensa nesta quarta-feira, no final das actividades de inspecção realizadas naquele ponto do país, Baloi afirmou que as referidas obras apresentam qualidade das obras; fraca fiscalização; e fraca capacidade técnica. Aliás, a fonte diz haver empreiteiros que alegadamente enganaram o Estado, ao apresentar um certo projecto para depois executar outro.
“No terreno é notório que o conteúdo da proposta do empreiteiro não é o mesmo apresentado no projecto e alguns empreiteiros usam alvarás de classes elevadas sem condições”, disse Baloi, sem explicar as razões, sendo o Ministério da Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos a entidade responsável pela inspecção e fiscalização de obras públicas e por aferir as condições técnicas, financeiras e legais dos intervenientes na indústria de construção.
Sem avançar o número de obras abandonadas e a sua respectiva localização, Baloi afirmou que grande parte das estradas encontra-se no norte da província de Gaza. Disse, por exemplo, que a estrada Donga/Dindiza, no distrito de Chigubo, apresenta uma péssima qualidade.
A fonte entende que a Administração Nacional de Estradas (ANE), a nível daquela província, devia ter “supervisionado mais as obras para saber, de facto, o que estava a acontecer no terreno”, mas não avança se haverá responsabilização.
Refira-se que o abandono de obras públicas, com destaque para estradas, escolas e hospitais, não é novo no país, porém, o Ministério que zela pelo sector também continua a assobiar ao lado contra um crime que vai lesando o Estado em milhões de USD. (Marta Afonso)
Moçambique registou mais 26 mortes devido a covid-19 e 2.460 infetados pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, anunciou ontem o Ministério da Saúde. As vítimas mortais tinham idades entre 18 e 90 anos, referiu o Ministério num boletim de atualização de dados sobre a covid-19.
Moçambique eleva o número de óbitos por covid-19 para 1.367 e o de casos para 115.886, dos quais 74% recuperados da doença. O país tem 28.092 casos activos, 484 dos quais estão internados.
Desde março do último ano, um total de 719.934 casos suspeitos foram testados em Moçambique, dos quais 6.973 nas últimas 24 horas.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.179.675 mortos em todo o mundo, entre mais de 195,2 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru. (Lusa)
Peter Hendrick Vrooman, actual Embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) no Ruanda, será o novo Embaixador norte-americano em Moçambique. A nomeação foi feita na última terça-feira, pelo Presidente norte-americano, Joe Biden.
Membro de carreira do Serviço de Relações Exteriores Sênior (classe de Ministro-Conselheiro), Vrooman irá substituir Dennis Walter Hearne, que ocupa o cargo desde 2019.
De acordo com a nota de imprensa enviada à “Carta”, Vrooman serviu recentemente como Encarregado de Negócios e Chefe Adjunto da Missão da Embaixada dos Estados Unidos em Addis Abeba, na Etiópia.
Antes disso, refere a nota, o novo Embaixador norte-americano em Moçambique actuou como porta-voz da Embaixada dos Estados Unidos em Nova Delhi, na Índia; Director para o Iraque na equipe do Conselho de Segurança Nacional em Washington, D.C.; e Conselheiro Político Adjunto em Tel Aviv (Israel) e na Missão dos EUA nas Nações Unidas. Também trabalhou nas embaixadas dos EUA em Bagdad (Iraque), Beirute (Líbano) e Djibouti, bem como no Escritório de Ligação dos EUA em Mogadíscio (Somália).
Em Washington, ele foi oficial de vigilância no Centro de Operações do Departamento de Estado e oficial de escritório para a Argélia no Bureau de Assuntos do Oriente Próximo.
Nascido em Nova York, o Embaixador Vrooman formou-se no Harvard College com um B.A. em Estudos Sociais e obteve um M.S. Mestre em Estratégia de Recursos Nacionais pelo Colégio Industrial das Forças Armadas da National Defense University, agora conhecido como Eisenhower School for National Security and Resource Strategy. Antes de ingressar no Serviço de Relações Exteriores, trabalhou como assistente especial do presidente da Universidade Americana no Cairo. (Carta)
A Procuradoria-Geral da República, a nível da província de Cabo Delgado, recuperou mais três contentores de madeira, dos 10 que ainda estavam em falta. A mercadoria, lembre-se, faz parte de um grupo de 76 contentores apreendidos pelas autoridades e que foram exportados ilegalmente para a República Popular da China.
Segundo a representante da PGR, em Cabo Delgado, agora está em curso o processo de recuperação dos outros sete contentores, retirados do Porto de Pemba, em Janeiro passado. A fonte garantiu que os sete contentores já foram localizados e que chegarão ao país a qualquer momento.
De acordo com as autoridades, entre a madeira recuperada, está a da espécie umbila esquadriada, sendo que nos 66 contentores anteriormente recuperados estavam mil metros cúbicos de madeira não serrada das espécies jambirre e umbila.
Refira-se que, na sequência do desaparecimento dos 76 contentores de madeira, a Procuradoria-Geral da República anunciou, semana finda, a constituição de nove arguidos, entre eles, seis funcionários da Autoridade Tributária de Moçambique e um cidadão chinês. A madeira havia sido apreendida em Agosto de 2020, num lote constituído por 102 contentores. (O.O.)
A notícia já devia ser do conhecimento público, entretanto, devido ao “secretismo” que marca o julgamento do ex-autarca da Cidade de Pemba, Tagir Assamo Carimo, só ontem soubemos que o colectivo de juízes da 4ª Secção Criminal do Tribunal Judicial da Província de Cabo Delgado adiou para o próximo mês de Agosto a leitura da sentença do ex-Presidente do Conselho Municipal da capital provincial de Cabo Delgado.
A leitura da sentença do julgamento de Tagir Carimo tinha sido agendada para o passado dia 23 de Julho, porém, foi adiada para o próximo mês de Agosto, não havendo ainda data exacta para tal. Também são desconhecidas as razões que levaram ao adiamento da sessão.
Tagir Carimo é acusado de enriquecimento ilícito; abuso de cargo ou função; desvio de aplicação de fundos; uso de documentos falsos; pagamento de remunerações indevidas; contratação de uma dívida no valor de 50 milhões de Meticais sem autorização da Assembleia Municipal (AM); e a contratação de uma dívida de 120 milhões de Meticais para aquisição de viaturas e pagamento das respectivas despesas de manutenção em uma oficina alheia.
De acordo com o Ministério Público, os crimes foram cometidos entre 2011 e 2019, altura que liderou os destinos da terceira maior baía do mundo. Lembre-se que Tagir Carimo chegou à presidência do Município de Pemba em 2011, após vencer as Eleições Intercalares. (O.O.)
Doze dias depois de ter ordenado a suspensão de aulas presenciais em todos os subsistemas do ensino em algumas cidades e vilas do país, incluindo a cidade de Inhambane, província com o mesmo nome, o Governo decidiu, esta terça-feira, alargar a medida à cidade da Maxixe, a segunda maior cidade daquela província do sul do país e o principal entreposto comercial da província.
A medida foi anunciada esta terça-feira, pelo porta-voz do Governo, no final da 26ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros. Filimão Suazi não avançou as razões da inclusão da cidade da Maxixe, porém, esclareceu que o processo de encerramento das escolas é coordenado e decidido a nível central, pelos Ministérios da Saúde e Educação, pelo que, “não pode haver encerramentos decididos a outros níveis”.
A cidade da Maxixe é apontada como um dos principais focos de propagação da Covid-19, que já infectou 6.979 pessoas na província de Inhambane, das quais 25 perderam a vida, 5.366 são dadas como recuperadas, havendo ainda 1.588 infectados.
Assim, a cidade da Maxixe junta-se, para além da cidade de Inhambane, à região Metropolitana do Grande Maputo (Cidades de Maputo, Matola e vilas de Marracuene e Boane) e às cidades de Xai-Xai (Gaza), Beira (Sofala), Chimoio (Manica), Tete (Tete), Dondo (Sofala) e à vila da Manhiça (província de Maputo).
Sublinhar que o país conta, neste momento, com um cumulativo de 113.426 casos positivos, dos quais 1.341 perderam a vida, 86.078 recuperados e 26.003 casos activos, sendo que, dos casos activos, 473 estão internados. (Carta)