O Ministério da Saúde (MISAU) anunciou, esta terça-feira, a morte de mais 15 pessoas, devido à Covid-19, elevando para 480, o total de óbitos causados pela doença. De acordo com a actualização desta terça-feira, 12 pessoas são do sexo masculino e três do sexo feminino, tendo idades que variam entre cinco e 87 anos.
Para além das 15 mortes, o MISAU diz ter registado mais 873 novas infecções, subindo para 45.785, o total de casos positivos notificados no país, desde a eclosão da pandemia. Os novos casos foram registados na cidade de Maputo (248) e nas províncias de Maputo (77), Gaza (85), Inhambane (183), Sofala (104), Nampula (seis), Tete (116), Zambézia (13) e Cabo Delgado (41).
Nas unidades sanitárias, 47 pessoas foram internadas, contra 38 que tiveram altas, pelo que 312 pacientes se encontram hospitalizados.
Referir que, de segunda para terça-feira, 376 pacientes recuperaram da Covid-19, aumentando o cumulativo de recuperados para 27.814 (60.7%), havendo, portanto, 17.487 casos activos do novo coronavírus. (Marta Afonso)
Decorreram, semana finda, em todo o país (menos em alguns pontos das províncias de Cabo Delgado e Sofala, assolados pelo terrorismo e cheias, respectivamente), os exames finais da 10ª e 12ª classes, referentes ao ano lectivo de 2020, ano marcado pelas restrições causadas pela pandemia do novo coronavírus.
De um acto de avaliação de “competência” dos alunos, os exames finais podem ter sido focos de propagação do novo coronavírus. Relatos que nos chegam da província de Maputo não são animadores. Segundo alguns professores, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), a nível daquela província, não criou condições adequadas para a protecção desta classe profissional, tendo juntado estes nos famosos “centros de correcção dos exames”.
Conforme soubemos, os professores até pediram, junto das direcções das suas escolas, que não fossem aglomerados nos centros de correcções (que juntam três escolas e o maior número possível de professores de cada uma das oito disciplinas examinadas), porém, debalde.
Para a sua protecção, cada professor conta, segundo eles, com uma máscara “conseguida à sua maneira” e o álcool em gel (disponível na escola) para a desinfecção das mãos. Para agravar a situação, dizem, estabelece-se um horário que obriga o professor a passar refeições preparadas e servidas em precárias condições, pois, as escolas não dispõem de condições mínimas para a confecção dos alimentos.
Na sua colocação, os professores dizem não se recusar a corrigir os exames, apenas querem evitar a ida aos centros de correcção até porque estes, segundo eles, não evitam as fraudes, mas as legitimam, pois, os alunos vão ao exame já conhecendo o enunciado e o respectivo guião de respostas.
Esta é a triste, grave e preocupante realidade que se vive em todo o país, numa altura em que a pandemia do novo coronavírus propaga-se a uma velocidade da luz. Num momento em que o Estado endurece as medidas restritivas, onde se inclui o recolher obrigatório (na área metropolitana de Maputo), era suposto que também se criasse condições para garantir segurança para os funcionários da educação, neste caso, os professores.
Com a pandemia a assolar o país, desde Março de 2020, era expectável que o MINEDH tivesse criado um sistema fiável e seguro de correcção dos exames finais, sem que os professores estejam aglomerados. Não causará estranheza, nos próximos dias, se ouvirmos que as escolas estão a registar surtos de Covid-19, pois, o MINEDH não criou condições adequadas para que os professores trabalhassem em segurança. Aliás, há quem acredite que os números apresentados pelo Chefe de Estado, em relação ao número de professores e alunos infectados, não espelham a realidade, pois, nunca houve campanhas de testagem, que pudessem desvendar o véu da Covid-19, nos estabelecimentos de ensino.
Um professor devidamente identificado
As autoridades moçambicanas, concretamente, a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), a Procuradoria Distrital da Ilha de Moçambique, na província de Nampula, e o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) apreenderam, na última sexta-feira, 79 tartarugas marinhas da espécie astrochelys radiata (em risco de extinção), na residência de um cidadão português de 66 anos de idade e que reside no país há mais de 50 anos.
À imprensa, o detido, de nome J. Correia, revelou que criava os animais há 20 anos e que, durante este período, tentava legalizar o processo para depois comercializar a sua criação, porém, o sonho foi abortado pelas autoridades. Disse que gastava, mensalmente, 15 mil Meticais para mantê-los vivos e que nunca comprou e muito menos vendeu qualquer animal aquático.
De acordo com as autoridades, as referidas tartarugas são provenientes da Ilha do Madagáscar e cada espécie custa entre 50 a 60 mil Meticais, no mercado negro. A ser declarado culpado, J. Correia arrisca-se a ser condenado a uma pena que varia entre 12 a 17 anos de prisão maior. (O.O.)
Tudo indica que Moçambique poderá ser afectado por uma depressão tropical, no próximo fim-de-semana. Um comunicado do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), emitido na tarde desta segunda-feira, afirma ter-se formado um sistema de baixas pressões, a nível do Canal de Moçambique, no passado domingo, 07 de Fevereiro.
De acordo com o INAM, as projecções actuais indicam que o referido sistema meteorológico tem fortes probabilidades de atingir o estágio de Depressão Tropical, no dia 12 de Fevereiro de 2021, podendo alcançar a costa moçambicana no dia 13, sábado, pelas províncias da Zambézia, Sofala e Inhambane.
Lembre-se, no passado dia 23 de Janeiro, o país foi atingido por mais um ciclone, o Eloise, que arrasou as províncias de Sofala e Manica e as regiões norte e sul das províncias de Inhambane e Zambézia, respectivamente, tendo provocado a morte de mais de 10 pessoas e destruído diversas infra-estruturas públicas e privadas. (Carta)
A província de Gaza continua em alerta máximo de cheias. Segundo o jornal “Notícias”, na sua edição desta segunda-feira, o caudal do rio Limpopo continua a subir, esperando-se que nos próximos dias atinja o seu nível de pico. O facto, diz o matutino, poderá provocar a destruição de infra-estruturas hidráulicas, como os diques de proteção das cidades de Chókwè e Xai-Xai.
De acordo com o “Notícias”, citando a Administração Regional das Águas do Sul (ARA-Sul), o aumento do caudal do rio Limpopo é causado pelo escoamento de grandes volumes de águas na estação de Beit Bridge, no vizinho Zimbabwe, que atingiu o seu nível máximo de retenção. A nível nacional, as estações hidráulicas de Combumune e Chókwè registaram um volume de água de até oito mil metros cúbicos por segundo.
Segundo o Director da Unidade de Gestão da Bacia do Limpopo, entrevistado pelo “Notícias”, Ivan Ncuna, o dique de protecção de Chókwè já não oferece tranquilidade, o que obriga a uma intervenção urgente para se prevenir e evitar o transbordo das águas que tem perigado áreas habitadas.
“Relativamente às barragens, Massingir está com um encaixe de 62%, o que se pode considerar satisfatório para a irrigação dos campos na próxima campanha agrícola”, refere o “Notícias”, sublinhando não haver, neste momento, razões para a abertura das comportas daquela infra-estrutura.
Circulação rodoviária interrompida entre Massangena e Pafúri
Entretanto, a circulação rodoviária para o distrito de Massangena está interrompida desde a semana passada, devido às intensas chuvas que caem na região. Devido a esse facto, refere o “Notícias”, três camiões de abastecimento alimentar estão, há dias, retidos ao longo do percurso, agravando a já degradante situação alimentar naquela região do país.
Já em Pafúri, distrito de Chicualacuala, a situação é descrita como “complexa”, pois, a população enfrenta dificuldades para se deslocar para outros pontos do distrito. Segundo o Delegado do Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastre (INGD), em Gaza, Manuel Maxhlaieie, ouvido pelo “Notícias”, já foram accionados meios alternativos para o provimento de bens alimentares de primeira necessidade, porém, sem avançar quais.
Refira-se que a província de Gaza tem sido, ciclicamente, afectado pelas cheias, em particular as cidades de Chókwè e Xai-Xai. Aliás, em 2013, a cidade de Chókwè viu-se engolida pelas águas do rio Limpopo e a zona baixa da cidade de Xai-Xai esteve parcialmente inundada. (Carta)
O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, reiterou, neste sábado, durante a 34ª cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, realizada virtualmente devido à Covid-19, a necessidade de os países africanos aliarem-se com vista ao combate ao terrorismo, que assola alguns países do continente, entre eles, Moçambique.
Num discurso de quase oito minutos, Nyusi começou por manifestar a sua gratidão pelo apoio e solidariedade, que Moçambique tem recebido, em particular pelos países da região da SADC. De seguida, prometeu informar, regularmente, o Comité de Paz e Segurança da União Africana sobre o desenrolar da situação que se vive na província de Cabo Delgado.
“A importância que dedicamos à paz e segurança nacional, continental e internacional, impeliu-nos a decisão de nos candidatarmos, em nome do continente, a membro não permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, opção harmonizada na região”, afirmou o Chefe de Estado, mostrando-se convicto de que o apoio demonstra “total confiança na habilidade e cometimento de Moçambique de representar os interesses do continente como mais alto nível da mesma fidelidade”. (Carta)