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Sociedade

Um cidadão chinês está detido na cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, em consequência do sumiço de um navio chinês suspeito de transportar mais de 80 contentores de madeira contrabandeada, que fora apreendida em Agosto de 2020.

 

O Procurador-Chefe de Cabo Delgado, Octávio Zilo, disse à imprensa que o esquema pode envolver funcionários da Autoridade Tributária, da AQUA, das alfândegas, fiscais florestais, despachantes aduaneiros e membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS). Aliás, em Agosto, nove indivíduos foram detidos, porém, os mesmos foram restituídos à liberdade, aguardando pelo respectivo julgamento.

 

Uma investigação da “Carta” indica que os contentores “zarparam” do Porto de Pemba por ordens de gente ligada à elite predadora, assim como generais altamente respeitados na província. Aliás, a fonte faz referência ao facto de a exploração da madeira não ter cessado naquele ponto país, apesar dos ataques terroristas que se verificam desde Outubro de 2017.

 

Segundo a fonte, o cidadão chinês foi apenas “um trunfo” usado para tirar a madeira e depois entregar-lhe à justiça, alegadamente para se mostrar trabalho. Explica que a escolha do mesmo, como fiel depositário, foi milimetricamente calculada pelos líderes da gang.

 

A fonte garantiu que mais de 90% da madeira serrada, que se encontra armazenada fora dos contentores, desaparece misteriosamente e que sempre que os fiscais honestos tentam actuar recebem “ordens superiores” para cancelar as operações.

 

De salientar que, em 2020, na província de Tete, foram apreendidos 50 camiões, transportando Nkula supostamente oriunda da Zâmbia e que entrou no território nacional sem nenhuma documentação e que viria ter um livre-trânsito. Entretanto, neste caso, Octávio Zilo diz que tudo está sendo feito para que o navio “zarpado” regresse ao porto de Pemba. (Omardine Omar)

quarta-feira, 27 janeiro 2021 08:29

Covid-19: Mais 1.276 infectados e 10 óbitos

Mais 1.276 pessoas estão infectadas pelo novo coronavírus no país, de acordo com os dados partilhados esta terça-feira pelo Ministério da Saúde (MISAU). Segundo a actualização de ontem, os novos infectados estão na cidade de Maputo (481) e nas províncias de Maputo (243), Gaza (77), Inhambane (71), Sofala (29), Manica (19), Tete (57), Zambézia (103), Nampula (21), Niassa (170) e Cabo Delgado (três).

 

Assim, o país conta com um cumulativo de 34.055 casos positivos do novo coronavírus, dos quais 12.379 continuam activos.

 

Ainda ontem, as autoridades da saúde reportaram a morte de 10 pessoas por Covid-19, sendo oito do sexo masculino e duas do sexo feminino. As idades variam entre 51 e 92 anos de idade e foram declarados nos dias 21, 23, 24, 25 e 26 do mês em curso. No total, 329 pessoas já perderam a vida devido à Covid-19, em Moçambique.

 

No que toca aos novos internamentos, o MISAU revela que mais 50 cidadãos foram hospitalizados e apenas 17 tiveram alta, pelo que 244 pacientes se encontram internados em todo o país. Entretanto, mais 332 pessoas estão curadas da Covid-19, o que eleva para 21.343 o total de pacientes recuperados da doença. (Marta Afonso)

Numa altura em que os profissionais da saúde têm estado a lamentar a falta de equipamentos de protecção contra Covid-19, o Director Nacional da Central de Artigos Médicos, do Ministério da Saúde (MISAU), António Assane, abriu, esta segunda-feira, as portas do Armazém Central de Medicamentos e Artigos Médicos para apresentar o equipamento de protecção dos profissionais de saúde contra Covid-19, que o órgão tem vindo a receber.

 

Na interacção que teve com a imprensa, a fonte garantiu que o material é suficiente para cobrir as necessidades dos profissionais da saúde durante os próximos seis meses. “Antes de começar a pandemia, comprávamos em torno de três milhões de máscaras cirúrgicas e com o início da Covid-19, planificamos 31 milhões de máscaras cirúrgicas, quantidade que seria não só para o pessoal de saúde, como também para os pacientes e agentes comunitários. Neste momento, temos máscaras cirúrgicas para os próximos seis meses, fazendo a distribuição para todo o país. Dos 131 milhões de máscaras, já recebemos cerca de 15 milhões e cerca de 40% já foram distribuídas”, disse Assane.

 

Segundo a fonte, existem também máscaras para os Centros de Internamento da Covid-19, onde tinham sido planificados seis milhões e, neste momento, foram recebidos três milhões, dos quais 40% já foi distribuído.

 

Quanto aos macacões brancos, o Director Nacional da Central de Artigos Médicos revelou que tinham sido traçados cerca de 210 mil, dos quais foram recebidos cerca de 142 mil, para além de que estão sendo retiradas do Porto, um total de 327 mil. Também foram planificadas 63 mil viseiras, tendo já sido recebidas 190 mil. Há também um stock de testes suficientes até ao mês de Maio, porém, o MISAU está a requisitar outros para cobrir as suas necessidades até ao mês de Dezembro.

 

Para António Assane, o que precisa ser reforçado, neste momento, é o controlo, de modo a saber-se como está sendo gerido o equipamento a nível das unidades sanitárias. “Nós mandamos, para cada unidade sanitária, material suficiente para o consumo de dois meses e esperamos pela nova solicitação por parte destas”, clarificou. (Marta Afonso)

É uma postura que está a deixar preocupada e irritada a Polícia da República de Moçambique (PRM), na cidade de Chimoio, capital provincial de Manica. Uma trabalhadora do sexo apresentou, na 4ª esquadra daquela cidade, uma denúncia contra dois membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), que supostamente lhe terão ameaçado de morte, após manterem relações sexuais com a mesma, no passado domingo.

 

Segundo apurou a nossa reportagem, um dos militares terá solicitado serviços sexuais junto da trabalhadora, porém, após a consumação do acto, este recusou-se pagar pelos serviços, tendo solicitado o seu companheiro que, prontamente, retirou uma arma de fogo, do tipo pistola, e apontou à trabalhadora de sexo, ameaçando tirá-la a vida, caso insistisse em querer ser paga pelo serviço.

 

A Polícia garante que vai levar o caso à direcção do quartel, de modo que os infractores sejam responsabilizados. (O.O.)

É uma indústria que, pelos valores monetários que movimenta, já capturou parte dos funcionários da migração, da Polícia da República de Moçambique (PRM), companhias aéreas, transportadores rodoviários, casas de hospedagem, entre outros sectores. Um trabalho investigativo levado a cabo pela nossa reportagem, após receber um conjunto de denúncias em Agosto do ano passado, de fontes envolvidas no mega-esquema, constatou que o sistema é muito mais complexo do que parece.

 

Segundo constatamos, é um esquema criminoso que envolve milhões de dólares norte-americanos, cujo ponto de chegada é o Aeroporto de Pemba, onde em todas as terças-feiras, na calada da noite, um mínimo de 50 indivíduos de nacionalidade paquistanesa, somalis e Bengalis, usando documentos ilegais e vistos falsos, entram no território nacional, transportados numa das companhias aéreas que opera no território nacional.

 

Informações colhidas de fontes fidedignas indicam que cada imigrante ilegal que entra no território nacional paga 1.500 USD, valor que é canalizado para alguns oficiais da migração, da PRM, entre outros. Conforme constatamos, tanto em Maputo, como em Pemba, nas noites de terça-feira, os aeroportos ficam lotados de imigrantes ilegais.

 

Outras fontes envolvidas no negócio e ouvidas pela nossa reportagem dizem que, mesmo quando são detidos alguns imigrantes no aeroporto de chegada, neste caso, o de Pemba, os mesmos são libertados após o pagamento de envelopes contendo notas em moeda norte-americana a alguns responsáveis das escalas do dia.

 

No que constatamos, parte dos imigrantes ilegais vêm da República Unida da Tanzânia, porém, maior parte são provenientes do Paquistão. Aliás, uma fonte fidedigna disse à nossa reportagem que os documentos e vistos são falsificados nos aeroportos de Islamabad e Lahore, no Paquistão, viajando da Tanzânia até Pemba, por avião, sendo que até à capital moçambicana, chegam de autocarro, assim como de avião. Alguns chegam a cruzar a fronteira ilegalmente para a África do Sul, concretamente em Malaland.

 

Em entrevista à STV, o porta-voz do Serviço Nacional de Migração (SENAMI), em Cabo Delgado, Ivo Campanha, confirmou estar-se diante de uma rede internacional de imigração ilegal e que o mesmo pode ter funcionários de uma das três companhias aéreas que operam no Aeroporto de Pemba e alguns funcionários do SENAMI envolvidos.

 

De acordo com a Campanha, Moçambique está com dificuldades de combater a rede internacional de imigração ilegal e que, segundo a nossa investigação, está intrinsecamente ligada com o tráfico humano. De acordo com fontes seguras e que conhecem os contornos de funcionamento desta indústria, estima-se que mais de 5000 imigrantes já devem ter entrado e transitado pelas fronteiras aéreas, rodoviárias e marítimas do Moçambique. (O.O. & P.M.)

O Serviço Penitenciário, a nível da província da Zambézia, garante já ter resgatado oito, dos 15 reclusos que se evadiram do Estabelecimento Penitenciário do distrito de Ile, em Maio de 2020. A garantia foi dada na última sexta-feira pelo Director Provincial do Serviço Penitenciário, naquela parcela do país, José dos Santos.

 

Aos órgãos de comunicação social, Santos explicou que os reclusos foram localizados graças a um trabalho árduo das autoridades, sendo que o mesmo continua em curso, no sentido de se localizar os restantes sete. Referir que os oito reclusos foram capturados ainda na província da Zambézia. (Carta)