Joanesburgo, 01 fev 2021 (Lusa) - Moçambique vai receber nas próximas semanas vacinas contra a covid-19 no âmbito de uma doação da operadora sul-africana MTN a países da região, anunciou hoje o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
"A MTN, que é uma das nossas empresas a operar em vários países africanos, fez uma doação de 25 milhões de dólares [20,7 milhões de euros] para adquirir sete milhões de doses da vacina contra a covid-19 que serão disponibilizadas a vários países africanos, nas próximas semanas", disse Ramaphosa numa comunicação esta noite ao país.
"E será no âmbito deste donativo, que os nossos vizinhos imediatos, com quem estamos também preocupados, como o Lesoto, Essuatíni, Botsuana, Zimbabué, Moçambique e a Namíbia, que são os nossos vizinhos mais próximos e destino de viagem das nossas populações, irão também beneficiar muito em breve com esta iniciativa", declarou.
O chefe de Estado sul-africano não especificou a quantidade de doses nem o tipo de vacina contra a covid-19 que a operadora irá doar aos países vizinhos.
"Uma quantidade considerável de trabalho foi realizada com o setor privado e estou satisfeito com o forte compromisso de apoiar todos os aspetos do esforço nacional de implantação de vacinas, incluindo financiamento quando necessário, logística, distribuição e administração", afirmou Ramaphosa.
O chefe de Estado sul-africano explicou que o objetivo do Governo "é garantir doses suficientes para atingir a imunidade de grupo, ou seja, cerca de 40 milhões de pessoas (67%) na África do Sul.
Ramaphosa anunciou também que o Governo sul-africano vai disponibilizar a vacina "a todos os adultos que vivem na África do Sul, independentemente da sua cidadania ou estatuto de residência".
"Vamos implementar medidas para lidar com o desafio dos migrantes indocumentados para que, como todas as outras pessoas, possamos registar e rastrear adequadamente o seu histórico de vacinação", adiantou.
"É do interesse de todos que o maior número possível de pessoas receba a vacina", frisou Ramaphosa.
Na sua comunicação ao país, o Presidente da República vincou que "ninguém será forçado a tomar esta vacina".
"Ninguém será proibido de viajar, de se matricular na escola ou de participar de qualquer atividade pública sem ter sido vacinado", salientando que "ninguém receberá esta vacina contra a sua vontade, nem a vacina será administrada em segredo", adiantou.
"Quaisquer rumores nesse sentido são falsos e perigosos", sublinhou Ramaphosa.
A África do Sul, de longe o país mais afetado pela pandemia no continente africano, recebeu hoje o primeiro lote de um milhão de doses de uma vacina contra a covid-19 produzida na Índia, sendo que um segundo lote de 500.000 doses do fármaco produzido na Índia é aguardado no próximo mês, segundo o chefe de Estado, que anunciou mais cerca de 30 milhões de doses da vacina contra a covid-19 para o segundo trimestre deste ano.
O país, que contabiliza mais de 1,4 milhões de infeções do novo coronavírus, ultrapassou também hoje a segunda vaga de contágio, registando o número mais baixo de infeções desde dezembro (2.548 novos casos de infeção), referiu o Presidente sul-africano.
"Na verdade, a taxa média de novas infeções tem caído constantemente nas últimas três semanas, indicando que já ultrapassámos o pico da segunda vaga. Nos últimos sete dias, a média diária de novas infeções foi de cerca de 5.500, em comparação com pouco mais de 10.000 infeções nos sete dias anteriores", afirmou.
Com 8,3 milhões de testes de covid-19 realizados desde março do ano passado, a África do Sul regista 44.399 mortos por covid-19, 1.306.022 recuperados e 105.888 casos ativos da doença pandémica, segundo as autoridades da saúde sul-africanas.(Lusa)
O Centro de Integridade Pública (CIP), organização não governamental moçambicana (ONG), classifica algumas morgues de Maputo como locais de risco acrescido para a propagação da Covid-19 devido à falta de condições para lidar com os corpos de pessoas vítimas da doença.
Num estudo intitulado "Morgues representam risco de infecção pelo novo coronavírus", o CIP diz que a máquina de desinfecção da morgue central do município de Maputo, que recebe corpos transferidos do Hospital Central de Maputo, o maior do país, está avariada e os funcionários chegam a trabalhar com o mesmo equipamento de protecção, incluindo máscaras e luvas, durante uma semana.
Por outro lado, muitos cadáveres não são reclamados pelos familiares, outros chegam a passar dez dias na morgue e não há câmaras frigoríficas suficientes.
Após 15 dias, a direcção da morgue faz enterros em valas comuns dos cemitérios de Lhanguene e de Michafutene, refere o estudo.
Na morgue do Hospital Geral de Mavalane, um dos maiores dos subúrbios de Maputo, os corpos são deixados ao relento a partir das 15:30 (hora de encerramento da maioria dos serviços públicos em Moçambique), devido à falta de pessoal, refere o estudo.
A casa mortuária de Mavalane conta com apenas um técnico, que além de receber e conservar os cadáveres, contacta com os familiares das vítimas de Covid-19 para efeitos de tramitação dos funerais.
O técnico da morgue "faz o manuseamento dos corpos que dão entrada naquela unidade e ao mesmo tempo atende [o público] na secretaria da morgue, onde mantém contacto com as famílias das vítimas".
A morgue do Hospital Provincial da Matola, na província de Maputo, também não dispõe de condições de conservação e está sobrelotada.
"A equipa de pesquisa do CIP também constatou que nalgumas gavetas das câmaras frigoríficas com capacidade de conservação de um a dois corpos encontram-se arrumados mais de quatro sobrepostos", lê-se no documento, misturando-se corpos de mulheres, crianças e adultos.
"Um outro aspecto colocado pelos técnicos desta área tem a ver com a falta de subsídio e outras formas de incentivo para lidar com a presente situação", destaca-se no texto.
Para o CIP, a situação nas morgues analisadas é de incumprimento das directivas emanadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no tratamento de corpos de vítimas de Covid-19, nomeadamente, formação específica dos recursos humanos, disponibilização de equipamento de protecção individual próprio e intensificação de limpeza e ventilação.
Nesse sentido, o CIP defende o cumprimento daquelas regras, disponibilização de equipamento de protecção individual suficiente, construção de morgues para corpos de pessoas vítimas de Covid-19, aumento e capacitação de pessoal e melhoria das condições sanitárias.
Moçambique tem um total acumulado de 367 mortes e 38.654 casos, dos quais 62% considerados recuperados. (Lusa)
A chuva voltou e as inundações urbanas também. Esta segunda-feira, diversos bairros da cidade de Maputo e Matola voltaram a ficar inundados, depois das fortes chuvas que caíram na tarde de ontem na província e Cidade de Maputo.
Na cidade de Maputo, os bairros 25 de Junho A e B, Luís Cabral, Chamanculo B e C, Xipamanine, Aeroporto A e B, Munhuana, Mafalala, Urbanização, Costa do Sol, Mavalane B, Nsalene, Magoanine, George Dimitrov, Maxaquene C e D, Central C, Malanga e Polana Caniço A e B foram os mais afectados, enquanto os bairros da Matola Gare, Machava, Liberdade, Fomento, Nkobe, Patrice Lumumba foram os mais atingidos no Município da Matola.
Logo pela manhã, o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) emitiu um alerta laranja, indicando a possibilidade de ocorrência de ventos fortes (70 Km/hora), chuvas moderadas a fortes (de 30 a 50 mm em 24 horas) e trovoadas severas nas províncias de Maputo (todos os distritos), Gaza (todos os distritos) e Inhambane (Zavala, Inharrime e Panda).
Referir que, desde a semana finda, algumas famílias, nas cidades de Maputo e Matola, encontram-se abrigadas em casa de familiares e/ou vizinhos, na sequência das chuvas que caíram entre os dias 24 e 26 de Janeiro, tendo ressuscitado os velhos problemas de saneamento na capital do país e na cidade mais industrializada do país. (Carta)
Moçambique registou só no mês de janeiro mais casos, mais internamentos e mais mortes por covid-19 do que em todo o ano de 2020, segundo os dados oficiais do Ministério da Saúde (Misau).
No primeiro mês deste ano, o novo coronavírus provocou 201 mortes, ou seja, mais de metade (54,7%) das 367 que o país acumula nos registos oficiais desde o início da pandemia.
Moçambique registou em janeiro 20.012 casos de covid-19, o que equivale a cerca de metade (51,7%) do total acumulado de 38.654 casos.
Os internamentos por covid-19 subiram acentuadamente, provocando uma pressão acrescida sobre os serviços de saúde: desde que o ano começou houve 887 internamentos, enquanto em todo o ano de 2020 tinha havido 801.
Isto faz com que a distribuição diária de entradas nas unidades de saúde chegue a ser cinco vezes maior: por exemplo, a 31 de dezembro de 2020 havia 54 pessoas internadas, enquanto no domingo já eram 251.
Em janeiro houve mais 7.292 casos recuperados, o que corresponde a cerca de um terço de todos os pacientes que ultrapassaram a doença e que no domingo representavam 61,9% do total acumulado de casos - quando no final do ano eram 89,3%.
Face à situação, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou a 13 de janeiro um agravamento de restrições por 21 dias para prevenir a propagação do vírus, encurtando horários do comércio e restauração, fechando alguns estabelecimentos e espaços culturais e interditando praias, entre outras medidas.
Uma análise à aplicação das medidas e evolução da pandemia está prevista para o final desta semana. (Lusa)
O Ministério da Saúde (MISAU) anunciou, neste domingo, mais quatro mortes por Covid-19 e mais 949 novas infecções pelo novo coronavírus. De acordo com o MISAU, as quatro vítimas mortais são do sexo masculino, tendo idades compreendidas entre 51 e 60 anos. Assim, o país subiu para 367, o total de óbitos causados pela Covid-19.
Quanto às novas infecções (949), as autoridades da saúde dizem ter sido diagnosticadas na cidade de Maputo (417) e nas províncias de Maputo (211), Gaza (38), Inhambane (24), Manica (sete), Tete (36), Zambézia (59), Nampula (27), Niassa (99) e Cabo Delgado (31). Desta forma, o país já contabiliza um cumulativo de 38.654 casos positivos do novo coronavírus.
O número de internados continua a subir, tendo sido internados 37 pacientes, neste domingo, depois de 28 hospitalizados na sexta-feira e 87 no sábado, pelo que, neste momento, há 305 internados no país, dos quais 74,4% estão na capital do país.
Entretanto, apenas 10 pacientes recuperaram da doença, subindo para 23.955, o total de indivíduos curados da Covid-19. Neste momento, o país tem 14.328 infectados pelo novo coronavírus. (Marta Afonso)
Duas embarcações (ainda por identificar a sua proveniência)foram interceptadas, no último domingo, pelas autoridades francesas e moçambicanas, transportando um total de 511 Kg de diferentes tipos de droga. A primeira embarcação foi interceptada por uma fragata de vigilância Nivôse, das Forças Armadas Francesas na zona Sul do Oceano Índico (FAZSOI), ao largo da Baía de Pemba, Cabo Delgado carregando 418 Kg de metanfetaminas e 27 Kg de heroína. Segundo fontes moçambicanas envolvidas na operação revelaram a nossa reportagem que os tripulantes apresentaram-se como iranianos.
A apreensão ocorreu no Canal de Moçambique e a droga foi levada para as Ilhas Reunião (um departamento ultramarino francês, localizado nas proximidades da Ilha de Madagáscar), porém, fontes da “Carta” garantem que a mesma tinha como destino o nosso país. As fontes avançam que a investigação e consequente apreensão da embarcação foram autorizadas pelas autoridades moçambicanas.
Já o segundo barco foi interpelado pela Polícia Costeira, Lacustre e Fluvial moçambicana, no largo do Porto de Nacala, transportando 66 Kg de cocaína, embalada em plásticos de café e sal. A bordo da embarcação, seguiam três moçambicanos, dos quais dois conseguiram escapar. Entretanto, as autoridades em Nampula falam de 61 quilos de heroína e cinco de metanfetamina. (O.O.)