A caça furtiva tem merecido, desde princípios da segunda década do Século XXI, diversas reportagens jornalísticas, destacando os seus efeitos ambientais, passando pelos efeitos no turismo, até chegar aos efeitos sociais.
Apesar de não constituírem novidade, os efeitos da caça furtiva continuam actuais, pois, diversas famílias continuam a perder seus parentes, devido a este crime, assim como as áreas de conservação ficam desprovidas de algumas das suas maiores atracções turísticas, tais como o rinoceronte e elefante.
Na semana finda, “Carta” esteve no distrito de Magude, província de Maputo, um dos mais afectados pela caça furtiva no país e que, a par de uma riqueza brusca, também criou muitos órfãos. Laurinda Francisco Mbundzo é uma das residentes daquele distrito, concretamente no bairro Ricatlne, no Posto Administrativo de Magude-Sede, que perdeu seu filho, durante uma das várias jornadas de caça ilegal do rinoceronte.
Foi no ano de 2018 que Mbundzo perdeu um dos seus filhos, de nome Modesto Luís Mbade. Conforme contou à nossa reportagem, antes de se envolver com a caça furtiva, Modesto Luís Mbade dedicava-se à venda de material de construção, numa das ferragens locais. Porém, conta a mãe, num belo dia, o jovem, que à data da sua morte tinha 29 anos de idade, chegou à casa e disse à família que ia abandonar a sua actividade, alegadamente, porque existiam pessoas que invejavam o seu trabalho.
No entanto, não informou a família que actividade ia desenvolver. O facto é que, depois de alguns dias de sumiço, Modesto Luís Mbade apareceu em casa, com dinheiro suficiente para construir duas casas (uma para a mãe e outra para si, sua esposa e seus três filhos) e dois estabelecimentos comerciais (um para venda de produtos alimentares e outro para venda de bebidas alcoólicas).
A fonte disse à “Carta” que, na altura, se encontrava doente, pelo que não foi possível questionar ao filho a proveniência do dinheiro. Sem revelar quando é que soube do envolvimento filho com a caça furtiva, Laurinda Mbundzo conta que, pouco tempo depois, o filho comprou três viaturas e começou a organizar festas em casa.
Aliás, a fonte revela que uma das irmãs do finado tentou alertá-lo do perigo que corria (prisão ou morte), mas este, além de não acatar o conselho, partiu para cima da “conselheira”, tendo-a agredido com um garrafão na cabeça. O caso foi resolvido em família.
À nossa reportagem, Laurinda Mbundzo disse que, no último dia em que viu o seu filho, este nem se despediu, tendo tomado conhecimento de que ia cumprir mais uma jornada de caça, através de uma das irmãs, pois, a filha pediu à mãe que orasse pelo irmão. Entretanto, dois dias depois, um dos amigos do finado trouxe o corpo de Modesto Mbade, porém, sem explicar a real causa da sua morte.
Referir que esta é mais uma estória, das várias que caracterizam os últimos 10 anos do distrito de Magude, no extremo noroeste da província de Maputo. (Omardine Omar, em Magude)
Com o fim do Estado de Emergência, a 29 de Julho último, e o início do “Estado da Dúvida”, a 30 de Julho, e com a previsão da declaração do Estado de Calamidade Pública (ainda sem data), o Executivo moçambicano, reunido esta terça-feira, na sua 28ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, apreciou e aprovou a proposta de Lei de Gestão e Redução do Risco de Desastres, documento que visa revogar a Lei nº 15/2014, de 20 de Junho, que estabelece o regime jurídico da gestão das calamidades.
A “novidade” foi partilhada pelo porta-voz da Sessão, Filimão Suazi, à saída do encontro, tendo dito que a nova Lei visa “capitalizar as experiências da gestão de calamidades e as lições da observância do Estado de Emergência e promover a inclusão de matérias relativas à resiliência humana e infra-estrutural”.
Segundo o vice-Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, quando o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) foi criado não estava prevista a gestão dos efeitos causados por uma pandemia, mas apenas para gerar os impactos causados pelas cheias, ciclones e secas.
Entretanto, “Carta” sabe que a Lei, que será enviada à Assembleia da República esta semana, visa criar condições para que o Chefe de Estado declare o Estado de Calamidade Pública, de modo a manter algumas das medidas de prevenção e de combate ao novo coronavírus, porém, sem “suspender” a Constituição da República, tal como se verificara durante a vigência do Estado de Emergência. (Carta)
Foi pelo quarto dia consecutivo que as autoridades da saúde anunciaram a ocorrência de óbito, devido ao novo coronavírus. Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou a ocorrência da décima quinta morte, devido à pandemia do novo coronavírus no nosso país, desta vez, de uma cidadã moçambicana de 78 anos de idade, que perdeu a vida, na cidade de Maputo.
A vítima mortal, conforme descreve o comunicado de imprensa do MISAU, perdeu a vida nesta segunda-feira, numa unidade sanitária privada da capital do país, onde estava internada desde o passado dia 29 de Julho, transferida de outra unidade do sector privado. A vítima apresentava um quadro clínico grave e o resultado do seu teste foi conhecido no dia da sua morte.
A par do anúncio da décima quinta vítima mortal, as autoridades da saúde reportaram o diagnóstico de mais 56 novas infecções do novo coronavírus, aumentando o número total de contaminações para 2.029, das quais 1.851 de transmissão local e 178 importadas.
Dos novos infectados, 52 são moçambicanos, três malawianos e um zimbabwiano, sendo que cinco estão na província de Cabo Delgado, sete na província de Nampula, um na província da Zambézia, três na província de Tete, um na província de Manica, nove na província de Maputo e 30 na Cidade de Maputo.
A nota do MISAU refere também que 89 pessoas recuperaram da doença, sendo nove na província de Cabo Delgado, 52 na província de Nampula, três na província de Tete, 10 na província de Gaza e 15 na província de Maputo. Dos novos recuperados, 87 são moçambicanos, um nigeriano e um indiano. Assim, Moçambique conta com 765 pessoas completamente recuperadas da doença.
Referir que 10 pessoas continuam internadas nos centros de isolamento dos hospitais públicos, em todo o país, de um total de 1.247 ainda infectadas pelo novo coronavírus. (Marta Afonso)
Pelo terceiro dia consecutivo, as autoridades da saúde anunciaram o registo de óbito, devido ao novo coronavírus. A nova vítima mortal, a terceira em três dias, registou-se na província de Nampula, onde um cidadão indiano de 45 anos de idade perdeu a vida na madrugada desta segunda-feira, no Centro de Isolamento do Hospital Central de Nampula.
Segundo a Directora Nacional Adjunta de Saúde Pública, Benigna Matsinhe, que dirigiu a conferência de imprensa desta segunda-feira, o indivíduo deu entrada no Hospital Central de Nampula no dia 30 de Julho, apresentando um quadro clínico grave, tendo agravado durante os três dias em que esteve internado.
Assim, o país conta, actualmente, com 14 vítimas mortais devido ao novo coronavírus, das quais cinco foram registadas na província de Nampula, quatro na cidade de Maputo, duas na província de Tete, uma na província de Cabo Delgado, outra na província de Zambézia e uma na província de Gaza.
Por outro lado, Matsinhe reportou o diagnóstico de mais 27 casos positivos, entre cidadãos moçambicanos (25) e portugueses (dois), sendo que 13 resultam da vigilância nas unidades sanitárias, cinco da vigilância activa nas outras instituições e nove do rastreio de contactos de casos positivos.
Dos novos infectados, três estão na província de Cabo-Delgado, dois na província de Nampula, três na província da Zambézia, seis na província de Tete, dois na província de Gaza, nove na província de Maputo e dois na cidade de Maputo.
Entretanto, mais 22 pessoas recuperaram da doença, sendo seis na província de Cabo Delgado, cinco na província do Niassa, duas na província de Nampula, três na província da Zambézia, uma na província de Tete e cinco na cidade de Maputo. Assim, o país conta, actualmente, com 675 recuperados da Covid-19.
Referir que 10 pessoas se encontram internadas devido à Covid-19, de um total de 1.281 casos activos do novo coronavírus. (Marta Afonso)
O Inquérito Sero-epidemiológico, lançado esta segunda-feira, pela Secretária do Estado da Cidade de Maputo, Sheila Afonso, irá abranger 11 mil pessoas, de todos os bairros da capital do país. A informação foi partilhada pela Delegada do Instituto Nacional de Saúde (INS), Edna Viegas, durante a cerimónia oficial que teve lugar num dos bairros do Município de Maputo.
De acordo com a fonte, o grupo-alvo identificado pelas autoridades da saúde são os profissionais de saúde, transportadores públicos e privados, agentes da Polícia, funcionários do Aeroporto e Porto Internacionais de Maputo e idosos, que se encontram a viver em alguns lares.
Na sua intervenção, Viegas revelou que o Inquérito será conduzido por 84 inquiridores, distribuídos em 14 equipas, compostos por seis pessoas. Contará também com a colaboração de 50 mobilizadores comunitários.
Os “escolhidos”, explicou a fonte, farão um teste rápido para definir até que ponto as pessoas estiveram ou não expostas ao vírus do novo coronavírus. Caso o teste dê positivo, garantiu, os indivíduos serão submetidos ao teste de Covid-19.
Por seu turno, a Secretária do Estado da Cidade de Maputo, Sheila Afonso, disse que o Inquérito visa também avaliar o grupo-alvo mais afectado, a dinâmica da transmissão, bem como os bairros com maiores casos, de modo que as autoridades sanitárias possam preparar-se melhor para fazer face à doença, numa altura em que os números são motivos de preocupação.
Refira-se que a cidade de Maputo conta, neste momento, com 394 pacientes da Covid-19, depois de 85 terem recuperado da doença e quatro terem perdido a vida. (Marta Afonso)
Os insurgentes voltaram a escalar, na noite de sexta-feira, a aldeia Litandacua, no Posto Administrativo de Chai, no distrito de Macomia. De acordo com as fontes, o grupo não fez vítimas mortais, porém, queimou palhotas e saqueou bens.
As fontes afirmam que o grupo entrou naquela aldeia por volta das 21 horas e, porque grande parte da população ainda estava acordada, foi possível pôr-se em fuga, após ter percebido a presença dos terroristas. Refira-se que este é o segundo ataque que se verifica naquela aldeia em menos de uma semana. No primeiro, os insurgentes mataram quatro pessoas. (Carta)