Depois das províncias de Cabo Delgado e de Nampula, agora é a vez da capital do país concentrar maior número de casos activos do novo coronavírus, tendo, actualmente, um total de 242 cidadãos ainda infectados pelo novo coronavírus, sendo seguida pelas províncias de Cabo Delgado (com 233) e Nampula, com 209 casos activos. No total, 1.092 pessoas ainda estão infectadas pelo novo coronavírus em todo o país.
Esta segunda-feira, as autoridades da saúde anunciaram o diagnóstico de mais 32 novos infectados, dos quais 14 estão na cidade de Maputo, nove na província de Maputo, oito na província de Cabo Delgado e um na província de Tete.
Segundo o Director Nacional para área de Inquérito e Observação de Saúde, Sérgio Chicumbe, o Ministério da Saúde está a preparar um inquérito sero-epidemiológico para a província e cidade de Maputo, como forma de melhorar as cadeias de transmissão nestes pontos do país e perceber de que tipo de transmissão se trata.
Na conferência de imprensa desta segunda-feira, a Directora-adjunta de Saúde Pública, Benigna Matsinhe, afirmou que os casos registados de domingo para segunda-feira resultam da vigilância activa nas unidades sanitárias e do rastreio de contactos no sector privado e público.
Matsinhe acrescentou ainda que a cidade de Maputo voltou a registar o internamento de mais duas pessoas, devido a doenças associadas à Covid-19, tendo aumentado para 10, o total de pessoas internadas em todo o país, devido à doença.
No que concerne aos recuperados, as autoridades da saúde reportaram a melhoria de mais três pessoas, todas na província da Zambézia. Assim, o país já conta com um total de 596 recuperados. Sublinhar que permanece o número de óbitos (11). (Marta Afonso)
O Presidente do Conselho Municipal de Pemba, Florete Simão Mutarua, diz já não haver espaço na capital provincial de Cabo Delgado para acolher deslocados provenientes dos distritos afectados pelos ataques terroristas que assolam aquela parcela do país, desde Outubro de 2017.
Falando à imprensa, Mutarua afirmou estar a negociar com os governos dos distritos de Mecufe e Metuge, de modo a cederem os seus espaços para as famílias afectadas pelos ataques terroristas, pois, a terceira maior baía do mundo não dispõe de espaço para acolher, de forma definitiva, os deslocados de guerra.
A capital provincial de Cabo Delgado, refira-se, é um dos pontos de chegada das famílias provenientes dos distritos afectados pelos ataques terroristas, com maior destaque para as populações provenientes dos distritos de Macomia, Ibo, Quissanga, Mocímboa da Praia e Muidumbe.
Dados não oficiais apontam para a existência, na cidade de Pemba, de mais de 30 mil deslocados, na sua maioria albergados em residências de familiares, em situações de extrema vulnerabilidade. No total, mais de 300 mil pessoas já deixaram as suas zonas de origem à busca de abrigo seguro, devido aos ataques terroristas que continuam a semear luto e dor naquele ponto do país.
Através de uma Ordem de Serviço (nº 14), emitida no dia 01 de Julho, o Edil de Pemba determinou, com efeitos imediatos, a suspensão da atribuição de terrenos até Janeiro de 2021. A medida, apurou “Carta”, visa impedir a suposta implantação de indivíduos de conduta duvidosa, sobretudo membros do grupo insurgente, na cidade de Pemba. (Carta)
As autoridades da saúde anunciaram, este domingo, o diagnóstico de mais 53 casos positivos do novo coronavírus, tendo aumentado para um cumulativo de 1.669 casos positivos, dos quais 1.512 de transmissão local e 157 importados.
De acordo com os dados partilhados este domingo, os novos casos são de transmissão local e resultam da vigilância activa e do rastreio dos contactos de casos positivos. Destes, 51 são moçambicanos, um britânico e um indiano. Dos novos infectados, 12 estão na província de Cabo Delgado, dois na província de Manica, dois na província de Inhambane, 11 na província de Maputo e 26 estão na cidade de Maputo.
As autoridades da saúde reportaram ainda o internamento de oito pessoas devido a doenças associadas à Covid-19, sendo uma na província de Nampula, uma na província de Tete, uma na província de Inhambane e cinco na Cidade de Maputo, das quais dois internados de sábado para domingo.
Entretanto, mais 50 pessoas recuperaram da doença, elevando para 593, o número total de pessoas recuperadas da Covid-19. Dos novos recuperados, quatro estão na província de Cabo Delgado, 37 na província de Nampula, cinco na província de Inhambane, um na província de Maputo e três na cidade de Maputo.
Referir que o país continua com um total de 11 óbitos devido à Covid-19, pelo que 1.063 pessoas ainda estão infectadas pelo novo coronavírus. (Marta Afonso)
O Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentação (PMA) revelam que Moçambique se encontra entre os 27 países que estão na linha da frente da provável crise alimentar, devido à pandemia da Covid-19.
A informação consta de um relatório divulgado esta semana pelas duas organizações, no qual sublinham que alguns dos 27 países já estão com a situação da segurança alimentar a deteriorar-se, incluindo o aumento do número de pessoas empurradas para a situação de fome extrema. De acordo com as organizações, para além do nosso país, estão também Angola, países asiáticos, da América Latina e do Médio Oriente.
Segundo o Director-Geral da FAO, Qu Dongyu, estes países já estavam a liderar com elevados níveis de insegurança alimentar e fome extrema, mesmo antes da eclosão do novo coronavírus, devido a crises económicas, eventos climatéricos e instabilidade política.
“Neste momento, estão na linha da frente e a sofrer na pele os efeitos da Covid-19 nos sistemas alimentares, que estão a propiciar uma crise alimentar dentro de uma crise de saúde. Não podemos pensar neste risco como algo que vai acontecer lá mais para a frente, não podemos tratar isto como um problema futuro, temos de fazer mais para salvaguardar quer os sistemas de saúde, quer as populações mais vulneráveis”, disse, de acordo com o documento.
O documento sublinha que Moçambique é um país que sofreu múltiplos choques, que provocaram insegurança alimentar aguda e que é extremamente vulnerável aos impactos do coronavírus, tendo em conta a sua dependência da importação de alimentos, que estão agora expostos a oscilações de preços e das exportações de matérias-primas. (Marta Afonso)
O Conselho de Administração do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) aprovou, esta quarta-feira, um donativo de 40 milhões de USD ao Governo de Moçambique, na forma de apoio orçamental de emergência, para mitigar as consequências adversas causadas pela pandemia da Covid-19.
Em comunicado de imprensa, recebido na nossa Redacção, o BAD detalha que o donativo irá apoiar o Governo de Moçambique a conter a propagação do vírus, incrementando os recursos públicos disponíveis para a saúde pública, para os centros de tratamento, testes e diagnósticos da doença, aumentando, deste modo, a capacidade de testagem e a proteger vidas humanas.
A nota acrescenta que o donativo irá também apoiar a expansão da protecção social e fortalecer a resiliência económica contra os choques causados pela Covid-19, com medidas de apoio ao sector privado, com um enfoque específico na agricultura e nas Pequenas e Médias Empresas.
Para o BAD, a operação apoiará ainda uma série de medidas de protecção aos sistemas alimentares, com subsídios ao crédito para o sector agrícola para a compra de sementes, fertilizantes e sacos de armazenagem da produção para aumentar a segurança alimentar. O valor irá, igualmente, reduzir custos fixos, além de promover alívio fiscal em face da redução da receita pelo impacto que a pandemia tem no sector produtivo.
Citado pela nota, o Representante Residente do BAD, em Moçambique, Pietro Toigo, afirma tratar-se de medidas concebidas em estreita consulta ao Governo, ao sector privado moçambicano e aos parceiros internacionais e accionistas daquela instituição financeira empenhados na resposta à Covid-19 no nosso país.
“Estamos monitorando a evolução da pandemia e, especialmente, a recuperação económica e estaremos prontos a continuar a apoiar Moçambique nesse desafio sem precedentes”, garante Toigo.
A nossa fonte esclarece que o donativo faz parte de uma série de operações de apoio aos países africanos que o BAD está a implementar, desde o início da crise, que inclui, entre outras medidas, a emissão de uma obrigação de 3 biliões de USD, em Março, para financiar uma facilidade Pan-Africana de resposta à Covid-19 no valor de 7.4 biliões de USD.
Em Moçambique, refere a fonte, para além dessa operação de apoio orçamental, os recursos disponibilizados pelo BAD incluem, entre outros apoios, cerca de 1.5 milhão de USD para a aquisição de material médico de emergência; 4 milhões de USD de apoio a pequenos produtores agrícolas afectados pelas alterações nas ligações comerciais; 500 mil USD de apoio ao sector de transportes para proteger os seus trabalhadores e acelerar as actividades de rastreamento nas fronteiras. (Carta)
Continua difícil declarar a província e cidade de Maputo como estando em padrão de transmissão comunitária do novo coronavírus, tal como aconteceu com as cidades de Nampula e Pemba, nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, declaradas em Junho último.
A província de Maputo conta, neste momento, com um total de 191 casos activos de Covid-19, enquanto a cidade de Maputo conta com 183 pessoas ainda infectadas pela doença, porém, as autoridades da saúde dizem ainda não ter percebido se estão ou não numa fase de transmissão comunitária desta doença.
Segundo o Director Nacional para Área de Inquérito e Observação de Saúde, Sérgio Chicumbe, nos últimos dias, a província e cidade de Maputo têm estado a registar pequenos focos de transmissão, o que dificulta a percepção em relação ao tipo de transmissão em curso. O facto, justifica a fonte, é que, nas últimas semanas, a vigilância activa não tem sido suficiente para encontrar mais casos da Covid-19, razão pela qual, o sector da saúde está a pensar em implementar um Inquérito Epidemiológico para detectar mais casos positivos.
Falando esta quarta-feira, durante a conferência de imprensa de esclarecimento de alguns assuntos relacionados à evolução da doença no país, Chicumbe disse, por exemplo, que nesta quinta-feira, as autoridades da saúde testaram menos casos nestes pontos do país, sendo 29 para a cidade de Maputo e 47 para a província de Maputo, de um total de 629 amostras testadas em todo o país.
“A província e cidade de Maputo podem estar, neste momento, a mudar o tipo de transmissão, mas só o Inquérito poderá ajudar a identificar com precisão qual é a situação actual”, avançou a fonte.
Na conferência de imprensa desta quinta-feira, a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, anunciou o diagnóstico de mais 25 casos de infecção pelo novo coronavírus, totalizando um cumulativo de 1.582 casos positivos, dos quais 1.426 de transmissão local e 156 importados.
Dos 25 novos infectados, 24 são moçambicanos e um camaronês, sendo que 21 se encontram na província de Cabo Delgado, dois na província de Nampula, um na província de Manica e outro na cidade de Maputo.
A responsável informou também que o país registou a recuperação de mais cinco pessoas, das quais, duas estão na província de Tete, duas na província de Sofala e uma na província de Gaza. Assim, o país conta com um total de 528 recuperados, havendo também o registo de 11 óbitos devido a esta doença. (Marta Afonso)