Mais 62 casos de infecção pelo novo coronavírus foram diagnosticados no país, em apenas 24 horas. A informação foi avançada esta quarta-feira pelo Ministério da Saúde (MISAU) em mais um comunicado de imprensa de actualização de dados sobre a doença, enviado à nossa Redacção. Assim, o país conta, neste momento, com um total de 1.330 casos, sendo 1.195 de transmissão local e 135 importados.
De acordo com a nota, dos novos infectados, 60 são de nacionalidade moçambicana e dois de nacionalidade indiana. Destes, 50 infectaram-se no território nacional e 12 casos importados. Os mesmos provêm da vigilância activa nas unidades sanitárias e do rastreio de contactos.
Em termos da sua localização, o MISAU refere que 11 pessoas estão na província de Cabo Delgado (cidade de Pemba), cinco na província de Nampula (quatro na cidade de Nacala-Porto e uma na cidade Nampula), quatro na província de Tete (distrito de Cahora Bassa), três na província de Sofala (cidade da Beira), três na província de Inhambane (cidade de Inhambane), duas na província de Gaza (uma na cidade de Xai-Xai e outra no distrito de Chókwè), 30 na província de Maputo (nove em Ressano Garcia, uma no distrito de Marracuene, 14 na cidade da Matola e seis no distrito de Boane) e quatro na cidade de Maputo.
O MISAU reportou ainda que continua com sete casos de internamento hospitalar nas províncias de Maputo (um), Gaza (um) e Cidade de Maputo (cinco), assim como mantêm-se os nove óbitos registados até ao momento devido à doença e outras duas devido a outras causas. Anunciou também a recuperação de mais duas pessoas nas províncias de Sofala e Cabo Delgado, totalizando um cumulativo de 375 recuperados. Assim, o país conta com 944 pessoas ainda infectadas pelo novo coronavírus. (Marta Afonso)
O governo do Malawi negou alegações de perseguição política movida pelo governo do presidente Lazarus Chakwera contra membros do antigo regime.
As alegações surgem na sequência de algumas detenções ocorridas nos últimos dias contra alguns funcionários estatais e membros seniores do antigo partido governamental acusados de corrupção e de pilhagem de fundos públicos.
Falando em entrevista telefónica à Times Rádio Malawi na noite desta segunda-feira, o ministro de Informação e porta-voz governamental Gospel Kazaku considerou as alegações infundadas, acrescentando que as autoridades estão a fazer o seu trabalho.
Refira-se que treze oficiais da polícia foram detidos, na sexta-feira última, acusados de assassinato de Buleya Lule, um suspeito que morreu sob custódia policial em Fevereiro do ano passado.
Lule foi encontrado morto numa cela da polícia em Lilongwe na manhã de 21 de Fevereiro de 2019 e um relatório de inquérito da Comissão de Direitos Humanos do Malawi implicou os 13 polícias no caso
A polícia prendeu também alguns funcionários e simpatizantes do Partido Progressista Democrático (DPP) por suspeita de terem cometido vários crimes.
O Serviço de Polícia do Malawi prendeu também a vice-comissária-geral da Autoridade Tributária do Malawi (MRA), Roza Mbilizi, por alegação de abuso de cargo.
Entre outras questões, Mbilizi está sendo investigada em conexão com a venda de casas da MRA e desalfandegamento de 400.000 sacos de cimento isentos de impostos no valor de 3,2 biliões de kwachas, a moeda malawiana, o correspondente a um pouco mais de 4 milhões de dólares que o ex-presidente Peter Mutharika importou da Zâmbia e Zimbabwe entre 2018 e 2019.
Especialistas jurídicos questionaram o volume envolvido na provisão de "uso pessoal" na Lei de Salários e Benefícios dos Presidentes e pediram uma investigação.
A Lei permite ao Presidente "importação isenta de impostos de itens para uso pessoal".
Muitos produtos foram declarados isentos de impostos em nome de Mutharika e envolvidos em acordos ilegais com empresários asiáticos, como Farook Gani do Victoria Hotel.
No entanto, Roza Mbilikizi foi liberta sob fiança na noite desta segunda-feira.
Ainda na mesma senda, a polícia também deteve o vice-presidente executivo da Agência Nacional de Reserva de Alimentos, Gerald Viola, por uso indevido de uma viatura do Estado e tentativa de regista-la em seu nome. O porta-voz do DPP, Nicholas Dausi, disse que as prisões foram feitas para quebrar o espírito do partido.
“Prender alguém na sexta-feira e mantê-lo numa cela todo o fim-de-semana, durante esse período da pandemia da Covid-19 é simplesmente uma sentença de morte. Não estamos a dizer que a Unidade Anti-corrupção não deve investigar quem cometeu crimes, mas é demais! Se eles acham que essas prisões vão quebrar nosso espírito, eles estão errados, na verdade estamos voltando ao terreno e voltaremos mais fortes.”
A Aliança Popular da Democracia (Pade) alertou o novo governo do presidente Lazarus Chakwera contra prisões arbitrárias e vitimização de inimigos políticos, afirmando que esse caminho afectaria os esforços do governo para curar uma nação quebrada.
Pade pede ainda ao presidente Chakwera que não retire os principais funcionários públicos sem seguir os procedimentos estabelecidos e, eventualmente, desperdiçar o dinheiro dos contribuintes no processo de indemnizações.
O grupo quer que Chakwera garanta que o Malawi seja governado de acordo com princípios democráticos; salvaguardando a dignidade do indivíduo de acordo com as disposições da Declaração Universal dos Direitos Humanos e garantir que o governo e todas as instituições públicas ofereçam oportunidades iguais a todos os cidadãos, independentemente da cor, tribo, sexo, religião ou status.
Entretanto, Matemba disse que a Unidade Anti-corrupção não vai esperar que o mandato daqueles que estão no governo termine para processar qualquer agente errado, argumentando que mesmo no regime do DPP algumas pessoas foram processadas antes da mudança de governo.
“Em muitos casos, quando os políticos infringem a lei e quando as autoridades querem fazer o seu trabalho, eles pensam que é perseguição política ou caça às bruxas, mas não é. Se você é político e infringe a lei, deve responder a acusações como qualquer outra pessoa. Deixe-me avisar os que governam o país agora que se eles violarem a lei, como alguns dos seus amigos no passado, chegará o dia em que eles vão responder por seus crimes", referiu.
Falando durante a tomada de posse no passado dia 6 de Julho, Chakwera disse que desde 1994 que os sucessivos governos prometeram boa governação e autonomia institucional, mas infelizmente entregaram-se à corrupção e captura do Estado. O recém-eleito presidente alertou ainda a todos os funcionários corruptos que iriam enfrentar a lei.
Num outro desenvolvimento, o especialista em leis anti-corrupção Wesley Mwafulirwa pediu reformas na lei de corrupção para garantir um ACB independente, tendo sugerido o que chama de 'Teoria da Democratização Profunda', na qual os cidadãos têm poderes para verificar como os que estão no poder estão acumulando sua riqueza, e que o governo não deve reprimir o trabalho da media e das Organizações da Sociedade Civil (OSC).
Mwafulirwa espera que o actual governo também invista na produção legislativa sobre a declaração de activos, pois, segundo defende, ACB precisa ter mais dentes para morder.
“Tem de ser independente como o Gabinete do Provedor de Justiça que é muito autónomo. Deixe o ACB ampliar seu escopo. O nepotismo e a fraude eleitoral, por exemplo, devem ser claramente definidos na lei”, disse.
Por fim, vincou também a necessidade de garantir a independência das OSC, dizendo: “Não precisamos de OSC governamentais. Vamos também fortalecer nossas leis para que sejam mais flexíveis, seria bom ter uma lei sobre litígios públicos que guiaria o locus standi para as OSC.”
Por seu turno, o cientista político Ernest Tindwa pediu ao actual governo para lidar com a corrupção, afirmando que qualquer negligência de sua parte vai desapontar o eleitorado que rejeitou o governo do Partido Progressista Democrático (DPP) com a percepção de que era muito corrupto.
“Para mim, falar é fácil. O que é necessário é remover a nomeação do director da Unidade Anti-corrupção das garras do Presidente. Na situação actual, tudo depende da vontade do Presidente de lidar com a corrupção. Vimos isso desde a época de Bakili Muluzi até hoje. Deixe o Parlamento cuidar da contratação e da demissão do chefe da ACB”, disse Thindwa.
Malawi é considerado um dos países mais corruptos do mundo
De acordo com as estatísticas do Fundo Monetário Internacional, Malawi também é um dos mais pobres países do mundo, sendo que mais de metade da sua população vive abaixo da linha da pobreza, situação que piorou com a Covid-19.
O país regista neste momento mais de 2400 casos do novo coronavírus e cerca de 40 mortos e está sem kits para testagem. Entretanto, mesmo com os desafios que o país enfrenta, Malawi está a surpreender a região e o continente.
A partir deste mês, Malawi passa a ter pela primeira vez, depois de 56 anos de independência, um governo de transição para tirar o país da ruína económica e da corrupção.
O governo de transição foi anunciado na última sexta-feira pelo Presidente Lazarus Chakwera em resposta à indignação pública sobre a composição do seu executivo.
A decisão de Chakwera conquistou o voto de confiança política dos malawianos que se mostravam cépticos em relação ao novo presidente, supostamente nomeado com base em laços familiares e de compadrio.
O Presidente do Malawi deu cinco meses aos ministros recém-nomeados para apresentar resultados sob o risco de serem substituídos.
Naquilo que designou de governo de transição, Chakwera disse que em cinco meses os ministros devem produzir resultados que darão aos malawianos a confiança de que a mudança ocorreu através do governo.
Acrescentou ainda que, no final de cinco meses, cada ministro devera apresentar um relatório público aos malawianos sobre os progressos alcançados em cada um dos principais indicadores de desempenho.
Sobre as alegadas relações familiares ou regionais dos membros do governo, Chakwera defendeu que o seu executivo foi formado com base no mérito.(FI)
A Associação Moçambicana dos Polícias (Amopai) pediu hoje às autoridades que esclareçam o ataque ao presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, para mostrar que "não há espaço para o crime no país".
A Amopaip refere, em comunicado, que a Polícia da República de Moçambique (PRM) e o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) devem deter rapidamente os autores dos disparos sobre o empresário que ficou ferido e permanece internado desde sábado.
"As autoridades devem pôr à prova, uma vez mais, a sua capacidade de investigação e deixar claro que em Moçambique não há espaço para o crime", diz a nota, assinada pelo presidente da Amopaip, Nazário Muanambane.
Agostinho Vuma foi intercetado por duas pessoas armadas pelas 15:00 (14:00 em Lisboa) de sábado no edifício do seu escritório, na Avenida Josina Machel, junto à baixa de Maputo.
A CTA avançou no domingo que o estado de saúde de Agostinho Vuma "está controlado".
Agostinho Vuma, 44 anos, foi eleito presidente da CTA em maio de 2017.
É membro fundador da Associação dos Empreiteiros da Cidade de Maputo, da qual foi presidente, e esteve depois na génese da Federação Moçambicana de Empreiteiros (FME).
É deputado da Frelimo na Assembleia da República de Moçambique, eleito desde 2015 pelo círculo eleitoral de Gaza, sul do país. (Lusa)
Moçambique registou, de domingo para segunda-feira, o maior número de infecções pelo novo coronavírus detectadas em apenas 24 horas, desde a eclosão da pandemia no país, em Março último, ao serem diagnosticados mais 62 novos casos, de um total de 913 suspeitos.
A informação foi avançada esta segunda-feira pela Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, durante a conferência de imprensa de avaliação epidemiológica semanal. Assim, o país conta com um total de 1.209 casos positivos.
Segundo Rosa Marlene, os novos casos resultam da vigilância activa nas unidades sanitárias e do rastreio de contactos de casos positivos, sendo que 60 são moçambicanos e os restantes estrangeiros: um é ruandês e outro sul-africano. Destes casos, sublinha a fonte, 12 estão na província de Cabo Delgado (na Cidade de Pemba), um na província da Zambézia (no distrito de Ile), quatro na província de Gaza (três na Cidade de Xai-Xai e um no distrito de Bilene), 24 na província de Maputo (oito na cidade da Matola, cinco no distrito de Boane, um no distrito de Namaacha e 10 no distrito da Moamba) e 21 estão na cidade de Maputo.
Na conferência de imprensa desta segunda-feira, Marlene anunciou ainda o registo de mais cinco casos totalmente recuperados da doença, sendo que três estão na província do Niassa, um na província de Cabo Delgado e outro na província de Nampula. Todos são cidadãos moçambicanos e cumpriram o tratamento em isolamento domiciliar. Assim, o país conta com um total de 369 recuperados. (Marta Afonso)
Nas comunidades residentes à volta da Reserva Especial de Maputo (REM), no distrito de Matutuine, província de Maputo, uma realidade é visível: a lavagem das mãos com recurso a um equipamento feito na base de paus e latas, cuja água é bombeada através dos pés.
Segundo Mateus Bila, gestor para área de desenvolvimento comunitário na REM, o Tippy Tap é um instrumento de lavagem das mãos para protecção da Covid-19, fabricado em função da realidade das populações locais.
Bila afirmou que a REM espera apoiar as comunidades circunvizinhas com 20 mil máscaras e que, neste momento, em parceria com Peace Park Foundation, estão a distribuir sabão para todas as comunidades residentes naquela região. A fonte garantiu que todos os tippy tap são produzidos pelas comunidades locais. (O.O.)
Com o frio a intensificar-se, parece também se estar a acelerar a propagação do novo coronavírus. Este domingo, as autoridades da saúde anunciaram o diagnóstico de mais 22 novos casos positivos de infecção pela doença, tendo subido para 1.157, o total de casos registados desde Março último, dos quais 1.070 de transmissão local e 87 importados.
De acordo com o comunicado de imprensa partilhado pelo Ministério da Saúde, na tarde deste domingo, os novos casos resultam da vigilância activa nas unidades sanitárias, sendo que os infectados são todos cidadãos moçambicanos. Destes, sete encontram-se na província de Cabo Delgado (cidade de Pemba), outros sete na província de Tete (cidade de Tete), um na província de Inhambane (distrito de Inhassoro), cinco na província de Maputo (cidade da Matola) e dois na cidade de Maputo.
A nota refere ainda que metade dos infectados são do sexo masculino e, no que tange à faixa etária, estes variam entre menor de cinco anos até 64 anos de idade. Todos estão em isolamento domiciliar.
A par dos novos casos, as autoridades da saúde anunciaram também a recuperação de mais 15 pessoas, observadas nas províncias de Nampula (10) e de Maputo (cinco), totalizando um cumulativo de 363 pacientes recuperados da Covid-19. Com nove óbitos registados devido à pandemia e mais duas por outras causas, o país conta neste momento com 782 pessoas ainda infectadas pela doença, das quais 246 estão na província de Nampula, 194 na província de Cabo Delgado, 106 na Cidade de Maputo e 94 na província de Maputo.
Lembre-se que, em todo o mundo, a doença já infectou mais de 12.700.000 pessoas, das quais mais de 566 mil perderam a vida. (Marta Afonso)