Caminhamos a passos galopantes para o término do Recolher Obrigatório (entre as 21:00 horas e as 04:00 horas) na região do Grande Maputo (cidades de Maputo e Matola e distritos de Marracuene e Boane), decretado pelo Governo, como uma das medidas com vista à contenção da propagação do novo coronavírus.
Entretanto, nem todos estão a cumprir a medida. Na capital do país, as trabalhadoras de sexo continuam a exercer as suas actividades na maior tranquilidade. Estas continuam a colorir as ruas da baixa da cidade de Maputo, sem cumprir com o distanciamento e muito menos o uso das máscaras.
Uma das trabalhadoras de sexo, que conversou com a nossa reportagem, é Otília, de 20 anos de idade, nascida no vizinho Zimbabwe, que disse estar naquela actividade por falta de oportunidades na vida. Conta ter saído do seu país para Moçambique à procura de emprego, mas terá sido na prostituição onde conseguiu o seu sustento.
O mais curioso é que a actividade, que também ganhou terreno nas redes sociais, através de venda online dos serviços, está a ser desenvolvida a escassos metros da 1ª Esquadra da Cidade de Maputo, facto que revela conivência por parte da Polícia da República de Moçambique, tida, aliás, como a maior beneficiária do negócio.
“Carta” conversou com Joaquim Mazivele, Chefe das Operações naquela unidade policial, mas mostrou-se indisponível para abordar o assunto, tendo nos encaminhado para o Departamento das Relações Públicas, no Comando da PRM da Cidade de Maputo. (Carta)
O Governo aprovou, esta terça-feira, o Decreto que estabelece os princípios e critérios utilizados para a definição das fases e grupos elegíveis para a vacinação contra Covid-19. A informação consta do comunicado de imprensa distribuído à comunicação social, no final da VII Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, porém, estranhamente, o instrumento não foi mencionado no briefing com os jornalistas.
A nota do Conselho de Ministros não traz detalhes relativamente ao referido Decreto, entretanto, sabe-se que será o instrumento-orientador do processo de vacinação que inicia na próxima segunda-feira, em todo o país.
Lembre-se que, até ao momento, o Governo ainda não publicou o Plano de Vacinação Nacional, quando faltam cinco dias para a imunização dos profissionais da saúde, no âmbito das vacinas doadas pela China. (Carta)
Confirmaram-se os cálculos feitos pela “Carta” em relação aos efeitos da Covid-19 no território nacional, durante o passado mês de Fevereiro. Cada dia do segundo mês do ano foi mais letal e infeccioso desde que foi diagnosticado o primeiro caso do novo coronavírus no país, a 22 de Março de 2020. Também foi o mês em que houve mais testes de despiste da Covid-19, desde a eclosão da pandemia em Moçambique: 99.209 testados.
Segundo as autoridades da saúde, em 28 dias (de Fevereiro), a Covid-19 tirou a vida a 274 pessoas, mais 73 que as que morreram em Janeiro (31 dias), que registou um total de 201 vítimas mortais, até então, o mês mais negro desde a eclosão do novo coronavírus no país. Assim, cálculos da “Carta” indicam que, em média, 9,8 pessoas perderam a vida em cada dia do mês de Fevereiro, contra 6,4 que foi a média verificada em cada dia do mês de Janeiro.
Para além de ter registado maior número de óbitos, Fevereiro foi responsável também pelo maior número de infectados, tendo sido diagnosticados 20.696 casos do novo coronavírus, contra os 20.012 notificados em Janeiro. Em média, foram infectadas 739,1 pessoas em cada dia de Fevereiro, contra 645,5 infectados notificados em cada dia de Janeiro.
Entretanto, dados do Instituto Nacional de Saúde (INS) indicam para a redução da taxa de positividade, que desceu dos 27,5% para 20,9%. Em Fevereiro foram testadas 99.209 pessoas, equivalente a 3.543,1 testados por dia, o que também representa um record. Em Janeiro, lembre-se, foram testadas 72.878 pessoas, correspondentes a uma média diária de 2.350,9 testados.
O desempenho de Fevereiro não para por aqui. No que tange às hospitalizações, o mês registou um autêntico record. Em 28 dias, 1002 pessoas foram internadas, contra 887 hospitalizadas no mês de Janeiro. Em média, em cada dia de Fevereiro, 35,8 pessoas ficaram internadas contra 28,6 registadas em cada dia de Janeiro.
Com os dados, conclui-se que o vírus continua propagando-se a uma velocidade da luz, exigindo, cada vez mais, maiores cuidados na sua prevenção. Aliás, esta terça-feira, as autoridades da saúde anunciaram o diagnóstico de mais 307 casos do novo coronavírus, o internamento de mais 18 pacientes, a morte de 12 indivíduos e a recuperação de 1.384 cidadãos. Assim, o país conta com um cumulativo de 59.914 casos, dos quais 42.797 estão recuperados e 665 perderam a vida. (Carta)
O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) irá, a partir deste ano, introduzir códigos nos livros de distribuição gratuita, de modo a evitar a sua venda clandestina. A novidade foi avançada pela porta-voz da instituição, Gina Guibunda, em entrevista concedida ao nosso jornal, na semana finda.
Entretanto, segundo a porta-voz do MINEDH, a codificação dos livros estará a cargo das escolas e dos respectivos serviços distritais de educação, facto que já faz prever um “açambarcamento” daquele material didáctico.
“O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano decidiu que cada escola e cada distrito codifique os seus livros para que, quando forem encontrados à venda nas ruas, se possa saber de que distrito o livro pertence e como é que foi aparecer porque esta é uma questão que preocupa bastante o sector da educação”, explicou Guibunda.
Para o presente ano lectivo, disse a fonte, o MINEDH irá alocar perto de 21 milhões de livros, dos quais cerca de 17.5 milhões são da modalidade monolíngue e os restantes referentes à modalidade bilingue, guião do professor e manual do professor.
“Os livros já começaram a chegar. Até semana passada, nós já tínhamos recebido alguns contentores, porém, a distribuição para as escolas ainda não iniciou porque não têm muito espaço para poderem armazenar. Assim sendo, a partir da próxima semana [a presente semana], os livros serão entregues aos distritos para que enviem às escolas, de maneira que, quando as aulas iniciarem, os livros já estejam lá”.
À “Carta”, Guibunda garantiu que o sector da educação assegurou a produção, na totalidade, dos livros para as duas primeiras classes do Sistema Nacional de Educação, sendo que para terceira e quarta classes, o MINEDH voltou a imprimir 40% dos livros, tendo em conta que os mesmos são devolvidos no fim do ano. (Marta Afonso)
Duas mil e quatrocentas e sessenta (2.460) pessoas recuperaram da Covid-19, no último fim-de-semana, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde (MISAU), de sexta-feira a domingo. Do total de recuperados, 1.130 foram anunciados na sexta-feira, 955 no sábado e 335 no domingo. Assim, um total de 41.096 (69.2%) indivíduos estão curados da doença.
Entretanto, mais 1.753 pessoas testaram positivo para o novo coronavírus, no último fim-de-semana, aumentando para 59.350, o cumulativo de casos positivos. Dos casos registados no último fim-de-semana, a cidade de Maputo aparece na “liderança”, com 445, sendo seguido pelas províncias de Maputo (255), Cabo Delgado (221), Zambézia (212), Nampula (171), Inhambane (163), Niassa (106), Gaza (64), Sofala (58), Tete (50) e Manica (oito).
Para além dos novos casos, as autoridades da saúde notificaram ainda um total de 28 óbitos, elevando para 641, o total de vítimas mortais, causadas pela Covid-19. Do total dos óbitos, sete foram anunciados na sexta-feira, 10 no sábado e 11 no domingo, tendo perdido a vida 20 homens e oito mulheres, tendo idades que variam entre 23 e 83 anos.
Refira-se que, actualmente, há 17.609 infectados pelo novo coronavírus, dos quais 217 estão internados nos centros de isolamento para pacientes com Covid-19. No último fim-de-semana, foram internados mais 120 pacientes e 107 foram concedidos altas. (Marta Afonso)
Mil e seiscentas e vinte e quatro (1.624) artes nocivas de pesca foram apreendidas, em todo o país, desde o início do período de veda da pesca do caranguejo do mangal e do camarão de superfície, que teve seu início no passado dia 15 de Outubro e prolonga-se até 31 de Março.
Segundo o Director Nacional das Operações no Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP), Leonid Chimarizene, desde o início do período de veda foram inspeccionadas 9.868 artes nocivas, das quais 1.624 foram apreendidas.
“Para além de serem artes do arrasto proibidas durante o período de veda, encontramos situações em que as pessoas estão a usar redes mosquiteiras em maior quantidade, sendo que estas são uma arte nociva e muito grave, porque para além de encontrar as todas as espécies, acaba dizimando juvenis e até os ovos”, explicou a fonte.
Segundo Chimarizene, alguns pescadores têm recorrido a sacos de arroz para pescar, o que preocupa ainda mais as autoridades. Por isso, a fonte avança a possibilidade de se agravar o período de veda para seis ou sete meses, o que pode não ser saudável para os pescadores.
Em consequência destas infracções, foram aplicados 114 avisos de multa, tendo sido emitidas multas, num valor global de 2.806.856,00 Meticais e apreendidas 7.9 toneladas de caranguejo, 10.4 toneladas de camarão, 17.8 toneladas de peixe, entre outras espécies avaliadas em duas toneladas.
“Temos tido maior dificuldade de cobrar as multas na sua totalidade porque, neste período, a pesca tem sido feita por pescadores artesanais e grande parte não estão identificados, o que torna difícil a sua localização”, sublinhou Chimarizene. (Marta Afonso)